As aventuras de uma ruiva- 2° temporada escrita por Anninha


Capítulo 24
A audiência no Ministério da Magia:




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Helena franziu a testa quando viu a cara chocada de Harry. Se não o conhecesse, acharia que ele já esteve ali antes, o que é um pouco impossível. Harry nunca havia pisado no Ministério da Magia, ainda mais em um tribunal como esse que havia sido usado a muitos anos atrás para condenar ou inocentar pessoas. Lena já havia visto esse tribunal nos jornais antigos que pegara na biblioteca de Hogwarts alguns dias antes da última tarefa e sabia que ela não deveria estar aqui.

—Já viu isso antes?- perguntou para Harry, vendo que ele observava o lugar com reconhecimento. As paredes eram de mármore escuro, não como as do corredor desse andar, que eram brilhantes. Não, essas eram escuras e foscas. Nelas, haviam archotes, parecidas com tochas e que iluminavam a sala fracamente. A sala, ou o tribunal, era redonda e havia arquibancadas em todos os lados. As mais baixas abrigavam os Malfoy, os Zabini, alguns bruxos desconhecidos e dois funcionários do Profeta Diário. As mais altas, o Ministro da Magia Cornélio Fudge, e várias outras pessoas com tipos de vestidos vermelhos.

—As memórias de Dumbledore!- Harry exclamou baixinho para ela. Lena assentiu.Harry, no ano passado, havia sem querer caído dentro da penseira de Dumbledore quando foi falar com o mesmo e viu muitas coisas. Balançou a cabeça e percebeu que as vozes se calaram e todos se viraram para os dois.

—Estão atrasados.- a voz masculina ecoou pelo tribunal.

—Paciência. Avisasse com dias de antecedência que mudariam o horário. Ninguém aqui tem bolas de cristal.- Helena disse adentrando mais o tribunal.

— Helena, Harry, por favor, sentem-se.- Octus disse sério e apontando para as cadeiras no centro da sala. Ele queria evitar mais problemas e sabia que sozinha, Helena era um baita de um trabalhão. Lena e Harry não eram tão idiotas. Sabiam que as cadeiras prenderiam seus braços quando se sentassem.

— Não apoia os braços.- Lena sussurrou para Harry enquanto andavam juntos para as cadeiras.- Octus, obrigada por vir.- Lena apertou sua mão e sorriu para ele. Ele sorriu de volta. Quando Lena se sentou, levantou os olhos para as pessoas na arquibancada mais alta e os encarou.

Ela não era bem uma lenda entre eles, mas certamente despertava muita curiosidade e pelo que via no rosto de cada um, agora assombro. Helena até sabia o porque. Harry e Helena lado a lado, pareciam James e Lilian Potter. E todos sabem que ambos haviam morrido anos atrás. Os cochichos começaram e Lena sorriu. No instante que receberá aquela carta nos Dursley's, sabia que isso iria acontecer. Sabia que iria criar um reboliço muito grande e ela estava preparada para isso.

— Chega, senhores!Ordem!- mandou o ministro em alto bom som. Ele estava tão assustado quanto eles, mas precisava continuar.- Os dois acusados tendo finalmente chegado, podemos começar.- Pigarreou.- Os senhores estão prontos?- perguntou aos demais bruxos.

—Estamos, sim senhor.- disse Percy ansioso. Lena bufou e encarou Percy com nojo. Ele estava sentado em umas das extremidades da arquibancada, próximo a Fudge e a mulher de rosa que Lena se lembrava vagamente de a ter visto em Hogwarts antes de partir para o casamento de seus primos.

—Toda aquela merda de sair correndo atrás de ambições para virar mais um capacho de Fudge.- Lena murmurou irritada. Percy ouviu muito bem, mas não levantou os olhos do pergaminho e da pena que seguraram.

— Helena, para.- Octus disse sério. Lena o olhou e ele apontou Remus na arquibancada. O mesmo a olhava sério e Lena se lembrou do que conversaram no trem a caminho do centro. Precisava se comportar e agir como uma menina séria e responsável antes que rode e seja expulsa por bobeira.

