I M P E R I U S escrita por T in Neverland


Capítulo 21
Grindelwald


Notas iniciais do capítulo

Capítulo revisado e atualizado em 11/07/2021.



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Grindelwald - Capítulo XXI

Mesmo depois da prisão de seu pai, Ilka recusou-se a continuar escondendo quem era, e a partir daquele ano todos os professores começaram a se dirigir a ela pelo seu nome verdadeiro, o qual ela exibia com orgulho. 

É claro que no começo não foi fácil, mas ela não se importava, apesar das críticas, burburinhos e boatos que inventaram com seu nome, a garota sabia que aquilo uma hora passaria, e passou.

Com as férias se aproximando, ninguém se importava mais com o parentesco da menina com o bruxo recém preso, e aos poucos, todos se tornaram acostumados a chamar a garota pelo sobrenome Grindelwald. Alguns inclusive se arriscavam a dizer que combinava mais com ela, Leonard era um desses.

Todos se arrumavam para pegar o trem de volta para casa, onde passariam três longos meses longe da escola. Ilka planejava voltar a Nurmengard, para que pudesse visitar seu pai, checar como estava sua estadia, e pegar possíveis itens de valor, para revender e assim dar entrada em um cantinho que ela pudesse chamar de seu, sem ter que depender de sua tia.

Arrastava consigo o seu malão, e esperava calmamente enquanto aquele tumulto de pessoas se espremia para tentar entrar primeiro no expresso e assim garantir um vagão. Permanecia de pé, observando o empurra-empurra dos ansiosos, quando Tom para ao seu lado, e espera junto a ela.

— Resolveu não ficar em Hogwarts nessas férias? – perguntou Ilka, voltando seu olhar para o garoto.

— Passar as férias contigo me pareceu mais interessante, tudo bem com isso? – Riddle afirmou, se aproximando ainda mais de Ilka e passando o braço por cima de seus ombros, em um claro gesto de posse para os que passavam pelos dois e olhavam.

— Tudo, claro, só imaginei que me avisaria antes. É que eu tinha planos de visitar meu pai, ver se está tudo bem no castelo em que ele está preso. Apesar de você não achar, eu me preocupo com ele, sabe?

— Ainda com isso, Ilka? Eu entendi o porquê de você ter feito o que fez, e não te julgo por isso. Também não me importo de viajar contigo, a não ser que seja algo que você queira fazer sozinha.

— Não, não tem problemas você ir comigo – ela disse e desviou do braço de Riddle em seu ombro, virando-se de frente para ele e abraçando-o pela cintura – Nós somos um casal agora, não? Não deveríamos privar um da vida do outro, por mais delicado que o assunto seja.

Ilka colou os seus lábios com os de Tom, em um movimento rápido, que apenas durou alguns segundos, e o rapaz sorriu para ela em resposta. Finalmente a entrada do expresso que os levaria para casa se esvaziou e eles puderam entrar, encontrando sem muita dificuldade uma cabine vazia, a qual eles logo tomaram conta, jogando os malões para debaixo dos bancos e sentando-se um de frente para o outro.

Assim que o longo trem começou a se mover, Riddle aparentou estar inquieto, como se quisesse falar algo, mas hesitasse.

— Está tudo bem Tom? Parece ansioso – perguntou Ilka depois de alguns minutos de viagem.

— Está sim, é só que tem algo que eu queria muito fazer, eu ia esperar chegarmos no nosso destino, mas acho que sou ansioso demais para esperar – ele disse, e tirou de sua própria mão o anel dos Gaunt que usava – Quero que você fique isso – Riddle pediu-lhe a mão, para que pudesse colocar o anel.

— O anel de sua família? Não entendi onde quer chegar me dando ele... Pensei que fosse importante para você, ainda mais sabendo que ele é uma relíquia e uma Horcrux.

— Exatamente por isso que eu quero que fique com você, Ilka. Como você sabe, o anel possui um pedaço de mim, de minha alma, e eu não conheço ninguém que conheça mais sobre as relíquias da morte do que você – explicou-se Tom e Ilka finalmente lhe entregou a mão esquerda, para que ele colocasse o anel – Não nessa, na outra – repreendeu, se referindo à mão de sua namorada.

— Como?

— A mão, anel de noivado fica na mão direita, não? – Tom esclareceu e Ilka pareceu surpresa, afinal, não esperava por aquilo. Não ali, não naquele momento.

