Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 69
Desistindo e chegando ao fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771169/chapter/69

Darcy podia ouvir o barulho das sirenes e a agitação das pessoas ao redor...

Muitas discutiam sobre algo que não conseguia entender... e tudo o que a garota pôde sentir foi uma dor violenta em torno de seu rosto e algo escorrendo por sua pele...

Sangue...

Depois daquilo, ela simplesmente apagou de novo... perdendo a consciência...

.

.

No Metropolitan General Hospital, a médica cirurgiã Christine Palmer recebia na emergência pessoas que entraram num acidente de carro próximo ao West Side Highway.

Três homens e uma mulher...

Ela acompanhava o deslocamento de todos nas macas, junto com os enfermeiros.

Um deles precisava urgentemente entrar no centro cirúrgico, e o Doutor Stephen Strange já aguardava o paciente.

— Qual é a situação dele? – Christine perguntava a um dos enfermeiros que ajudavam a empurrar a maca, enquanto segurava uma prancheta.

— Fratura exposta em ambos os braços.

— E a garota? – A cirurgiã continuava o questionamento, anotando informações na prancheta.

— Estado estável, mas sofreu uma grande lesão no rosto, com vários cortes ao redor, no entanto, se encontra inconsciente.

— Certo. Me informe a situação de todos os demais acidentados daqui a pouco. Preciso entrar no centro cirúrgico agora.

— Mas o seu plantão não acabou? – O enfermeiro a indagava.

— Sim, só que não posso sair enquanto há vidas a serem salvas. – A médica sorriu e correu pelo corredor, encontrando com o Doutor Strange na porta.

.

— Achei que fosse embora... – Stephen contestou, zombeteiro como sempre.

.

— Não podia perder a chance de te atentar por mais algumas horas. – A cirurgiã esboçou um sorriso de canto, e assim, ambos entraram no centro.

.

.

Quatro horas se passaram, e Darcy se encontrava dentro de um quarto de hospital, deitada numa cama.

A garota recobrou a consciência e abriu os olhos lentamente...

Tudo estava iluminado... o lugar tinha um clima gélido e um cheiro ácido...

Ela sentia fraqueza e uma forte dor latejante no rosto, principalmente no olho direito.

Quando tentou inclinar a cabeça, percebeu que estava deitada e com uma tipoia no braço direito.

“Céus... o que aconteceu...?” – Pensava, já se desesperando com o ocorrido.

Quando tentava se recordar do que havia acontecido, sua última lembrança foi de estar dirigindo e ter se sentido tonta.

A última imagem em sua mente era de Bucky Barnes... o que lhe desconcentrou em manter o foco na estrada.

A estagiária suspirou lentamente após entender o que de fato havia acontecido.

Provavelmente, se acidentou, só que diferente da última vez, ela se machucou de forma violenta, a ponto de estar numa cama de hospital.

Darcy tentou se levantar, mas foi impedida por alguém que entrou pela porta no mesmo instante.

— Hey, você não pode se mexer! – A mulher que acabava de entrar no quarto, trajava roupas que só um médico usaria.

O uniforme verde escuro mostrava que ela era alguém que trabalhava no hospital.

Quando a garota olhou para ela, notou que a mesma estava com os cabelos presos, usava luvas e tinha uma máscara pendurada no pescoço.

— O que... aconteceu comigo...? – Darcy sussurrou, querendo saber detalhes de seu acidente.

A garota não tinha muita força para falar abertamente.

— Você entrou num acidente de carro, mas não se preocupe que já está tudo bem. Avisamos pessoas próximas sobre o que aconteceu e elas estão a caminho. – A gentil médica tentava acalmá-la.

— Quem vocês avisaram...!? – A estagiária se alarmou imediatamente. Não queria que seus pais soubessem que havia batido o carro e parado num hospital.

— Pegamos seus documentos e descobrimos o local onde trabalha, então ligamos para a sua chefe. Ela disse que está chegando.

— A Jane...? Oh meu Deus, eu espero que ela não tenha ligado para os meus pais...! – Darcy começava a entrar em desespero. Ela odiava preocupa-los, ainda mais por conta de suas irresponsabilidades.

— Bem... foi constatado que você estava dirigindo bêbada... então anulamos o efeito do álcool para fazer alguns procedimentos... – A cirurgiã replicava, explicando a situação real.

Darcy suspirou, impaciente... não acreditava que tudo aquilo estava acontecendo e quando ponderava sobre tal, notava o peso de tudo...

.

Ela podia ter morrido...

.

— Qual é a situação do meu braço...?

— Nada grave, apenas o osso do antebraço que ficou levemente trincado.

— E por que estou sentindo meu rosto tão dolorido?

— O impacto em seu rosto foi forte e você levou alguns pontos em dois lugares.

— Uau... ficarei com meu rosto deformado? Já posso fazer cosplay de Freddy Krueger? – Darcy fazia piada de si mesma, arrancando uma leve risada da médica.

— Ahahaha, não... você ficará sem marcas. Mas por enquanto o inchaço em seu rosto será bem incômodo. Precisará tomar alguns analgésicos para não sentir tanta dor.