— Audiência disciplinar do dia 12 de agosto -Fudge começou a falar com uma voz totalmente chata e Percy começou a anotar imediatamente. - para apurar violações ao Decreto de Restrição á pratica de Magia por Menores e ao Estatuto Internacional de Sigilo cometidas por Harry James Potter, residente na rua dos Alfeneiros, número 4, Little Whinging, Surrey e Helena Lilian Granger, residente da rua Ariel Way Shepherds Bush, Londres W12 7GF. (Se vocês jogarem esse endereço no google, ele vai levar vocês ao endereço de um shopping que realmente existe em Londres, o Westfield London, que eu citei como sendo o lugar que Helena visita com Snape logo na primeira temporada, no dia do aniversário dele.)Inquiridores: Cornélio Oswaldo Fudge, ministro da Magia; Amélia Susana Bones, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia; Dolores Joana Umbridge, subsecretária sênior do ministro. Escriba da corte, Percy Inácio Weasley. Advogado de defesa, Octus Tyler Bourbon...

— Testemunha de defesa, Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore.- Lena e Harry se viraram e Lena não conteu o sorriso. Dumbledore usava vestes azul petróleo e um chapéu da mesma cor. Sua expressão era calma e ele parecia confiante enquanto adentrava o tribunal como se ele fosse o dono do lugar.

As reações entre o pessoal que estava nas arquibancadas mais altas foram bem diferenciadas. Todos olharam para ele. A maioria começou a resmungar, uns aborrecidos e outros apenas receosos com a presença dele. Outras duas bruxas acenaram enquanto davam risinhos.

A cara de Fudge definitivamente era a melhor. Assim que Dumbledore começou a falar seu nome, seu rosto esverdeou e parecia que ele ia vomitar a qualquer instante. Lena queria ver essa cena só para nunca mais esquecer.

— Ah, Dumbledore.- disse com uma voz do tipo "Não era para você chegar a tempo".Um clique na mente de Lena a fez rir baixinho.

— Que foi?- Octus e Harry perguntaram baixinho a ela.

— Ele mudou o horário da audiência porque ele não queria que Dumbledore aparecesse para nos ajudar.- sussurrou para os dois.

— Quebrou a cara então.- Octus murmurou e arrumou a postura.

—...Não chegou a tempo - respondeu Dumbledore animado. - Porém, graças a um feliz engano cheguei ao Ministério três horas mais cedo, por isso não houve prejuízo.- Lena apenas sorriu, fazendo várias pessoas das altas arquibancadas a olharem.

— Hm, entendo. Bem, acho que precisará de uma cadeira...hm...- o ministro olhou perdido para os lados.

— Não se preocupe.- Dumbledore disse agarrando a varinha de dentro das vestes. Com um aceno levemente discreto com a varinha, Dumbledore conjurou uma poltrona muito bonita ao lado de Harry e se sentou. Todos voltaram a murmurar e só pararam quando Fudge começou.

— Sim - repetiu Fudge, folheando suas anotações. - Bom, então. Portanto. As acusações. Sim.- folheou algumas páginas e retomou a atenção para Harry e Helena.- As acusações são as seguintes:

"Que eles intencionalmente, deliberadamente e com plena consciência da ilegalidade de seus atos, já tendo recebido anteriormente um aviso do Ministério da Magia, por escrito, por uma acusação semelhante, executou o Feitiço do Patrono em uma área habitada por trouxas, na presença de um trouxa, no dia vinte de julho às nove horas e vinte e três minutos, o que constitui uma violação ao parágrafo C do Decreto de Restrição à Prática de Magia por Menores, de 1875, e também à Seção 13 do Estatuto de Sigilo da Confederação Internacional dos Bruxos."

— O senhor é Harry James Potter, da rua dos Alfeneiros, número quatro, Little Whinging, Surrey?- O ministro perguntou a Harry, se virando para o mesmo com um olhar mais do irritado. Desgostoso.

— Sim, senhor.- Harry respondeu calmamente, depois de olhar para Octus e ele assentir.

— O senhor recebeu um aviso oficial do Ministério da Magia por ter feito uso ilegal de Magia há três anos, não foi?

— Sim, senhor, mas...-Harry nem ao menos teve a chance de terminar de responder, o Ministro se virou para Helena com um olhar de desgosto.

— A senhorita é Helena Lílian Granger, da rua Ariel Way Shepherds Bush, Londres W12 7GF?

— Sim, eu sou.- Helena não usou o senhor e isso não deixou Fudge feliz. Helena, obviamente, não deu a mínima.

