Primrose ▸ Edward Cullen escrita por Woodsday


Capítulo 2
+ 02




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771399/chapter/2

 

+ FinkLooking Too Closely

+ 04 anos

— Primrose! — O grito estridente de Rosalie soou da cozinha e Edward ouviu Prim soltar uma gargalhada. Não segurou o riso quando a garotinha trajando somente a calcinha de ursinhos pulou em seu colo enfiando-se entre seu braço e as almofadas gigantescas do sofá. Ela usava laços pequenos nos cabelos ruivos e olhou para ele de forma conspiratória fazendo um gesto de silêncio com os dedos gordinhos. — Venha vestir a sua roupa! Eu não vou falar outra vez.
Rosalie já havia dito a mesma frase dez vezes. Prim lamentavelmente tinha todos em sua mão. 
— Não quero mamãe. — Prim respondeu em um grito debaixo do braço de Edward. — Fala pra ela Ed. 
— Rosalie, acho que a Prim não está aqui nesse momento. 
Rosalie chegou a sala de braços cruzados. Estava segurando o tutu cor de rosa na mão e tinha a expressão irritada que as mães comumente tem de vez em quando. 
— Eu falo sério! — ele se defendeu ouvindo o risinho de Prim. A pequena não sabia que a mãe também podia ouvir, mas Rose entrou no jogo lançando um olhar malicioso para Edward. 
— Bem, é uma pena. Hoje seria um dia espetacular. A tia Anya estaria lá e a mãe de Adrian nos convidou para tomar sorvete logo depois da aula, mas como a Prim não está... 
— Ela tá sim! — Prim saiu debaixo do braço de Edward — solta Ed! — resmungou quando Edward não fez esforço para deixá-la sair. Rose sorriu satisfeita e esticou o tutu para Prim que prontamente ergueu os braços para vesti-lo. 
— Golpe baixo. — resmungou Edward que não gostava da ideia de Prim se animar para brincar com o novo amiguinho. O menino de cinco anos que se chamava Adrian morava duas casas ao lado da de Rosalie, que decidiu viver na cidade por causa de Prim. 
— Venha colocar os sapatos, querida. — Rosalie colocou Prim sentada no sofá e calçou as pequenas sapatilhas rosas em seus pés. — Edward, você vai ficar? 
— E claro irmã. Quer que eu prepare o jantar para o seu marido? —  Questionou com ironia enquanto voltava os olhos para o livro em seu colo. Edward particularmente achava um absurdo que Prim ficasse longe da família.
Rosalie revirou os olhos colocando em Prim um casaco que a fez sumir, luvas e o gorro cor de rosa.

 De todos os Cullens, Edward foi o único que não aceitara a mudança de Rosalie para uma casa da cidade e o afastamento mínimo de Prim. A consequência disso era a presença constante de Edward em sua casa, muito mais que os outros.

Estavam há um ano morando em uma comuna afastada do centro de São Petersburgo, desde quando a adoção de Primrose se concretizou e ela se tornou uma Cullen oficial. Não foi exatamente difícil, os Kahil não tinham parentes próximos, Prim só tinha uma tia de terceiro grau que tinha oitenta anos. Foi fácil convencer a assistente social que um casal bem sucedido e com família estruturada seria o melhor lar para a criança. 
Então agora Rosalie era Rosalie Cullen, mãe da Prim, dona de um pequeno ateliê onde era sócia com Alice e a mãe mais invejada da escolinha da filha. Todas as mãe se questionavam como Rosalie conseguia dar conta de um negócio, uma casa, uma família e ainda estar sempre exuberante e linda, além de ter um marido tão lindo e bem sucedido nos negócios, e tão apaixonado por ela.
Rose tinha que admitir que se sentia muito vaidosa com os elogios, mas o mérito não era dela. Era da sua natureza vampira. O único jantar que fazia era o da filha de quatro anos e a bagunça que a pequena furacão fazia era sempre organizada em breves minutos. Seu negócio já tinha quase uma centena de anos, e era fácil evitar imprevistos com uma sócia vidente. 
A vida de Rose era perfeita. E era tudo que ela sempre quis. 
Principalmente por ter Primrose em sua vida, seu raio de sol fazia com que tudo ficasse mais lindo. Rose realmente não se incomodava com a presença de Edward, sabia que ele a amava tanto ou mais que os outros e Prim o amava também. Por isso decidiram silenciosamente que Edward poderia se sentir a vontade em sua casa durante o dia e até às oito da noite, quando ele colocava Prim para dormir e depois ia para casar para dar privacidade ao casal. 
— Mama. — Prim colocou a cabeça entre os bancos, esticando-se na cadeirinha. 
— Em inglês, querida. — Rose a corrigiu e Prim revirou os olhos exatamente como Edward fazia. Problemas de convivência. Como nasceu e viveu na Rússia, Prim só falava o russo até algum tempo atrás, quando Rose começou a ensina-la o inglês. Sua garotinha era um prodígio, em pouco tempo aprendeu a língua como se fosse sua e ainda que desse umas arranhadas, logo estaria fluente.
— Mamãe — começou lentamente — a tia Anya vai voltar? 
Rose balançou a cabeça. — Não amor, ela veio só para uma visita. Eu sinto muito querida mas a tia Anya vai ter um bebezinho. 
Prim fez um biquinho chateado. 
— Mas e eu?
Rose sorriu tocando a barriga da filha por baixo do enorme casaco.
— Você é o meu bebezinho.
Ela riu esquecendo-se tão rapidamente da sua chateação. 
— E você é a mama mais linda do mundo! — abriu um sorriso pra Rose. — parece uma Barbie... Não! Uma princesa! Ah não, uma rainha! Tio Ed diz que eu sou princesa, então você é rainha, mama! — Cantarolou ela muito satisfeita com sua conversa. 

