Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 36
Conhecendo Natasha Romanoff


Notas iniciais do capítulo

E aí galera, tudo certo? O capítulo de hoje está super engraçado! Darcy está vivendo o maior de seus dilemas por causa de sua paixão avassaladora pelo soldado, mas quando acha que as coisas não podem se tornar piores, eis que ela se encontra com a Viúva Negra. Esse encontro será bem engraçado, já garanto :D
Espero que gostem! Divirtam-se, crianças!



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Era uma segunda-feira e Darcy chegou no laboratório, cansada mentalmente, tentando se convencer o tempo todo que não podia continuar nutrindo nenhum tipo de sentimento amoroso por Bucky Barnes.

A estudante pensou sobre aquilo durante a noite toda, o que a fez demorar pegar no sono.

Estava disposta a tudo que fosse necessário...

— Como está o seu braço, Darcy? – Dylan, seu colega de trabalho a questionava, um pouco preocupado, já que a garota se acidentou por algum motivo misterioso que ninguém no laboratório tinha entendido direito.

— Sim, foram só 15 dias pra me recuperar, mas ainda não posso fazer muito esforço. – Ela sorriu para o rapaz. Dylan era o estagiário mais normal e certinho dos cinco. Era um anjinho de candura, comparado com Nathan, o satã que lhe tirava do sério quase todos os dias.

— Darcy, me conta! É verdade que o Robert anda te ligando!? – Dessa vez, era Andrew que se aproximava, tentando arrancar o que estava acontecendo com a estudante e seu ex.

— Aquela bactéria ligava todos os dias, mas coloquei o número desconhecido na lista negra e agora voltei a ter paz. – A garota pegou um copo descartável, colocou na cafeteira, ligando o aparelho para preparar um café expresso.

— Sério!? Mas ele não estava ligando por um número desconhecido? Não tem como colocar números desconhecidos na lista negra.

— Sim, mas depois ele teve a cara de pau de ligar com seu próprio número e pedir pra eu guardar na agenda. Mandei ele ir à merda, desliguei e o bloqueei. – A estudante arrumava seu material na mesa onde trabalhava, já que o expediente em breve começaria.

— Você está certa... tinha que dar uma lição nesse idiota mesmo. – Andrew assinava em baixo a decisão da estudante.

— Ok, Darcy, mas agora fala pra gente do seu primo misterioso! Aquele dia ele chegou lá e colocou o Robert e o Nathan no lugar deles. Fiquei impressionada! – Dessa vez, era Helena que se juntava a conversa, curiosa com o seu primo...

— Aah... Ele está passando uma temporada aqui em Nova York, mas não tem muita coisa pra falar sobre ele... não nos falamos com frequência... – A garota tentava desconversar, inventando mentiras atrás de mentiras para despistá-los.

— Mas se você não fala com ele com frequência, porque o chamou pra te buscar naquele dia? – Helena arqueava uma sobrancelha, não engolindo a desculpa.

— Helena... Eu estava bêbada... não raciocínio direito quando isso acontece, esqueceu?

— É verdade...

— É mesmo... mas você não raciocina direito até quando está sóbria... – Andrew fez uma careta e Darcy revirou os olhos.

Mas os colegas concordavam sobre a estudante ficar fora de órbita quando bêbada, pois sabiam exatamente o resultado crítico da mistura Darcy + vodka, principalmente quando a mesma ingeria quantidades exorbitantes daquela bebida.

Porém, aquela história estava muito mal contada... Andrew e Helena não acreditavam que o tal primo fosse um primo de verdade, mas algum amigo ou algo a mais da estudante.

E enquanto os três conversavam e Dylan se mantinha alheio, se concentrando em outras coisas do trabalho, Nathan abria a porta do salão principal do laboratório, com muita força, fazendo os três desviarem o olhar para ele no mesmo instante.

O rapaz parecia mal-humorado...

Típico e habitual... nada fora do comum...

Passou a observar Darcy em silêncio, com os olhos estreitos.

Por ora, o trio ignorou o estagiário que acabara de chegar e que tinha uma carranca no rosto.

Todos sabiam o quanto Nathan odiava Darcy, mas que seu suposto ódio se devia ao fato de a estudante menosprezá-lo na maior parte do tempo, com piadas ácidas, sarcasmo, mímica, silêncio e até indiretas com letras de músicas.

Aquilo estava lhe deixando louco...

Enquanto conversavam, o telefone de Darcy tocou.

No visor, um número que nunca tinha visto antes.

— Alô? – Ela atendeu, normalmente.

— Kat, por favor não desligue!

.

Era Robert...

.

Darcy fez cara de paisagem e começou a falar como uma secretária eletrônica.

