Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 48
Um sereno alvorecer no West Harlem


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como estão? Preparados para verem outro acontecimento incrível do nosso casal? Eu espero que sim!
Divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/771169/chapter/48

Bucky e Darcy amanheceram na extensão do rio Hudson, no West Harlem, a oeste de Manhattan...

Eles adormeceram no gramado...

Depois de conversarem por horas, ambos decidiram ficar ali, já que o tal “evento” onde tocava músicas antigas, parecia ter esse intuito, de fazer as pessoas madrugarem no local.

O clima estava agradável, pois Julho era o mês ápice do verão americano.

A garota foi a primeira a pegar no sono, já que tinha um sono pesado.

James usava típica sua mochila que sempre carregava quando saia como travesseiro...

E Darcy lhe usava como travesseiro...

Ela não hesitou em dormir com a cabeça apoiada no colo do sargento, já que estava caindo de sono...

Nessas horas, nem sua paixão pré-adolescente falou tão alto. Sua sonolência era um tanto fora do comum.

E assim os dois dormiram, por poucas horas...

Porém, naquele momento, o soldado era o primeiro a abrir os olhos...

Sua visão foi preenchida pelo céu em seu alvorecer...

O sol acordava, brilhando no horizonte...

Ele piscou algumas vezes, acordando lentamente...

Meses atrás, Bucky jamais faria isso. Dormir num lugar como aquele, deixar a sua guarda tão aberta para qualquer um que passasse por aí e soubesse quem ele era, soava totalmente insano e perigoso, mas...

Quando estava com a estagiária, não conseguia raciocinar direito, ainda mais agora, sabendo que tipos de sentimentos nutria por ela...

A noite anterior foi maravilhosa... ainda que não tivesse conseguido acalmar suas emoções por conta de Darcy...

Ao redor, o orvalho se acumulava no gramado e gotículas prateadas refletiam os suaves raios solares no chão esverdeado...

A fragrância da grama... a brisa fresca...

A água do rio refletia todo o esplendor da natureza ao redor... a atmosfera gloriosa daquela manhã era incrivelmente esplêndida...

O soldado resolveu sair daquela posição, e de deitado, agora optava por ficar sentado.

Darcy ainda dormia profundamente em seu colo...

A estudante estava com os cabelos soltos, com o rosto apoiado na perna direita dele, com um semblante plácido e sereno, respirando calmamente, como se estivesse na cama do seu quarto, em seu apartamento...

Ele a observava com um plácido sorriso de contentamento nos lábios...

A trilha daquela visão tão magnífica tocava no fundo, com o evento ao ar livre ainda acontecendo naquele horário...

Dura Duran – Come Undone...

.

♪ Mine, immaculate dream made breath and skin (Meu sonho imaculado criou fôlego e pele)

I've been waiting for you (Eu tenho esperado por você)

Signed, with a home tattoo (Marcado, com uma tatuagem conhecida)

Happy birthday to you was created for you…  (Feliz aniversário para você, fui criado para você)

.

Ao contemplá-la naquela manhã, tudo o que James conseguia sentir era uma atração irresistível e inquietante... quase tórrido de tão alucinante...

Ele queria tocá-la... e acabou não se segurando...

Num impulso dominante, Bucky moveu a mão humana na direção dela e passou a acariciar os cabelos castanhos com extrema delicadeza...

Seus dedos humanos penetraram as madeixas onduladas, deslizando-os carinhosamente pelo local...

A sensação de tocá-la era incrível... mas tal gesto apenas despertava desejos egoístas dentro de si...

Tudo aquilo servia de estimulante para todos os seus anseios reprimidos mais íntimos... que a cada dia estavam mais difíceis de conter...

No afã de senti-la ainda mais, seus dedos atravessaram cada vez mais fundo por dentro dos cabelos da garota, até que finalmente encontraram o pescoço dela...

Darcy era tão tátil... tão delicada... tão amena... tão linda...

Seus olhos não se cansavam de apreciar sua beleza...