— Noivado? – Ela repetiu, ainda incrédula.

— Sim, noivado. O anel é uma herança de família, uma joia comprada nunca se igualaria em valor a essa, e, acredito eu que um anel de noivado deve ser importante – explicou, enquanto encaixava o anel na mão certa da loira.

O anel ficou claramente largo, mas Tom logo resolveu isso, sacando sua varinha e fazendo um feitiço silencioso, que fez com que o anel se ajustasse ao dedo fino de Ilka. A Grindelwald não segurou a sua empolgação e logo recolheu sua mão, admirando o seu novo anel de perto.

— Sabe, o normal é haver um pedido. Ninguém simplesmente chega e entrega um anel, o tradicional é pedir a família da noiva primeiro, e depois pedir ela diretamente em casamento – Ilka insinuou, ainda admirando o tesouro da família Gaunt que agora tinha em suas mãos.

Uma das relíquias, ali, de verdade, entre os seus próprios dedos. Quem diria! E ela ainda podia chamar de sua, não era como a varinha que havia entregue a Dumbledore, aquele anel ali, com aquela pedra, era sua e somente sua.

— Quer que eu peça permissão para casar contigo a sua família?

— Dadas as atuais circunstâncias, acho meio difícil fazer isso... Nesse caso eu permito que você peça diretamente a mim  – brincou, sorrindo para o garoto e Tom se levantou do banco onde estava sentado. Somente para ajoelhar-se no chão, de frente a Ilka, que apenas cresceu ainda mais o seu sorriso, com seus olhos dourados brilhando de diversão.

— Ilka Orsolya Grindelwald, você quer casar comigo? – Tom perguntou teatralmente, segurando a mão da garota que agora possuía o anel.

— Você ainda tem alguma dúvida? – respondeu, jogando-se de encontro ao seu noivo.

Os seus braços enlaçaram o pescoço do moreno e seus lábios foram mais uma vez de encontro aos dele, porém dessa vez bem mais intenso. Ilka joga praticamente todo o seu peso contra Riddle, que a abraçou pela cintura, desequilibrando-se levemente e quase levando os dois ao chão.

— Eu quero começar um novo movimento esse ano, em prol dos bruxos de sangue-puro – Riddle anunciou, dentre os beijos da Grindelwald – Eu entendo que você acabou de se livrar de algo parecido com seu pai, mas você está comigo nessa?

— Estarei onde você estiver, Tom, não tenha dúvidas disso. Farei o que for necessário para te ajudar.

Era claro que Ilka não negaria seu apoio ao Riddle, afinal, por mais que não concordasse completamente com as ideias de Tom, naquele momento ela estava entregue totalmente a ele. 

Já era antes, porém não admitiria em voz alta tão facilmente, afinal, ele era o seu primeiro beijo, o seu primeiro namorado. 

Mas depois daquele pedido, Ilka estava indiscutivelmente e indubitavelmente apaixonada.

Quando finalmente chegaram em seu destino e viajaram até Godric’s Hollow, onde se hospedariam por certo tempo na casa de Batilda Bagshot, Ilka não tardou em correr até o seu quarto e escrever uma carta para Emma, contando sobre o acontecimento do trem e que estava noiva.

Macmillan não demorou a responder, levando somente alguns dias, e junto a sua carta veio um pacote de tamanho mediano, o qual continha em seu interior muitos doces, aparentemente caseiros, e um envelope luxuoso, o qual Ilka descobriu ao abrir que era o convite do casamento de sua amiga. 

Antes que pudesse analisar o seu interior com mais cautela, Grindelwald abriu o envelope mais humilde, que estava do lado de fora do pacote, amarrado a ele por uma fina fita cor de creme.

Querida Ilka,

Estou tão feliz por saber dessa notícia! Não imaginava que Riddle seria tão audacioso, afinal, por mais que vocês estejam juntos, ele é tão fechado que não consigo o enxergar a pedindo em casamento, mas já que ele o fez, parabéns!

Por falar em matrimônios, estou lhe enviando nessa caixa o convite de meu casamento, meus pais acabaram cedendo a vontade dos Lestrange e irei me casar no começo de julho, pois é verão e a cerimônia será ao ar livre.

