A maldita carta escrita por TMfa


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ok, isso era para ser uma oneshot, mas não rolou e ficou grande demais, então serão dois capítulos, o segundo quase contando como dois.
Como de praxe, depois de eu tanto abandonar fanfics, eu só estou postando essas belezinhas depois de concluí-las. Beijin.



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A da carta

Kyouka estava tendo um dia cheio. Sério, muito cheio. Os estudantes da UA naturalmente tem muita coisa para fazer, porém, nesse dia, Kyouka estava particularmente ocupada. Além das aulas normais, havia a superstição de seu pai sobre não lançar uma música sem Kyouka ao menos tocar ela uma vez (Vai saber quando isso aconteceu, o lance era que o velho abriria mão de um álbum inteiro se isso não acontecesse), as aulas de guitarra que estava dando à Kaminari e, como se não bastasse, ela estava tendo um pequeno problema com Matemática.

Argh, ela era completamente de humanas, matérias exatas eram muito chatas e seu cérebro se recusava a focar. Não é que ela não entendesse, ela poderia se conseguisse estudar sem imaginar coisas aleatórias no meio do raciocínio. Por isso Momo era sua salvadora, era fácil prestar atenção em Yaomomo, tudo o que a garota mais alta falava chegava aos ouvidos de Kyouka, mesmo que fosse matemática.

O problema era que Momo estava indisponível no momento, e Kyouka não queria depender tanto da amiga, mesmo que Yaoyorozu ficasse feliz em ajudar. Então aqui estava ela, trancada em uma sala fechada da biblioteca desde o final da última aula tentando vender sua alma em troca de sabedoria.

Seu estômago estava desconcentrando-a quando uma batida na porta a fez grunhir um “O que é?” para seja lá quem estivesse na porta. Essa era a alegria da biblioteca, ela não tinha ideia do que havia do lado de fora daquela sala.

— Quando você vai levantar a bunda dessa cadeira, orelha? – Bakugou disse ao entrar, ríspido como sempre.

— Quando eu entender essa porcaria de equação – ela rosnou afundando o rosto na mesa.

— Qual é, Jirou, você está aqui à quase três horas, dê um tempo – sugeriu Kaminari aparecendo atrás de Bakugou.

— Três horas? O que você é? Burra? – Bakugou franziu a testa.

— O que vocês querem? – Ela gemeu em choro e jogando-se dramaticamente na mesa.

— A bateria, mas ela fica no seu quarto, e Cabelo de Merda vai surtar se eu entrar sem você lá – Explicou Katsuki juntando as dezenas de cadernos espalhados – Eu estou esperando há horas, então adianta isso aí.

— Com licença! – Ela repreendeu-o batendo a mão em cima de seus cadernos protetoramente – Pode usar a bateria, só me deixa em paz – Ela resmungou furiosa.

— Ei, relaxa, Jirou – Kaminari tocou seu ombro gentilmente – Você precisa comer também, certo? – Ele sorriu docemente e fez Kyouka aliviar os ombros – Está tudo bem para por hoje, o mundo não vai desabar se você der uma pausa. Vamos lá!

— Ok, tem razão – Ela concordou se espreguiçando – Eu vou devolver esses livros. – Ela juntou quatro livros no colo.

— Eu ajudo! – Se ofereceu Kaminari pegando dois deles e saindo com ela.

— Tch. Lerdos demais – Bakugou resmungou começando a arrumar os cadernos de Kyouka.

Ela tinha cadernos abertos demais para quem estava estudando só um assunto. Logo ele percebeu que a maioria tinha matemática neles, embora um ou outro tivessem partituras e desenhos aleatórios desenhados. Ele revirou os olhos ao perceber que a garota se distraia mais do que estudava, e ele perdendo tempo!  

Com um puxão rápido demais, um dos cadernos soltou uma folha diferente, mais grossa e mais delicada. Bakugou ergueu uma sobrancelha e pegou o papel com atenção.

— Tch. Claro que a orelha é velha a ponto de trocar cartas – Ele debochou ao perceber o conteúdo do papel: Uma carta da mãe da garota.

Ele não tinha interesse em ler a carta, contudo, seus olhos caíram em algumas linhas no meio da carta que acabaram chamando sua atenção inconscientemente. Elas diziam “Nós sabemos que você é responsável, então se você gosta desse garoto, nós vamos te apoiar...”

— Hey! O que você pensa que está fazendo?! – Kyouka tomou a carta da mão do loiro e o olhou furiosa.

— Juntando a sua bagunça – ele respondeu no mesmo tom.

— Quem disse que você pode mexer nas minhas coisas?!

— Eu disse! E quem é esse que a sua mãe tá falando?

Kyouka ficou pálida por dois segundos antes de a raiva aquecer seu rosto novamente.

— Não é da sua conta! – Ela rosnou juntando suas coisas na bolsa de qualquer jeito – Pare de se meter nas minhas coisas. Isso é rude e você passou todos os limites.

Kaminari estava voltando para a sala depois de deixar os livros na prateleira e Kyouka esbarrou no garoto sem pedir desculpas.

— Eita, o que aconteceu?

— Eu não sei de porra nenhuma – Bakugou respondeu tão confuso quanto o loiro elétrico

Quando eles chegaram ao dormitório, Kyouka estava jantando. Ela foi uma das últimas. Ela parecia mal-humorada e, se não fosse por Kaminari pedir com jeitinho, ela teria se recusado a tocar com eles novamente. Claro, ela cedeu com uma provocação sarcástica, porém nada de novo no mundo.