— Eu não tenho morfina em casa... – Ela sorriu, fazendo com que a mulher em sua frente correspondesse o sorriso.

— Nós prescreveremos algo mais fraco. – E então, a médica retirou a bolsa de soro que se encontrava pendurada no suporte ao lado da cama da garota.

— Obrigada... – A estagiária agradecia, pois a gentileza da médica lhe acalmava naquele momento crítico.

— Descanse. Daqui a pouco eu volto para medir sua pressão. – A mulher sorriu mais uma vez e virou de costas, prestes a sair dali.

— Doutora, qual é o seu nome?

— Christine Palmer. – Concluía, saindo do quarto com um lindo sorriso no rosto.

.

.

Um tempo depois, Jane chegava ao hospital, junto com Erik e Kimberly.

Darcy implorou para que os três não dissessem nada aos seus pais, porque não queria preocupa-los. Ela decidiu que diria a eles sobre o acidente quando saísse do hospital.

— Joaninha, você vai ficar internada até amanhã. Eu vou estar aqui com você até o meio dia e revezar com a Jane, mas assim que tiver alta, você vai ficar no meu apartamento, comigo.

— Vocês não precisam se incomodar... eu posso ir pra casa e me cuidar sozinha. – Darcy tentava convencer as duas de não se darem ao trabalho com ela.

— Você acha mesmo que vamos te deixar sozinha!? Darcy, esse acidente aconteceu porque estava bêbada! Você tem passado dos limites com o álcool não é de hoje! O que está acontecendo afinal!? – Jane não conseguia ser delicada e acabava repreendendo a estagiária. A cientista não entendia o motivo de a garota se embriagar frequentemente.

Kimberly ficou em silêncio, pois sabia o motivo...

— Jane, não está acontecendo nada. – Darcy replicava, incomodada com a recriminação da astrofísica.

— Eu já vinha reparando que você estava um tanto cabisbaixa nos últimos tempos. Você não quer nos contar o que há de errado? – Erik a questionava, preocupado com a estagiária. Não era de hoje que percebia o comportamento anormal dela.

Anormal no sentido suicida.

— Acho que o TCC me deixou muito agitada e eu quis relaxar depois que me formei. Está tudo bem, Erik. – A garota articulava, no ímpeto de convencê-los, no entanto, Jane não acreditava em nenhuma palavra dela.

— Você está se tornando uma viciada!? É por isso que não quer que seus pais saibam desse acidente!? – Jane continuava com suas indagações, um tanto incisivas.

— Não, eu não estou me viciando, é sério...

— Sem desculpas. Você podia ter morrido! E em hipótese alguma pode ficar sozinha, não enquanto estiver se recuperando, porque se depender de mim, vai passar bem longe de qualquer tipo de bebida alcóolica, entendeu!?

— Entendido, general... – Ela revirou os olhos em resposta.

A médica responsável por Darcy entrava na sala.

— O horário de visita acabou. Só o acompanhante pode permanecer no quarto. – Christine dizia gentilmente para Kimberly e Jane.

— É minha hora de ir, mas a noite volto pra ficar com você. – A astrofísica se despedia da garota.

— Ok... – Darcy fazia um bico, num tom pirracento, porque não estava gostando de levar bronca.

— Sua idiota... eu me preocupo com você. Falo dessa forma para o seu bem. – A cientista se preparava para sair.

— Eu sei... – Darcy nunca se sentia bem ao ouvir Jane gritar com ela. Era sempre a mesma cena quando algo dava errado.

— Então se cuide e não vá aprontar nada até eu voltar! – A astrofísica acenava, saindo do quarto junto com Erik.

— Nós voltamos em breve para visita-la. – Erik acenava para a garota.

— Eu vou acompanhar a Jane lá fora e pedir para ela trazer algumas coisas, então fica quietinha até eu voltar. – Kim corria para a porta.

— Nossa, até parece que eu sou uma criancinha de cinco anos! Não estou gostando de ser tratada dessa forma! – A estagiária reclamava, com uma carranca no rosto inchado.

— Vá ver TV e não se mexa. Eu já volto. – A loira saiu do quarto, deixando Darcy com Christine.

— Elas só falam isso porque você é alguém importante. Não fique chateada. – E mais uma vez, a gentil médica lhe aconselhava enquanto preparava duas seringas para colher o sangue da garota, no ímpeto de realizar novos exames.

— Você diz isso porque não convive com elas... – A garota fazia um bico, tamanha birra.

— Mas acho que elas estão certas... bem, eu não sei se deveria me intrometer e dar uma sugestão, mas-

— Pode dizer sua sugestão. – Darcy a interrompeu, apenas para que a mesma se sentisse livre para dizer o que achava.

Ela preferia uma terceira opinião, de alguém mais tranquilo e ponderado, do que uma loira chata e uma astrofísica mal-humorada.

— Bem... se estiver com problemas pessoais e precisar de algum terapeuta, posso indicar uma pessoa de confiança...

— Você diz isso porque elas falaram que eu estou bebendo todos os dias?

