Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 51
Uma dança magicamente inesquecível


Notas iniciais do capítulo

E aí gente, beleza? Pelo título, já dá pra sentir o que vai acontecer, né? Desculpem pelo título spoiler, mas... o nosso casal merece, não acham?
Será lindo, perfeito, mágico e todas vocês vão amar, tenho certeza.
Sejam felizes, crianças.



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Derek deixava Darcy na frente de seu apartamento, depois de reclamar horrores em seu ouvido.

Coisas como: “Você não tem responsabilidade”, “eu vou contar tudo para os seus pais”, “você não vai se formar”, “deixe de agir como uma adolescente rebelde e bêbada e acorde pra vida”, entre outros, eram sermões que a garota já estava cansada de ouvir, mas...

Ele tinha razão... Seu TCC seria em breve e precisava se concentrar, no entanto, faria tudo certo à partir de amanhã, porque hoje, obviamente, a embriaguez não lhe deixaria.

A garota estava bêbada, mas nada que Derek não tivesse visto antes, afinal, Darcy era um ser mais alcoólico quando começou a faculdade do que nos dias atuais. Ela já não bebia tanto comparado à antes...

Os dois amigos se despediram e a estudante entrou no prédio, subindo as escadas lentamente, tomando o máximo de cuidado para não cair, já que sentia uma leve vertigem por causa do excesso de vodka.

Não estava em seus sentidos... sabia que Bucky esperava por ela, mas talvez ele tivesse desistido por conta do horário? Era o que mais queria, pois não tinha certeza de como reagiria depois daquela manhã onde os dois quase... se beijaram...

Talvez tudo aquilo que aconteceu foi um delírio? Talvez uma brincadeira? Talvez o soldado estivesse se sentindo carente e a primeira pessoa que viu em sua frente foi escolhida? No caso, ela...

Darcy não saia do estado de negação... Céus, Robert Thompson fez um grande estrago em seu pobre e iludido coração...

A estagiária não conseguia acreditar que nenhum outro homem pudesse se apaixonar por ela ou até amá-la... não... isso era impossível, afinal, a mesma tinha tantos defeitos...

James Buchanan Barnes não iria olhar pra ela... iria...?

Quando a estudante chegou no andar de seu apartamento, ela respirou fundo... é claro que se estivesse sóbria, jamais teria voltado ali, mas como o álcool prevalecia, não se sentia tão inibida a ponto de não conseguir encarar Bucky Barnes depois daquela manhã.

Ela tirou a chave da nécessaire e abriu a porta.

Darcy olhou ao redor e percebeu que tudo estava escuro, mas o rádio estava ligado... na sua estação favorita...

O soldado roubou sua estação de rádio... era só o que faltava...

— Hey, tem alguém em casa!? – Ela gritou, eufórica. Estava tão agitada por dentro, que se pudesse, encararia uma montanha russa naquele exato momento.

A estudante trancou a porta e andou na direção da sacada.

Não havia ninguém... mesmo com o rádio ligado?

— Que ótimo... Ele me enganou... – Darcy resmungava para si mesma, enquanto jogava seus sapatos em cima do sofá, ficando descalça.

Mas...

Uma voz sussurrada ecoou perto de seus ouvidos...

.

— Quem foi que te enganou...?

.

A garota deu um pulo, de susto.

Bucky estava atrás dela, com um sorriso divertido nos lábios.

— Hey, não me assuste desse jeito! – Conclamou, irada.

Quando a estagiária se virou, o sargento teve uma completa visão da aparência dela...

Seus trajes... eram... um tanto... ousados...

O vestido se moldava completamente em seu corpo, valorizando as curvas acentuadas da estudante... além do penteado deslumbrante, e a maquiagem tão bem-feita...

E por mais que não quisesse, era impossível não notar o seu incrível decote... um audacioso decote... que lhe fazia imaginar mil coisas propensas à libertinagem...

A pele dela, tão exposta e iluminada pelo brilho das luzes que vinham da sacada... lhe fazia ter imensa vontade de tocá-la... apenas para sentir sua textura...

— Por que demorou tanto? Já é meia noite...

— Eu disse que não tinha hora pra voltar... – A garota fez uma cara birrenta em resposta.

O soldado percebia que a mesma estava embriagada... sua forma de falar mudava completamente quando bebia.

O álcool deixava Darcy mais ousada, briguenta, cínica, irônica, desinibida e por fim, mais louca do que costumava ser quando não bebia.

James se perguntou se a estudante bebeu por causa dele, afinal, naquela manhã, era nítido que a mesma mostrou um constrangimento descomedido por causa do quase beijo que tiveram...

Mas a questão era....

Por quê...?

Ela o encarou, com o semblante irritado. Sua testa estava franzida, exibindo uma carranca...

Encantadora...

Sua feição zangada apenas complementava o aspecto esbelto... Ela ficava linda quando estava com raiva...

— Você está irritada comigo? – Contestou-a, ainda maravilhado com sua expressão.

— Não, mas... ah, a minha cabeça está girando... – A estudante massageou as têmporas.

— Por que bebeu? Você disse que foi para o laboratório a trabalho.

— Eu bebi, porque... porque... ah, não é da sua conta...! – A garota virou de costas. Jamais diria que bebeu porque estava entrando em parafuso por causa dele.

