Fórum: “Os meus novos vizinhos”

Postado em: 10/12/2018 às 11:47pm

@bulletproof_boy123

Olá! É a minha primeira postagem aqui no blog.

 Antes de tudo deixe me apresentar... Meu nome eu não posso falar, pelo menos não por agora... Digamos que sou um moreno, não muito alto e com os olhos da mesma cor do cabelo para combinar os tons. Moro em Seoul, em uma casa mediana com várias decorações rústicas, tem um jardim com uma pequena fonte de pedras e mais uma pequena construção no fundo, onde minha avó morava antes de falecer. Estou cursando o último ano do ensino médio e logo estarei me preparando para a universidade. Sou um aluno mediano e me considero um bom filho — pelo menos é o que meus pais dizem. Falando neles, deixe apresentá-los. Minha mãe é uma ótima confeiteira, e passa a maior parte do dia assando bolos, que a propósito são entregues por mim. Meu pai é um renomado funcionário da empresa de automóveis mais famosa da Coreia do Sul, a Xyurim Motors. Como toda história de amor clichê, eles se conheceram na fila de um banco, esperando serem atendidos para pagar um boleto de luz atrasado... É acho que essa não é uma das melhores histórias de amor, mas o que importa de verdade é que eles viveram grandes desafios até chegarem aonde estão nos dias de hoje, que na verdade eram todos resultados da minha avó, que era contra o namoro dos dois, chegando até mesmo a correr atrás do meu pai com panelas nas mãos para que não se aproximasse de sua filha, ele vive me contando como era difícil chegar perto do dragão até mesmo para dar um bom dia, só não sei porque vovó tinha esse apelido tão estranho. Mas no fim tudo deu certo e hoje, tanto eu, quanto minha irmã mais nova — a pequena Gyeol — são resultados do grande amor desses pombinhos.

O dia nessa nossa família espetacular já começou de ponta-cabeça. Papai foi... Ele foi... Vocês devem saber o que o número dois significa no banheiro, não é? Enfim, quando por um descuido ele acabou derrubando sua aliança no vaso, e nem me perguntem como ele tirou de lá. Só sei que depois disso mamãe o segurou pela orelha o resto da manhã como castigo, durante todo o café. Claro, esqueci de contar esse lado meio... brutamontes, de minha mãe. Digamos que é melhor não terem ela como inimiga, mas no fundo ela é uma pessoa incrível que me apoia em tudo. Pelo menos eu achava isso até que minha ex-namorada — Kim Jennie — resolve bater em nossa porta as seis e meia da manhã.

Ela entrou e começou a me agredir com aquelas unhas gigantes que mais pareciam ferrões de escorpião. Depois dela explicar que eu a chutei depois de... Bom, eu me diverti aquela noite, mas não me entendam mal, eu apenas não quero me prender a ninguém no momento, prefiro minhas cinco namoradas no mês :) Voltando ao assunto, assim que foi dito o que eu fiz, levei outros tapas, agora de minha mãe. Demorou para que conseguisse acalmar as duas feras bem diante de mim, mas a garota foi embora depois de uma longa conversa de mulheres que eu sinceramente nem quero tentar entender.

Durante todo o caminho até o colégio, mamãe foi me repreendendo pelo transtorno que ouve logo pela manhã. Dizia que éramos muito jovens para ficar pensando nessas coisas de relacionamentos, e que nesse momento tudo que deveríamos nos preocupar era com os estudos. Mal sabe ela quantas vezes eu já namorei só esse ano, e nem quero que saiba na verdade, é um xingamento a menos. Mas no meio da conversa, papai disse algo que me deixou realmente pensativo... Falou que isso era uma fase, e passaria quando o coração batesse mais forte por alguém, tão alto que eu mesmo poderia ouvir o palpitar de dentro do meu peito, então só assim então saberia que aquela era a pessoa certa. Terminou dizendo que era o que ele sentiu quando viu mamãe pela primeira vez.