— Bem... é um sintoma de alguém que passou por experiências traumáticas... em vez de recorrer ao álcool, poderia ter a ajuda de um médico especialista...

— Hmm... sabe, doutora Palmer... acho que você está certa, mas não tem nada de tão complexo nisso. É só que o cara que eu amava me abandonou e comecei a beber pra esquecer a dor de sentir a falta dele. – Darcy sorriu, sem vergonha alguma de admitir o motivo de sua bebedeira.

Christine arregalou os olhos, um pouco surpreendida pelo fato de a estagiária lhe dizer tão abertamente sobre seu problema pessoal.

— Bem, é normal se afundar no álcool quando isso acontece. Eu tive uma fase assim também... – Ela replicava timidamente.

Já Darcy arqueou uma sobrancelha. Não esperava ouvir de uma pessoa tão calma e paciente que a mesma passou por episódios semelhantes aos dela.

— É mesmo? E como você fez pra superar? – A garota estava curiosa em saber, já que só quem passava pela mesma dor, tinha propriedade para entender e dizer algo a respeito.

— Quando vi que estava exagerando no álcool, comecei a trabalhar por mais tempo, e me aplicar mais aos estudos. Optei por fazer diversos cursos que estava adiando. Isso me ajudou a manter a minha mente bastante ocupada. – Ela ponderava, explicando sobre suas experiências.

— Você procurou por um terapeuta também?

— Não... eu não estava totalmente envolvida, pra minha sorte.

— Queria ter tido essa sorte também... – Darcy confessava, um tanto desanimada.

Mas Christine estava certa. O melhor a se fazer era aceitar e seguir em frente fazendo o que tinha planejado há tempos para a sua vida.

.

Se mudar, procurar um trabalho em sua área e quem sabe começar uma pós-graduação ou um mestrado?

.

— Bem, eu vou precisar tirar o seu sangue agora...

— Ooh sim, fique à vontade.

Quando a cirurgiã passava o algodão no meio do braço da garota, se preparando para retirar o sangue, o Doutor Stephen Strange entrou na sala.

— Christine, preciso que me ajude com algo. – O médico lhe chamava, enquanto segurava uma prancheta, anotando algumas coisas importantes, e sem olhar para o rosto da cirurgiã com sua paciente.

Darcy observou Christine, notando que a mesma lançava um olhar diferente para o médico que estava em sua frente.

Ela sentiu certa tensão no ar...

— Estou ocupada agora... você pode voltar depois? – A mulher espetava a veia de Darcy, recolhendo seu sangue para dentro da seringa.

— Ooh, claro, eu me esqueci que estava atendendo sua paciente. – O doutor analisou a estagiária, que o fitou com certa desconfiança.

Quando o mesmo percebeu o olhar curioso da garota, o mesmo apenas soltou uma pergunta.

— Essa é a paciente do acidente da West Side Highway? – Strange estreitou o olhar, vendo o quão marcado estava o rosto de Darcy.

— Sim. Ela terá alta amanhã. – A médica terminava de encher um tubo de sangue.

— Você não se machucou tanto, comparado aos outros pacientes... – Ele estreitou ainda mais o olhar.

— O que aconteceu com eles!? – Darcy perguntava, preocupada, sentindo-se completamente culpada.

— Um teve complicações nos braços, mas os outros estão bem. Um deles terá alta hoje mesmo.

— Ooh céus... ninguém morreu!? – A estagiária já começava a entrar em pânico, pois sabia que teria de responder a justiça por ter dirigido alcoolizada.

— Não, mas por que está tão preocupada? Foi você quem causou o acidente? – O olhar do doutor soava investigativo e ela sentiu um frio na espinha.

— Stephen, vamos. Ela precisa repousar. – Christine colocava um adesivo com algodão no meio do braço da garota e a fazia pressionar pra estancar o sangue do pequeno furo.

O Doutor Strange a analisava e Darcy sentia-se petrificar quando fitava os olhos azuis especulativos do médico.

— Pressione por dois minutos. Daqui a pouco eu volto, ok? – A médica puxava o braço de Strange para tirá-lo do quarto.

Pelo que a estagiária entendia, aquele médico parecia ser o ‘tal homem’ que fez com que Christine passasse uma fase parecida com a dela.

Ela olhou para trás ao sentir o olhar de Darcy, que apontou para o médico, perguntando em silêncio de modo gesticulado com os lábios, para que a mesma pudesse entender...

.

É ele...?”

.

A doutora Palmer assentiu com a cabeça, confirmando as suspeitas da garota, e saiu do quarto logo depois, acompanhada de seu colega de trabalho.

.

.

Um dia depois, a garota finalmente teria alta.

Era exatamente nove e quinze da noite.

Todos os estagiários, incluindo Erik, Thor, Steve, Sam e Natasha esperavam do lado de fora do hospital, aguardando a estagiária sair.

Quando a Viúva Negra soube do acidente da garota, logo foi averiguar se a HYDRA tinha algo a ver com o ocorrido, mas descobriu que a mesma se acidentou por dirigir bêbada.