— E a Srta recebeu um aviso oficial do Ministério da Magia por ter feito uso ilegal de Magia em agosto do ano passado, antes mesmo de entrar em Hogwarts, não foi?

— Não sei, não me lembro.- disse calmamente. Ele pareceu irritado.

— Como não se lembra, Srta Granger?- perguntou com os dentes trincados.

— Não me lembrando.6 anos da minha vida foram apagados em janeiro desse ano, minhas memorias podem ter voltado, mas ainda há várias lacunas.- disse séria. Harry mordeu os lábios e encarou Helena. Sabia que ela estava mentindo porque ela mesmo havia dito a ele que assim que ganhou a varinha ficava que nem uma maluca pela casa fazendo feitiços. Obviamente, isso resultou em um aviso oficial de advertência do Ministério para Helena.

— A Sra Pomfrey, medi bruxa de Hogwarts, deixou claro que você havia recuperado 100% de suas memórias, Srta Granger. Eu não gosto de mentiras.- disse o Ministro duro.

— E eu de falta de profissionalidade.- disse duramente. Todos começaram a murmurar surpresos.- Lembrando que minha memória só foi apagada por culpa do Ministério da Magia e seus funcionários que aparentemente não são tão competentes como você anuncia para o mundo bruxo.

— Como?- perguntou o Ministro chocado.- A Srta deveria abaixar este tom perante a mim.- disse ele assustadoramente calmo.

— Vou abaixar o tom porque minha mãe sempre me ensinou que eu não devo levantar a voz para um mais velho, mas não por sentir respeito ou medo.- Helena certamente acabou com toda a cota de choque do homem. Não só com a dele, mas com a de todos. Ninguém esperava que alguém com 11 anos teria mais coragem que um adulto de dizer o que ela acha do Ministro. Eles não eram corajosos o suficiente para isso porque tinham coisas a perder. Helena tinha só Hogwarts e ela causaria se for necessário. Ela ainda tinha príncipios e regras e normas não mudavam isso.

— A partir de agora você só responde o que foi lhe perguntado.- disse frio. Helena não assentiu, não acenou como se tivesse entendido. Nem ao menos piscou.- Diante do que receberam, mesmo assim conjuraram cada um, um patrono na noite do dia vinte de julho?

— Sim, senhor, mas...- Harry novamente foi interrompido.

— Sabendo que nenhum dos dois possuem permissão para a prática de magia fora da escola enquanto não tiverem a idade referente a dezessete anos?

— Sim, senhor, mas... - Helena nem ao menos piscou quando Harry foi novamente impedido de se justificar. Helena mirou Octus e viu que ele iria intervir agora.

— Sabendo que se encontravam em uma área povoada por trou...

— Sr Ministro, apesar de ter sido uma ação intencional, Harry Potter e Helena Granger precisavam usufruir do uso da magia para se protegerem do perigo iminente que se encontravam.- disse Octus ao interromper o Ministro do mesmo jeito que ele estava fazendo com Harry por maldade.

— Perigo Iminente?- perguntou uma das bruxas da arquibancada.- Que situação faria essas crianças usarem um Patrono para se defender?

— Para que se usa um patrono hoje em dia?- Helena perguntou indignada.

— Para se mandar mensagens e expulsar dementadores, é claro.- disse a mesma mulher com raiva.

— Uau!Descobriu a América.- disse debochando.

— Um dementador em Surrey?- uma voz disse chocada.- Isso é impossível.

— Os dois fizeram patronos desenvolvidos?- uma bruxa perguntou com uma voz trovejante.

— Sim, senhora, porque...

— Um patrono corpóreo?

— Um... o que?- Helena se irritou e retirou a varinha da bota.

— Expecto Patronum!- proferiu em alto bom som. A sala ficou escura de repente e uma adorável doninha saiu saltitando de dentro da varinha de Helena. As exclamações de surpresa e admiração fizeram o ego de Helena subir em 200%.- Eu e Harry só não tivemos a alma sugada graças a isso. Graças e esse animal e ao veado de Harry. Precisávamos deles e agora vocês querem nos expulsar por nos defendermos.

— Guarde essa varinha imediatamente, Srta Granger!- gritou o Ministro se levantando de seu lugar.- A Srta deveria ter cumprido uma regra séria e obrigatória e não cumpriu!

— Não mesmo!- exclamou alto.

— A Srta tem de devolver imediatamente a varinha!

