Venha Comigo. vol 3: Vida Morta escrita por Cassiano Souza


Capítulo 4
Escondidos


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, um enorme abraço e feliz ano novo, que seja bom (mesmo eu achando que não), e em segundo, um enorme perdão para quem lê esta história, pois estava sem tempo e realmente acabei atrasando muito!
BOA LEITURA.
E esta imagem aí é para se lembrar de cada fora que eles possuem, mas o da histo´ria pode ser qualquer um, a sua imaginação é quem manda.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771366/chapter/4

 

 

 

Continuando a angustiante e repentina situação onde os traiçoeiros Cybermans invadiam a bastante populosa vila dos Nipraa, correria, gritos e choro se intensificavam a cada instante, e portas e mais portas eram arrombadas, e tendo os donos das casas escoltados à praça. Porém, quem se mostrasse relutante, acabava sendo deletado sem nenhuma reconsideração. E em meio a todo este caos, Aduen pelas atormentadas ruas procurava por Gaaiu, mas, vendo todo aquele pânico ao seu redor, logo o seu objetivo é imediatamente cessado.

— Aduen! - Grita Lermin, chegando com uma pequena tropa, mas muito bem armada. – Onde está a senhora Gaaiu?

— Eu não sei. - Respondeu Aduen, abobado com o caos. - Também estava a sua procura, mas... Não tem mais como.

— Tudo bem então. Mas pegue uma arma, ajude no confronto.

— Está bem. - E se armando, começavam a seguir pelas ruas, enfrentando e tentando deter os Cybermans que encontravam.

— Atenção, você será deletado. - Avisa um Cyberman, onde logo, recebe um enorme tiro na cara.

Alguns Cybermans eram abatidos, porém, outros conseguiam se sobressair muito bem neste lado, e assim, muitas pessoas também eram eliminadas, e o confronto parecia se manter bem acirrado. 

***

Ainda na cela da pequena masmorra da vila, o Doutor e Grace enfrentavam agora a um dos vários Cybermans, e enquanto ele permanecia na frente das grades, a dupla permanecia atrás delas, e encarando aos olhos profundos e invívidos do impetuoso homem de lata.

— Doutor, como assim ele irá nos atualizar? O que significa? - Indaga Grace, apreensiva. 

— Significa que nós deixaremos de sermos nós, e assumiremos um novo padrão. - Respondeu o gallifreyano. - Isto é a evolução... E talvez esta a última das etapas da humanidade. Estou salvo.

— Isto não é evolução! Isto é... - Encarava ao ser metálico. – Morte. Não acredito que milhares de pessoas se tornaram como esta coisa.

— Você está com medo. - Diz o Cyberman. – Medo é desnecessário. Colabore, e em breve você não possuirá mais este defeito. O processo de atualização é algo que deve ser cumprido pelo progresso da sobrevivência.

— O quê?! Vocês enganam pessoas, sequestram elas, e depois as-enfiam dentro de uma lataria idiota... Isto não é sobreviver!

— Eu não a-compreendo.

— Com certeza não... Precisaria antes ser humano.

— Toda Cyber-forma é humana.

— Não é. Vocês podem até terem o nosso corpo ou cabeça aí dentro, mas... Nunca foi a parte física que nos tornou o que somos.

— Você fala muito, isto é outro ponto que deve ser corrigido.

— Não! Eu nunca me tornarei como você!

Mas, após este berro, a criatura encarava silenciosa:

— Correto. Você foi escaneada, você terá outra utilidade. 

Grace e o Doutor se surpreendiam com isto. A humana indaga:

— Hãn?! Eu acho que não entendi muito bem. Doutor?

— Por que me perguntou? Pergunte a ele. - Murmura o o alien.

— Porque você é o cara das respostas!

— Ah, claro. Mas eu também não sei dizer. Por que a Grace terá outra utilidade?

— Porque ela é um humano ideal. - Responde o ser.

— “Ideal”? E o que poderia ser “ideal”, para um Cyberman?

— Ela ainda é original.