Ela então constatou que o motivo de a estagiária quase perder a vida, se deu por conta da partida de Bucky Barnes dos Estados Unidos. Era muito óbvio...

Natasha se culpou, pensando que devia ter ficado de olho no Soldado Invernal, já que o mesmo havia desaparecido de vez, provavelmente porque Bucky escolhera ir atrás da HYDRA, não para se vingar, mas para negociar.

Depois da conversa que tivera com Yelena, era notório sobre a decisão do sargento de voltar para sua antiga casa, só que a ruiva não tinha ideia se o punho da HYDRA voltaria a ser controlado.

O que era extremamente perigoso...

E também explicava o porquê de Darcy Lewis beber tanto e se envolver num acidente de carro.

Enquanto pensava sobre tal fato, todos observaram Darcy caminhando com dificuldade, com uma tipoia no braço, com Jane e Kim de cada lado.

O primeiro que correu para averiguar se estava tudo bem com a garota...

.

Foi Nathan...

.

— Você está bem...!? O que aconteceu com seu rosto...!? Por que você bebeu tanto a ponto de se acidentar!? Tem alguma coisa que está te deixando alarmada a ponto de beber todos os dias!? – O satã enchia a garota de perguntas, deixando-a um tanto assustada.

— Sinto muito, Nathan, mas sua praga rogada de querer me ver morta, não pegou. Agora você terá de bolar outro plano para acabar com minha vida. – Ela sorriu, convictamente vitoriosa.

Mas para sua surpresa...

Nathan não curtiu a piada...

— Quando você vai parar de ser tão imatura? Eu jamais rogaria uma praga para acabar com sua vida...

— Aham... até parece... – Ela revirava os olhos.

— Eu estou falando a verdade... todos aqui estavam preocupados com você, então pare com essas piadas fora de hora, Darcy. – O olhar do estagiário de era preocupação, e não de deboche.

E a garota estranhou tal gesto...

Kim observava atentamente a expressão do rapaz...

Ela desconfiava que ele se importava de verdade com sua colega de trabalho. O olhar dele denunciava isso...

— Olha, Nathan, eu não esqueci que estou te devendo um favor, então só pra deixar claro, assim que me recuperar, você pode me cobrar, porque sou uma pessoa de palavra e-

— Posso cobrar o meu favor agora mesmo? – O rapaz a contestava, com o semblante sério.

— Claro... se não for algo que exija muito do meu físico. – Ela sorriu, zombeteira.

.

.

— Pare de beber... você quase morreu...

.

.

E então, os olhos escuros de Nathan escureceram ainda mais, enquanto a fitava com muita intensidade.

Jane e Kim se olharam, desconfiadas.

Nathan e Darcy nunca se deram bem... mas parece que o rapaz se preocupava muito com ela, de uma forma que a mesma sequer imaginava.

A garota arqueou uma sobrancelha, exibindo uma feição suspeita.

— Tá... ok... eu vou parar... prometo...

— Assim espero... – O rapaz permaneceu com os olhos fixos nos dela, fazendo todos ali acharem suas expressões e gestos completamente inacreditáveis.

Os demais se aproximaram, logo depois, para averiguarem se a estagiária estava bem.

— Darcy, você está realmente bem!? Você se machucou muito!? – Andrew contestava, aflito por ver sua amiga naquelas condições.

— Céus, Darcy... está doendo...? – Helena roía as unhas, apreensiva por avistar o rosto da garota totalmente roxo e marcado por pontos.

— Você se machucou feio e deu um belo susto em todos nós. – Dessa vez era Dylan que dizia, atribulado por ver sua colega de trabalho naquela situação.

— Gente, eu estou bem! Felizmente foi só um osso trincado e o meu rosto que levou uma pancada com direito a alguns pontos, mas tirando isso, estou bem. Logo devo me recuperar. – E então, ela esboçou um sorriso largo, com o intuito de acalmá-los.

— Darcy... se tem algo acontecendo, por favor nos diga. Você tem estado estranha nos últimos tempos. – Dessa vez, era Thor quem se manifestava, mostrando que havia reparado no comportamento dela.

— Uau... eu fico muito feliz por ver que tenho amigos que se preocupam comigo, mas de verdade, eu estou bem. O pior já passou. – A garota tentava tranquiliza-los, com o mesmo sorriso ameno no rosto.

— Você foi bem tratada nesse hospital? – Nathan contestava, olhando atentamente para a garota, averiguando se a mesma de fato estava bem.

— Sim. A Doutora Christine Palmer fez um excelente trabalho. Nós até nos tornamos amigas e peguei o número dela! – Confessava divertidamente.

— Acho que devemos ir, então. – Jane dizia, segurando uma bolsa com todas as receitas médicas, medicamentos e documentos da garota, mas Darcy surpreendeu a todos com o que perguntaria depois...

.

— Antes de irmos, será que posso ter uma conversa particular com o Capitão...?

.

Os estagiários, Erik, Jane, Kim, Sam e Natasha estranharam no mesmo instante a pergunta repentina da garota.