— Eu não vou devolver!Dá última vez eu sai daqui quase morta!- berrou tão alto quanto o Ministro.

— Já aconteceu, Srta Granger, até quando se lembrara disso?- uma bruxa disse irritada. Helena começou a rir. Não acreditou no que ouviu e aparentemente os outros bruxos também não.

— Até quando eu vou me lembrar disso?- perguntou enquanto ria.- Vou continuar me lembrando eternamente. Até parar de acordar de noite gritando e chorando por ter sonhos enquanto sou torturada!- Helena começou a andar para as arquibancadas.-Vou continuar lembrando até a hora que eu me olhar no espelho e deixar de ver as cicatrizes que VOCÊS causaram em mim. Vou continuar lembrando quando um homem que eu amar me ver pela primeira vez e me achar nojenta. Vou continuar me lembrando até parar de me sentir exposta toda vez que eu me lembro que me invadiram e me estupraram sem dó alguma. Eu vou continuar lembrando enquanto eu ver a cara de vocês e me lembrar que todos vocês não moveram sequer um dedo para me tirar das mãos daqueles assassinos que vocês cogitaram inocentar!- Seu peito descia e subia tanto que doía.- Nenhum de vocês sabem a dor que eu sofri. Nenhum de vocês recebem olhares de pena ou são perguntados a cada cinco minutos se estão bem. Eu não desejo nem a Voldemort o que eu sofri, e olha que ele merece o pior.- Helena se sentou e guardou a varinha na bota.

Obviamente, depois desse momento, ninguém ao menos conseguiu abrir a boca. Encaravam Helena com choque. Os olhos arregalados e a boca escancarada. O surto de Helena havia deixado uma marca enorme em todos ali dentro e ninguém se esqueceria tão cedo.

— Precisamos continuar.- Disse Fudge depois de pigarrear.- Em relação a essas perguntas e a Srta Granger dizendo que fizeram os patronos por causa de dementadores atacando a ela, Harry Potter e o primo do mesmo, devo dizer que me sinto desgostoso.- disse encarando Helena com frieza. A mesma não o olhou de volta.- Usar isso para aparecer em uma reportagem de capa. É simplesmente desgostoso. Além disso, nem ao menos trouxas podem ver um dementador e...

— Na verdade, Sr Ministro, eu trouxe uma testemunha que esteve na presença dos dementadores naquela noite além de Duda Dursley.- Disse Octus friamente. Não havia o agradado nem um pouco o que fizeram com Helena. O rosto de Fudge pareceu murchar e ele encarou Octus com uma raiva mais do que transparente.

— Não temos tempo para ouvir lorotas, advogado, queremos resolver esse caso sem mais delongas.- disse irritado.

— Bem, Cornélio, meu amigo Octus pode estar errado - começou Dumbledore gentilmente.-, mas pelo que entendemos das leis bruxas, temos certeza que, pela Carta de Direitos da Suprema Corte dos Bruxos, os acusados tem o direito de apresentarem testemunhas para a defesa do seu caso, não é? Não é essa a diretriz do Departamento de Execução das Leis da Magia, Madame Bones?- Helena se sentia tão mal que nem ao menos conseguiu sorrir ao ver a cara de bunda de Fudge. Obviamente ele já sabia qual era a verdade.

— É verdade, inteiramente verdade.

— Ótimo.- retrucou o Ministro com irritação.- Onde está essa pessoa?- perguntou para Octus.

— Esperando lá fora.- disse ele sério.

— Weasley, vá chamá-la.- disse abanando a mão.

O menino se levantou rapidamente, e imediatamente desceu as escadas das arquibancadas, passou pela portinhola e passou por Helena, Harry, Dumbledore e Octus correndo. Voltou acompanhado pela Sra. Figg. A coitada parecia apavorada e caduca, ainda mais usando aquelas pantufas de sempre. Dumbledore cedeu sua poltrona para a mulher e conjurou outra para ele mesmo.

— Nome completo?- Fudge questionou depois da Sra Figg se sentou, nervosa, mais na borda da Poltrona.

— Arabela Dora Figg.- respondeu com a voz trêmula.

— E quem é você exatamente?- perguntou o tão querido Ministro com uma voz carregada de tédio e arrogância. Helena se levantou e foi para perto das arquibancadas onde estavam Sirius, Thiago, Remus, Arthur e Theo. Ela não iria falar com eles, mas não conseguia mais olhar para a cara de Fudge ou qualquer um dali sem sentir uma vontade crescente e interminável de sumir. Ou matar.

