- Eu vou matar esse cretino!- Helena Granger exclamou no momento que atravessou a porta do quarto de Harry Potter a dentro.Ele pulou de susto e encarou a irmã meio abestado.- Ah Harry!Que nojo!- ela se virou para porta e Harry se virou para a parede.Puxou as calças e a cueca para cima e escondeu a foto que segurava dentro do bolso.

— O-o que foi Helena?- Ele perguntou se virando para a irmã, que agora o encarava com uma cara de desgosto.Segurou a risada.Helena estava com os cabelos ruivos cheios de tinta azul, a camiseta favorita com algo marrom bem fedida e o rosto com uma faceta raivosa, irritada, com nojo.Basicamente tudo.O braço esquerdo ainda estava dentro da tipoia azul e assinada com alguns nomes conhecidos.Aquela tipoia havia se tornado parte da vida e do corpo de Helena.Ela iria segurar, pelo resto da vida da irmã, seu braço inutilizável.

Harry poderia mentir à si mesmo dizendo que a irmã estava bem com isso, mas sabia que não estava.Constantemente, mesmo odiando, pegava a mesma chorando por não conseguir cortar uma laranja ou apenas pegar algo pesado que precisava de uma segunda mão.Helena odiava ser um fardo e Harry odiava o fato dela se achar um fardo.

Helena era uma garota frágil que se fazia de durona.Harry sabia que nunca iria se arrepender de ter a conhecido.Saber que não era sozinho já era bom demais.Para ele, Helena foi uma surpresa.Nunca esqueceria o momento que abriu o Mapa do Maroto e viu o nome Helena Potter correndo pelo castelo atrás dos dois Weasley's mais velhos.

—HARRY!TÁ ME OUVINDO CARAMBA?- A voz doce e calma de Helena inundou seus ouvidos com gentileza e Harry beijou o chão.Não estava em um bom dia, notou já enfezado.

—Estou Helena, estou.- murmurou se apoiando na cama e se levantando.Helena se sentou na cadeira da escrivaninha e Harry a encarou.-Aliás, Tyler mexeu com você de novo?- perguntou com tédio, observando a irmã.Ela assentiu, um tanto irritada.

— Aquele cretino fez de novo uma pegadinha em mim.De novo.- ela tornou a falar e Harry suspirou, passando a mão no rosto.

O melhor amigo de Duda Dursley, seu primo, era Tyler Smithens.Um garoto alto, espinhudo, depravado e maroto.Ele adorava pregar peças e Helena foi seu primeiro alvo durante sua estadia na casa dos Dursley's.Não havia sido nada bom.

Harry suspirou por uma décima vez desde que chegará na casa dos tios.Não queria estar ali.Lógico que havia gostado da carta da tia convidando apenas um amigo dele, mas nada se comparava a estar com os pais, o padrinho e os amigos.

— Harry, o jantar está na mesa.- A voz de Helena se sobrepôs as risadas que vinham lá de baixo.

— Já vou!- ele gritou de volta, se levantando da cama de seu quarto minúsculo.Helena ficou no quarto de hóspedes, perfeito para ela e seus vários animais bagunceiros.

Quando Harry estava descendo, ouviu a irmã gritar.Gritar tão alto que teve certeza que a rua inteira ouviu e provavelmente meteram as cabeças na janela para ver onde acontecia o escândalo.Harry voltou com tudo para a escada, a subindo rapidamente.Ao abrir a porta do quarto da irmã, a viu se contorcendo e tentando alcançar as costas.Ela estava vermelha, com marcas de unha em todo lugar que Harry podia ver.

— Jesus, o que aconteceu?- perguntou o Potter mais velho assustado, se aproximando da irmã.

— Está coçando, Harry!Muito!- ela gemeu, deixando as costas de lado e passando as unhas na perna.Harry se aproximou mais um pouco e viu o porque do desespero da irmã.Havia um pó marrom em toda a sua roupa e, consequentemente, em todo o seu corpo.