— Comigo...? – Steve a questionava, se perguntando por que Darcy desejava ter uma conversa particular com ele.

— Sim... e acho que vai levar um tempo, então vocês podem esperar aqui mesmo.

Natasha estreitou o olhar. Já imaginava o que a garota conversaria com Steve...

E provavelmente era sobre Bucky...

Já Jane não entendia o pedido repentino e estranho da estagiária.

— Darcy... por que quer conversar com o Capitão América a sós? Você acabou de ter alta e precisa repousar. Não pode ter essa conversa com ele depois?

.

— Não. Daqui a dois dias meus pais vem me buscar. Estou indo embora para Los Angeles. – Revelava, pegando-os de surpresa.

.

Todos arregalaram os olhos, abismados com a confissão dela, e então, tudo o que os estagiários conseguiram expressar, foi um grito em uníssono...

.

— O QUÊ!?

.

Kim ficou em silêncio. Era a única que sabia de tudo.

— Darcy... quando disse que ia embora pra Los Angeles, você realmente estava falando sério...? – Jane estava chocada. Não esperava ouvir uma bomba daquelas tão repentinamente.

— Desculpe, Jane... aconteceram umas coisas bem chatas comigo e preciso colocar minha vida nos eixos. Eu me formei a algumas semanas e já estava pensando na possibilidade... eu tenho muitos planos, e me mudar para lá é o primeiro. – Confessava, não se importando de dizer o que tinha em mente na frente de todos.

A astrofísica não soube o que dizer.

Erik também não esperava que Darcy os deixasse tão abismados com aquela decisão.

— Darcy... você vai mesmo nos deixar...? Por quê!? – Helena não parecia muito feliz com o que acabara de ouvir e do outro lado...

Nathan estava com uma expressão assombrada no rosto...

Dentre todos ali, ele era o que menos esperava ouvir que a garota partiria em breve, e ao se dar conta disso, se sentiu um tanto assustado...

— Galera, eu vou estar sempre em Nova York! Tenho um apartamento aqui e não pretendo deixar de colaborar no trabalho de Jane e Erik, mas preciso fazer a minha própria jornada profissional com a profissão que escolhi, então, espero que vocês estejam torcendo por mim, assim como torço por todos vocês! – A expressão na face de Darcy era iluminada e promissora, embora a mesma estivesse imensamente machucada.

Todos ficaram em silêncio, um tanto tristes...

— Sempre vamos torcer por você, sua asna... – Andrew confessava, deprimido, mas ao mesmo tempo feliz por sua amiga.

— Ótimo! Agora eu realmente preciso conversar com o Capitão, então vocês podem me esperar?

— Vai lá, joaninha! Eu vou fazer um café expresso pra essa turma, porque eles estão muito abatidos depois de ouvirem que você vai abandoná-los. – E então, a loira agarrou Andrew e Helena, cada um de cada lado, puxando-os na direção da cafeteria do hospital.

Steve olhou para Sam, que acenou com a cabeça, incentivando o amigo em acompanhar a agora ex-estagiária de Jane e Erik.

— Para onde vamos? – O Capitão a indagou.

— Podemos ir para o fundo do hospital? Lá é um lugar bem sossegado.

— Certo...

E então, o loiro a seguiu para fora dali.

A Viúva Negra observava a cena, intrigada...

Se perguntava se James havia dito a garota que se encontrou com ela...

Mas de qualquer forma, mesmo se não tivesse dito nada, Natasha diria tudo a Steve no futuro.

.

.

Do outro lado do mundo, agora em Bucareste, capital da Romênia, Bucky Barnes caminhava pelas ruas, a procura de um local para se alocar de vez, já que ali parecia ser o lugar ideal em sua nova jornada de refúgio do mundo.

O soldado andava pelas ruas da capital, com uma feição sombria no rosto.

Em lentos passos, com as mãos dentro dos bolsos da jaqueta escura, observava tudo ao redor com extrema precisão.

Após semanas longe dos Estados Unidos, o sargento parecia ter perdido novamente parte de sua humanidade... e sua expressão de descontentamento externava isso...

Era como se estar longe de Darcy, fizesse com que o Soldado Invernal retornasse ao seu corpo e naquele momento, seu mau-humor era a maior evidência disto.

Estava se disciplinando para não se lembrar de todos os dias que passara ao lado da estagiária e treinando sua mente e coração para enterrarem de vez tudo o que sentia por ela.

Mas era algo quase impossível...

O soldado procurava um lugar para tomar um café e relaxar... colocar seus pensamentos nos eixos... ordená-los...

Ele se sentou numa mesa onde havia uma mãe com duas crianças de um lado e um casal do outro.

James olhava friamente para o homem e a mulher ao seu lado, trocando carícias e palavras apaixonadas.

Era como se vê-los, destrancasse uma fúria descomedida em seu interior, que ele se esforçava em manter trancafiada na parte mais inacessível de sua mente e de seu coração...

Sentia tantas saudades de Darcy, que seu corpo doía...

O mundo estava sendo injusto e ele estava em sua lista negra naquele momento, assim como o casal que estava namorando perto dele...