— Sou uma moradora em Little Whinging, de frente para á casa onde mora Harry Potter.

— Não temos registro de nenhuma bruxa ou bruxo residindo em Little Whinging, a não ser Harry Potter. - disse Madame Bones imediatamente. Ela ia falar outra coisa, mas Arabela foi mais rápida.

— Sou uma bruxa abortada - disse a Sra Figg.-, nesse caso você não teria um registro meu, teria?

— Bruxa abortada, hm?- Fudge disse desconfiado, a olhando por cima dos óculos que usava.- Iremos verificar isso. Entretanto, bruxos abortados são capazes de ver dementadores?

— É claro que somos!- exclamou a mulher indignada. Lena respirou fundo mais uma vez e tentou sorrir quando Thiago desceu as arquibancadas para ficar mais perto dela. Agarrou sua mão e a segurou.

— Ótimo.- disse ele com superioridade.- Qual é a sua história?

— Eu estava a caminho da loja da esquina para comprar comida de gato no fim da Alameda da Glicínias, por volta das 21 horas.- começou a contar a Sra Figg sem nem pensar duas vezes.- Então ouvi uma perturbação na travessa entre o largo das Magnólias e a Alameda das Glicínias. Quando me aproximei da entrada da travessa, vi dementadores correndo...

(A partir daqui, peguei esse trecho dos livros. Mudei uma coisa ou outra, nada tão importante.)

— Correndo? - perguntou Madame Bones rispidamente. - Dementadores não correm, deslizam.- Lena mordeu os lábios irritada e encarou sua mão junto a Thiago.

— Foi isso que quis dizer - corrigiu a Sra. Figg rapidamente, manchas rosadas surgindo em suas bochechas murchas. - Deslizando pela travessa em direção ao que me pareceram dois garotos e uma garota ruiva.

— Que aparência tinham? - perguntou Madame Bones, apertando os olhos de modo que o contorno do monóculo desapareceu sob sua carne.

— Bem, um era bem grande e o outro um tanto magricela...A menina era bem pe...

— Não, não - disse Madame Bones impaciente. - Os dementadores. Descreva-os.

— Ah - disse a Sra. Figg, o rubor subindo-lhe agora pelo pescoço. - Eram grandes. Grandes e usavam capas.

— Grandes e usavam capas - repetiu Madame Bones tranquilamente, enquanto Fudge dava uma risadinha desdenhosa. - Entendo. Mais alguma coisa?

— Sim, senhora - disse a Sra. Figg. - Senti a presença deles. Tudo ficou frio e era uma noite bem quente de verão, veja bem. E senti... como se toda a felicidade tivesse desaparecido do mundo... e me lembrei... de coisas medonhas...- Lena deu graças a Deus. Isso era um testemunho válido. A bruxa Bones a olhou com surpresa, as sobrancelhas subiram e ela a olhou impressionada.

— Que foi que os dementadores fizeram?- perguntou Madame Bones, os olhos sérios.

— Eles avançaram sobre os garotos - disse a Sra. Figg, a voz mais forte e confiante agora, o rubor se esvaindo do rosto. - Um deles caíra, o Duda. O outro estava recuando, tentando repelir o dementador. Era Harry. O dementador avançou sobre o menino Duda e Helena atraiu a atenção do dementador para si mesma. Então, Harry usou sua varinha. Por duas vezes, ele tentou, mas só produziu um vaporzinho prateado. Na terceira tentativa, produziu um Patrono, que investiu contra o primeiro dementador e depois, com a ajuda do patrono de Helena, afugentou o segundo. E isso... isso foi o que aconteceu - encerrou a Sra. Figg, de forma pouco conclusiva.

Sra. Bones mirou a Sra. Figg em silêncio. Fudge não olhava para ela agora, mexia nos seus documentos. Finalmente, ergueu a cabeça e disse, um tanto agressivamente:

— Foi isso que a senhora viu?

— Foi isso que aconteceu - repetiu a Sra. Figg.

— Muito bem - disse Fudge. - Pode se retirar.- disse friamente. A Sra Figg o olhou com um tanto de medo e se levantou. Apertou a mão de Dumbledore e sorriu para Harry, Helena e Octus antes de se retirar.

— Não foi uma testemunha muito convincente - disse Fudge com altivez.