Enquanto seus dedos se encontravam afagando as madeixas profundamente a ponto de tocar o pescoço feminino, a garota acabou se mexendo, e consequentemente acordando logo em seguida...

Quando a mesma abriu os olhos, seus ouvidos reconheciam uma música tocava no fundo...

Words, playing me déjà vu (Palavras, brincando comigo de deja vu)

Like a radio tune (Como uma sintonia de rádio)

I swear I've heard before (Eu juro que já ouvi isso antes)

Chill, is it something real (Arrepio, isso é algo real)

Or the magic I'm feeding off your fingers (Ou a mágica de que estou me alimentando dos seus dedos?)

A letra da música parecia a melodia de um extraordinário sonho, resplandecente e prazeroso...

O clima, a atmosfera, a brisa da manhã, o carinho em seus cabelos... o toque dos dedos dele em seu pescoço... tudo aquilo lhe arrancava um arrepio congelante na espinha, a ponto de sentir suas entranhas derreterem-se pela impactante sensação...

Ainda na fronteira do sono com o despertar, Darcy apenas se deleitava com o efeito extasiante que sentia...

O toque do soldado em sua pele... era o sentimento mais extraordinário que experimentou em toda a sua vida...

Se aquilo fosse um sonho... desejava não acordar nunca mais...

Mas ao perceber que a estudante se incitava diante de seu carinho, Bucky aprofundou o afago, e passou a acaricia-la ainda mais...

E a garota se aprazia do que sentira... A carícia tentadora e alucinante que lhe fazia ver estrelas, lhe arrebatava até o céu, numa viagem maravilhosamente incrível e sideral...

Mas...

Algo apitou dentro dela, numa espécie de alarme, como se quisesse acordá-la para a realidade, lhe tirando daquela jornada perigosa ao ceder ao toque do sargento.

Automaticamente ela abriu os olhos e num movimento abrupto, se levantou.

Bucky foi surpreendido, afastando a mão humana no mesmo instante.

— Quanto tempo eu dormi!? Céus, eu tenho muitas coisas pra fazer hoje! – A estagiária se expressava de forma desesperada, numa tática exaltada de se desvencilhar do suposto “carinho” que ele lhe fazia.

Ainda não estava acreditando... a poucas horas, Bucky lhe disse coisas sem nexo, fazendo com que entendesse que ele parecia interessado nela, e agora, lá estava o soldado, lhe acariciando?

Nada fazia sentido... e seu instinto automático de rejeição lhe despertou numa hora preocupante...

Aquela carícia não era para ela... era apenas porque ela se parecia com sua avó, Katherine Blanc.

James Buchanan Barnes estava replicando a imagem de sua antiga paixão nela...

Não havia outra explicação...

— Por que está com pressa? São só seis da manhã... – O soldado retorquiu, divertidamente ao notar o embaraço dela.

— Eu acho que foi a maior maluquice termos passado a madrugada aqui... – Darcy rebateu, arrumando com os dedos os cabelos que se encontravam levemente desgrenhados por contado do “carinho” que Bucky lhe fazia antes de se levantar.

— Por quê? Está arrependida de ter passado a noite comigo? – James esboçou um sorriso ousado, com duplo sentido e aquilo fez com que a garota corasse de vergonha.

— Hey, não passamos a noite juntos...! Apenas caímos no sono um do lado do outro! Há uma diferença gritante entre ‘passar a noite juntos’ e dormirmos num lugar público, junto com outras pessoas, num evento aberto! – Ela fez questão de enfatizar aquela parte, já que Bucky nem mesmo parecia o soldado melancólico e traumatizado que costumava ser na maior parte das vezes que conviviam.

Ele estava diferente... seria o velho James Buchanan Barnes assumindo cem por cento de sua personalidade?

A estudante estava bem assustada com o comportamento atual dele... mas a questão era...

Por quê...?