— Original? Bem, suponho que para alguém poder ser considerado como “original”... Outro alguém deva ser considerado como “replicado”. Sobre o que está falando?

— Não importa. Você será deletado, e ela ganhará um novo propósito.

— Tente. - Diz a doutora, cheia de coragem.

— Grace... - Desanimou-se o Senhor do Tempo. - Por que você foi dizer isso?!

E assim, o Cyberman arromba a enferrujada e velha porta da cela, que era arremessada contra a parede, por um forte pontapé.

— É... Pra que eu fui falar?! - Lamentou a ruiva, engolindo a seco junto ao amigo.

Porém, antes que o Cyberman desse o seu primeiro passo para dentro, vários disparos a laser atingiam as suas pernas, e assim, ele caía impotente ao chão.

— Doutor, Grace? - Havia sido Aduen.

— Você nos salvou! Espera aí, você está com uma arma?! - Nota Grace.

— Sim, senhorita. Mas há uma guerra lá fora!

— Guerra?! Como começou? - Indaga o Senhor do Tempo.

— Os Cybermans, Doutor. Tudo está dominado pelo caos. Recebi uma arma e vim liberta-los. Não sabemos mais o que fazer.

— Vocês podem não saber mais o que fazer, mas eu sei.

— Nós também. - Avisa o Cyberman, caído.

— Ah, você ainda está aí? Bom saber.

***

Na praça central do vilarejo, pessoas e mais pessoas continuavam a fugir, e outras, continuavam a serem mortas, ou capturadas pelos terríveis homens de metal, e o Doutor, chegava agora, para dentro daquele ambiente caótico, e carregado com o mais turvo horror e seriedade.

— Cybermans! - Chamou ele em voz alta.

Mas, nenhuma atenção era dada.

— Eu sou o Doutor.

E imediatamente, toda a atenção que antes era dedicada aos humanos partia agora para o Senhor do Tempo. Muitos olhares miravam ele.

— Isso, foquem em mim. - Olhava o gallifreyano, ao redor. – Eu gostaria de entender algumas coisas, será que vocês poderiam ajudar?

— O que você quer saber? - Questionou um dos inúmeros Cybermans.

— Ouh... Gentileza, bem diferente dos Daleks, devo admitir.

Encaravam ao Senhor do Tempo, todos os seres prateados. Ele prossegue:

— Eu enfrentei vocês em muitos lugares... Terra, Mondas, Lua, Telos, Marinus, Nerva, e em um monte de outros tombos. Mas, em nenhum destes nossos encontros eu vi vocês precisarem fazer uma propaganda só para carregar gente em um monte de naves. Não seria mais barato simplesmente invadir os Perobs? Eles não possuem mais nenhuma defesa!

— Este assunto é sigiloso.

— Ah não! Eu odeio sigilo, e eu o-inventei. Mas por que exatamente, por que não poderiam contar isso?

Continuavam calados. O homem prossegue:

— A menos... Que vocês não possuam força o suficiente para invadir um planeta! Mas... Não faz sentido! - Andava de um lado para o outro. – Vocês enganam os humanos há décadas, já devem ter um exercito incalculável!

E nada confirmam ou negam. Continua o Doutor:

— Porém, relembrando algo que ouvi há pouco... A minha amiga foi chamada de “original”. Por quê?

— Este assunto é sigiloso.

— Bem, eu realmente odeio esta frase. Mas, voltando ao assunto, se vocês estão escondendo algo e a Grace é importante e vocês não tem confiança para invadirem um planeta... Isto acaba me lembrando mais uma coisa. Aduen disse que não conhecia vocês, e que o seu povo só os-conhecem por lendas antigas. Há quanto tempo estão nas sombras?

— Há 150.000.000 anos.

— Finalmente, respostas. Mas isto é muito tempo! O que me faz pensar que... Vocês se esconderam demais, sumiram, enquanto os humanos continuavam a viver e a evoluir. E agora... Vocês estão muito ultrapassados, não conseguem encontrar uma atualização compatível, então, a maioria dos cyber-formados acaba rejeitando as cyber-peças. Acertei? E não mintam, isto é algo que a sua programação não é capaz de fazer. Disse a verdade?