Rose ligou o rádio do carro na canção infantil que Prim mais gostava e ouviu a filha cantarolar durante todo caminho, foi uma surpresa para Rose quando ela se descobriu muito boa na habilidade de ser mãe. Ela era atenciosa, carinhosa e Prim sempre corria para ela quando algo aconteceria. Queria que a filha sempre tivesse essa confiança com ela. 

Nos primeiros meses, durante a adaptação de Primrose, Rose achou que iria enlouquecer, se é isso era possível para vampiras. Prim não conversava ou sinalizava os seus desejos, tudo o que ela fazia era chorar e lamentar-se de saudade da mãe. Rose teve que ser muito paciente, mas com a ajuda da família, eles conseguiram confortar a garotinha cada dia mais, até que um dia Prim olhou tão profundamente nos olhos de Rose que não parecia ter só dois anos e meio.

— Mamãe foi embora? — Ela questionou apontando para o céu. Rose e Emmett contaram por semanas a fio que seus verdadeiros papai e mamãe haviam virado grandes e bonitas estrelas que sempre cuidariam dela e que ambos estavam ali para cuidarem dela também. Depois desse dia, Prim nunca mais questionou-a sobre os pais, levou exatamente cinco meses, duas semanas e três dias para Prim voltar a falar da mãe outra vez, mas foi com doçura que a criança chamou Rose de mamãe. 

— Você brinca. — Ela ergueu um dedinho olhando pensativamente para os brinquedos e em seguida para Emm que também se encontrava ajoelhado ao lado da criança. — Da banho. — Ela ergueu outro dedinho desajeitadamente. — E conta livro. — Ela olhou pra os dois confusa. — Você é mamãe e papai? 

Rose choraria se pudesse, porque assim que confirmou para Prim, a garotinha abraçou-os declarando todo o seu amor. E então eles eram um família, estranha e disfuncional, mas uma família.

E agora Rose estava aqui, deixando seu pequeno tesouro para o segundo dia de aula. Ela quase não se aguentava de preocupação. Se o ambiente não fosse tão movimentado, provavelmente Rose montaria guarda fora da escola. 

— Tchau mama. — Prim desvencilhou-se de Rose assim que as duas desceram do carro. Ela correu diretamente para o garotinho chamado Adrian e Rose sentiu-se perdida ao ver a filha entrar na escolinha sem se quer olhar para trás.

Mais tarde, enquanto estava sentada sobre a bancada de Esme folheando uma revista e se lamentando sobre o assunto, Esme riu, dando um tapinha em suas mãos.

— É sempre mais assustador para nós do que para eles. — Ela disse maternalmente. — Aliás, querida, o que acha que voltar para casa? Sentimos falta de ver Prim todos os dias, você sabe disso.

Rose sabia muito bem que a família via Prim todos os dias, o programa favorito da criança era ficar na casa da família Cullen. E Rose tinha que admitir que também sentia falta das conversas ocasionais com Alice durante a madrugada. Era realmente estranho ficar distante, além do fato de que Edward jamais saia da sua cola de forma nenhuma, melhor seria mesmo estar em um lugar onde houvesse mais espaço.

— Conversarei com Emm e voltamos! — Comentou alegre e Esme comemorou com um sorriso aberto.

— Ótimo, vou preparar um bolo de chocolate para a minha netinha! 

— Ah, mãe! Outra vez?

Esme lançou a ela um olhar irritado. — Não me prive de mimar minha criança, Rosalie Cullen. Ela é a única que come nesta casa. 

Rose riu assentindo, se dependesse de Esme, Prim teria diabetes e seria uma rolinha de poço. Nunca viu Esme cozinhar tanto na esperança que Prim um dia comesse tudo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Primrose ▸ Edward Cullen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.