— O número que você ligou, está fora da área de cobertura. Por favor, após o sinal, deixe seu recado e-

— Kat, para com isso! Eu só preciso que você me dê um minuto! Só um minuto! Eu te prometo que vou desligar e te deixar em paz, mas antes, preciso que você me ouça, por favor!

O rapaz implorou do outro lado da linha e ela bufou em resposta.

— Fala logo o que você quer, seu peido do capeta!

Andrew, Helena, Dylan e Nathan atentaram para a voz da garota e principalmente sua expressão. Ela estava prestes a soltar fogo pelas ventas.

Logo perceberam que o meliante no telefone, era Robert Thompson.

— Faltam 40 segundos, cérebro de pitomba...

— Serei rápido... Então, é... ah... eu sei que eu fiz não tem perdão, que fui um canalha que merecia morrer e queimar no inferno, mas depois de todo esse tempo eu pensei muito e percebi que quero me redimir e pagar pelos meus erros então-

— Você vai virar padre!?

— Não, não!!! Eu quero me encontrar com você pra conversar... por favor, vamos marcar pra nos vermos... quero te pedir desculpas decentemente e-

— Ok! Vamos marcar um dia pra gente sair... Eu sair do seu pensamento e você do meu caminho! – Darcy perdia as estribeiras, interrompendo-o, ao detectar o nível baixo que Robert tinha ao procura-la depois de ter lhe dado um fora.

— Não, por favor, me ouça! Eu passei todo esse tempo em outro relacionamento, tentando te esquecer, mas não consegui! Eu preciso te ver! Preciso esclarecer as coisas, então por favor, vamos nos encontrar!

— É mesmo!? Estava em outro relacionamento!? E você deu o fora na coitada também!? Eu devia te pedir o número das suas ex, para formar uma espécie de grupo de apoio! – Ela revirou os olhos em resposta.

— É sério, Kat, por favor me ouça e-

.

— Só digo uma coisa pra você, de todo o meu coração... MORRE!

.

E então, ela desligou o telefone na cara dele e no mesmo instante bloqueou o número.

Os quatro estagiários observavam tudo, perplexos.

— O que ele disse!? – Andrew correu para perto da colega, curioso sobre seu diálogo ao telefone.

— Que está arrependido e quer se redimir, mas eu não quero saber... Ele me deu um pé na bunda, me botou um par de galhos na cabeça e agora que o tempo passou, estou muito melhor sem ele. Antes só do que mal-assombrado! – A garota rangia os dentes, tamanho ódio.

— Como ele tem a coragem de te ligar depois de tudo?

— Sei lá... mas agora é tarde... muito tarde...! – Darcy estava fora de si. Robert lhe causava efeitos devastadores a ponto de perder toda a compostura.

— Calma... não vai adiantar ficar nesse estado. – Helena dava tapinhas nas costas da estudante.

— Sim, eu preciso ter calma... ou uma arma! O que acham!? – Os olhos viraram, de um lado para o outro, de modo psicótico, propositalmente.

— Por que ele está trás de você? E a tal modelo californiana? – Andrew questionava o fato de que Robert estava em outro relacionamento antes de ficar atrás de Darcy.

— Se você ama uma pessoa, deixe-a ir... e foi o que eu fiz! Se ela voltar, é porque outro alguém também a deixou livre, ou seja, ninguém quer essa porcaria!!! – E então, a garota jogou o caderno de anotações de sua mesa no chão, fazendo um estrondo.

Ela bufava e os quatro a observavam, em silêncio, porém, assustados...

— Nem parece que um dia já foi caidinha por ele... eu hein... – Andrew estava pasmo pela reação violenta de colega de trabalho.

— Quer saber? Ela está certa. Coloque esse babaca no lugar que ele jamais devia ter saído: a fossa!  – Helena apoiava a colega de trabalho, pois para ela, os homens eram muito idiotas, complicados e infantis.

— Mas você não era feliz quando estava com ele, Darcy? – Andrew contestava, se lembrando de como era a rotina da estagiária quando namorava com o Robert.

— Nem tanto... Na verdade eu devia ter agradecido a ele, porque não existe dieta melhor do que um coração partido! Perdi sete quilos! – A estudante dizia um pouco orgulhosa, enquanto pegava o copinho com café expresso na cafeteira.

— Você sofreu tanto assim por causa desse cara...? – Dessa vez era Nathan que se intrometia, com uma pergunta comiserada, como se estivesse com pena da garota. Sua expressão estava estranha.

— Iih... Tá com essa cara por quê!? – Dessa vez era Helena que estava estranhando o comportamento do rapaz.

Mas ignorando-a totalmente, ele manteve seu olhar em Darcy.

— Devia deixar de ser inconsequente, garota... – Nathan esboçou uma feição de condolência, mas Darcy já estava de saco cheio de tudo aquilo.