Achava que precisaria sair para se vingar, esmurrando a cara daquele mundo tão cruel e transformá-lo numa massa sangrenta...

Mas deveria quebrar os dentes daquele maldito casal primeiro... por lhe fazer se lembrar dela...

James não desejava se recordar de Darcy nunca mais...

.

.

.

.

Atrás do Metropolitan General Hospital, o Capitão acompanhava a estagiária até o local que a mesma julgara ser adequado para que pudessem ter aquela conversa...

O clima estava um pouco mais frio que o habitual, embora fosse raro, porque Nova York costumava ter temperaturas muito bem definidas.

Depois de caminharem por um tempo, ela parou na frente dele e ficou em silêncio alguns segundos, antes de se virar.

Steve não entendia aquele suspense...

O que Darcy Lewis tinha para lhe dizer?

E então, repentinamente, a garota o encarou seriamente, prestes a dizer algo.

Aquilo o deixou ainda mais confuso.

— E então...? – Ele principiou, observando a expressão austera dela.

— Nós nos conhecemos a pouco tempo, mas eu sempre soube que você era alguém de caráter ilibado e a pessoa mais confiável do mundo...

Steve arqueou a sobrancelha. O que Darcy queria dizer com aquilo?

— Obrigado pelo elogio, mas... aonde quer chegar...?

De certa forma, o loiro sabia quando algo não soava bem, e mesmo tal enaltecimento por parte da garota lhe causava desconfiança.

Porém...

O Capitão presenciou a feição de Darcy se desfazer de séria para melancólica e...

.

Em poucos segundos, a garota começou a chorar...

.

O Capitão não entendia o que aquilo significava. Por que ela estava chorando?

— Darcy... o que aconteceu...?

— Eu... queria te dizer tudo isso com mais firmeza, mas me desculpe... eu não consigo... então, antes de mais nada, eu te peço perdão...

Os olhos azuis de Steve se alargaram, perplexos...

— Perdão pelo quê...?

— Eu estive com seu amigo todo esse tempo... é por isso que te peço perdão... não consegui te contar quando nos conhecemos porque ele me pediu para me manter longe e foi por isso que fugi de você nos primeiros dias...

O loiro sentiu um frio na barriga e uma sensação perturbadora tomar conta de seu corpo...

— Que amigo...? – A contestou, suspeitando que a mesma dissesse o nome que estava em sua mente.

.

.

— Bucky Barnes. Eu estive com ele...

.

.

Naquele instante, o Capitão presenciou seus sentidos se embaralhando e seu coração se agitar...

Ela estava dizendo mesmo a verdade, ou...

— Você está mesmo dizendo a verdade...?

— Sim... eu vou tentar resumir, então por favor, eu peço para não me interromper antes de concluir tudo o que tenho pra dizer.

Steve sentia sua respiração engatando. Havia procurado por Bucky por longas semanas, sem grandes pistas de seu paradeiro, e agora aquela garota lhe dizia que esteve com ele?

— Estou ouvindo... – O Capitão se controlava para não a interrogar de forma desesperada, esperando que a mesma lhe explicasse tudo.

— Eu encontrei com ele em Washington DC em circunstâncias terríveis e viajamos juntos por alguns dias, até que o levei para o museu onde acontecia a sua exposição. Ali, ele descobriu quem era e então o convenci a vir para Nova York comigo. – Ela dava uma pausa, enxugando as lágrimas que ainda teimavam em sair de seus olhos, sentindo seu rosto inchado começar a latejar de dor...

Steve ainda não entendia o porquê Darcy estava chorando daquela forma, mas a deixou concluir, ficando em silêncio e respeitando seu espaço.

— Depois disso, eu me comprometi a ajudá-lo no processo de aprendizado sobre o mundo moderno, até que decidisse o que fazer no futuro, e ele aceitou... – Darcy tentava conter as novas lágrimas que surgiam, continuando com sua linha de raciocínio.

— Tudo estava dando certo, até que... – Ela pausou... e não continuou, porque simplesmente não conseguia...

Vendo a aflição da garota, o loiro decidiu tomar a frente, fazendo uma pergunta, apenas para ajudá-la a se recompor.

— O que aconteceu e onde ele está...? – Steve tentou não deixar suas emoções fluírem. Estava desesperado em encontrar seu amigo de infância de todas as formas, mas nunca imaginou que ouviria de alguém próximo que o encontraria primeiro.

— Ele foi embora... eu não imaginava que ele iria, não depois que... – A garota não conseguiu continuar e Steve imaginava a sua dor apenas por observá-la...

Darcy exibia muita aflição e agonia e naquele instante, Steve já imaginava o que havia acontecido...

Ele se aproximou dela lentamente e...

.

A abraçou...

.

— Darcy, não precisa continuar... eu acho que entendi o que aconteceu... você se apaixonou por ele, não é mesmo...? – O loiro pressionou o rosto dela contra seu peito, no ímpeto de acalmá-la, mas com muito cuidado, já que a mesma se encontrava machucada...

Ela alargou o olhar... como ele sabia?