— Ah, não sei - disse a Sra. Bones com sua voz de trovão. - Ela certamente descreveu os efeitos de um ataque de dementadores com muita precisão. E não posso imaginar por que diria que eles estiveram lá se não tivessem estado.

— Dementadores perambulando por um subúrbio de trouxas simplesmente encontram um bruxo por acaso? - caçoou Fudge. - As probabilidades disto acontecer devem ser muito, muito remotas. Nem mesmo Bagman teria apostado...

— Chega!- Helena exclamou alto. Todos a olharam.- Eu não vou permanecer nesse lugar por mais um segundo sequer.- ela soltou a mão de Thiago e se aproximou de Octus.- Entrega os Exames de uma vez.- pediu séria. Ele assentiu e retirou uma série de papéis de dentro da pasta dele.

— O que é isto?- perguntou Fudge irritado.

— São os exames médicos da Srta Granger feitos no dia do ataque. Isso comprova que ela e Harry Potter foram atacados naquele dia.- Octus disse sério, entregando os papéis. O homem começou a analisar os papéis, lendo um por um.

— Mas isso é um absurdo!O cúmulo das suas mentiras!- gritou ele ultrajado.- Fingir exames para comprovar que esteve na presença de dementadores é crime!- Helena o mirou, irritada.

— Olha aqui seu Ministro ameba.- se aproximou dele e da arquibancada. As bocas se escancararam e o choque novamente foi o que mais se viu. Helena perdeu toda e qualquer paciência que tinha nesse momento.- Eu tenho mil coisas para lidar!Eu não desperdiçaria meu tempo e nem a minha vontade de viver para falsificar documentos! Eu não passei pelo inferno para ser chamada de falsificadora, inventora de histórias, mentirosa e o diabo a quatro!- Gritou enquanto apontava o dedo em seu rosto.-Ao invés de você usar Tribunais que condenam suspeitos a Azkaban para julgar menores que usaram magia fora da escola, por que você não levanta a bunda dessa cadeira e procura saber se algum desses palermas não estão traindo você e seu mandato inútil?

— Helena, pelo amor de Deus!- Dumbledore arregalou os olhos, puxando a menina para se sentar.

— Quem você está chamando de palerma?- berrou um dos bruxos se levantando.

— Você!Fudge!Todos vocês!- exclamou Helena em alto bom som.- E não faça essa cara de tonto!- disse para Fudge.- Alguém presente nessa sala com uma patente alta está mandando dementadores passearem por aí!Eu sugiro que abra bem os olhos, Ministro!Você está totalmente desacreditado pelo público e mais uma, você roda!

— Como disse?- perguntou furioso.

— Já foi um escândalo a notícia de que Sirius Black era inocente e passou 12 anos preso em Azkaban. Imagine se vazar que existe um traidor entre os seus, que mandam criaturas sombrias e mortais dar um passeio no mundo dos trouxas para machucar duas crianças?- a voz de Helena soou cínica e sem nenhum indício de estar brincando.

— Isso é impossível, garota!Olha como fala e o que fala!

— São fatos, Fudge. Ou você tem um traidor entre os seus, ou você não tem mais controle sobre os dementadores.- Helena soltou um sorriso um tanto sádico.- Ano retrasado você já foi bastante atormentado pelos pais quando deixou que dementadores frequentassem Hogwarts com seus queridos filhos.- Helena se soltou de Dumbledore e se aproximou da bancada novamente.- Eu quero só ver quando escapar que o tão competente Ministro da Magia britânico está perdendo o controle de mais de milhões de dementadores. Eu já imagino o inferno que vai ser e eu adoraria ver você cair.- Helena e Fudge se encaram olho no olho. Estavam furiosos, com raiva e certamente não sentirão nada um por outro além de ódio.

 Sr Octus, acho bom você controlar sua cliente ou vou tomar providências extremas para contê-la.- rosnou o Ministro.

— Ministro da Magia perde o controle que tinha sobre os Dementadores- O pânico foi instaurado!— Helena anunciou jogando a mão para o alto.— Ministro da Magia expulsa Harry Potter e Helena Granger depois de se defenderem de dementadores fora de Hogwarts!— continuou gritando enquanto andava pela sala.- Ministro da Magia utiliza força e violência para conter Helena Granger- A covardia é um grande problema!— Lena encarou a todos com diversão e superioridade.- Ministério da Magia adverte- Fudge sofrerá impeachment!— Lena se aproximou da bancada novamente e sorriu para Fudge.- Quer que eu continue?Na verdade, eu não acabei.- Sorriu e se aproximou das arquibancadas mais baixas.- Você ai do Profeta. Prepara a pena!- mandou e a mulher a obedeceu.- Vou contar umas coisas sobre nosso querido Ministro da Magia.