— Você parece incomodada com algo... o que está acontecendo...? Minha presença está te intimidando...? – A voz dele soou rouca e mais sedutora do que o comum e Darcy estava entrando em parafuso por conta de suas recentes declarações.

— Não... por que estaria...? Você já agiu de modo assassino tantas vezes e nunca me intimidou tanto...

— Eu não tenho agido como um assassino perto de você a muito tempo...

— Isso é mentira! Outro dia, quando fiquei ausente, você praticamente me coagiu perigosamente só porque não te disse onde eu estava!

— Não, Lewis... Eu não te coagi porque queria te matar, mas porque estava preocupado... – James divergiu, num tom de voz levemente suave e confortante.

— Desde quando se preocupa comigo...? – Ela franziu o cenho, desconfiada.

— Desde que você se tornou alguém importante pra mim... – O soldado desabafou, e seu timbre fluiu firme.

Ele parecia convictamente sério e Darcy não sabia o que responder...

Importante até que ponto...? Importante em qual sentido...?

— Bem, agora que somos bons amigos, então isso é natural, não é mesmo...? – Ela sorriu, constrangida, porque não estava acostumada a ter aquele tipo de tratamento por parte dele.

James sempre se manteve longe e desinteressado, e agora ele estava ali, dizendo que ela era importante pra ele...?

Uma parte dentro de si, parecia implorar incansavelmente que o mesmo estivesse preocupado em outro sentido, mas era ilógico... Bucky apenas tinha consideração por ela de uma forma amigável e não romântica...

Não podia ser romântica...

E se fosse romântica, com certeza não era para ela, mas sim para Katherine Blanc.

O sargento virou o rosto, sorrindo de forma enigmática, como se tivesse ouvido alguma piada.

— Eu te tirei do apartamento pra passearmos de moto e acabamos aqui, desse jeito... – James declamou tranquilamente... sua feição era terna e pacata...

Darcy apenas se sentia envolvida na visão majestosa daquele sorriso angelical...

Era como se os olhos deles fossem donos dos seus... mantendo-os escravos, ordenando-os apenas para contemplá-los...

Céus, ele estava incrivelmente sexy naquela manhã... principalmente porque o aspecto um tanto sedutor do sargento combinava bastante com aquela linda jaqueta de couro escura que o mesmo trajava...

O seu timbre atraía fatalmente sua audição a tal ponto que o som de sua voz se tornou a melodia mais perfeita de se ouvir...

A estagiária só percebeu que ia se dar mal, quando o sorriso dele se tornou o motivo do seu...

E então, ainda com a feição iluminada e um tanto risonho, o soldado a encarou fixamente...

— Só queria dizer que não me arrependo de ter passado a noite fora, e estou adorando estar aqui, ouvindo essas músicas com você... – Bucky articulou, amenamente... o sorriso dele era tão suave e indescritível... tão puro e sincero...

— Ooh... Então quer dizer que o artefato finalmente está ganhando vida na modernidade? – Ela brincava, divertidamente, embora estivesse completamente enfeitiçada por ele, naquele exato momento...

— Talvez porque a arqueóloga que o escavou esteja fazendo um bom trabalho... – O soldado revelava suas impressões, deixando-a embaraçada, tamanho charme...

Darcy sabia que Bucky era um típico soldado galã dos anos 40 pelos livros de história, mas testemunhar isso ao vivo estava ficando interessante...

E perigoso...

Obviamente, como um perito espião, James sabia o quão encabulada estava a deixando, mas as reações encantadoras da garota lhe apraziam em todos os sentidos...

O sargento ansiava vislumbrar todas as expressões faciais dela, porque simplesmente amava tudo o que a estagiária exprimia...

Desde o quanto seus olhos clareavam com o toque delicado do sol nas íris cristalizadas, até a curva mais linda que seus lábios explanavam quando ela sorria...

O timbre de sua voz também satisfazia sua incrível audição... o calor que as ondas sonoras de sua voz emitam, lhe traziam uma sensação deliciosamente aconchegante, de paz e refrigério...