Fiquei com aquilo martelando na minha cabeça o dia inteiro, sem que conseguisse prestar atenção nas aulas direito — o que na verdade não fazia quase nunca — preferia ficar jogando basquete para chamar a atenção das garotas que ficavam babando ovo da gente suando naquele uniforme branco do colégio.

Como minha irmã começou a estudar no mesmo colégio que eu, não pude ficar treinando com os moleques até mais tarde, afinal tinha que levá-la para casa antes do anoitecer.

Quando chego, meus pais não estão na cozinha preparando o jantar — como faziam todos os dias naquele horário. Então subo as escadas de madeira até os quartos para ver se os encontrava, mas fiquei na mesma, eles não estavam por lá também. Depois disso resolvo sair para o quintal, ver se estavam cuidando da grama. Quando chego no jardim, tudo que encontro é uma garota estranha, que tentava equilibrar mais de quatro caixas de papelão entre seus braços finos. Em súbito, resolvo ajuda-la quando vejo uma delas escorregando.

Nos dois acabamos caindo na grama verde — meio amarelada graças ao pôr do sol — e ficamos ali nos encarando por uns minutos. Ela era incrivelmente linda, com seus olhos negros e cabelos escuros, e um olhar com um brilho penetrante. É quando percebo meu coração batendo, assim como meu pai havia me dito mais cedo no carro. Ele palpitava tão forte que realmente consigo ouvi-lo. Com certeza aquela garota em apuros que encontrei no quintal, mexeu comigo de um jeito que nem mesmo sabia explicar.  

Finalmente meus pais aparecem — acompanhados de um garoto um pouco mais alto do que eu, e de cabelos negros. O jovem ajuda a garota a se levantar e ri da situação. Logo acho se tratar do namorado dela, mas sou interrompido quando mamãe começa a dizer que na verdade eles eram os novos inquilinos da nossa casa dos fundos. Eram irmãos. Ela se chamava Yoo So Hee, e ele Ji Soo

Os dois são convidados a jantar em nossa casa, e mal consigo tirar meus olhos dela durante toda a refeição. O modo como ela comia, os movimentos preciosos de seus lábios carnudos, tudo fazia meu coração bater ainda mais forte, e continua acelerando incontrolavelmente. Nem mesmo o ensopado de frango — minha refeição favorita — consegue retomar meus sentidos.

Logo após comermos, resolvo jogar um pouco de basquete na mini quadra no nosso quintal, para ver se consigo voltar a mim.

Sou interrompido — antes mesmo de começar o jogo — pelo irmão daquela garota, que veio me pedir um pouco de pasta de dente emprestada, dizendo que na correria da mudança da Tailândia para a Coreia, eles acabaram esquecendo de trazer uma. Mas ele se anima em ver a bola e resolve me desafiar.

Ficamos por bons minutos correndo feito dois loucos, tudo para fazer uma cesta, e no fim estávamos empatados. Não querendo que o jogo terminasse desse jeito, ambos saltamos para tentar impedir o outro, quando de repente caímos juntos no gramado. Ele estava encima de mim, me encarando com as bochechas avermelhadas, e mesmo tento uma cara seria quando nos vimos pela primeira vez, sua expressão era de alguém que estava deveres constrangido pela situação. Tudo estava andando normalmente, até que meu coração começa a esmurrar novamente minha caixa torácica, enquanto continuo encarando aqueles olhos negros, com o mesmo brilho dos da irmã.

Cá estou eu, as onze e quarente e cinco da noite e sem conseguir dormir, pensando naqueles dois sem parar.

Se o que meu pai disse for verdade... é possível que meu coração esteja batendo forte por duas pessoas ao mesmo tempo? Eu estou completamente confuso agora. Não entendo como isso aconteceu, mas esses sentimentos estão me consumindo tão rapidamente.

Nunca senti nada especial por alguém, como estou sentindo agora... 

Sendo assim, quem é a pessoa certa? É ela... Ou... Ele?