Os doces quem fez foi minha mãe, que inclusive está curiosa para conhecer minha melhor amiga, que agora também é noiva. Ela diz que nós, jovens, estudantes e comprometidas devemos nos unir para que nunca tenhamos que nos sentir sozinhas na vida pós casório. Acho essa opinião dela um tanto deprimente, afinal, casamo-nos para não nos sentirmos sozinhas, e termos sempre uma companhia, não?

Fique bem, e espero por suas correspondências nessas férias, até mais!

Com carinho, Emma.

Ilka sorriu e guardou a carta da amiga entre os seus pertences, não sabendo quando a responderia. Recolheu a caixa de doces e o convite do casamento e desceu para a sala. Tom se encontrava sentado no sofá, de frente à lareira, lendo um dos livros da biblioteca particular de Batilda, como sempre, e a garota correu o seu olhar pelo ambiente, procurando pela dona da casa.

— Emma me enviou isso – revelou, se aproximando por trás de seu noivo e colocando o convite de casamento sobre a página do livro que o moreno lia – Parece que já temos compromisso para este mês.

— Quer mesmo ir ao casamento? – ele perguntou, analisando o conteúdo do envelope, que pelo material firme e bordas douradas, deveria ter custado uma boa quantia de dinheiro.

— Você tem alguma dúvida? Emma é minha melhor amiga e foi minha companheira desde o meu primeiro dia em Hogwarts, e ela parece super empolgada com a cerimônia. Não deixaria de ir prestigiá-la neste dia, e não espero menos de você, espero que seja meu acompanhante.

— Tudo bem, eu não negaria ir contigo. Somente não esperava que você realmente quisesse ir ao casamento. Afinal, com certeza será algo bastante tradicional, com muitas famílias ricas e puro sangue que somente sabem julgar, pensei que não fazia muito o seu tipo, eventos assim.

— Realmente não fazem o meu tipo, mas fazem o seu. Estou indo pela Macmillan, não pelo evento em si – explicou, já cansada do assunto – Por acaso viu minha tia? Emma me enviou alguns doces e eu ia oferecê-la alguns.

— Desde quando você tenta agradar a Bagshot? – questionou ele, curioso em relação a atitude de Ilka.

— Eu pensei muito durante os últimos seis meses, e me sinto mal pela maneira como agi. Tia Batilda nunca fez nada de ruim para mim, inclusive me acolheu em sua casa mesmo temendo a meu pai, e tudo que eu fiz foi a desrespeitá-la e maltratá-la, então acho que ela merece alguns agrados e um pedido de desculpas, por mais tardio que seja, não concorda?

— Não estou lhe julgando, não precisa responder com tanta agressividade, calma – Tom tentou confortá-la, levantando-se do sofá e colocando-se de frente a ela, posição onde poderia encará-la olho a olho – Somente acho engraçada essa onda repentina de empatia que pairou sobre você esse período.

— Admita Tom, você não acha engraçado – Ilka respondeu, levantando o olhar para Riddle com um ar desafiador e levemente decepcionado – Você acha que estou ficando mais fraca por estar agindo diferente nesses últimos tempos, eu sei.

O herdeiro da sonserina nunca admitiria aquilo em voz alta, mas Grindelwald tinha sim certa verdade em suas palavras.

— Claro que não Ilka. Nunca acharia isso de você, sabe que eu somente mantenho os que eu considero mais fortes ao meu lado. E se eu tive a iniciativa de pedi-la em casamento acha mesmo que eu a considero fraca? – ele questionou, abraçando-a pelos ombros.

Por mais que Tom fosse convincente, Ilka sabia que aquilo não era real. Inclusive tinha suas desconfianças, entre elas uma possuía certo destaque. 

Acreditava que Riddle não confiava mais tanto assim nela, desde que traíra seu pai e vinha agindo de maneira mais amena com todos ao seu redor. Grindelwald até mesmo teorizava que o anel e o pedido espontâneo no trem haviam sido calculados, tudo para prendê-la a ele, e assim, mantê-la fiel e próxima, de maneira que ela não conseguiria agir por suas costas.

Claro que Ilka nunca saberia a verdade, pois somente Tom sabia, e nunca diria a ela. 

Mas caso aquilo fosse real, os planos do garoto estavam sim dando certo, pois a loira, por mais que tentasse agir de maneira indiferente, estava entregue e presa de todas maneiras possíveis ao jovem bruxo.

 


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