Good Morning Call - BBRAE escrita por Buttercup


Capítulo 17
Não Sei O Que Fazer




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POV Rachel

Meus olhos insistiam em ficarem grudados, mesmo eu dizendo para abrirem. Já era de manhã e eu podia ouvir o som de pássaros cantando lá fora. Abri os olhos e observei pela janela.

"Mais um dia ensolarado." - Pensei comigo mesma, deixando escapar um sorriso.

Eu geralmente não fico olhando muito para o dia, ligando para o clima... Mas posso dizer que está super agradável.

Escuto Garfield bocejando pela casa. Subitamente, não quero abrir a porta, pois eu sei o que encontraria. Um cara sem camisa, com cabelo todo bagunçado andando pela casa. Não preciso temer, mas estranhamente, estou com receio.

Assim que não ouvi mais som nenhum emitido por ele, abri a porta e rumei para a cozinha. Coloquei água para ferver e preparar o café. Garfield estava no banheiro, o que significava que eu precisava esperar um pouco.

— Ah, bom dia. - Disse ele, ajeitando os cabelos, enquanto se aproximava de mim com um sorriso.

Agora ele estava já com roupas casuais, o que me deixou mais aliviada.

— Bom dia. - Eu disse, sem tirar os olhos do fogão, mas pelo canto do olho, sabia que ele ainda estava com aquele sorriso bobo.

— Então... Vai estudar com o Vic hoje, né? - A voz dele soou um pouco fraca e desapontada.

Assenti com a cabeça, murmurando um sim, tirando a água fervida.

— Vai ser solitário sem você aqui...

— Solitário sem ter com quem discutir, né? Bom, era isso que você queria o tempo todo, né? Morar sozinho, ter a casa só para você...

— Isso era antes. Antes de eu saber que você podia ser uma boa dona de casa... - Olhei de canto e vi o rosto dele ficando rosado.

Agora sinto que o meu que está ficando rosado.

— Qual é, Garfield, por que está tão sentimental?

Ele coçou a nuca, tentando encontrar as palavras. Sei disso, pois ele parecia pensar muito antes de dizer algo.

— Eu não quero que me deixe sozinho, é isso.

— O que aconteceu com você, Logan?

— Quer mesmo que eu responda? - Ele se aproximou de mim e eu senti algo se agitando no peito.

A medida que ele se aproximava, mais minhas pernas fraquejavam. Droga! Não posso demonstrar fraqueza, mas o que posso fazer se ele está vindo em minha direção desse jeito?

POV Garfield

Eu preciso mesmo explicar? Por que eu estou apaixonado por ela, é claro... Mas não posso simplesmente dizer isso...

Preciso demonstrar... Porém, temo que ela não goste...

Tentei me aproximar levemente dela, tentando não assustá-la (meio impossível, já que estou me aproximando muito).

Eu queria dizer algo, mas eu engasguei e as palavras sumiram da mente e da minha boca. Fiquei lá, gaguejando que nem um babaca. Me senti ridículo.

— É que eu... Gosto da sua companhia.

Pelo menos isso eu consegui dizer.

— Tá legal, Garfield. Podemos ver um filme mais tarde, quando eu voltar.

— Sério? - Meus olhos devem ter brilhado. - Espera, mas você vai mesmo?!

— Eu tenho que estudar. Você também. Chega de distrações.

— Claro... Chega de distrações... - Falei, meio triste.

Droga. Não adiantou nada eu ter me aproximado dela se agi que nem um idiota. Isso geralmente não acontece. Sempre sou seguro para falar com garotas. Mas essa é diferente. Eu gosto dela.

Após o almoço, lavamos toda a louça e ela foi para o quarto pegar sua bolsa e celular.

— Precisando, liga. - Ela disse.

— Você também... - Respondi.

Assim que ela fechou a porta, me senti completamente sozinho. Um vazio inexplicável começou a tomar conta da casa e de mim. Foi horrível. Eu só ouvia o tic tac do relógio, o barulho da geladeira, só sentia meu próprio perfume... Faltava algo. Ou melhor, alguém.

