O Julgamento de Grindelwald escrita por LiisyRobert


Capítulo 2
Capítulo 2 - As Primeiras Precauções de Picquery




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Na sala presidencial, os ministros cochichavam entre si, enquanto Picquery de pé atrás de sua mesa, mantinha os olhos nos papéis contendo o nome do réu entre seus punhos serrados e apoiados sob o tampo de madeira. A certeza de que precisaria agir rápido entrava em conflito com a ideia de que deveria ser cautelosa. Não confiava totalmente no conselho e aprendera da pior forma que até mesmo no mundo bruxo a política mostrava-se problemática. E além dos problemas habituais, a falta de tempo para realizar um planejamento preciso, provavelmente tiraria sua noite de sono.

Todos se calaram quando levantou a cabeça os observando com atenção.

— Acredito compartilharmos da mesma preocupação quanto a este caso. – Picquery acomodou-se em sua cadeira. – Ele sabe que pode ser condenado à morte. E não teme tal condenação. É impossível de ler ou prever suas ações. Temos que reunir o máximo de provas e informações que exaurem qualquer ponta solta que possa ser utilizada por Grindelwald. Não devemos dar margem para sermos refutados. Mesmo que as provas sejam concretas, e elas são, temos que ter provas que além de calá-lo, afastarão seus seguidores.

— O que faremos sobre a acusação de estarmos ignorando a existência de Obscuros à solta, Senhora Picquery?

— Apenas o fato de estar questionando-me sobre isso já mostra sua ignorância quanto as palavras deste homem. – Picquery suspirou, fechando rapidamente seus olhos. – Precisamos de reforços, alguém que pode entendê-lo talvez mais do que a gente.

Picquery voltava com suas mãos para a mesa, desta vez seus dedos ficavam inquietos enquanto alguns nomes passavam por sua mente. Ela decidiu manter a investigação em segredo, algo que não revelaria nem ao conselho. Escolheu também que só confiaria esta informação a três pessoas, o maior problema é que com certeza uma delas encontravasse na longínqua Hogwarts e contactá-la por meios não oficiais dispenderia mais tempo.

— Todos podem retirar-se. – Ela não estava conseguindo se concentrar com o cochicho intermitente ao seu redor. – Senhor Norris. – Solicitou a presença de seu secretário pessoal antes da grande porta se fechar por trás de seu conselho.

O eficaz, e esguio, Nicolas Norris, apresentou-se mesmo antes da porta se fechar. Ajeitou seus óculos de aro fino, empunhando uma pena mágica e seu bloco calendário, estava preparado para anotar solicitações e afazeres.

— Conforme solicitado, Senhora, já liberei toda semana devido ao julgamento. E inúmeros jornalistas estão querendo respostas sobre... Deixa eu ver. – Começou a falar rápido, listando os temas por ordem de importância. – Obscuros; Se a pena capital será aplicada a Grindelwald; A sua posição sobre o Julgamento; A posição do conselho sobre o Julgamento. Quer ouvir as com menor importância sob os atuais eventos, Senhora?

— Entregue a informação que o julgamento ocorrerá em três dias. Envie uma mensagem para Londres solicitando a presença de Newt Scamander o quanto antes.

— Eu entregar a informação? – A sua voz falhou enquanto por instinto ajeitava seus óculos. – Mas eu não posso ser o seu porta-voz.

— Não só pode como será. Afinal, se eu estou lhe dando este poder, faça questão de honrá-lo.

Picquery sorriu para seu secretário o dispensando logo em seguia. Aguardou a porta se fechar e rapidamente dirigiu-se para a estante de livros mais distante de sua sala. Enquanto caminhava, ao se aproximar, fez um sinal com sua mão direita. Manteve os dedos médio e indicador retos fazendo um movimento reto e horizontal com sua mão. Ao término do movimento a grande estante lotada de livros de todas as cores se deslocou revelando uma passagem para sua sala de estudos privada.

Ali dentro o ambiente mesmo sendo aconchegante, e tão organizado quanto sua sala oficial, vibrava em tom de amarelo que exalava ameaça para qualquer um que permanecesse ali por muito tempo, além de sua conjuradora.

Parou atrás de sua grande mesa de madeira e destrancou a primeira gaveta. Retirou uma folha de papel amarelada e um bastão de madeira de selo, colocando ambos os objetos em cima da mesa. Com a caneta tinteiro escreveu um bilhete endereçando ao seu contato em Hogwarts, sem indicá-lo diretamente. Selou a carta com cera vermelha a pressionando com o bastão. Após guardá-lo na gaveta, caminhou até o porta-arquivo horizontal, de onde podia acessar qualquer documentação do Ministério. Foleou a sessão dos Aurores procurando os últimos admitidos, e retirou uma pasta da sequência.

Wyler Noah, aprovado com louvor nos testes de caráter e aptidão, embora talvez sua nota em Defesa Contra as Artes das Trevas não tenha sido boa o suficiente, mostrou-se proeminente em Poções e Herbologia. Foi o primeiro nascido trouxa a se formar em Ilvermorny pela casa Pukwudgie e entrar no Ministério logo em seguida.

Picquery guardou o arquivo e retornou para sua sala. Utilizou o comunicador intersetores para solicitar a presença do recém Auror a sua sala. Que minutos depois já era acompanhado por seu secretário.

— Bom dia, senhora Presidenta. – Wyler Noah admirava Picquery e lutava para esconder a ansiedade por estar em sua presença.

— Bom dia, senhor Noah. Sente-se por favor. – Ofereceu a cadeira a frente de sua mesa para o Auror e manteve-se em pé a sua frente. – A partir deste momento estou lhe concedendo status a cima do Departamento de Execução das Leis da Magia, para serviço estritamente confidencial em operação ligada diretamente, e somente a mim.

A face de espanto no rosto do Auror era esperado por Picquery, que prontamente retirou as dúvidas do jovem sem que ele precisasse falar.

— Sim, você trabalhará diretamente para mim e não pode falar disso para ninguém. E sim, é uma operação não oficial, mas que é de extrema importância para encerrarmos o julgamento de Grindelwald. E meu primeiro pedido é que vá para Londres com sua coruja, envie esta carta através dela, e retorne o mais rápido possível. – Ela estendeu a mão com a carta e um papel. – Tome, junto com a carta tem uma licença para Aparatar internacionalmente.

— Mas a quem devo entregar? – Com os papéis na mão, o Auror olhava com estranhamento para a carta com selo desconhecido.

— Não se preocupe, ela chegará ao seu destino.

Ele retirou-se com a sensação de que sua vida não seria mais a mesma.


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