Ela achava que o olhar de compaixão dele era na verdade um olhar de nojo...

— Não desejo mal a ninguém, mas algumas pessoas deviam reencarnar como papel higiênico... – E então, ela olhou para o rapaz, de baixo para cima, desdenhosamente.

— Você é repugnante, Darcy... – Nathan devolveu o olhar de desdém.

— Isso é um elogio, vindo de você, satã... – E então os dois se encararam intensamente, como se estivessem prestes a se matar da pior forma.

A garota bebia seu café, olhando-o com cinismo... uma expressão imperiosa e petulante, com o objetivo de provoca-lo.

O clima ficou pesado, e ambos apenas expressavam ódio ao se afrontarem, mas foram interrompidos pela porta que se abriu repentinamente, com quatro pessoas adentrando ao laboratório.

Era Jane, Erik, Thor e...

— Crianças, atenção, tenho algo pra dizer a vocês, então fiquem em silêncio agora pra não perguntarem nada depois! – Jane batia palmas, para fazer com que seus estagiários ficassem quietos e atentassem para ela.

Havia alguém atrás de Thor, uma mulher, ruiva, baixa...

— Temos uma hóspede e ela ficará aqui conosco por um tempo até resolver algumas coisas, mas não quero que fiquem perturbando-a com perguntas, porque ela não responderá nada, entendido!? – Jane declarava, em alto tom, um pouco risonha.

— Quem...? – Andrew, Helena e Dylan, perguntavam... em uníssono.

E então...

.

.

Natasha Romanoff saía de trás do asgardiano, com um singelo sorriso no rosto.

.

.

1, 2, 3, 4, 5 milésimos de segundo e...

No mesmo instante, Darcy se engasgou com o café, cuspindo o líquido quente num jato na cara de...

.

NATHAN...

.

Todos ficaram perplexos com a cena onde a garota expeliu café na cara de seu colega de trabalho e começou a tossir como uma foca com asma, a ponto de parecer que estava morrendo engasgada.

Jane e Erik não sabiam onde enfiar a cara...

Thor riu, achando a cena engraçada...

— MAS QUE P*&%$, DARCY!!? – Nathan gritou, com as mãos pra cima, sem saber o que fazer...

Seu rosto estava todo melecado e pingos de café escorriam por seu queixo...

— Que nojo... – Dylan sussurrou, fazendo uma careta...

Helena socorreu a colega, batendo em suas costas pra ajudar a desengasga-la...

Andrew e Dylan ainda olharam para a cara da Viúva Negra, vendo que a Vingadora estava perplexa pela situação.

A ruiva exibiu uma expressão pasma...

Até mesmo a famosa ex-agente da SHIELD foi pega de surpresa por um acontecimento grotesco e tão repentino.

Nathan correu para o banheiro e Jane riu, embaraçada, tentando consertar a situação.

Darcy continuava a tossir alto e descontroladamente do outro lado, com os braços pra cima, com Helena, tentando ajuda-la.

— Ahaha... isso foi... inesperado... e... por favor, ignore o fato de que a minha estagiária tenha se engasgado e cuspido no meu outro estagiário... isso não costuma acontecer... foi um... erro de cálculo... – A astrofísica não sabia o que dizer, e então, Erik assumiu.

— Por favor, sinta-se em casa. Esses são Andrew, Helena, Dylan e... Darcy... – O cientista não conseguiu terminar, pois Darcy continuava tossindo desesperadamente, como uma lhama com crise de bronquite asmática.

Thor entrou na frente.

— Agente Romanoff, esse é o laboratório que Jane e Erik trabalham diariamente. Como pode ver, é um local amplo e organizado... exceto pelo fato de que Darcy esteja muito surpreendida por sua chegada, então pedimos desculpas por ela.

— Imagine... não é preciso pedir desculpas por isso. Fico grata pela hospitalidade de todos vocês. – A espiã sorria, humildemente, numa postura polida, examinando tudo ao redor com muita cautela...

— Muito prazer em conhece-la, senhora Viúva Negra. – Dylan cumprimentava a espiã, completamente apaixonado.

— Ah, por favor, me chame de Natasha. – Ela sorriu mais uma vez, modestamente, mas atentando para a reação estranha da garota que ainda tossia do outro lado, desvairadamente, quase morrendo.

Aquela reação... pelo julgamento da ex-agente, era um tanto... suspeita...

— Podemos saber por que a Viúva Negra está aqui, chefe? – Andrew indagava, não entendendo bulhufas o que a espiã fazia ali.

— Ela vai passar um tempo aqui com a gente. É um pouco complicado explicar, mas já te adianto que é pelo fato de Thor estar na terra e morando comigo. – Jane comentava por cima, o porquê de a ruiva estar ali.

