Miríade escrita por Melry Oliver


Capítulo 15
15. Stephen Haas




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O meu pai estava ali na porta da minha casa sorrindo pra mim.

Como ele estava diferente até usava barba, as leves rugas de expressão estavam nas laterais dos olhos apertados.

Vê-lo ali me fez perceber o quanto eu sentia a falta dele, um sentimento nostálgico me fez sentir como se houvesse um nó na minha garganta, gritei eufórica um “pai" e corri em direção aos seus braços abertos.

Eu estava radiante não cabia tanta alegria dentro de mim.

A familiaridade em seu abraço me trouxe nostalgia e um enorme sentimento de eufórica, me atraquei ao seu corpo, enquanto Stephen só fazia ri, aquela risada gostosa.

Meus olhos me olhavam.

— Se Maomé não vai a montanha a montanha vem a Maomé.

Educadamente desempecilhei-me dos seus braços.

— É bom vê-lo pai.

— É bom esta aqui minha Dês. Ele afagou os meus cabelos. — É impressionante como você está cada vez mais linda.

— Dizem que eu pareço com você.

— Não posso discordar disso. Sorriu orgulhoso. Inegavelmente eu possuía muitas características físicas do meu pai.

— Fez uma boa viagem?

— Sim. Acabei de deixar as minhas malas no hotel e corri pra cá eu queria ver os meus filhos o quanto antes, onde está seu irmão?

Ethan iria pirar.

— Ele está no quarto vou chamá-lo.

Ao invés de subir as escadas eu peguei o telefone, liguei para Ethan e contei que o nosso pai estava ali.

Diante do olhar inquisitivo do meu pai eu simplesmente disse.

— Os meios de comunicação são realmente práticos.

Ele riu.

Ethan desceu as escadas numa velocidade impressionante se Sarah estivesse em casa iria surtar.

Ele correu para os braços receptivos de Stephen.

— Cuidado rapazinho, não queremos fazer uma visita ao hospital não é mesmo?

Ethan balançou a cabeça de maneira afirmativa inúmera vezes.

Ele sorria de orelha a orelha.

— É tão bom tê-lo aqui papai, eu estava com muitas saudades.

— Eu também estava filho.

Inegavelmente nós precisávamos daquela visita.

— Alguém quer fazer uma refeição na cozinha? Perguntei.

—Esse convite veio em boa hora, não almocei no avião.

— Então vamos. Ethan chamou.

Abastecidos de uma reforçada refeição achei melhor oferecer algo com mais proteína ao meu pai.

O ensopado de Irish Stew estava delicioso, morávamos na Austrália mais a culinária Irlandesa continuava a fazer parte da nossa cozinha.

Quando a Audrey voltou do mercado nos encontrou degustando uma sobremesa feita por Ethan.

A surpresa estampada em seu rosto foi tão grande que deixou as compras caírem no chão.

— A Audrey está com a mão mole. – Disse Ethan.

— Meu Deus! Desculpe-me. – Ela se inclinou para recolher os itens caídos.

Graças a Deus não tinha nada quebrável.

Eu ajudei na coleta, logo reposicionávamos tudo na ilha central em frente ao armário.

Diante da nítida timidez de Audrey, eu achei que era uma boa hora para apresentações.

— Audrey esse é o meu pai Stephen, pai essa é a nossa secretária.

Gesticulei entre os dois.

— Muito prazer senhor.

— Agora você conseguiu me fazer sentir velho.

— Não. Senhor, eu...

Audrey estava tão nervosa.

Stephen com a expressão culpada sorriu.

— Está tudo bem Audrey. Só fiz uma brincadeira sem graça.

Audrey sorriu embaraçada? Ela desviou os olhos parecia estar desconfortável na presença do meu pai.

—Bom, eu preciso organizar as compras no armário... Falou nervosa.

— Sem problemas.

— Pai o senhor quer ver o meu quarto?

— Claro filho.

Quando ambos se distanciaram da cozinha, ouvir um suspiro audível de Audrey.

Esperei Ethan parar de monopolizar Stephen, no entanto seria quase impossível, imperativo como era ele estava cheio de assunto e novidade.

Quando Sarah chegou mais tarde do que de costume ela me encontrou ao lado do telefone esperando pelo Stephen e esperançosa por Michael.