Harry era meio pateta e um tanto desligado, mas sabia reconhecer Pó de mico quando via um.

— Vem pro banho.Vai ajudar quando a água cair no seu corpo.- Harry mandou sério e Lena gemeu, assentindo.Então os dois saíram do quarto e estancaram.Tyler vinha subindo as escadas e quando ele parou a frente dos dois, Lena percebeu o pacote de pó de mico, o que ela havia comprado a algumas semanas, no bolso do garoto.Ele sorriu e ela sorriu de volta, um sorriso sinistro de se ver.Harry deu dois passos para trás.

— Ouvi você gritando.Sua tia pediu para checar.- O garoto disse.

— Está tudo bem, eu apenas cai.- e ela mostrou o cotovelo.Havia um pouco de sangue Ali, mas era por que Helena havia usado as unhas para se coçar.

— Ah sim, vou descer e avisar.- ele disse com um pouco de raiva.Ela assentiu.No instante que ele sumiu escada a baixo, Helena voltou a se coçar.

— Sai da minha frente.- ela voltou ao quarto e agarrou Doing do chão.- Harry, pegue Nestlé , Felpudo e Dougal.- Helena ordenou e saiu do quarto.Abriu a porta do quarto de Duda e colocou Doing no colchão que estava no chão.

— Helena, o que está fazendo?- perguntou seriamente.Ela abriu o armário e pegou a mala lotada de roupas.Jogou no chão e a abriu.Arrancou os pets da mão de Harry e os colocou sobre as roupas.- Helena, que dia...

— Façam xixi garotos.- ela mandou, interrompendo Harry.Harry arregalou os olhos e se surpreendeu que os bichos se aliviavam ali mesmo.No colchão e nas roupas.

— Merlin!- ele segurou a risada quando viu que Dougal também começou a fazer cocô.O resto o imitou.

— Muito bem, para o quarto meninos.Harry, dê biscoitos a eles.- Helena fechou a mala e a colocou de volta no armário.Harry continuou parado no lugar, surpreso.- O que?Meu nome é Helena Granger e eu não vou deixar que qualquer um mexa comigo.- E Helena puxou Harry para fora do quarto.

Até o momento que Lena deitou na cama, estava tudo perfeito.Porém, Tyler gritou no quarto ao lado e logo Duda e Tyler estavam no corredor.

— O que aconteceu?- Petúnia perguntou aos dois garotos e Lena colocou a cabeça para fora do quarto, do mesmo modo que Harry fez.

— Algum animal fez cocô e xixi em tudo quanto é lugar no quarto!- Tyler comunicou com nojo.

— Aposto que foi os animais nojentos de Helena!- Duda acusou, apontando para a menina.

— O que?- Helena disse chocada e logo seus olhos lacrimejaram.- V-você não po-pode me a-a-acusar assim!- ela iniciou um choro falso.Harry a achou brilhante.O rosto de Petúnia ficou cheio de pena e ela se aproximou de Helena, a abraçando.

— Não chore querida, seu primo estava apenas brincando!- ela disse calmamente, mas lançando um olhar de raiva para o filho.

— E-eu não gostei!Faz dois dias que ele implica comigo e-e-e diz que eu sou uma aleijada órfã!- ela chorou mais alto, intensificando os soluços.

— DUDA DURSLEY!- berrou a mulher inconformada, enquanto Duda ficava pálido e olhava para a mãe.Harry voltou para dentro do quarto e se jogou na cama, tampando a cara no travesseiro para não chorar de tanto rir.- O senhor está de castigo até a segunda ordem e ficará sem sobremesa!- A mulher acariciou as costas de Helena, que tirou o rosto de sua barriga para encarar o primo e o amigo dele com um sorriso mais do que malvado.Os dois abriram a boca chocados.

— MAS MÂE!- O gordo gritou.