— Afirmativo.

— Exato. E isso me faz pensar em uma outra questão... Ficaram muito tempo escondidos, e ninguém se esconde tanto por tanto tempo e por pouca coisa. Do que correrem, do que fugiam?

— Uma batalha.

— Qual batalha? Algo a ver com os tais conflitos cósmicos? Gostaria de entender isso também.

— Os conflitos cósmicos não são uma só batalha, são um conjunto de batalhas, iniciadas por um mesmo motivo. E sim, a batalha que enfrentamos também foi uma vertente disto.

— Mas um monte de batalhas iniciadas por um único motivo em comum?! Impossível.

— Incorreto, foi exatamente assim que todo o caos atual da galáxia foi gerado.

— Mas então qual motivo tão bom o bastante seria capaz de gerar tamanho caos?

— Não possuímos esta informação.

— Não mintam para mim.

— Não mentimos.

— É... Sim. Então me digam qual o nome do local onde o inicio dos conflitos se iniciou.

— Em um planeta.

— Típico. Qual planeta?

— Ele não tem nome.

— Ah... Que familiar. Mas, continuando, vocês se esconderam e depois perderam a timidez?

— Possuíamos dezenas de cyber-tumbas por todos os sistemas planetários mais próximos, entramos em hibernação.

— Então não deviam estar aqui.

— Sim, mas o fluxo rotacional acelerado da lua onde nos escondemos e os eclipses desencadeados por ela reativaram os nossos mecanismos. Porém, muitas cyber-tumbas foram descobertas e destruídas pelos humanos.

— Interessante. Mas quando o seu grupo acordou... Estava enfraquecido, e queria se reerguer, e então acabam minerando o asteroide. E dando ouro, diamante e outros minerais a Paradisum, em troca de um grande comercial e alguns ônibus de viagem... Rumo à morte.

— Rumo à sobrevivência, à melhora, à evolução.

— Desculpas... Só mais uma forma de continuar errando.

— Mas você é incompatível, você será descartado. Porém, recebemos uma informação em nossa mente compartilhada. A sua amiga ainda é um humano clássico, ela servirá de modelo para clonagem, e não precisaremos mais do povo de Perob.

— Tentem.

— Ou podemos fazer uma troca.

O Doutor sorri surpreso. O Cyberman continua:

— A sua amiga em troca da sua nave.

— A amiga pela nave? E existe alguma distinção, quem é “a amiga"?! Ambas possuem o mesmo valor para mim. E já sei, vocês estão com a TARDIS, e com certeza nos acharam rastreando a chave dela.

— Se você não concordar com isto teremos que levar os outros humanos.

— Acho que não.

— O que isso significa?                                       

— Bloco de notas e giz de cera, me arranje isto e poderei lhe mostrar. Brincadeira, só quero dizer que não terão o que querem.

— As suas palavras representam hostilidade. Isto deve ser contido.

— Concordo plenamente, isto deve ser contido. Por isso trouxe a minha chave de fenda sônica. - E a aponta em direção de uma velha casa. – Agora! - Gritou. 

E assim, com Adeun no meio da multidão de pessoas e Cybermans, colocava o magnetizador de matéria do Doutor nas costas de um dos Cybermans, e Grace, dentro da casa, adicionava a coroa de execução na cabeça do Cyberman que em minutos atrás eles haviam derrotado. Agora, o Doutor ativava a chave, e assim, a magia acontecia. Onde todos os Cybermans caíam no chão ao mesmo tempo, com os seus sistemas todos pifados.

— Adeus! - Diz o Doutor, tentando não parecer contente. – Preciso de alguém perguntando o que eu fiz.

— O que você fez? - Pergunta Lermin, chegando confuso. 