Seria Darcy Lewis o antídoto para todos as suas enfermidades mentais e emocionais?

James amava as reações tímidas da garota, e desejava descobrir todos os reflexos que ela podia lhe mostrar quando a encurralava com questões inconsideradas...

Que tipos de expressões faciais Darcy faria se ele estreitasse ainda mais sua relação com ela...?

Qual seria sua aparência quando estivesse cercada inteiramente por ele, sem poder fugir...?

Qual ângulo era favorável para que pudesse contemplar suas feições inibidas...?

— Uau, se eu sou uma arqueóloga que tem feito um bom trabalho, então, eu deveria me sentir honrada por isso...? – A estudante indagou, receosa de ouvir uma resposta ainda mais insinuante, porque o olhar dele se encontrava diametralmente nela...

— Você tem todas as honrarias que a maioria dos seres humanos não tem... – O soldado revelava, deixando-a ainda mais acanhada.

— Que legal... é uma pena que não dê pra vender essas honrarias não é? Se pudesse, eu as venderia por um milhão de dólares...! – Darcy respondia fazendo piada da situação, apenas para escapar do elogio...

.

.

— Isso não tem preço, Darcy... suas qualidades não podem ser calculadas por valores monetários... não existe nada que possa comprar a preciosidade que você é...

.

.

E então, James declarava convictamente o que achava das virtudes da estudante, deixando-a sem respostas...

Ela simplesmente não soube o que responder...

Estava chocada... nunca, ninguém havia lhe dito algo tão lindo e extraordinário sobre sua pessoa...

A garota ficou em silêncio... olhando-o fixamente... seus olhos mais abertos que o comum, revelando o quanto estava surpreendida...

As músicas continuaram tocando da madrugada ao romper do dia e naquele momento, Come Undone da banda inglesa Duran Duran, repercutindo de longe, num eco alucinante e aprazível aos ouvidos...

Poucas pessoas permaneceram ali...

Um casal fazendo um piquenique, um pequeno grupo de amigos com copos de café na mão, duas garotas com as mãos apoiadas nas grades, observando o rio Hudson naquele alvorecer...

E os dois...

.

Ainda em silêncio e fitando-o intensamente, tudo o que havia de fundo era a música...

.

We'll try to stay blind (Nós tentaremos permanecer cegos)

To the hope and fear outside (Para a expectativa e o medo lá fora)

Hey child, stay wilder than the wind (Ei, criança, continue mais selvagem que o vento)

And blow me in to cry (E sopre dentro de mim para chorar)

Who do you need, Who do you love? (De quem você precisa? Quem você ama?)

When you come undone? (Quando você desmoronar?)

.

Exatamente como dizia na letra da música, a garota se fazia tais indagações...

De quem ela precisava e quem amava... quando desmoronasse...?

Eles permaneceram sentados no gramado, se entreolhando impetuosamente...

Darcy se sentia desmoronada... e não era por qualquer sentimento ruim, mas por uma sensação avassaladora que tomava conta de todo o seu corpo e sentidos...

Ela apenas permaneceu imóvel, maravilhada com as palavras do soldado... comovida o suficiente para manter sua expressão de surpresa decorrendo suavemente por seus lindos e cintilantes olhos azuis celestes... esplendorosos... reluzentes como a vastidão do céu e do mar...

O sargento sentia seu coração pulsar freneticamente... o incrível efeito que lhe fazia se sentir vivo... guardando na memória a expressão belíssima do rosto dela...

Darcy notava um lampejo de emoção nos olhos azuis cristalizados do soldado... Céus... como ela amava a cor dos olhos dele...

Bucky estava extasiado... completamente fascinado pela expressão majestosamente perfeita que a estudante lhe mostrava, e então... sem raciocinar...

Ele se aproximou e inclinou levemente a cabeça... ficando a poucos milímetros do rosto da garota...

O cabelo escuro do sargento recaiu instantaneamente na frente de seus olhos...