Ela só queria esquecer de tudo, mas...

“Quando penso em te esquecer, é quando esqueço de lembrar que você é inesquecível...” – Ela pensava, mas nunca diria aquilo em voz alta.

Mesmo bêbada, era impossível não sentir aqueles malditos efeitos de quando se está apaixonado, e Darcy pensava o quanto ela era medíocre.

Bucky achava as ações da garota um tanto suspeitas... não era de hoje que sempre quando se encontravam em situações ou diálogos constrangedores, ela sempre esquivava seu rosto, apenas para que não pudesse olhá-la.

Por que ela fazia aquilo...?

O soldado arqueou uma sobrancelha... Se suas indagações estivessem certas, ele teria a resposta em breve, mas precisava conferir... bem de perto...

James acionava o modo “espião” naquele exato instante.

— Você está bem...? Não acha melhor tomar um café ou ir direto pro chuveiro pra se livrar da embriaguez? – Ele tocou o ombro dela, e Darcy se sentiu estremecida apenas por sentir o contato da mão humana em sua pele...

— Não... eu só preciso dormir... – Retorquiu, um tanto desconsertada.

De repente, a garota ficou tensa e ele percebeu.

O primeiro indício podia ser facilmente notado...

Negação seguida de tensão...

— Bem, então por que não vai para o seu quarto descansar...?

— Por que eu não acho que conseguiria dormir agora... – Ela replicou, mas dessa vez sem medo.

— Por quê?

— É bem complicado explicar... – A estudante se virou e esbanjou um meio sorriso melancólico.

James percebeu outro forte indício...

Afirmações enigmáticas, onde alguns fatos eram ocultados, nas entrelinhas, além da tristeza que decorria pelo olhar e o sorriso desanimado.

Darcy estava frustrada... mas por quê...?

Ele tentaria descobrir...

— Bem... várias vezes em que estive preso nas malditas crises traumáticas, você estava aqui para me ajudar... será que posso retribuir de alguma forma?

Ela inclinou a cabeça para o lado diante da pergunta.

— Como...?

Bucky sorriu e se afastou, indo na direção do rádio.

O soldado aumentou o volume do aparelho de som, onde vários clássicos de Hard Rock tocavam na estação, aquela hora da madrugada.

Darcy franziu o cenho. O que ele pretendia?

Ao voltar em sua direção, o soldado, que se encontrava com os cabelos soltos, e vestido elegantemente com uma jaqueta escura, uma camiseta preta por baixo, jeans e coturnos, se aproximou novamente, com a mão estendida na direção dela.

.

.

— Você me concede uma dança...?

.

.

Os olhos de Darcy arregalaram.

— O quê...? Você não desiste...? – Ela segurou a risada. James Buchanan Barnes queria dançar com ela aquela hora da madrugada?

— Eu não vou aceitar um não... – Ele sorriu, galanteador, ainda com a mão estendida na direção da estudante.

— Sargento Barnes... você está flertando comigo...? – A estagiária devolveu com outra pergunta. Aquela situação estava engraçada.

— E você, senhorita Lewis...? Nunca foi cortejada antes...? – Bucky piscou, lentamente... seus penetrantes olhos azuis a prenderam no chão onde pisava.

— Isso é coisa do século passado. – A estudante retrucou, presunçosa.

— Sou um homem do século passado... – Ele a abordou, comprimindo ainda mais a distância.

O jeito cavalheiro... seus gestos, sua postura, sua confiança...

Não havia traços do Soldado Invernal ali... Apenas James Buchanan Barnes e sua personalidade pura... sem filtros, sem objeções, sem traumas...

Darcy sorriu em resposta, desviando o olhar para o lado e James vagueou pelo doce olhar da estudante, que lhe fazia ter a sensação de ser transportado ao paraíso...

Ela ergueu a mão na direção dele, finalmente aceitando o convite para uma dança.

— Espero não me arrepender disso... – A garota manteve o sorriso amplo.

— Você não vai... – Ele sussurrou suavemente... sua voz soou rouca e incrivelmente sexy...

Porém...

James segurou delicadamente a pequena mão feminina, puxando-a para cima...

Darcy congelou quando percebeu que...

.

.

O soldado beijava sua mão, como forma de cumprimento, cortejo, gentiliza e cavalheirismo...

.

.

Naquele momento, a garota apenas sentiu um potente frio na barriga, a ponto de se derreter por dentro, abalando completamente sua estrutura, da cabeça aos pés...

A estagiária não tinha ideia que a sensação de se estar apaixonada podia ser tão mais forte e fatal do que presumia... era a primeira vez na vida que tais efeitos lhe deixavam tão devastada a ponto de quase desmaiar...

Céus... James Buchanan Barnes era a personificação do homem galante e conquistador da década de 40, que fazia todas as donzelas suspirarem e desfalecerem de imediato...

A estudante não soube como reagir ao sentir o toque dos lábios dele em sua mão...

Ele não quebrou o contato visual, mantendo seus olhos fixos nos dela, ousadamente cavalheiro...

Darcy ficou imóvel... arrebatada pela expressão sedutora do sargento, que quando terminou de depositar um beijo em sua mão, imediatamente se aproximou ainda mais, encurtando a distância entre ambos.

Naquele instante, Bucky percebia outro sinal no comportamento estranho dela e que batia com suas suspeitas...