— SEM MAS!- ela gritou de volta e Duda se encolheu.Nunca tinha visto a mãe gritar com ele.- Vamos Helena, vamos tomar um chá para se acalmar.- A tia a puxou para a escada calmamente e Helena, ainda chorando, a acompanhou.- Você pode escolher um doce também.Eu faço agora mesmo!

— Mousse de chocolate com pedaços de palha italiana?- A menina pediu com a voz toda tremida.

— Me ajuda a fazer?- os dois ouviram a voz da mãe de Duda já soar lá na cozinha.

— Claro!- Helena disse um pouco mais animada.

Harry sorriu de novo para o nada e encarou a irmã.No dia seguinte aquele, Duda e Tyler, que dormiram na sala, tiveram que passar o dia arrumando a casa e lavando as roupas enquanto Helena e Petúnia passavam o dia fora.

O problema foi que, quando Helena voltou, se deparou com o quarto arrumado.E os dois gatos e o cachorros pintados de cores fortes, como azul, roxo e laranja.

Helena sorriu.Dois coelhos com uma cajadada só.Abriu a porta do quarto e deixou com que os três escapassem para o corredor.

— Tia Petúnia!Duda pintou meus gatos e os largou ainda molhados no corredor! Eles sujaram tudo! 

Harry apenas ouviu o grito histérico de tia Petúnia.E depois ouviu a bronca que Duda e Tyler receberam.Não só da tia como também do tio, que ficou profundamente irritado ao ver que os gatos invadiram o armário do quarto dos tios e sujaram tudo.

Depois disso, foi pegadinha atrás de pegadinha.Helena havia nomeado aquilo como A Batalha de Pegadinhas.Ganhava a última pessoa a ser expulsa da casa.

— Harry.- Lena chamou e Harry balançou a cabeça.A menina estava pálida e piscava os olhos lentamente, como se fosse desmaiar.Ele rapidamente a examinou e viu que seu braço esquerdo havia se soltado dos pontos e sangrava.Sangrava bastante.

— TIA PETÚNIA, SOCORRO!- Harry chamou no instante que Helena caiu em seus braços.Meio minuto depois, Tia Petúnia adentrou o quarto com Duda e Tyler logo atrás dela.

— Duda, corra e chame uma ambulância.Harry, Tyler, me ajudem a estancar o sangue.

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No dia seguinte, Helena voltou para casa.O braço estava com novos pontos e ela havia tomado 1,5 de sangue direto na veia.Tyler havia dado trégua a ela, mas ela não.

Ele acordou no quintal, coberto de xixi de animais e sem saber como parou lá.Harry perguntou como a irmã fez aquilo.Não era normal uma garota de 11 anos, sem o movimento de um dos braços, arrastar um garoto com o dobro de seu peso quarto afora, escada a baixo, passar pela enorme sala, pela cozinha e o deixar no quintal, sem o acordar.

Helena apenas sorriu para Harry e disse:

— Um mágico nunca revela seus segredos.

Harry queria ter a criatividade de Helena para fazer pegadinhas como ela faz, mas sabia que tinha quase a mesma personalidade da mãe, com a sorte de arranjar encrencas como o pai.Helena havia puxado toda a aparência da mãe, mas a personalidade inteira era do pai.As pegadinhas, as encrencas, a competitividade, o ego inflado, a arrogância e prepotência, o sarcasmo.

Era tudo de James Potter e os últimos meses na companhia do mesmo, mais a influência dos outros três marotos mais o tempo junto com Fred e Jorge Weasley, tornaram Helena assim.E 10 vezes pior.Harry foi ter esse pensamento quando Helena realizou seu desejo e expulsou, á força, Tyler Smithens da residência Dursley.

Depois de passar a tarde fora, apenas andando e jogando conversa fora, Harry e Helena entraram em casa rindo das últimas pérolas de Rony Weasley e Hermione Granger, ambos amigos dos irmãos e irmã mais velha de Helena.

— Ah, que ótimo.- Duda exclamou do sófa e Helena revirou os olhos.Duda estava junto dos amigos dele e Tyler.

