Fórum: "Os meus novos vizinhos"

Postado em: 12/12/2018 às 06:13pm

@bulletproof_boy123

Começo escrevendo dessa vez as coisas bizarras que aconteceram no colégio logo pela manhã. Ji Soo, So Hee, minha irmã e eu, estávamos andando tranquilamente botando o papo em dia — como fazíamos desde que eles se mudaram para nossa casa do fundo. Mas algo parecia um pouco fora do normal... As garotas estavam cochichando e encarando o moreno e eu, e as bochechas delas estavam mais coradas que um tomate maduro.

Perguntei para So Hee se sabia sobre algo, o porquê de sermos motivos de fofocas. Ela sorriu e bateu em nossas costas, perguntando se realmente não sabíamos de nada. E sinceramente, despois que descobri a verdade, seria melhor se continuássemos sem saber.

Uma fanfic havia se espalhado por todos os lados do colégio, e Ji Soo e eu éramos os protagonistas da história... Como um casal gay.

Enquanto as duas garotas riam, nós ficamos nos encarando, ele num tom sarcástico — como se realmente entendesse aquilo como uma simples brincadeira — mas eu mantinha meu nervosismo, junto com o coração acelerado. Talvez no fundo eu quisesse que aquela fanfic fosse algo real?

Resolvemos ler juntos um trecho do capítulo que havia acabado de ser publicado, em voz alta:

— X —

Então Ji Soo me agarrou com força, jogando-me contra a parede e fixando seus olhos escuros nos meus. Sentia seu perfume cítrico de limão — com um toque doce de maracujá — impregnar por todo meu corpo.

Ele sorri e eu retribuo, mesmo estando nervoso. Não queria dar a entender que estava nervoso, pois aquelas mãos segurando meu pescoço, estavam me deixando louco e cada vez com mais tesão.

O moreno fecha seus olhos, e começa a aproximar seus lábios rosados e carnudos em minha direção, lentamente... Até que...

— X —

"MERDA!"

Que bom que nós dois paramos de ler bem ali. Não me senti bem lendo aquele negócio, na verdade estava constrangido e com medo de que as pessoas realmente estivessem pensando que coisas assim aconteciam conosco. Me perguntava se eu fiz algo que deu muito na cara de que estava gostando dele, a ponto de outros ao nosso redor escreverem coisas assim.

Felizmente So Hee me acalma, dizendo que era normal as garotas dessa idade imaginassem coisas assim. Disse que a maioria delas provavelmente desejava nós dois, mas com medo de serem rejeitadas, elas preferem imaginar vocês como um casal, porque é mais fácil de engolir do que perder para outras meninas.

Por esse motivo o nosso shipp se espalhou rápido em tão poucos dias. Eu era carne antiga e Ji Soo uma nova, mas ambos éramos desejados por todas aquelas malucas que sequer tinham coragem de vir e falar com a gente.

No almoço, sentamos nós três juntos — minha irmã fica dentro da sala terminando uns exercícios com as amigas — e abrimos um pacote de biscoitos que minha mãe tinha comprado para dividirmos.

Ji Soo de repente pega um desses aperitivos e olha fixamente para mim — do mesmo jeito que na fanfic — e me faz abrir a boca. Certo, nesse momento eu tava com o coração saltando para fora e me pergunta que porra ele estava querendo fazer...

O moreno leva o salgadinho até minha boca e o abandona lá dentro. Mastigo lentamente, com o cenho já levantado, tentando entender o motivo de tudo aquilo.

"Certo, agora teremos que nos beijar, para saber se realmente deveríamos virar um casal como naquilo que lemos a pouco, vamos logo de uma vez para acabar mais rápido."

Foi o que ele disse...

Ele se aproxima, esticando o beiço e fechando os olhos com força.

Meu coração palpita forte... Mais forte... Mais forte... ELE IA EXPLODIR!

Tudo que consigo fazer e colocar minha mochila — que até então estava sob a mesa — na frente dos meus lábios, antes de serem tocados por aquela boca de pedreiro.

Yoo So Hee só ficava rindo e repetindo "Kawaii". Até que nesse exato momento, percebemos Lee Jong Suk se aproximar com seus subordinados bobocas.

Ele riu e curtiu com nossa cara — tudo por aquela fanfic que havia se alastrado, e acabou chegando em seus ouvidos. Ele não parava de dizer o quanto parecíamos com bichinhas, outras coisas desse tipo. Um verdadeiro babaca.

Ji Soo já estava se levantando para brigar, quando por impulso o puxo pelos braços, impedindo-o de fazer as coisas com a cabeça quente. Os dois se encaram, e imagino o que teria acontecido se eu não estivesse o segurando, as brincadeiras do outro garoto estavam indo longe demais. 

Aguentamos chacotas e palavras de mal gosto, foi ai que percebi que não queria aquilo pra mim, então talvez ele não fosse a pessoa com quem deveria ficar no final, e sim sua irmã.

Foi difícil... Pra mim, foi quase o fim do mundo... Eu não estava aguentando as pessoas me olhando daquela maneira diferente, e os cochichos estavam cada vez mais frequente. Aquele tempo no colégio durante as aulas, pareceu uma verdadeira eternidade...

Consegui respirar mais calmo quando chegamos em casa. O cheiro da comida de mamãe impregnava o ambiente, e eu sabia o que aquele odor significava... Era a famosa torna de framboesa que ela fazia em momentos especiais. Mas o qual era o motivo especial dessa vez?

Foi então que eu vi aquele garoto atrás de meu pai, se escondendo com aquela expressão esnobe de sempre, a mesma de quando éramos crianças. Era Kyung-soo, meu primo. Aquele garoto de dezessete anos e cabelos pretos raspados, e costumava ser chamado de D.O.

Ele me olhou e sequer me cumprimentou quando me viu, apenas deu aquele sorrisinho cínico de sempre — o mesmo que lembrava de nossa infância, daqueles malditos tempos onde brincávamos juntos e ele me fazia de idiota, sempre fazendo mamãe brigar comigo. Ele transformava minha vida um verdadeiro inferno, nos colocando em confusões e jogando toda a culpa pro meu lado, depois soltava aquele olhar esnobe.

Tudo estava muito calmo, jantávamos tranquilamente como uma família normal. Ji Soo e So Hee nos acompanhavam. Papai me disse que ele passaria uns dias conosco, até minha tia chegar da viagem de negócios. A torta estava deliciosa, e realmente eu achei que continuaríamos apenas aproveitando a comida... 

Foi então que mostrou seu verdadeiro lado, bem agora enquanto eu estou escrevendo esse post pra vocês. Ele fez a pior coisa que podia fazer...

"Titia, seu filho é gay. Ele está tendo um caso com esse garoto aí do lado". Minha mão está coçando, querendo socar a cara desse filho da mãe. Porém o que mais está me preocupando...

Mamãe está me encarando, com os olhos arregalados e com um seco engolido na garganta...

Talvez eu não sobreviva para o próximo post...