Era ela, Rachel Roth, a garota com quem divido a casa... E também, é a garota que eu gosto.

Eu quero surpreendê-la de algum jeito... Mas como?

Acabei de ter uma grande ideia. Vou fazer um curso intensivo para tirar minha habilitação. Eu já tenho idade, então, beleza.

Eu sei que tenho que estudar, mas antes, preciso resolver isso.

—---------

POV Rachel

A casa do Vic é incrível. Várias peças de cerâmica, vários quadros bonitos e os móveis são demais. 

A mãe dele também é muito simpática.

— E eu acho que aqui vai um x... - Dizia eu, tentando me concentrar.

— Não sei, parece que aí vai y... - Riu Vic, me contrariando.

— Matemática com letras... Quem inventou isso? - Bufei, com raiva.

— Pois é, eu não curto também. - Ele riu e escreveu algo no caderno.

Após estudarmos essa matéria, demos uma pausa para lanchar.

— E aí? Como tá o Gar? - Vic perguntou, mordiscando seu sanduíche.

— Normal. Doido como sempre. - Respondi, sem querer dar mais explicações.

— E aí? Sente algo por ele agora?

— Nada de diferente.

— Tem certeza? - Ele insistiu e me deixou realmente incomodada.

— Claro que tenho. Para de fazer essa cara estranha.

— Rae, Rae... Você não me engana. Seus olhos dizem algo a mais que sua boca diz.

— Eu sei o que eles dizem.

— Não. Pela primeira vez, você não sabe o que se passa com você e também não consegue controlar o que sente. Além disso, não pode ler a mente dele, né?

Ele me pegou. Eu havia contado a ele sobre meus "poderes" e agora ele falou algo que realmente faz sentido. Nunca me senti tão confusa antes.

— Vamos deixar isso pra lá... Vamos estudar história.

— Falou, você que sabe. Mas pode desabafar comigo se quiser. - Ele sorriu, gentilmente.

Eu devolvi o sorriso. O Victor é um maravilhoso irmão mais velho. Me sinto bem contando o que acontece para ele.

Mesmo eu conseguindo ler a mente do Garfield antes, parece que agora não consigo mais. Eu não sei como isso aconteceu, mas é realmente muito estranho.

As horas passaram e estava na hora de voltar para casa. 18h. Já estava começando a escurecer. Não tenho medo de escuridão, nem nada. Só é meio estranho eu andar sozinha à noite.

Um barulho de moto na frente da casa soou.

— Pediu pizza? - Perguntei ao Vic.

— Eu não!

Aquilo era muito estranho. Olhei pela janela. Realmente, era um cara numa moto, na frente da casa do Vic.

— Ih, aquele não é o Gar? - Vic perguntou.

Olhei direito mas não podia ser.

Mas eu tive certeza, quando ele tirou o capacete. Estava tão diferente, tão bonito... Ele até mesmo estava de jaqueta de couro! Mas eu achei que ele não soubesse dirigir...

Garfield bateu na porta e logo foi recebido pelo amigo.

— Garfield, o que está fazendo aqui?

— Eu vim te buscar, sua boba. - Ele piscou para mim.

Fiz de tudo para não corar.

— Mas você nem sabe dirigir!

— Mas eu aprendi! Sem contar que já tive algumas aulinhas antes! Essa moto é do meu primo, peguei emprestada, até poder comprar a minha! - Explicou ele, sorrindo. - E aí, vamos nessa?

— Não tenho coragem de andar com você. - Não tenho mesmo, ele parece não ter cuidado no trânsito.

— Ou você tem MEDO? - Ele provocou.

— Não tenho medo de nada. Quer saber? Me dá esse capacete! - Peguei um dos capacetes, me despedi do Vic, peguei minhas coisas e fomos para a moto.

O Garfield fica estranho a cada dia que passa. Mas acho que essa "estranheza" está fazendo bem para ele... Está até mais atraente.


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