— Ah, Lermin... Sem ofensas, você não é o melhor acompanhante, mas... O que eu fiz foi usar o magnetizador de matéria para tratar todos os Cybermans como um só objeto, e então usar uma das coroas de execução para desativar o sistema do ser vivo envolvido, os Cybermans são seres vivos, e a chave sônica fez um link entre magnetizador e a coroa.

— Eu não entendi.

— Eu não o culpo. Mas se esta fosse outra das minhas regenerações... Acabaria te ofendendo.

— Doutor?! - Era Grace e Aduen, vindo correndo. – Conseguimos?

— Sim.

— Então tudo está bem agora? Foi fácil! - Comenta a ruiva.

— Não, Grace, nada está bem e nada será fácil. Se fosse assim, seria tudo uma armadilha. Já devia saber, em nossa vida tudo sai dos trilhos. Só será fácil quando nós e os vilões estivermos aposentados.

— Então eles voltarão?! O que faremos?

— Primeiro, esconder uma das chaves. - Guarda uma das chaves da TARDIS na gaiola de sinal, que antes havia sido usada para esconder um dos pilotos. – E em seguida, uma missão.

— Uma missão?! Para onde, para quê?

— Sim, uma missão, onde conseguiremos sair deste planeta e acabaremos com a farsa do Paradisum. E a outra chave virá comigo, e vocês ficarão longe dos Cybermans. Porém, existe um erro enorme aqui. O que há de errado?

— Não sei, o que há de errado?

— Nenhum dos líderes se manifestou. Onde estão eles?

— A Gaaiu não está aqui. - Avisa Aduen. – Eu a-procurei, mas não consegui encontra-la, e o pai dela, repousando.

— Sim, ele está. - Diz Gaaiu, chegando, vindo entre os amedrontados, e pisando sobre os Cybermans estirados no chão. – Mas eu... Já estou aqui. E por favor... Não me olhem com esta cara. Querem falar alguma coisa? E não, eu não posso dizer onde eu estava. - Avisou irritada. 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, perdão pelo tamanho curto do capítulo, eu poderia deixa-lo maior, mas isto prejudicaria o ritmo, e eu queria posta-lo logo também, e devido a toda a minha demora eu queria postar algo mais leve e menos amargo como foram os antecessores.
Muitas coisas aqui foram elementos dos capítulos passados, então espero que não tenham se esquecido de muita coisa, tipo a gaiola de sinal, o magnetizador de matéria, a coroa de execução (que pifa objetos eletrônicos ligados a um ser vivo), e até os conflitos cósmicos. E por falar nisso, eu já tenho a ideia do que eu farei com isto, mas não é uma grande certeza ainda, e pensei em fazer talvez também uma grande conecção com isto em algum volume mais pra frente, ou até deixar de lado. Mas talvez eu explore, pois a ideia que eu tenho com isto é algo sim interessante, e seria algo muito amarrado com as histórias anteriores e cheio de retornos e referencias, ou até outros Doutores! Mas tenho medo de não conseguir entregar algo que preste.
Mas uma coisa que preciso comentar aqui é que um dos diferenciais que quis trazer das histórias anteriores foi que esta não teve e nem terá alguém da série clássica, além dos Cybermans. Fiz isto pois vi que se eu sempre fizesse isto de ter alguém original de protagonista e antagonista a cada volume... Então a Venha Comigo criaria meio que tipo uma tradição de ter alguém importante da série a cada história, e então quendo não tivesse acabaria ficando estranho. O que eu quero dizer é que no volume 1 tivemos Romana, Rassilon, Davros, e até duas Gallifreys, e no volume 2 tivemos a Dodo e quase o Chang. Então se aqui tivéssemos mais alguém conhecido ficaria algo repetitivo.
Marinus é o nome mesmo daquele planeta que tem em um EP da primeira temporada clássica, mas nesta citação não foi envolvendo algum caso no episódio, foi em um HQ do sexto Doutor, coisa do universo expandido. E que até também já foi citado na série de tv, então acabou sendo canonizado, foi no The Doctor Falls.
Enfim, obrigado pela leitura.