Seu olhar exprimia o desejo do encontro suave de seus lábios...

O soldado queria desesperadamente tocá-la... senti-la e prova-la...

Ele reprimiu tal desejo por semanas... mas aquele era o momento... de finalmente...

Experimentar os lábios dela...

A estudante não se moveu... estava rendida a ele, completamente magnetizada, sedenta e entorpecida por seu toque...

O jeito como James olhava intensamente nos olhos dela... o jeito como a hipnotizava através do olhar resplandecentemente azul... seu aspecto sedutor... seu cheiro inebriante...

Tudo nela o acalentava... sua beleza esmerada... seu doce perfume... a brisa suave em seus cabelos...

Darcy estremeceu diante da aproximação, e por um momento, se esqueceu de como respirar...

Ela elevou o rosto na direção dele e semicerrou o olhar... paralisada... derretida...

Bucky não conseguia mais conter a espera de finalmente tocar aqueles lábios que pareciam tão incrivelmente macios...

Os corações de ambos batiam descompassados...

Os dois sentiam uma antecipação agonizante e ao mesmo tempo incrivelmente excitante...

Os instintos de James gritavam... desvairados e ávidos pelo contato com ela...

Eles fecharam os olhos lentamente... e se entregaram...

Seus lábios estavam quase confinantes...

E então...

.

.

— Com licença, será que poderiam me dizer onde tem uma cafeteria por aqui!?

.

.

Uma garota, acompanhada de dois rapazes, os interrompeu, perguntando sobre uma cafeteria próxima dali.

Bucky e Darcy se separaram no mesmo instante, assustados.

— Hey, sua idiota, você interrompeu o casal...! – Um deles cutucou a amiga, sussurrando em seu ouvido.

— Aah, me desculpe...! Eu não estava prestando atenção...!

Darcy arregalou os olhos, completamente envergonhada.

— T-tem uma cafeteria na... primeira a-avenida, à direita... – Ela gaguejava, apontando na direção ao sul de onde estavam.

— Muito obrigada e me desculpe! – A garota e os dois amigos saiam do local.

Eles deram um cascudo na cabeça dela, pelo fato de a mesma ter atrapalhado o casal que estava prestes a...

Se beijar...

A estudante estava congelada... sua feição era de assombro e perplexidade...

A menos de um minuto, ela e Bucky Barnes selariam o fim de uma amizade que acabara de começar oficialmente na noite passada...? Porque... o que aconteceria se aquele ato se concretizasse...?

O soldado suspirou profundamente...

Não acreditava que aquilo tinha acontecido...

Além de serem interrompidos, ele simplesmente não aceitava... estavam tão perto... tão próximos... mais íntimos do que jamais estiveram antes, e aquele momento mágico era simplesmente desfeito daquela forma?

Aquele era o momento certo... e por mais que sentisse a necessidade de ser delicado... seus fortes impulsos lhe ensandeciam a ponto de imaginar como se comportaria quando finalmente a tocasse... e se houvesse consentimento... até onde iriam...?

Darcy permitiria que ele a maculasse diante de seu desespero...? De beijá-la sem parar, até que seus lábios ficassem inchados...? De saboreá-la até que seu gosto jamais saísse de seu paladar...?

Depois do choque de realidade que havia tomado, a estudante apenas ficou em silêncio, com as costas viradas para ele, totalmente constrangida.

A questão era...

Por que ele iria beijá-la?

Nada fazia sentido e a estagiária apenas começou a enlouquecer tentando entender...

Dizia para si mesma que o sargento apenas estava tentando replicar sua avó nela, porque...

.

Bucky Barnes jamais iria gostar de alguém como ela... isso era impossível...

.

Sem saber como reagir, Darcy permaneceu quieta, piscando, olhando para os arredores, atônita, na incerteza se ele faria mesmo aquilo ou se ela estava delirando...

O embaraço nítido da garota, apenas deixava o soldado um pouco impaciente... e então...

James tocou o ombro da estudante, fazendo-a pular de susto.