Acanhamento excessivo, silêncio e o corpo inerte...

Mais alguns sinais e ele estaria certo sobre o que pensava...

Uma música começava a tocar no rádio... não era exatamente uma música romântica que descrevesse a atual situação dos dois, mas ambos amavam aquela canção...

Bon Jovi – Blaze of Glory…

James pressionou a mão cibernética na curva das costas dela…

Ele alisou o cetim de seu vestido, e a atraiu para mais perto…

Darcy descansou uma mão no ombro dele e a outra apertou firmemente a mão humana...

Entrelaçando os dedos...

— Preciso te contar um segredo... – O soldado estabelecia certo mistério naquela afirmação enigmática.

— Qual segredo...?

— Eu acho que não vou saber conduzir uma dança tão bem como antigamente, mas darei o meu melhor... – Ele desabafava, quase se desculpando.

Darcy bufou... Bucky esbanjava toda aquela pose confiante, para lhe dizer que não sabia dançar mais?

— Eu nunca dancei dessa forma antes, não conheço nenhum desses passos, mas isso não devia ser um empecilho, não acha?

— Sim... no entanto, eu não acho que saiba mais dançar... não faço isso há décadas... – Replicou, divertidamente enquanto a encarava.

— Você é um mentiroso, senhor Barnes. – E então, os dois começaram a se mover... lentamente...

A voz de Jon Bon Jovi fluía pelo local... lindamente...

.

I wake up in the morning, (Eu acordo pela manhã)

And I raise my weary head, (E levanto minha cabeça cansada)

I've got an old coat for a pillow, (Tenho um casaco velho como travesseiro)

And the earth was last night's bed, (E a terra foi a cama da noite passada)

I don't know where I'm going, (Não sei para onde estou indo)

Only God knows where I've been, (Só Deus sabe onde estive)

I'm a devil on the run, (Sou um demônio em fuga)

A six gun lover, (Um amante da arma de seis tiros)

A candle in the wind… (Uma vela ao vento)

.

Eles se entreolharam enquanto a música ecoava pela sala do apartamento... Tudo estava tão perfeito e magicamente confortante... ainda que a letra narrasse a vida de um homem peregrino e pistoleiro, sem sorte, vivendo de qualquer forma...

Bucky a mantinha firme com o braço de metal apoiando suas costas... e sua mão humana entrelaçada na dela lhe causava equilíbrio, já que a garota estava bêbada.

Enquanto dançavam, Darcy o defrontou de modo petulante.

— Você está conduzindo essa dança muito bem, não acha...?

— Bem... é como andar de bicicleta...

— Eu sou a bicicleta nesse cenário? – A estudante contestou, arqueando uma sobrancelha, mantendo seu olhar nele.

— Não... você não é nenhuma bicicleta... – Replicou, animadamente, enquanto ambos continuavam girando no compasso da música.

— Então o que eu seria...?

— Bem... Talvez uma moto...?

— Uau...! Eu sou uma moto então, ahahahaha! – Darcy riu, deixando a embriaguez notória.

.

Shot down... in a blaze of glory (Derrubado em uma chama de glória)

Take me now but know the truth (Leve-me agora, mas saiba a verdade)

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— Eu não acho que te comparar a uma moto seja a melhor colocação nesse momento...

— Então o que seria...?

— Você quer a verdade...? – Ele se aproximou ainda mais, diminuindo o alcance de seus corpos.

— Sim... – Inquiriu, completamente curiosa.

James achegou seu rosto para mais perto do dela, e então... sussurrou em seu ouvido...

.

— Você está linda nesse vestido...

.

Era um elogio... e Darcy não estava acostumada a ouvir tais palavras dele... Talvez fosse a primeira vez que ouvia um elogio do soldado.

— Obrigada... você também está ótimo... – Ela desviou o olhar... seu rosto estava enrubescido... e era nítido que um calor subia por suas bochechas, deixando-a desconsertada.

— Não queria que ficasse envergonhada de dançar comigo... – O sargento confessava, percebendo o quanto a estudante parecia tímida.

Darcy não conseguia o acompanhar. Estava bêbada demais...

— É que eu não sei dançar dessa forma... – E então, a garota tropeçou, se desequilibrando.

Mas o soldado a segurou, impedindo-a de cair...

A estagiária sentiu um aperto firme em sua cintura. O braço de metal estava completamente enganchado em suas curvas...

Em meio ao constrangimento e embriaguez, Darcy só conseguiu soltar uma risada diante de seu fracasso naquela dança e por ser... tão patética...

— James Buchanan Barnes... Você é incrível...! - Ela sorriu encantadoramente enquanto mirava diretamente os olhos azulados do sargento.

— Darcy Katherine Lewis... Você é uma terrível dançarina... - Ele sorriu de volta, insolentemente debochado.

— Aah, claro, mas você podia dar um desconto, já que eu não costumo fazer isso...

— Isso me lembrou aquele filme... Dirty Dancing...

A estudante fez uma careta de espanto. Por que ele estava mencionando esse filme?

—  Hey! Eu não coloquei esse filme na lista pra você assistir!

— Mas eu não preciso seguir a sua lista. Posso fazer a minha. – James deu de ombros.