— Seu pai está com Ethan?

Confirmei.

Minha mãe tirou a bolsa do ombro.

— Como foi no emprego?

— Corrido, teremos uma celebre presença.

Ela sentou-se ao meu lado.

—Grande oferta?

—Sim. Um empresário do show business nos procurou atrás de uma cobertura, toda a equipe está trabalhando duro na apresentação de cada modelo.

— Isso parece grandiosos...

— Se tudo der certo, e eu sei que dará. Essa oportunidade me trará uma ótima margem de lucro e melhor do que isso será o status.

A emoção refletida em seus olhos mostrava o tanto que ela gostava de trabalhar com vendas, iria além do dinheiro era vocação.

—Preciso de um banho. – Ela pegou a sua bolsa e se levantou.

Audrey se aproximou da entrada da sala, não estava mais nervosa.

— Até amanhã senhora. – Se despediu.

O que será que havia acontecido com ela?  Toda aquela inquietação seria pela presença do meu pai?

— Até amanhã Audrey. – Falou a minha mãe, enquanto se aproximava das escadas, entretanto ela virou para me olhar.

—Se o seu pai for embora antes de eu descer peça a ele que fique para o jantar.

Assenti, vendo-a caminhar até os lances de escada.

Voltei à atenção para o telefone fixo, imóvel e silencioso.

Eu deveria deixar esse assunto de lado, mas o que eu fiz foi o olhar fixamente.

— Vamos, me liga.

Dizem que se nós desejarmos algo com muita esperança e determinação podemos alcançar.

— Destinee a estranha ressurge.  Escarneceu Ethan ao lado de Stephen.

Eu o ignorei.

— Está esperando uma ligação filha?

Suspirei.

— É. Eu realmente pensei que aconteceria.

— Talvez de fato aconteça.

Ele tentou me animar.

— Ou... Talvez não. – Retorquiu Ethan.

— Acho melhor eu ir embora...

 — Ah não pai, mal chegou.

Ethan estava perdido no tempo.

—A mamãe pediu para que ficasse para jantar conosco.

Meu pai encarou o relógio.

— Ainda não são nem 16h00min.

Dei de ombros.

—Tudo bem. Eu vou até o hotel fazer algumas ligações, também preciso de roupas limpas. Antes do jantar estou de volta.

— Certo.

— Eu posso ir também?

— Claro filho, não quer ir também Destinee.

Recusei.

Continuaria a vigiar o telefone, algo me instigava a acreditar que o Campion me procuraria, assim que eles saíram, Aprille me ligou chorosa, ela havia discutido com Ian e estava com medo do namorado dela fazer uma besteira.

Não concordar com a ida dele à festa dos veteranos foi o motivo da discussão, então como a boa amiga que era tentei suavizar as coisas ao lhe dizer palavras de conforto.

Aprille e Ian faziam um casal incrível que se completavam com as suas diferenças, eu realmente achava que ambos se resolveriam. 

— Amar não significa que vocês sempre se darão bem, todo casal um dia ou outro terão suas desavenças, isso é normal, entretanto conversar de cabeça quente nunca será um bom guia.

Aprille fungou ao telefone.

— Você tem razão Destinee, eu só preciso colocar a cabeça no lugar...

Uma pausa.

— Mas se ele não me procurar? Ela estava insegura.

Eu acreditava que Ian não teria coragem de agir com tamanha estupidez. Todo casal que preze deveria ter ao menos a decência de terminar uma relação, e não ser infantil ao ponto de sumir do mapa.

— Ian irá te procurar Aprill, eu tenho absoluta certeza disso.

— Obrigada por me ouvir Destinee.

— Amiga é pra todas as horas seja na alegria ou na tristeza.

Ela riu fraco e me agradeceu mais uma vez para finalmente desligar.

Aprille se resolveria com Ian, eu tinha certeza, amizade envolvia dizer a verdade e foi o que eu fiz.

Encarei mais uma vez o aparelho fixo, eu suspirei resignada, não foi dessa vez.

O lado bom de não ter ido com o meu pai foi por vou ter ajudado a minha amiga Aprill, oposto a isso o lado ruim foi ter desperdiçado o meu tempo em vigilância por algo incerto, eu deveria aproveitar melhor o meu tempo com Stephen que já era tão escasso.


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