Troca de Corpos escrita por MymyK


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Sim estou dando as caras depois de anos porque é isso que a quarentena faz



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Deku: Bom dia.

Deku: Tudo bem? Dormiu bem?

Deku: O que acha de ver um filme hoje?

 

Bakugou só tinha três palavras para definir as mensagens que via no celular da garota: que porra é essa?

Olhou mensagens anteriores ainda registradas no gadget e se assustou. Ele, Katsuki Bakugou, sempre perspicaz, não foi capaz de notar que aquele nerd estúpido e a cara de lua estavam tendo um caso?

Então sentiu falta de suas explosões novamente. Em compensação, estava flutuando.

Irritado, tratou de juntar os dedos e voltar para o chão. Irritou-se mais ainda ao lembrar que precisava trocar de absorvente.

Ser mulher era uma merda. Seus peitos lhe incomodavam. Sua barriga começara a doer no meio da noite e fora obrigado a ligar desesperado para Uraraka, ela em compensação lhe recomendou tomar o remédio que estava na sacola com os doces. Doces! Ele nem é chegado a isto e comeu uma barra inteira durante a noite!

Pirralho dos infernos! Individualidade dos infernos! Morra!!

Respirou fundo assim que pegou o absorvente e se dirigiu ao banheiro.

Apesar de ter voltado a dormir, mesmo com a dor, ainda foi obrigado a colocar despertadores para trocar o absorvente durante a noite. Francamente, não via a hora desta merda toda acabar.

E era apenas o segundo dia.

 

[...]

 

Assim que chegou para o café da manhã sentou-se ao lado da pessoa que se apossava de seu corpo. Sabia que Kirishima reclamaria em tom de brincadeira, mas tinha assuntos a serem tratados.

— Cadê todo mundo? — Katsuki perguntou e viu a feição séria no seu próprio rosto, se impressionou com o quanto ela estava se esforçando para manter o teatro.

— Ainda é cedo. Apenas o Deku está acordado, e ele acabou de voltar de um aquecimento. Somos só nós.

— Ótimo. Quero que me explique uma coisa.

— Diga. — disse antes de voltar a se alimentar.

— Por que não me disse que está tendo um caso com aquele nerd de merda?

— Não fale assim dele. — Ochako disse e a irritação era visível — E eu não devo satisfações a você.

— Me deve a partir do momento que eu estou no seu corpo! — exclamou em um sussurro.

— É só fingir ser eu perto dele. Não é você que quer manter essa porcaria de segredo? — ela reclamou e começou a comer mais rápido e ele estalou a língua — Eu não faço isso.

— Foi mal.

— É desculpa, não “foi mal”.

— Desculpa. — corrigiu a contra gosto — E como eu vou fingir ser você se ele quiser te beijar?

— Beijar? — Ochako gaguejou a palavra, indicando que ainda não haviam feito isso.

— Esqueci que vocês são dois idiotas. — murmurou e riu — E você comprou pouco doce. Eu preciso de mais.

— Você comeu tudo? — a pergunta tinha um tom de surpresa e isso o desagradou — Bakugou! — reclamou em baixo tom — Eu não tenho dinheiro para comprar outra barra! E nem ouse tentar conseguir mais doce, não é a sua cara que vai encher de espinha!

— Ah. Já que você tocou no assunto. — Uraraka detestou ver o sorriso presunçoso em seu próprio rosto — Você não vai acreditar onde você está com uma espinha.

Uraraka nunca agradeceu tanto que o corpo do loiro não ficava vermelho com facilidade.

— Eu não preciso que me diga. — murmurou e terminou de comer às pressas, tratando de sair do local e deixar seu corpo sozinho novamente, sob responsabilidade de um idiota, porém ótimo aspirante a herói.

 

[...]

 

Uraraka: Bom dia, Deku! Eu dormi bem e você? Espero que bem também c:

Uraraka: Onde vamos ver o filme e que horas?

 

Katsuki analisou suas mensagens enviadas e torceu para que elas estivessem da mesma forma que Uraraka faria.