— Aah... desculpa, eu acho que pre-preciso ir...! – Ela exclamava, assustada, sem saber o que estava acontecendo, perdendo a noção de tudo a sua volta.

— Você vai me deixar aqui sozinho...? – Bucky retrucou, um pouco decepcionado... depois daquele clima, Darcy realmente iria embora?

A garota fez uma cara desacreditada em forma de careta. Estava tão irresoluta diante dele que não conseguia raciocinar direito...

Será que ele estava apenas brincando com ela ou era sério...?

Quando o soldado ia dizer algo decente para acalmá-la, o telefone de Darcy começou a tocar...

O toque agora era o solo de guitarra de John Petrucci no trecho final da música The Ministry of Lost Souls da banda de metal progressivo Dream Theater.

Automaticamente a garota atendeu a ligação, se levantou do gramado e saiu correndo dali.

A estagiária agradecia à Deus por ter sido salva através daquela ligação repentina.

O sargento sabia que a garota estava fugindo...

Era engraçado, mas ao mesmo tempo deprimente... ela tinha lhe rejeitado...?

Se Darcy não lhe estimasse da forma como ele a estimava, então por que toda aquela crise de ciúmes na frente da tal Clarice?

Bucky tinha a estranha sensação que talvez não fosse o único a se sentir cativado por ela...

Se era recíproco, ele descobriria... e muito em breve...

O soldado sorriu amenamente enquanto a observava de longe...

No telefone, a estudante falava com Jane Foster.

A astrofísica estava um tanto desesperada ao telefone.

— Darcy, é urgente! Três pesquisadores da PYM Tech virão aqui e preciso que você explique tudo o que disse no evento em que Darren e Hope estiveram aqui em Nova York!

— Mas por que você está me avisando em cima da hora!?

— Por que todos foram pegos de surpresa! Quebre esse galho pra mim, por favor!

— Jane, eu-

— Eu te dou mais um mês de férias! O que acha?

— Credo, Jane... se está me pedindo um favor, porque está agindo como uma chefe desesperada? Eu posso me esforçar porque sou sua amiga, e não porque sou sua estagiária...

Jane ficou tocada com o que a estudante lhe disse... sabia que tinha sido uma péssima amiga para ela no último ano, já que tudo em sua vida girava em torno da física quântica...

— Darcy... me desculpe por ser esse trapo de amiga... acho que me empolguei demais com o trabalho e acabei me esquecendo tudo o que já passamos juntas...

— Você não é tão boazinha quando se trata de trabalho... você bateu a cabeça? Tá tudo bem? – A garota contestava, um tanto desacreditada.

— Eu te prometo que vamos viajar em breve... só eu e você... Vamos para algum lugar maravilhoso, como nos velhos tempos, ok?

— Jane... eu amo as nossas viagens, mas... estou planejando me mudar pra Los Angeles depois que me formar, e não sei se vou continuar trabalhando no laboratório... – Darcy via uma deixa para tocar naquele assunto com a cientista.

Do outro lado da linha, Jane ficou um tempo em silêncio.

— Jane...?

— Darcy, só venha pra cá às sete!

— Ok, ok... – E então, a astrofísica encerrou a ligação.

Ela ficou em choque quando Darcy comentou sobre seus planos num futuro que não parecia tão distante, mas sabia que o melhor era que as duas conversassem quando estivessem reunidas.

Já a estudante, não sabia com que cara ia voltar para perto de Bucky depois de tudo...

Seu cérebro estava pifando porque não entendia o que aconteceu...

Será que o soldado tinha... sentimentos por ela...?

Não, aquilo não era possível... ele amava Natasha Romanoff... quem era ela perto da Viúva Negra...?

Mas depois da ligação de Jane, ela tinha um ótimo pretexto para sair dali correndo.

Precisava preparar uma apresentação para técnicos da PYM Tech. Era trabalho... embora estivesse de férias...