— Eu não acredito que estou ouvindo isso! Você não está pensando em replicar essa dança, não é? Eu nunca conseguiria! Essa é uma dança erótica! Isso não é pra mim!

— Ora, Lewis... pensei que você fosse uma garota moderna e desinibida... – O meio sorriso de canto do soldado apenas deixava a estudante mais perplexa.

— Mas isso não significa que eu tenha coragem de dançar isso!

— Não precisa se exaltar... – Bucky achava hilário quando Darcy reagia daquela forma. Às vezes, a impressão que tinha, era que a garota não era tão aventureira como dizia ser.

A música continuava tocando...

Eles riram, enfeitiçados pelo momento... pela música, pela atmosfera...

Darcy estava totalmente perdida... parte dela estava confusa e aflita sobre tudo o que ambos viviam, mas outra parte apenas queria se divertir... se entregar, deixar rolar e aproveitar o momento...

Estava dividida entre seu lado sóbrio, enclausurado nos confins de sua mente, tentando sair e alertá-la que estar ali dançando com Bucky era um absurdo, e o lado embriagado, que se encontrava mais notório... porém mais livre, leve e solto, lhe aconselhando a dançar com ele e esquecer que o mundo existia...

Darcy decidiu deixar o seu lado embriagado falar mais alto.

Ela encarou o sargento, com um olhar desconfiado, numa espécie de careta...

— Tenho algumas curiosidades sobre você... – Confessou, fitando-o intensamente.

— Curiosidades...? Quais...? – Eles ainda dançavam, de forma desengonçada. seus corpos giravam num círculo infinito... os pés de ambos se arrastavam pelo carpete do chão da sala.

— O que seria um dia perfeito pra você? – Contestou-o, de forma divertida.

Bucky arqueou uma sobrancelha... aquela pergunta era muito aleatória, mas Darcy estava bêbada, então não deveria estranhar.

— Um dia perfeito pra mim, seria um dia em que não tivesse crises ou pensamentos ruins. – Ele segurava a mão dela com firmeza, conduzindo a dança.

— Certo... Próxima pergunta... Você já fez uma serenata pra alguma mulher?

— Não... – James respondeu, soltando uma risada abafada logo em seguida. Tinha a impressão que as perguntas que viriam em seguida seriam ainda mais malucas...

— Como você acha que vai morrer? – E do nada, a garota pulava para uma questão sombria.

— Assassinato. Com certeza alguém vai me matar. – Bucky rebateu de imediato.

— Cite duas características físicas da mulher que você gosta. – Darcy o questionava sobre algo que o mesmo não esperava...

Eram questões aleatórias e... bem, a garota estava bêbada, então, nada do que ela perguntasse faria sentido... No entanto...

A última pergunta conflitou a conclusão que estava tendo dos sinais dela. Foi repentino e inesperado...

Mesmo assim, decidiu ser sincero... eles estavam flertando... por mais que a garota entrasse em negação, era evidente que a mesma estava deixando isso muito claro naquele momento.

Ele jogaria o jogo dela...

Mas antes de responder, o soldado a observou atentamente mais uma vez... seduzido pela visão majestosa em sua frente...

Darcy se encontrava tão linda naquele momento... seu cabelo estava preso em um rabo de cabelo baixo e para o lado, e suas madeixas mais onduladas que o normal...

Algumas mechas se encontravam soltas propositalmente, compondo seu penteado sofisticado.

Além do mais... quando disse que a garota estava linda naquele vestido, não estava sendo sincero...

Ela estava maravilhosa... deslumbrante...

O soldado precisou fazer uma força sobre-humana mentalmente para não deixar que seus olhos focassem apenas no decote extremamente ousado de seu vestido...

Os olhos azuis, delineados por uma sombra fraca... os lábios preenchidos por algumas camadas de batom na tonalidade vermelha carmesim, também eram um tanto tentadores...

A estudante estava trajada para matar... literalmente... e quem saia atingido era seu coração... que quando a vislumbrava, falhava várias batidas...

— Hey, você não vai responder? – Ela o arrancou de seus desvairos.

Então...

— Duas características físicas da mulher que gosto...? Bem... ela tem cabelos castanhos e olhos azuis. – Afirmou, num breve aceno de cílios... piscando lentamente enquanto a encarava, fascinado...

Darcy se sentiu ainda mais atraída com o deslumbre dos olhos... pestaneando... mas estava surpreendida, pois aquela não era a resposta que esperava.

— O quê!? Ela não tem cabelos ruivos e olhos verdes!? Acho que você está se confundindo, ahahaha - Ela riu, bêbada, se referindo à Natasha Romanoff.

Porém, James deixou claro que a estudante estava errada.

— Não estou me confundindo... – O tom de sua voz fluiu um pouco mais grave.

— Certo, vamos passar pra próxima. Quais são as características que você aprecia na sua amada...? – A garota sorria cinicamente. Estava tão divertido fazer tal jogo. A Darcy sóbria com certeza não teria coragem.

— Características...? Vejamos... Ela é brincalhona, extrovertida, intensa, sincera e não possui um passado negro... – Retorquiu, convicto.

Darcy franziu o cenho, desconfiada.

— A Viúva Negra é brincalhona, sincera e não possui um passado negro!? Você só pode estar brincando! – Ela protestava. O que aquele soldado estava dizendo!? Será que era só ela quem estava bêbada?

