Outside escrita por Anna


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem.



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O campus até que é bonito, tem bastante verde, na frente do prédio principal tem uma fonte redonda que me lembra as imagens que eu vi nos livros da renascença italiana, toda em mármore, poderia passar como um lugar sério, se não fosse é claro pela maioria dos alunos.

Estava no começo do outono, apesar do clima ainda estar bem gostoso havia chovido na noite anterior, ando olhando para baixo e prestando atenção para não escorregar e não pagar um mico logo no primeiro dia de aula mas, é claro que se algo não acontecesse não seria eu, quando percebo já estou sendo agarrada pelo pulso pelo mesmo cara dos estacionamento, ele fica me olhando com uma cara que é uma mistura de sentimentos aparentemente, parece ser preocupação e raiva também.

“Desculpe, não estava olhando pra frente, sinto muito” eu digo, ao perceber que tinha batido com tudo nele.

“Óbvio que não viu, deve ser muito desastrada mesmo para não conseguir andar e olhar pra frente ao mesmo tempo” ele responde quase jogando meu pulso pra baixo  ao me soltar, sinto os olhares dos seus amigos em mim, até que uma voz bem irritante surge ao seu lado.

“Vamos Tim, ou vai ficar dando moral pra essa burguesinha?” – o som vinha de uma garota de cabelos pretos com mechas vermelhas.

“ Vê se presta mais atenção da próxima vez que estiver andando” ele vira e passa pela porta da entrada, a aspereza da sua voz me assusta.

Qual o problema de esbarrar em alguém? Ele fez parecer como se fosse um crime ou algo assim, espero que as pessoas deste lugar não sejam tão mal educadas como esse cara...

Ando pelos corredores de um lado para o outro enquanto procuro a sala de fisiologia, aparentemente deve ser no segundo andar, já que não a encontrei no primeiro, olho para o relógio “ok, só mais 5 horas e posso voltar pra casa ou melhor o que quer que seja aquilo”.

“É normal você ficar falando sozinha ou é só para assustar mesmo?” um rapaz de cabelo preto e olhos escuros me pergunta.

“Hummm, não sei. Na verdade estou procurando a sala de fisiologia, acho que estou um pouco perdida” .

Ele aponta pra frente, da risada e diz:

“Bom, acho que você encontrou ou pensando bem acho que a sala que te achou”

Dou um sorriso de volta.

“Max, muito prazer. Você é caloura não é? Nunca te vi pela universidade antes”

“Sou sim” respondo, ainda parada na frente da sala.

“Bom, tenta disfarçar, porque você não participou do trote ontem e se os veteranos perceberem... as coisas podem se complicar pra você” o arqueamento das suas sobrancelhas não mentem sobre o alerta.

“Mas você é veterano e não está me complicando agora” faço uma observação.

“Olha... eu não sou do tipo que faz essas coisas com alguém, e por falar alguém, qual o seu nome? Você ainda não me disse.

“Amélia, mas pode me chamar de Lia, é mais fácil de lembrar” sorrio para ele.

“Fica tranquila, seria impossível esquecer seu nome, ainda mais quando associam ele ao seu rosto”.

Aquele comentário me pega desprevenida e na hora fico corada como um pimentão.

“Dá para os dois saírem da frente da porta, estamos tentando ir assistir a aula” ouço uma voz grave atrás de nós. Aquele cara de novo, não é possível! Ele olha de mim para o Max e do Max para mim, demorando mais em mim do que no Max, nesse meio segundo de tensão percebo que os olhos dele são verdes/azulados e possuem meio que um girassol no meio, é lindo... fico sem reação e apenas dou um passo para trás permitindo a sua passagem.

“Qual é a desse cara? Ele é sempre grosso desse jeito?” pergunto sem esperar uma resposta.

“Não vai querer se aproximar dele, sério, a melhor coisa que pode fazer é se manter longe” Max da o alerta.

Durante a aula já sei praticamente tudo sobre a vida de Max, de onde ele veio, o que pretende fazer, idade, semestre em que está, comida preferida... Tenho sentido um peso enorme como se alguém estivesse me observando. A mais ou menos cinco metros de distancia de mim, sentado a minha diagonal, Tim está me encarando como se eu fosse a sua próxima caçada, aperto os olhos para mostrar que estou percebendo mas, ele sequer disfarça e com a boca fechada vejo seu maxilar se contraindo. Seu parceiro de mesa chama a sua atenção e por fim quebra o que quer que tenha sido esse momento.

“Lia...Lia” ouço Max me chamando

“Ãh, oi, que foi?” respondo perdida pensando no que acabou de acontecer.

“Festa? Hoje? Em uma das fraternidades? Vamos?” ele me convida.

“Festa hoje? É segunda feira, amanhã tem aula”.

“Voce esta em uma universidade agora, estranho vai ser o dia que não estiver rolando nenhuma festa” ele da risada, fazendo a pessoa que esta perto da gente dizer um shiiiu.

“Acho que não, não sou muito de festas, além do que preciso estudar esse conteúdo e os das próximas aulas também” respondo com um meio sorriso.

“Acho que não vou te convencer mas, se mudar de ideia esse é o meu número, posso passar e te pegar”.

“Ta bom” respondo virando para tras e percebo que Tim já não está mais na sua mesa.

O restante das aulas passam de maneira rápida e quando percebo já estou dentro do carro prestes a sair, do meu primeiro dia na universidade.


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