A garota se aproximou do soldado, fingindo um semblante apático, apenas para externar que não estava se importando com o que quase aconteceu...

Ele a observava chegando... traçando seu corpo com os olhos...

Os raios solares, um pouco mais fortes, batendo em seus cabelos...

Aquela visão tão majestosa lhe tirava o fôlego...

— Bucky, eu preciso ir porque Jane me pediu um favor.

— Favor?

— Sim... eu preciso ir pro laboratório a noite, então vou pra casa da Kim preparar a apresentação para hoje à noite.

— Steve não está lá? Não acha perigoso?

— Sim... é verdade... tinha me esquecido, mas... preciso ir mesmo assim... – Ela arqueou uma sobrancelha, inquieta, nervosa e tendo um tique nervoso nas pernas, ansiando correr dali o mais rápido que pudesse.

— Em hipótese alguma ele pode saber que estou em Nova York, entendeu? – Bucky a advertia, pois conhecia a excentricidade daquela ao qual estava apaixonado...

Ela era linda... mas muito atrapalhada... e fazia todos entenderem tudo errado...

— Bem... acho que você está sendo bem descuidado ao se expor num lugar tão movimentado como esse. O Capitão América pode passar por aqui e te ver, não acha?

— Eu sei me cuidar... – O sargento piscou, esbanjando uma expressão austera em sua direção.

— Eu também... – Darcy estava muito nervosa e fingindo indiferença, porém, não tinha ideia se o convenceria com sua péssima atuação de quem não se importava de quase ter sido beijada...

Então, dois segundos depois, a garota pegou sua mochila do gramado, virando de costas para ele e prestes a sair dali, porém...

.

O sargento pegou na mão dela, impendendo-a de ir...

.

Darcy congelou... Sua respiração engatou e ela sentiu uma constrição no estômago...

— Você vai voltar pra casa hoje...? – Indagou-a, com a voz suave e mais afetuosa do que o normal.

A estudante tremeu... seu coração disparava tão rápido, que podia ouvir as próprias batidas ecoarem em seu ouvido...

O que o soldado queria dizer com aquilo? Por que ele precisava saber se ela voltaria?

Darcy se encontrava numa fase de negação... era interminável... Seu ceticismo diante de tudo aquilo, apenas comprovava o quão traumatizada ficou depois de seu último relacionamento... Tinha tanto medo de ser rejeitada, que não acreditava que qualquer homem pudesse se interessar por ela de novo...

Ainda mais alguém tão extraordinário como Bucky Barnes...

Ela se virou, e o encarou, segurando a mão dela firmemente...

— S-sim, eu devo voltar... mas acho que devo chegar tarde... – Replicou, com a voz hesitante.

James sorriu... enigmaticamente... Sua expressão lhe amedrontava em todos os sentidos... o que ele estava planejando...?

.

— Vou esperar por você...

.

A voz do sargento fluiu placidamente delicada... e um leve sorriso podia ser notado no canto de seus lábios...

Ela quis perguntar por que ele a esperaria, mas não conseguiu. Estava muito nervosa...

A impressão que tinha de si mesma, era que teria um ataque cardíaco naquele exato instante...

— Ah, o-ok... Te vejo m-mais tarde então...! – A garota gaguejou e saiu correndo logo depois, com uma careta, sem saber o que estava acontecendo...

O que se passava na cabeça do soldado, afinal...?

James Buchanan Barnes estava flertando com ela? O que ele queria...? Era alguma brincadeira...?

Por que toda aquela atmosfera entre ambos estava tão confusa?

Ela não sabia o que esperar quando voltasse para casa à noite...

.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora, gente? Eles quase, quase se beijaram, QUASEEEEEEEEEEEEEEE!!!
Por que o soldado vai ficar esperando pela estagiária à noite? Será que é porque ele quer fazer outra investida? Será que é porque agora ele vai à caça? Será que é porque ele não quer perder outra chance de beijá-la? O que vocês acham? Façam suas apostas!
Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wintershock" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.