Incomodado com a saia do uniforme, saiu da Heights Alliance em direção ao prédio de aulas. Passou o caminho todo se perguntando onde o estúpido do Deku iria querer assistir um filme, não iriam permitir que saíssem de noite apenas para que se divertissem. Era ilógico.

Tentou afastar esses pensamentos quando entrou na sala de aula e sentou-se no seu lugar de sempre. Mas assim que cogitou se acomodar para dormir na mesa, notou algo diferente e que o atrapalhava: peitos.

Então notou que ali também não era seu lugar.

— Merda. — praguejou em baixo tom e tratou de logo levantar-se para poder se sentar no lugar certo.

Sorriu ao notar que ao menos estaria longe do garoto de cabelos verdes.

Sentiu o celular em seu bolso vibrar e o pegou.

Deku: No nosso lugar de sempre.

“Claro… Onde mais seria?” — questionou-se com um sorriso irônico em seu rosto e logo viu seu corpo entrar na sala.

— Algum problema? — Uraraka perguntou quando notou que não havia ninguém por perto para os ouvir.

— Onde você e o idiota do Deku se encontram sempre?

— Ah. Nós ficamos no telhado dos dormitórios. Não é um lugar especial nem nada, mas é bom para olhar as estrelas, sabe?

— E como raios vocês chegam lá?

— Flutuando, é óbvio. — Bakugou sentiu vontade de explodir sua própria cara.

— Mas você está… — sentiu vergonha de terminar sua frase — Você entendeu. Não é ruim para você?

— Bakugou. — sua expressão séria realmente assustava, agora entendia um pouco as pessoas — Estamos no terceiro ano. Trabalhamos desde o primeiro ano. Você realmente acha que algo como uma menstruação vai me parar?

Então ele lembrou do quanto na verdade admirava Ochako Uraraka.

 

[...]

 

Uraraka disse que deveria ir para o telhado em torno de nove da noite, era o horário que geralmente já estava de banho tomado e ia para o telhado.

E como também ela avisara, o idiota já estava lá a esperando.

— Impressionante como ninguém escuta você chegar aqui em cima. — comentou de forma a chamar a atenção do esverdeado.

— Ah. Boa noite, Ura. — cumprimentou sorridente e estendeu uma sacola.

— Boa noite, Deku. — cumprimentou e confuso pegou a sacola. Também achou curioso que ele a chamava apenas de Ura.

— Eu fiz alguns cálculos e aparentemente sua… Hã… Menstruação… Está perto… Achei que iria querer alguns doces… — explicou-se o rapaz e o lado emocionalmente instável falou mais alto que seu verdadeiro lado.

— Obrigada… — agradeceu baixinho e pegou um doce na sacola — Se importa se eu comer agora?

— Hã? Não, claro que não. Os doces são seus. 

— Você calculou certo. — Bakugou murmurou depois de comer duas fileiras da barra de chocolate e viu um sorriso no rosto do outro.

— Eu percebi. E escolhi um filme com menos de uma hora dessa vez para você poder sair daqui antes de um desastre acontecer.

Bakugou apenas concordou sem entender do que se tratava esse desastre e viu Midoriya ajustar seu celular para que pudessem assistir.

E mesmo com sua típica vontade de socar o nerd de merda, seguiu seu papel e assistiu o filme deitado no ombro de Izuku.

 

[...]

 

Izuku esperou Uraraka descer para o próprio quarto para poder descer para o seu. Assim que entrou em seu quarto saiu para poder ir tomar água.

— Kacchan? — chamou o amigo surpreso.

O loiro o encarou e Midoriya jurou ter visto um sorriso querer se formar naquele rosto sério.

Ochako continuou em silêncio e entrou em uma batalha interna para não dizer nada, mas antes de subir para se quarto não aguentou.

— Boa noite, Deku. — a voz desejou calma e feliz.

Tão calma e feliz que o herdeiro do One For All não reconheceu como sendo de Bakugou.

— Boa noite, Kacchan. — desejou sincero e a garota sorriu com a resposta, sabendo que o outro não tinha visto sua expressão.


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