— Eu não estou falando da Natalia...

A garota olhou para cima, confusa. De quem ele falava então?

— Aah... está falando da minha avó ou da tal garota que você saia logo quando foi pro exército? Ela devia ser uma pessoa bem legal, mas eu jurava que você amava a Natasha Romanoff.

James não respondeu...

Mesmo depois de todas as dicas que deu, Darcy simplesmente não conseguia entender que ele...

.

Se referia a ela...

.

Darcy Katherine Lewis... tão moderna e inteligente, mas tão lerda e desligada ao mesmo tempo...

Os sinais que passou a observar desde que a estudante chegou no apartamento, estavam conflitantes e pela primeira vez, Bucky não sabia o que de fato estava acontecendo...

Por um momento, pensou que Darcy pudesse ter sentimentos por ele, e que todos aqueles dias em que a mesma se afastou, que o tratou de forma indiferente, que fugiu e inventou desculpas, era pelo fato de que talvez... talvez... estivesse apaixonada por ele, mas depois de todas as perguntas anteriores, em que a mesma pareceu tão alheia, estava em dúvidas de novo, voltando à estaca zero.

Porém...

Não desistiria... precisava ir até o fim, e se a garota percebesse suas reais intenções com ela, decidiu que deixaria isso claro, investindo pesado em todos os métodos possíveis...

.

E seria naquela noite...

Era agora ou nunca...

.

Coincidentemente, outra música começava a tocar no rádio...

Scorpions – Still Loving You...

Uma música romântica e lenta, que falava sobre um homem ainda amar uma mulher, depois de várias barreiras...

Os acordes da guitarra acústica fluíram pelos quatro cantos da sala do apartamento, majestosamente... magicamente... o clima estava perfeito...

O soldado aproveitaria a brecha...

Faria Darcy se apaixonar por ele naquele momento...

Começando dali...

Ele pressionou a curva das costas dela, delicadamente com a mão de metal... forçando-a se inclinar diante dele...

A garota automaticamente teve que ficar nas pontas dos pés...

James era alto...

— Por que você está em silêncio desde a última pergunta? Vai me ignorar? – Provocou-o, com uma feição contumaz.

— Eu não faço tratamento silencioso, boneca... – Ele alertou, e seus belíssimos olhos azuis piscaram novamente... focalizando o rosto dela.

Darcy tentou controlar a emoção quando o sopro da voz dele, penetrou suavemente seus ouvidos...

Os olhos dela viajaram sobre ele... Bucky era um homem intenso, principalmente naquelas horas onde o mesmo parecia estar lhe cortejando...

O olhar azul que queimava inebriante... era incrível... e quando fixo no dela, parecia lhe despir, tocando intimamente sua alma...

Novamente, a estagiária sentiu um frio na barriga, seguido de um arrepio por sua espinha...

Numa conquista mútua de sensações únicas, a estudante sentia-se completamente perdida em sua essência...

.

Time, it needs time, (Tempo, é preciso de tempo)

To win back your love again, (Para reconquistar seu amor)

I will be there, I will be there… (Eu estarei lá, estarei lá)

Love, only love, (O amor, apenas o amor)

Can bring back your love someday, (Poderá trazer seu amor de volta algum dia)

I will be there, I will be there… (Eu estarei lá, estarei lá)

.

James continuou guiando-a em lentos passos ao som daquela canção tão linda e envolvente...

Dançar ao som de uma música romântica de uma banda de Hard Rock dos anos 80, madrugada adentro, sozinhos, sem ninguém para lhes interromper... e somente com mundo presenciando... era clássico, mas ao mesmo tempo moderno... parecia um sonho...

O sonho que garotas como Darcy tinham...

A atmosfera envolvente de mais uma noite quente de verão em Nova York... As fracas luzes dos prédios e das ruas, ainda acesas, era o que iluminavam o cômodo onde ambos estavam...

A estudante não perguntou mais nada... se encontrava imersa no brilho penetrantemente azul de James... Ambos tão perto... tão próximos... tão juntos...

Mesmo estando nas pontas dos pés, era difícil acompanhar o ritmo dele, ainda que lento, então...

A garota largou a mão dele e ergueu os braços, enlaçando o pescoço masculino, permitindo que o sargento lhe guiasse, já que seus reflexos não estavam tão bons por conta do álcool.

O soldado empalideceu... seu coração parou...

Agora mais do que antes, os dois estavam muito mais próximos... Mais do que nunca...

Sentindo os braços da estagiária envolta de seu pescoço, Bucky deslizou as mãos pela cintura dela, prendendo-a ainda mais em si...

Darcy agora conseguia dançar os compassos da música com mais facilidade...

Eles se entreolharam... sem desviarem os olhos... quase sem piscarem...

A estudante pensava mil coisas... Tinha tanto medo de imaginar que seus sentimentos por ele fossem correspondidos... era um devaneio que lhe causava muita melancolia...

.

“Como posso ter tanto medo de te perder, se nem ao menos eu tenho você...?” – A garota divagava, aflita...

.

James tinha uma expressão semelhante... quando pensava que teria de se despedir dela dentro de alguns dias...

"Se tivesse uma rosa para cada vez que pensei em você, eu estaria escolhendo flores por toda a vida..." – Refletia, enquanto mirava o rosto dela.