— Eu sou assim tão transparente...? – A garota continuava derramando muitas lágrimas, ainda que sentisse seu rosto latejar de dor.

— James Buchanan Barnes era o homem mais galanteador de todo o Brooklyn... – Ele assegurou, com um sorriso compassivo em seu rosto...

Steve tinha uma feição magicamente angelical e se anjos realmente tivessem uma forma, com certeza o Capitão América seria personificação perfeita para representa-los.

— Bem... eu não sei se devo ficar triste ou feliz por ouvir isso... – A garota tentava segurar as lágrimas em meio a um riso.

— Acredite... acho que devia ficar feliz, porque se ele fugiu, é porque gosta mesmo de você... – Steve afagava delicadamente o cabelo da garota, no ímpeto de acalmá-la.

— Por quê? Ele não fugia das outras?

— Não. Insistia até enjoar e isso só durava... dois dias... – Afirmou, num tom divertido.

— Uau... – Darcy sentia-se imensamente confortada ao ouvir sobre o homem que era apaixonada, coisas do passado que só o seu melhor amigo sabia.

E então, depois que a mesma se acalmou, ela finalmente conseguiu dizer tudo o que havia acontecido entre os dois, deixando Steve um pouco aliviado, mas ao mesmo tempo tenso.

Os dois se sentaram e conversaram por mais um tempo.

O Capitão estava grato por Darcy ter cuidado tão bem de seu melhor amigo.

— Eu estou em débito com você para sempre... ele não podia estar em mãos melhores... – O loiro piscou lentamente, mostrando uma feição plácida e ordeira...

A garota não entendia, mas Steve Rogers lhe acalmava... era como se o mesmo tragasse toda tensão ao redor para si mesmo, e deixasse as pessoas confortáveis, sempre assegurando que tudo terminaria bem.

— Mãos melhores? Tinha horas que eu percebia o quanto ele queria me estrangular por causa das minhas piadas fora de hora. – Ela redarguia, um pouco mais enérgica.

— E você não tem ideia pra onde ele foi?

— Tudo o que ele me deixou foi um bilhete... uma carta... você quer ler?

— Você não se importa...?

— Não. Você é o melhor amigo dele, então não me importo nem um pouco. – E então, a garota retirou o papel de dentro de um envelope, erguendo na direção de Steve.

Darcy carregava aquele papel consigo desde que James havia lhe deixado.

O Capitão lia o papel atentamente... aquela caligrafia era a mesma de Bucky e ele já não tinha dúvidas sobre a relação que seu amigo tivera com Darcy.

Ao terminar, ele a encarou seriamente...

— Vocês... viveram algo... bem intenso...

— Eu acho que sim... – Ela sentiu seu rosto esquentar de vergonha, ainda que o mesmo estivesse um tanto inchado e machucado.

— Mas se a HYDRA está envolvida e estava colocando sua vida em risco, era natural que ele fosse embora. Eu faria o mesmo no lugar dele. – Steve replicava, com austeridade.

— Mas ele prometeu que estaria sempre comigo...

— As coisas nem sempre são como queremos, Darcy... você precisa entender o lado dele.

— Desculpe, Steve, mas acho que nunca vou entender... – A garota ficou cabisbaixa, com o olhar fixo no chão... melancólico...

— E ele nunca entenderia você... então, acho que não há convergência nessa questão.

— É, você tem razão...

O loiro a observava, vendo as condições que a mesma estava naquele momento e dos dias em que Darcy se embebedava.

— Era por isso que você estava sempre bebendo? Por que queria esquecê-lo?

— Se eu disser que sim, você vai rir da minha cara? – A estagiária quis rir de si mesma... se achava tão patética...

— Você podia ter morrido e todos os esforços dele teriam ido por água abaixo. – O tom de Steve estava mais grave e severo do que o normal, e aquilo meio que assustou a garota.

— Eu não pensei em nada...

— Se você o ama tanto assim, precisa se cuidar e zelar por todo o sacrifício dele, ou você acha que ele também não está sofrendo?

— Honestamente...? Eu não sei... – Darcy sorriu de forma funesta. Não tinha certeza de nada sobre Bucky naquele momento...

— Acho que nesse ponto, você está sendo um tanto egoísta, se me permite dizer.

— Sim, mas isso é o que você acha... e se me permite dizer também, é bem óbvio que você compreenderia muito mais o lado dele do que o meu... – Pela primeira vez, a garota estava discordando do Capitão América. Era notório que Steve Rogers tomaria as dores de seu melhor amigo.

— Você pode ter razão pelo aspecto de que o conheço muito melhor do que você, mas se você leu os arquivos sobre o Soldado Invernal, sabe o quão caótica é a mente dele e... o Bucky jamais machucaria alguém que ama em sã consciência...

— Mesmo assim-

— Darcy... ele sabia que podia te matar... não havia outro jeito...

— Continuo discordando de você, Steve... me desculpe...

— De qualquer forma, não há mais nada a ser feito se ele se foi, no entanto, isso não me impede de lhe dizer sobre minha próxima missão ao lado dos Vingadores.