Mas os dois irmãos ignoraram as pessoas na sala e subiram as escadas.Cada um tomou o caminho para o quarto e no instante que Helena fechou a porta e se virou, arregalou os olhos.Havia uma cobra gigante sobre a sua cama.Gigante mesmo.Verde e pegajosa.

— VOCÊ COMEU MEUS ANIMAIS?- Helena berrou em língua de cobra, ao olhar em volta e não encontrar os bichinhos que tanto preza.

— Eles só estão escondidos Srta.Eu juro.- A cobra falou e Lena suspirou.

— Obrigada por não come-los.Saiam meninos.- mandou a ruiva e os quatro saíram de baixo da cama, onde as gaiolas estavam.- Como aqueles idiotas te trouxeram para cima?- perguntou cruzando os braços e encarando a cobra.

— Eles me apagaram com um dardo.- Lena suspirou e se sentou ao lado da cobra.

— Quer dar um susto neles?- perguntou dando um sorriso alegre, como se tivesse ganhado o melhor presente de Natal.

— Vou poder ir embora depois?- A cobra sibilou parecendo excitada.

— Se quiser.- Lena deu de ombros e a cobra rastejou até a ruiva.Helena se levantou da cama e agarrou a cobra no ar.Calmamente, a colocou atrás de seu pescoço e fungou, arrumando o corpo.A cobra era pesada.

Lena saiu do quarto e desceu as escadas calmamente.Ao chegar na sala, sorriu ao ver que tinha uma enorme plateia.Os pais dos amigos de Duda estavam ali também.

— Tia Petúnia, olha o que os meninos me deram!- Lena exclamou animadamente, chamando a atentão de todos.As mulheres gritaram, cada uma dando passos largos para trás.

— ONDE FOI QUE ARRANJARAM ISSO? 

— VOCÊS ESTÃO LOUCOS?

— ELA PODIA SE MACHUCAR!

Cada homem ali presente foi gritando com os filhos, que apavorados, estavam bem longe de Helena.

— A sorte é que meu tio era um domador de cobras e me ensinou a cuidar de uma.- Lena disse calmamente.- E a sorte é que nenhum dos meus gatos foram comidos, se não, vocês iriam virar comida de cobra seus bananas!- e a cobra sibilou altamente para os meninos.

— Helena, querida, leve essa cobra embora daqui, por favor.- pediu Tia Petúnia escondida atrás do marido.

— Que diabos está acontecen...Helena larga essa cobra!- Harry ia descendo as escadas com um cesto de roupa suja em mãos.

— Toma, esse troço tá pesado e meu braço não aguenta mais.-Helena chegou perto de Harry e ele revirou os olhos.Era a terceira vez em dois meses que Helena fazia o mesmo segurar uma cobra.

— Eu quero ficar!- A cobra sibilou e os dois irmãos pararam.- Por favor!Eu me escondo no cesto e o garoto me leva para cima de volta.Eu gostei de vocês!- A cobra sibilou animada.

— Tá bom.- Harry assentiu e a cobra rastejou para seus ombros.Helena suspirou aliviada e checou o braço.Estava em ótimo estado.Harry sumiu para dentro da cozinha e Lena observou os pais.

— Tyler, vá fazer suas malas.Sua punição é não ficar mais aqui.- uma das mulheres, provavelmente a mãe de Tyler, disse com muita raiva.

— Mas mãe...

— Mas mãe uma ova!Agora Tyler!- mandou a mulher e o garoto passou por entre os amigos e o sofá e passou por Helena.A mesma colocou o pé na frente dele, e ele caiu em direção a escada.A sorte é que ele colocou as duas mãos na frente.Helena se agachou para ajudá-lo e sem ninguém ver, grudou a boca no ouvido do mais velho.

— Pense muito bem da próxima vez que for mexer comigo.Eu não perdoo facilmente.- sussurrou e o soltou.Foi em direção a cozinha e sumiu quintal a fora.