A música continuava... e com ela, ambos... viajando na atmosfera envolvente e primorosa...

.

Try, baby try, (Tente, baby, tente)

To trust in my love again, (Confiar no meu amor novamente)

I will be there, I will be there, (Eu estarei lá, estarei lá)

Love, our love, (o amor, o nosso amor)

Just shouldn't be thrown away, (Simplesmente não deveria ser desperdiçado)

I will be there, I will be there… (Eu estarei lá, estarei lá)

.

Muito próxima a ele, Darcy conseguiu inalar a mesma fragrância particular que sentiu semanas atrás, quando Bucky a buscou de moto no evento da PYM Tech.

Mas dessa vez era um cheiro mesclado... distinto...

Um perfume amadeirado, gélido e fresco, misturado com loção pós-barba, ferro e eletricidade...

Um aroma que só ele possuía... e que lhe fazia flutuar...

Tudo parava de fazer sentido... O mundo parava de girar... as palavras desapareciam de seus lábios quando ousava descrever o que sentia...

Céus... ele cheirava tão bem... Era puro, límpido e cristalino... Seu olfato se viciava ao aspirar aquele delicioso perfume...

Ambos continuaram dançando, lentamente, até que o soldado deslizou a mão humana e apertou a delicada mão feminina, fazendo-a girar suavemente em seus braços...

Ficaram imóveis, se encarando após o movimento tão clássico numa dança a dois...

.

If we'd go again, (Se nós percorrermos novamente)

All the way from the start, (Todo o caminho, desde o início)

I would try to change, (Eu tentaria mudar)

The things that killed our love, (As coisas que acabaram com nosso amor)

Your pride has built a wall, so strong, (Seu orgulho construiu uma barreira, tão forte)

That I can't get through, (Que não consigo atravessar)

Is there really no chance, (Não há realmente nenhuma chance)

To start once again...? (para recomeçarmos?)

.

Diante da expressão de êxtase da garota, o sargento se sentia fortemente atraído ao perceber que a mesma parecia estar magicamente cedendo aos seus encantos... e então...

.

Bucky estendeu a mão humana, lentamente... e a descansou contra a bochecha dela... num meigo carinho...

.

Darcy se sentiu estremecida... não conseguia resistir... Céus, ele estava vencendo, e não tinha capacidade de lutar contra si mesma...

Ela fechou os olhos por instinto... sucumbindo a carícia que o mesmo lhe proporcionava...

Ao tocar a nívea pele divina e sedosa, James sentia a textura delicada e macia da essência de uma flor...

.

Um lírio...

.

Darcy parecia um Lírio... mas não um qualquer... e sim lírios brancos com tons azuis... era uma espécie rara... exatamente como ela... E era a flor que melhor lhe representava...

Ela era branca, cabelos castanhos e olhos azuis celestes... inocente como uma menina... uma jovem donzela...

Tudo aquilo lhe atraia fatalmente...

A estudante deslizou as mãos para os ombros dele, mantendo-as ali. Sentia uma nuvem que parecia lhe cobrir a retina... densa como uma espessa cortina, semelhante a um leitoso véu...

Continuava submersa diante do toque afetuoso em sua face... inclinando o rosto levemente, se entregando ao delicado afago...

James terminava de deslizar suavemente as costas de seus dedos pela bochecha feminina, e então... o mesmo encaixou a mão humana completamente em torno do rosto dela...

Darcy se aconchegava ainda mais a ele, diante de tanto afeto...

Ela permaneceu de olhos fechados... aquele era um momento mágico, que desejava durar por toda a eternidade...

O soldado percebia o quanto seu carinho parecia acalentá-la pouco a pouco... e então...

Observava calado aquela expressão magnífica em sua frente...

Seus lábios vermelhos... tão bem desenhados... tão bem-dotados, que pareciam cerejas... instigando uma vontade enlouquecedora e pouco contida de saborear... tocar... mimar... beijar até desmaiar... apenas para saciar seus desejos insanos...

Era enlouquecedor... e James estava em conflito...

Seu autocontrole estava quebrando e sua mente caindo em estilhaços fragmentados...

Sem pensar duas vezes, o sargento colocou a mão sob o queixo da garota e levantou-o entre o polegar e o indicador, para que pudesse ver sua expressão mais nitidamente...

Darcy abriu lentamente os olhos... encontrando um par de olhos azuis... obscuros...

De desejo...

A mão de metal subiu de suas costas, para a nuca feminina...

Um forte arrepio percorreu por todo o seu corpo, como uma corrente elétrica quando o soldado cravou a mão de metal em seus cabelos, enrolando seus dedos nas madeixas soltas...

Bucky encaixava perfeitamente a nuca da garota na palma de sua mão...

Tudo o que conseguia sentir era o trotar de seu agitado coração, disparando violentamente...

Darcy apareceu em sua vida, tentando salvá-lo... tentando curá-lo de todas as chagas e feridas... tentando limpar seu passado sombrio e repleto de sangue...

Por mais que a desejasse, James estava diante de um dilema horripilante e só agora se dava conta... tinha medo que aquela emoção que queimava como um incêndio em seu peito lhe fizesse desistir de tudo que havia planejado... apenas por ela... Era forte demais para ser controlada... indomável para mantê-la presa...

