O Julgamento de Grindelwald escrita por LiisyRobert


Capítulo 1
Capítulo 1 - As Primeiras Palavras de Grindelwald




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— Gellert Grindelwald.

A voz da Presidenta da MACUSA, Seraphina Picquery, ecoava no Salão da Tribuna. No imenso salão circular conselheiros, aurores, e repórteres mantinham o silêncio. Uns se calavam por medo de Grindelwald, outros por respeito à Picquery, entretanto o desejo da maioria era o mesmo, de praguejar a todo som o homem que repousava sobre a cadeira no centro da Tribuna.

O olhar petrificante de Grindelwald fixava o vazio a sua frente. Sentia sua pele gradativamente esquentando a madeira fria através de suas mãos que repousavam sob a cadeira. Não precisava controlar sua respiração, ela sempre mantinha o mesmo ritmo, lento e profundo. O discurso de Picquery estava prestes a começar assim que ela terminasse de relembrar seu nome ao público presente. E ele, Grindelwald, com toda certeza não precisava ouvir o que ela tinha em mente para ter que respondê-la. Todo discurso para ele era obvio. Ter que discursar obviedades era para si um enorme sacrifício em prol da verdadeira maneira de viver, e querer que todos compartilhem esta felicidade com ele era seu único crime.

Está aqui a frente de vocês para que divulguemos sua sentença e livremos os mundos bruxo e não bruxo de sua ameaça. Por assassinato, roubar a identidade do Auror Percival Graves e assim quebrar inúmeras leis ao se aproveitar de um status que não o pertencia. Além claro de tentar expor o mundo bruxo aos não bruxos de forma catastrófica, que com sorte conseguimos conter. – O olhar da Presidenta se mantinha na direção dos olhos de Grindelwald, que a sua frente permanecia inexpressivo. – Registro aqui a minha felicidade pela não necessidade de postergarmos este julgamento. E peço a todos do conselho que concluam com agilidade o deferimento da pena do acusado.

Grindelwald gostaria ao menos de levantar-se para sua pronunciação. Não considerava sua posição constrangedora, apenas desnecessária. Não tinha a menor intenção de fugir e as argolas mágicas que o mantinha ali apenas serviam para o incomodar. Para que fugir se tudo que precisava estava sendo levado até si?

Chamam isso de julgamento? – Seus olhos finalmente deixavam de pairar sob o vazio e caminhava lentamente alternando entre os jornalistas e o conselho. – Pelo que vejo não estou sendo acusado, mas sim condenado. Adoram repetir que odeio os não bruxos. Amam compartilhar a minha visão deturpada sobre meus próprios pensamentos. Que tal fazermos como a lei dos não bruxos e eu pelo menos, ter o direito de defesa? Direito este que deve ser neutro e não comandando por alguém que claramente age por propósitos pessoais. Ou a justiça reservada aos bruxos está tão atrasada assim?

Ao término da pergunta seu olhar fixava nos de Picquery, demandava uma resposta, e mesmo já sabendo como seria sua réplica Grindelwald finalmente estava ficando ansioso ao perceber a excitação crescente entre os jornalistas.

Não seja petulante. Se não possui motivo pelos seus atos, ao menos aceite seu destino com honra e não desperdice mais o nosso tempo.

Tempo? Quem está desperdiçando o tempo de quem? – Finalmente olhou para a Presidenta. – Com certeza vocês quando se tem Obscuros a solta e preferem criar este circo a resolverem o verdadeiro problema.

Os jornalistas começaram a se exaltar e as perguntas se tornavam inaudíveis enquanto eles começavam a se levantar e atirar mais perguntas na direção de Grindelwald. O falatório logo cessou assim que Picquery levantou seu braço mantendo sua mão aberta e olhou na direção dos jornalistas. Continuou, rebatendo os comentários de Grindelwald.

Se incitar o tumulto continua sendo sua missão de vida, e não tem nada que importe a acrescentar sob seus crimes, peço ao conselho que deliberem o mais rápido possível a condenação deste homem.

 

A face do réu finalmente esboçava reação, e sua demonstração de desprezo não surpreendera a Presidenta. Os lábios de Grindelwald formaram um pequeno sorriso, logo após sua expressão de desprezo se transformava em medo. Arregalou levemente os olhos e começou a tremer a voz, finalizando assim o seu breve discurso.

Senhoras e senhores do conselho e responsáveis por divulgar a verdade ao mundo. Eu solicito apenas que provas concretas sejam apresentadas, testemunhas críveis, e não membros desta organização. — Sua voz voltava a endurecer. – Não que eu esteja apontando inconsistências na credibilidade deste ministério, todavia como poderia eu, cometedor de tantos crimes horrendos, não ter sido visto ou deixar rastros em que a excepcional MACUSA não pudesse divulgar? Estou errado em exigir o mínimo de civilidade?

O conselho já compartilhava este pensamento. A lei mesmo estando a favor da prisão de Gellert Grindelwald, possuía o terrível poder de condená-lo sem apresentação de provas concretas, o mesmo poder que aos olhos de muitos bruxos e bruxas confirmariam parte das convicções de Grindelwald a seus seguidores. O eco gerado por seus discursos só tomaria proporção ainda maior e sua força podeira continuar transmitindo suas convicções por gerações.

Seraphina Picquery, que já havia dado a última palavra, se retirava sob os gritos de perguntas sobre os Obscuros à solta e a pena de Grindelwald. Ao finalmente se afastar das grandes portas da Tribuna, acompanhada pelo conselho, ela já programava as futuras estratégias e falas da não anunciada reunião fora de hora que aconteceria assim que colocasse o pé dentro de sua sala.

Grindelwald manteve-se com expressão neutra durante a retirada da Presidenta e o conselho. Apenas depois de ser retirado da cadeira e posto de costas para os jornalistas, em direção a porta que dava ao elevador das masmorras, pode finalmente expressar sua felicidade enquanto era conduzido por dois Aurores.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido. O primeiro capítulo é introdutório e por isso pode parecer curto. Críticas construtivas serão aceitas.



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