Darcy arqueou uma sobrancelha. O que a próxima missão dos Vingadores tinha a ver com Bucky Barnes?

— Próxima missão...?

— Sim...

— Que seria...?

— Estamos indo atrás do novo quartel general da HYDRA, então, pode ser que eu consiga acha-lo... – O loiro assegurava, esperando que a garota pulasse de alegria ao ouvir tais palavras, mas tudo o que ela expressou foi...

.

Um longo suspiro de melancolia e cansaço...

.

— Que legal... boa sorte pra você então... – A garota virou o rosto e olhou para o alto, encarando o céu...

Então, Steve resolveu dizer o que tinha em mente, mesmo com o descontentamento da estagiária...

.

.

— Eu vou trazê-lo de volta pra você, Darcy. Eu prometo...

.

.

A garota o encarou, olhando profundamente dentro dos incríveis olhos azuis do super soldado... a brisa da noite afagava os cabelos loiros do Capitão...

Steve Rogers era um homem incrível... e de fato exalava uma aura tão heroica que encorajava qualquer pessoa que tivesse os piores medos do mundo...

Mas...

Não era o caso dela naquele momento...

— Eu agradeço por ter entendido o que aconteceu comigo, mas... você não precisa trazê-lo de volta pra mim...

Steve estranhava as palavras da garota... ela não o amava...?

— Por quê...?

— Eu não posso confiar numa pessoa que foi embora sem me dizer adeus, só porque queria me proteger... não posso arriscar minha saúde emocional por essa pessoa de novo... é suicídio... já passei por algo muito doloroso antes de conhecer o Bucky, e quando me entreguei ao que sentia por ele, dando uma chance em acreditar de novo no amor, fui atingida da pior forma e toda a esperança que tinha foi embora junto com ele...

Steve ficou em silêncio por um tempo, formulando uma boa resposta para refutá-la.

— Mas se a HYDRA não estiver mais em seus caminhos, parte do problema se resolverá.

— Exatamente. Parte do problema, e então, ele pode simplesmente arrumar outro e assim viveríamos em círculos, não é mesmo? Me desculpe, mas não posso me arriscar mais uma vez...

— Mas-

— Steve, você melhor do que eu, deve saber o que a HYDRA fez com ele. A mente do Bucky é uma bagunça, e eu estive disposta a enfrentar isso junto com ele, mas o que tive como resposta foi um bilhete de despedida... não pretendo estender minha mão para ele de novo, ainda que eu o ame com todas as minhas forças... porque primeiro... vem o amor próprio...

O Capitão estava um tanto impressionado com as palavras dela. Darcy Lewis era tachada de abobalhada e infantil por seus colegas e superiores do laboratório, mas aquela decisão parecia muito sábia e madura em sua concepção.

— Então você está dizendo que não o quer de volta?

— Não. Viverei feliz comigo mesma. Essa foi a minha decisão. – Darcy sorriu, decisivamente convicta.

— Bem... acho que não tenho como convencê-la do contrário...

— Exato. Sabe, eu estou indo embora realizar um sonho... além do mais, tenho muitos planos que nunca se encaixariam na agenda de um ex-espião como Bucky Barnes. Isso jamais daria certo...

— Planos?

— Sim... a minha carreira. Isso seria um empecilho.

— Que tipo de coisas traria tanto desencontro entre vocês dois?

— Minhas pesquisas envolvem viajar pelo mundo... ah, também pretendo fazer doutorado por uma universidade renomada em Chicago, e realizar o meu maior sonho que é entrar para um programa espacial da NASA que envolve ufologia... então, não pretendo terminar meus dias nesse planetinha azul, se é que me entende... – Ela sorriu novamente, determinada a alcançar tudo o que traçou para a sua vida, ainda que muitos desejos fossem coisas impossíveis e idiotas.

— Entendo e... acho que seus sonhos são bem ambiciosos...

— Então me deseje sorte... – Ela se levantou e estendeu a mão para o Capitão América.

Ele hesitou por um tempo, mas agarrou a mão da garota.

— Boa sorte, senhorita Darcy Lewis. – Steve sorriu mais uma vez, mostrando que apoiava as decisões dela, com algumas ressalvas, obviamente.

— Obrigada, Capitão. – O olhar dela cruzou com o dele, e ambos se olharam intensamente por um tempo...

Porém...

Steve a indagou mais uma vez, antes de soltar completamente sua mão.

— Se eu o encontrar, qual mensagem quer que eu deixe pra ele...? – Após aquela pergunta, Darcy olhou para cima e pensou por três segundos antes de responder.

— Bem... você pode dizer para ele que... – Ela pausou antes de continuar...

.

.

— Eu ria das pessoas apaixonadas e adivinha quem está sofrendo de amores agora? Você, porque eu estou rindo da sua cara nesse momento...

.

.

E então, um sorriso cinicamente macabro brotava dos lábios dela, se negando a perder para James Buchanan Barnes e sua paixão ridícula que em breve seria reduzida a cinzas...

.

Para...

S

E

M

P

R

E

.

.

.

.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wintershock" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.