Fatale escrita por Any Sciuto
A mão de Gibbs segurava a de Jenny forte e sem vacilar. Eles estavam se olhando com tanto amor que ela precisou de dois chamados para responder.
— Senhorita Gibbs? – O médico a viu olhar para ele. – Está na hora de trazer seu bebê ao mundo.
— Está pronta querida? – Gibbs perguntou feliz. – Porque eu estive pronto o todo tempo.
— Podemos ir. – Jenny segurou a mão dele. – Eu quero ver nosso pacotinho de amor.
— Certo. – O médico olhou. – Quando eu disser para empurrar, você empurra, ok?
Jenny suspirou quando foi atingida por outra contração.
— Ok. – Ele falou. – Empurre!
— Oh meu deus! – Jenny empurrou. – Ohhhhhhhh! Filho da puta.
A mão que ela mantinha em Gibbs se tornou um aperto de morte. Ela apertava forte e Gibbs tentou pensar em algo diferente.
— Mais uma vez. – O médico pediu. – Mais uma.
— Ohhhhhh! – Jenny gritou. – Desgraçado!
— Jenny, minha mão! – Gibbs sentiu seus dedos sendo esmagados. – Ouch!
Logo em seguida, um choro alto de bebê foi ouvido na sala. O médico apareceu com um bebê em seus braços.
— Parabéns! – Ele passou o bebê. – Vocês têm uma linda menininha.
— Uma menina. – Gibbs olhou para a garotinha. – Ela se parece tanto com você.
— Oh meu deus. – Jenny sorriu. – Ela tem seus olhos, Jethro.
— Ela é uma garotinha perfeita. – O médico precisou pegar a menina de volta. – Vamos examinar ela e levar assim que descansar um pouco.
— Eu posso ver ela depois? – Gibbs perguntou. – Na maternidade?
— Avisamos depois que fizermos todos os testes. – Ele sorriu para Jenny. – Já pensaram em nomes?
— Kelly. – Os dois falaram ao mesmo tempo.
Eles haviam discutido muito sobre o nome certo e decidiram que Kelly seria uma boa forma de homenagem.
Jenny foi arrumada e levada para um descanso pós-parto. Já passava da meia noite e eles estavam oficialmente no natal.
Apesar disso, parecia que eles precisariam de um milagre de Natal para Penelope.
— Ligue para a sala de cirurgia. – O médico gritou. – O bebê não está saindo.
Penelope também não parecia bem. Ela ficava mais pálida a cada minuto.
Sendo movida rapidamente para uma cesárea de emergência Derek seguiu correndo atrás.
Gibbs entrou na sala de espera e sorriu.
— É uma menina! – Ele anunciou. – Nós a chamamos de Kelly
— Parabéns chefe. – Tony abraçou o chefe. – Você merece ser feliz.
— E Penelope? – Gibbs viu os sorrisos escorregarem. – O que está havendo?
— Pen foi levada para uma cesárea de emergência. – Emily suspirou. – O bebê não consegue.
— Talvez por causa do arsênico. – Reid explicou. – Ela foi envenenada duas vezes. O bebê sofreu demais.
Hotch deixou o grupo e caminhou até a capela. Parando em frente as velas, ele depositou um dólar e pegou uma vela.
Acendendo, ele fez um pedido pelo bem-estar de sua esposa e principalmente pela saúde de Penelope e do bebê.
Ele se ajoelhou em um dos bancos e apenas rezou em silêncio. Era natal e ele queria um milagre.
— Por favor, Deus. – Hotch pediu. – Não dê tire essa felicidade de Penelope. Mais que todos ela merece isso.
Ele sentiu a presença de sua noiva e se apoiou nela. Todos estavam com medo.
— Prepare um tubo agora! – O médico verificou os gráficos. – Senhorita Morgan? Precisamos de oxigênio aqui.
Derek ficou em um canto da sala. Vestindo roupa de médico, ele queria muito estar ao lado dela nesse momento. O medo de perder ambos o fez se ajoelhar e rezar de novo.
— Faça um corte grande o suficiente. – Ele viu o médico dizer. – Muito bem.
— O bebê está vivo. – A ajudante gritou animada. – Vamos com cuidado, ok?
Pegando a pequena garotinha, eles ficaram monitorando os batimentos de Penelope.
Derek se levantou e se aproximou conduzido por uma enfermeira. O médico lhe deu tesouras e o ajudou a cortar o cordão.
Um choro alto foi ouvido e Derek deixou as lágrimas caírem. Sua filha estava aqui.
Infelizmente nem tudo parecia bem. O monitor cardíaco de Penelope ficou alinhado.
— Preparar pás! – Derek foi levado para trás. – 360! Agora.
Ele ouviu o som do choque e o corpo de Penelope saltando na mesa.
Ele precisava sair de lá agora. Correndo pelo corredor, ele arrancou o jaleco e se sentou em uma das escadas.
Seu coração sabia que ele poderia ser pai solteiro, mas olhar para a filha lhe renderia tantas lembranças de Penelope. Ele nunca abandonaria a bebê, no entanto.
— Morgan. – Spencer se sentou ao lado dele. – Vai ficar tudo bem.
— Não, não vai. – Derek chorou. – Ela se foi, Reid. E não há nada que eu possa voltar.
— Ela ainda está viva, Derek. – Spencer colocou uma mão no ombro do amigo. – Eles conseguiram trazer Pen de volta.
— Por que ela morreu lá? – Derek precisava de explicação. – Parecia estar dando certo.
— Eles podem te explicar melhor. – Spencer o ajudou a levantar. – Ele está te procurando.
Gibbs foi até a maternidade logo depois que Derek correu. Ele não poderia imaginar o que ele estava sentindo naquele momento.
A pequena Kelly dormia tão linda em seu berço na maternidade. Cabelos ruivos da mãe, olhos azuis dele e a boquinha uma mistura de ambos.
Ele tirou uma foto e mandou para todos. Até para Derek. A filha de Morgan foi colocada ao lado da filha dele e Gibbs sorriu. Uma perfeita combinação de peles e o cabelo loiro da mãe e os olhos dos dois. A boquinha era do pai.
— Ela é tão linda. – Gibbs sabia que era Derek. – Você e Penelope serão uma família e tanto.
— Eu não sabia que arsênio fazia isso. – Derek colocou uma mão no vidro. – Ela nasceu perfeita. Fizeram testes.
— Acho bom. – Gibbs sorriu. – Você também cortou o cordão?
— Eu acredito que você também. – Derek sorriu triste. – Penelope vai se recuperar antes de ver a filha. A quantidade que ela recebeu foi suficiente para criar algo que eu nem falar.
— Eu vou ver Jenny. – Gibbs abraçou Derek. – Feliz natal.
— Para vocês também. – Derek suspirou. – É engraçado né?
— Que nossas princesas nasceram no mesmo dia? – Gibbs o olhou. – Ou que elas escolheram o dia de natal?
— Ambos. – Derek se permitiu tirar o peso dos ombros. – Acho que elas vieram para lembrar o significado desse dia.
— Eu nunca fui do tipo religioso se quer saber. – Gibbs revelou. – Mas há algo nessa data que me faz acreditar que é um milagre de natal.
— Eu vou visitar Jenny depois. – Derek parecia mais contente. – O médico quer me ver.
Eles se separaram no corredor. Ambos sorriam e pensavam sobre seus dois milagres. Elas eram lindas e perfeitas.
Hotch acendeu mais uma vela. Agradecendo por Penelope estar bem. Ele estava louco para Emily chegar aos nove meses. Ela estava de cinco meses, mas ele mal via a hora do nascimento.
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