— Pode falar.- encorajou a mulher.

— Fato 1: Cornélio Fudge recebe propina!- Anunciou em um bom volume de voz. Várias exclamações de surpresa ecoaram pelo Tribunal.

— Você tem provas?- perguntou a mulher para Helena.

— Tenho várias. Não se preocupe que eu vou te passar tudo depois!- Andou novamente ao redor das arquibancadas e parou de frente para os Malfoy.- Fato 2: Ele emprega Comensais da Morte. Lúcios Malfoy, Crabble, Goyle, Parkinson, Yalex.- Lúcios se levantou e apontou a bengala para Helena.

— Não diga asneiras, Granger! Vai acabar parando em um manicômio desse jeito!- exclamou irritado.

— Porque não levanta a manga, Malfoy?- Deitou a cabeça no próprio ombro e o homem titubiou.- Medo de ser pego no ato?- sorriu novamente.

— BASTA SRTA GRANGER. EU QUERO ORDEM NESTE TRIBUNAL. SENTE-SE AGORA OU VOU EXPULSÁ-LA DE HOGWARTS!- Lena gargalhou e se sentou.- NUNCA ME SENTI TÃO ULTRAJADO, TÃO EXPOSTO E DESGOSTOSO EM TODA A MINHA VIDA.- Gritou o Ministro como se não houvesse amanhã.- A SRTA SE HUMILHOU E HUMILHOU A TODOS NÓS COM ESSE SEU DESRESPEITO!

— Eu estou com a consciência tranquila.- murmurou calmamente.

— BASTA!- berrou novamente. Seu rosto estava vermelho e cheio de veias pulsantes a vista.- A próxima vez que você falar, vai ser expulsa e eu mesmo irei destruir sua varinha.- Helena ficou quieta e tentou ao máximo não olhar para ninguém.

Sr Ministro, o veredicto?- perguntou Octus em uma voz alta.

— Não haverá um até isso ser comprovado verdadeiro.- rosnou o homem.- Weasley, examine isso.- mandou entregando os papéis na mão do ruivo.Helena e Harry perceberam que os dois trocaram olhares sérios e soube que sairia merda dali.

— Não!- Octus exclamou de repente.- Eu quero que essa verificação seja feita pela Sra Madame Bones!- exclamou um pouco mais calmo.

— Entregue a ela, Weasley.- rosnou Fudge com ódio.O ruivo até tentou olhar para os olhos de Madame Bones com uma clara mensagem "Altere os documentos", mas ela não entendeu e nunca faria isso.

Ela retirou a varinha das vestes e demorou cerca de cinco minutos fazendo uma série de feitiços nos papéis.Quando uma luz verde iluminou os papéis, Octus sorriu aliviado e Madame Bones sorriu para Harry e Helena.

— São reais.Palavra por palavra.- disse calmamente e então, várias vozes indignadas se sobreporam a felicidade de Helena e Harry.

— Como é possível que dementadores tenham ido para o mundo trouxa sem a nossa permissão?- um dos bruxos da alta arquibancada gritou.

— Estamos perdendo o controle?- gritou um outro bruxo.

— Dementadores nunca foram bons!Vamos dispensa-los antes que nos matem!- berrou outro bruxo e vários gritaram em aprovação.

— BASTA!- gritou o Ministro batendo com seu martelo na mesa.As vozes se silenciaram e o Ministro olhou para Helena e Harry.- Os que são a favor de inocentar os acusados de todas as imputações? - perguntou ele irritado, os olhos mirando os de Helena com ódio.Ela só o olhou com superioridade.Várias pessoas levantaram as mãos, incluindo a Madame Bones.- E os que são a favor da condenação?- perguntou.Ele mesmo levantou a mão e assim fizeram mais 15 pessoas.

— Bem, obrigada!- Dumbledore se levantou e a cadeira sumiu.- Foi um prazer!- disse enquanto ia para a porta.Ele simplesmente sumiu através dela.


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