Eles tocaram até a hora do toque de recolher. Em momentos como esse, Iida e Yaoyorozu incumbiram Kirishima de avisá-los que era hora de parar. Desde o festival cultural essas sessões de música no quarto de Jirou eram cada vez mais frequentes - praticamente diárias - quando não eram os três, eram apenas Kyouka e Kaminari ou Kyouka e Katsuki. Algumas vezes Tokoyami se juntava a eles, quando seu espírito estava animado o suficiente. Yaoyorozu tinha um estilo diferente de música, então a garota da criação não participava das sessões de punk rock e o death metal desses três.

Kaminari despediu-se de Jirou e saiu com Kirishima enquanto Bakugou guardava as baquetas e fingia ajeitar uma ou outra coisa nos pedais da bateria. Quando percebeu que havia uma brecha onde pudesse tocar no assunto, o loiro não perdeu tempo.

— Orelha – ele chamou esquivo – Por que você surtou por causa da carta?

— Você não ouviu o Kirishima? – ela o cortou ranzinza – Já deu o toque de recolher.

— Você está mudando...

— Está tarde, Bakugou, e temos aula amanhã, eu preciso dormir – Ela o interrompeu de costas para ele.

Katsuki se irritou com aquilo, ela o interrompeu! E o estava expulsando? Isso era um abuso, ninguém o trata assim! Bakugou saiu do quarto e bateu a porta bruscamente.

A rápida mudança de humor do garoto em menos de 30 segundos assustou Kaminari e Kirishima que estavam no corredor, esperando por ele.

No dia seguinte, Bakugou só se lembrou de ficar irritado com Kyouka no café da manhã, quando a garota obviamente o evitou. Foi quando ele se lembrou da carta e do que nela estava escrito. Ele estava andando para a sala de aula quando começou a especular quem seria o garoto que Jirou gostava.

Bem, a primeira opção seria o Pikachu, certo? Eles parecem siameses de tão grudados. Isso também incluiria a Rabo de cavalo. Mas a carta dizia um garoto, não garota. Ok, Pikachu é a opção. Sério? Aquele burro? Se for, Orelhas tinha menos cérebro que ele.

Katsuki estava no meio de sua reflexão quando ouviu a voz de Jirou chamando Midoriya.

— Seus cadernos. – Jirou entregou ao garoto verde dois cadernos de anotações bem manuseados – Muito obrigada, você salvou minha vida me emprestando suas anotações.

— Não foi nada. Todos precisamos de um pouco de ajuda algumas vezes – Midoriya disse ao pegar seus cadernos.

— Bem, se precisar da minha ajuda, não hesite em pedir, eu te devo uma.

— Se é assim, você poderia me ajudar com o inglês? – Midoriya esfregou a nuca – Kaminari-san disse que você é muito boa nisso.

— Não muito – ela corou, como sempre faz quando recebe qualquer tipo de elogio – Kaminari exagera, mas eu posso ajudar sim, com certeza. Pode ser hoje, se você quiser.

— Ia ser ótimo! Obrigado, Jirou-san.

Mas o quê? Ok. Por essa Katsuki não esperava. Entre todos os garotos, ele nem sequer tinha cogitado o Deku (Na verdade, ele até esqueceu que o Deku era um garoto). Até Pikachu era uma escolha melhor que aquele nerd de merda. Ah, que seja, orelha faz o que quiser da vida dela. E também não é como se ela tivesse chance contra a Cara de Lua, ela e aquele nerd de merda só faltam comprar as alianças.

Pelo resto do dia, Bakugou não pensou mais nisso. Ele decidiu que não era da sua conta e seguiu em frente. Pelo menos foi assim até o fim do dia, depois de jantar, Katsuki terminou a lições de casa e desceu para a cozinha, já estava quase no seu horário normal de dormir, então se ele quisesse beber algo, tinha quer ser agora.

Quando voltou para o quarto, encontrou Jirou segurando alguns livros e cadernos no braço esperando pelo elevador. Ela o cumprimentou nervosamente e eles ficaram em silêncio até o elevador abrir.

— Inglês com Deku? – Bakugou perguntou sem muita importância.

— Uhum – ela respondeu com os fones inquietos.

— Tch. Boa sorte. Aquele nerd de merda consegue ser muito burro para alguém que estuda tanto.

— Eu acho que ele é muito inteligente. – Ela respondeu curtamente.

— Acha é?

Seja a curiosidade, a oportunidade, ou só uma birra por ser um assunto proibido, ele tinha que perguntar.

— Oh, porra, é ele? – Bakugou perguntou com uma careta – Eu pensei que fosse o Pikachu, mas, sério? Deku?!

— Quer saber? Foda-se, Bakugou! – Ela virou se para ele com os fones inquietos de raiva – Isso não é da sua maldita conta! Eu já mandei você parar de se meter nisso, então deixa pra lá!

Por uma benção dos céus, o elevador abriu no segundo andar e Jirou correu para a porta de Midoriya antes que seus fones atacassem Bakugou. Ela sabia que isso causaria sua morte.


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Notas finais do capítulo

Vocês também já estão resumindo a vida de vocês às normas da ABNT? Eu não consigo fazer mais nem lista de compras se não for em Time New Romans, 12, espaçamento de 1,5 etc.



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