Naquele instante, o soldado estava desesperado por ela... Darcy era sua maior inspiração... seu anseio mais lindo e um sonho inalcançável...

Ele era apenas um homem volátil, imprevisível e mentalmente instável... o que poderia oferece-la além de dor...?

Tinha o imenso desejo de conhecer os lábios dela... Mas se sentia indigno de tocá-la...

Ele não queria manchá-la com seus pecados...

A estudante o fitava, confusa, mas atrelada a um emaranhado de emoções, assim como ele... Não era fácil estar naquela situação com o homem que estava apaixonada...

Os olhos da garota tinham o brilho de uma estrela...

Lindas safiras... reluzentes... tão preciosas... tão raras...

— Bucky... você...-

— Me ouça... - Ele a interrompeu... Absorto em seu próprio desespero... não tinha ideia que sua paixão por Darcy tinha alcançado tamanha intensidade...

— Se tivéssemos nascido na mesma época e nos conhecido em outras circunstâncias, talvez nós...  – O soldado hesitou em continuar, porque nem mesmo ele acreditava que estava dizendo aquilo...

Mas...

.

Darcy riu...

.

— Aah, qual é!? Você mesmo disse que eu não sou o seu tipo...! – A garota fez uma careta, tentando animá-lo.

Os olhos dele a rodearam... em êxtase...

E então...

.

— невозможно...

.

As palavras saíram em russo, deixando uma Darcy confusa e irritada.

— Hey, não fale só pra você entender...! - Resmungou, tentando entender o que ele queria dizer com aquilo.

Então, Bucky agiu por instinto e envolveu o braço humano em volta da cintura acentuada, levantando-a sem esforço, fazendo com que a garota não sentisse o chão por baixo de seus pés...

Os corpos de ambos, se encontravam completamente colados...

Ele era tão forte... e ela leve como uma pluma...

Aquele gesto ousado fez com que a estudante sentisse sua respiração engatar... de repente, os dois estavam naquela situação... e ela não sabia o que dizer ou fazer...

O sargento era um homem cuja masculinidade exorbitante era notável... e fazia parte de seu charme tão esmerado...

Qualquer mulher iria suspirar... porém...

Tudo o que Darcy conseguiu expressar em resposta, foi uma feição tímida... com suas bochechas corando drasticamente pela terceira ou quarta vez naquela noite...

Onde Bucky Barnes queria chegar...?

Ele a defrontava veementemente... seu olhar impetuoso lhe deixava sem fôlego...

E para completar... lá estava ele, tão perto novamente e prestes a lhe dizer algo que não tinha a menor ideia...

.

— Você faz com que eu me sinta vivo... – Ele sussurrou, perto o suficiente dos lábios dela.

.

A estudante exalava um perfume doce... e seu cheiro o embriagava... em todos os sentidos...

Darcy se sentiu feliz por ouvir tal confissão... então, no final, resgatá-lo de Washington DC foi a melhor coisa a ser feita...

— Eu me sinto honrada, Sargento Barnes... – Ela respondeu, docemente, com um lindo sorriso em seus belos lábios, porém, um tanto embaraçada diante de toda aquela situação...

O soldado se surpreendeu com a resposta, e arregalou um pouco os olhos...

Céus... Ela era tão incrível...

Ainda movido por todas as emoções afloradas que fluíam em seu peito, ele andou três passos, segurando-a com seu braço humano, a colocando no chão logo em seguida...

E então...

James a pressionou contra a parede...

Darcy sentiu suas costas tocarem a parede gelada...

O rosto do sargento exprimia uma feição misteriosa... Ela não tinha ideia do que ele estava pensando...

Seus lindos olhos azuis se encontravam nublados... numa nuvem escura de puro desejo...

Darcy estava incrivelmente irresistível e James sabia que não conseguiria suportar mais...

Naquele momento, a garota sentiu uma violenta compressão no estômago... Completamente arrebatada diante de todo aquele suspense...

E então...

.

Seu corpo tremeu quando James enterrou o rosto em seu pescoço...

.

O coração da garota disparou freneticamente... seu rosto ardeu... seus joelhos ficaram trêmulos diante daquele movimento tão ousado...

Ela se inclinou contra ele, sem saber como reagir... respirando lenta e profundamente...

Suas pupilas se dilataram...

Sua cabeça deslizou para o ombro de metal... e Bucky permaneceu ali... com o rosto imóvel na curva do pescoço feminino...

— Você está me deixando louco... Não tenho ideia do que fazer com você... – Ele murmurou ainda sob seu pescoço...

O perfume impregnado na pele macia, despertava seus instintos mais lascivos, e o soldado não suportava o sofrimento de não tê-la inteiramente para si...

Mas não podia externar tais pensamentos... Eram impuros demais...

Então, tentando quebrar aquele clima onde não sabia como reagir, a garota apenas tentou escapar...

— Por que está coagindo uma pobre garota indefesa...? – Ela brincava, num tom de voz divertido, com palavras que pudessem ser usadas como uma espécie de válvula de escape.

— Pobre garota indefesa? Onde está o seu taser? - Ele rosnou em sua orelha... deixando-a estremecida com a vibração de sua voz... tão perto...

— Por quê...? Você quer ser eletrocutado nesse exato momento, sargento? – Rebatia, ainda muito desconsertada por senti-lo tão perto... tão íntimo...

Então, James se afastou, apenas para fita-la...

O soldado viu o par de olhos azuis, os fitando, um tanto atônitos... Era como se Darcy tivesse lido sua mente... Seu olhar lhe atraía e o desarmava completamente...

— Você não faria isso comigo... – Ele sorriu de canto... perfeitamente obstinado.

— Quer apostar...? – A estagiária desviou o olhar, sorrindo, mas ao mesmo tempo mordendo o canto de seu lábio inferior, num misto de nervosismo e ansiedade...

.

James foi pego de surpresa...

 Aquele gesto era apetitosamente instigante...

.

— Não me provoque... – Dessa vez, era ele quem estava desconsertado...

Então, Darcy se sentiu atraída pela feição de acanhamento do soldado... era tão difícil ver aquela expressão...

Céus... James Buchanan Barnes foi galanteador do começo ao fim daquela dança, que ela nem percebeu quando havia terminado...

O rosto dele envolto da luz suave que emanava das luzes vindas da sacada, deixava tudo mais difícil de suportar... ele era incrivelmente sedutor...

A música estava quase acabando...

.

This can't be the end… (Isso não pode ser o fim)

I'm still loving you... (Ainda te amo)

.

Muito embriagada, sabendo que haveria consequências para seus atos, e que não se lembraria de nada no dia seguinte, a garota não pensou duas vezes...

Bucky Barnes era um homem muito lindo para simplesmente se manter longe, sem se aproveitar...

A estagiária definitivamente resolveu ceder ao que seu cérebro embriagado e seu coração confuso lhe pediam...

Resolveu tomar iniciativa... num movimento audacioso...

.

.

Darcy ficou na ponta dos pés, e ergueu o rosto...

.

.

Dando um beijo caloroso, acolhedor e suave no canto dos lábios do soldado...

.

.

James ficou imóvel, sem reação, com os olhos arregalados... Tudo o que o sargento pôde sentir foi o contato docemente ameno no canto direito de sua boca...

Darcy tinha lábios macios e gentis... E aquele movimento lhe pegou totalmente de surpresa...

O resto do mundo se dissipou... o sargento estava em chamas...

Estava se contendo todo aquele tempo, quando de repente, a estudante lhe impressionou, fazendo aquilo que não conseguiu, por conta de seu autocontrole que lhe dizia o tempo todo para se frear.

Ela se afastou para encará-lo e sorriu matreira, como uma criança...

— Você precisava ver a sua cara agora... é até engraçado...! – A estagiária continuou sorrindo alegremente, como se tudo fosse apenas uma brincadeira...

Enfim, a garota teve coragem suficiente de fazer o que sua eu sóbria jamais teria...

Agradecia à vodka por sua audácia...

James podia sentir o delicioso perfume dela, agora impregnado em seu rosto...

Bucky Barnes talvez, mas o Soldado Invernal nunca sentiu nada... Nunca havia recebido compaixão, gentileza e muito menos amor...

Porém, seus instintos de espião não conseguiram compreendê-la...

Ela tinha ou não sentimentos por ele?

Não podia tirar conclusões precipitadas, até mesmo porque a estudante estava bêbada.

Mas de qualquer forma, aquele gesto ousadamente romântico da garota lhe encorajou a não refrear seus instintos de novo, embora já tivesse passado dos limites há tempos...

Ele queria fazê-la se sentir tão bem quanto ela o fazia se sentir...

— Não devia dar um passo tão ousado se não está pronta para lidar com as consequências... – Tentava lhe intimidar, numa espécie de ameaça, preparando-a para o que viria em seguida.

— Hey, eu só estou grata por ter me dado a melhor dança da minha vida...! – A garota retorquiu, divertidamente.

James tinha tantas coisas para lhe dizer, mas o mundo parecia virar do avesso cada vez que tentava... Tinha tanta coisa ainda presa dentro de si... nas teias de um sentimento submerso de inseguranças e dúvidas...

— Será que posso agradecer também...? – Ele a cercou novamente, com um meio sorriso pretencioso nos lábios.

— Como...? – Darcy o indagou, não entendo o que o mesmo queria dizer.

Sabia que seria errado tirar proveito dela naquelas condições, mas...

Não conseguiria resistir mais... era impossível...

O soldado se aproximou, num forte ímpeto de beijá-la...

Ela ficou imóvel e petrificada...

A expressão de Bucky revelava o que pretendia fazer...

Darcy sentia-se flutuando... os efeitos efervescentes que o sargento lhe causava, fazia com que o mundo parasse de girar...

Quando James comprimiu ainda mais a extensão de seus rostos, lentamente... aos poucos... os olhos de ambos passaram a se fechar...

Estavam há poucos milímetros... ambas respirações se misturando, quando então...

.

.

Darcy simplesmente apagou...

.

.

A garota tombou para frente e ele a segurou em seus braços...

Ela adormeceu repentinamente... justo na hora em que o sargento a beijaria...

James suspirou profundamente... um tanto impaciente... não acreditava que mais um beijo foi interrompido e dessa vez, por causa de um sono alcóolico...

Aquele definitivamente não era o seu dia de sorte...

Mas uma coisa estava mais do que clara...

.

Bucky estava tão apaixonado por Darcy, quanto ela por ele... só que ambos ainda não sabiam disso...

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Notas finais do capítulo

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