— O antigo conselho da SHIELD ainda não tolera o fato de que um asgardiano esteja em nosso planeta. Temem que Loki possa aparecer de novo e a qualquer momento, então, vim até aqui para verificar algumas coisas, mas não será por muito tempo. – A ruiva dizia seu objetivo ali, escondendo o fato de que na verdade, estava atrás de Yelena Belova.

Estar ali, com Thor e Jane, era propício para a sua missão secreta com o Gavião Arqueiro... que supervisionava tudo do Canadá.

Natasha encontrou com Yelena há poucos dias, na ponte do Brooklyn e tentou a encurralar, mas a maldita conseguiu fugir, sem deixar pistas de qual lugar de Nova York estava.

Precisava correr contra o tempo e impedir que a loira fosse atrás do Soldado Invernal.

Depois de um tempo, Darcy finalmente começava a parar de tossir, entretanto, a garota não sabia exatamente como agir, já que Natasha Romanoff estava ali, bem diante de seus olhos.

Céus, como ela foi parar ali? E se a espiã descobrisse que Bucky Barnes estava hospedado em seu apartamento?

Sua mente girou de várias formas, tentando achar uma solução de um problema que até então era inexistente.

Se perguntou se a ex-agente da SHIELD estava ali por causa de Thor, ou se era uma mentira para ir atrás do Soldado Invernal.

Quando a garota se acalmou e bebeu um pouco de água, que Helena oferecera a pouco tempo atrás, ela se sentou, e encarou a ruiva.

Natasha conversava tranquilamente com Erik, Jane e Thor.

Quando pensou em formular algo para falar, Nathan saia do banheiro, enfurecido...

Ele a incinerou mentalmente, com os olhos em chamas.

— Pode ter certeza... que um dia você vai pagar por todo esse deboche... eu vou te pegar, Darcy... e mal posso esperar por isso.

— Isso é uma ameaça? Por que se for, saiba que você não consegue intimidar ninguém desse jeito... – A estudante sorriu de canto, obstinada. Era tão divertido provocar Nathan...

O rapaz saiu do laboratório, pisando duro...

Ele passou por todos, cruzou a saída e bateu a porta com muita força.

Jane encarou Darcy, colericamente...

— Hoje eu morro, Helena... Você pode encomendar flores pro meu funeral? – E então, a estudante pediu para que Deus a livrasse de um possível homicídio que seria cometido por Jane Foster.

.

.

Era meio dia e Darcy sairia para o horário de almoço.

Ainda não sabia o que fazer... A Viúva Negra estava hospedada com Jane e Thor e cabia a ela decidir se diria a Bucky sobre isso.

Não era tão fácil... Natasha Romanoff era o antigo amor de James e dizer a ele que a mesma estava tão perto... que os dois podiam se reencontrar e sabe-se lá o que aconteceria depois, era algo de doer o coração.

— Céus... o que eu tô fazendo com a minha vida...? – A estudante suspirava enquanto fitava o chão, perdida naqueles pensamentos incômodos, quando de repente...

Natasha Romanoff surgiu em sua frente...

A garota tomou um susto, dando um pulinho pra trás.

A ruiva a observou rapidamente, fazendo uma leitura corporal de seus gestos...

— Me desculpe por assustá-la. Não sabia que estava aqui. – A ex-agente sorriu, e por um momento, Darcy pressentiu uma sombra maligna e falsamente perturbadora nos lábios dela.

— Aah, tudo bem... eu que sou uma pessoa bem destrambelhada e não percebo nada vindo na minha frente. – A garota tentava disfarçar, sendo simpática.

— Eu sou Natasha, mas acho que você já deve saber... – Era obvio que aquela mulher seria amigável, mas Darcy não conseguia confiar nela, pelo simples fato de a mesma ser uma espiã russa.

— Sim... o mundo todo sabe quem você é... e... aah, eu sou Darcy... – A estudante ergueu a mão e a cumprimentou educadamente.

Natasha apertou a mão dela.

A ruiva estreitou o olhar, percebendo que Darcy não parecia a vontade perto dela, mas a questão agora era...

Por quê...?

Natasha era um tanto sagaz, mas Darcy sabia disso...

— Bem, eu vou sair pro almoço, mas fique à vontade. Todos os estagiários voltam por volta da uma da tarde, então acho que você não ficará sozinha por muito tempo.

— Sem problemas... – A ruiva sorriu de canto, confiante e firme...

Céus, ela era tão linda... Darcy sentiu que se fosse homem, seria impossível não se apaixonar por ela.

Mas era esse o problema...

Que homem no mundo não ia querer Natasha Romanoff?

Até mesmo as mulheres babavam por ela... o que era perfeitamente normal, porém...

A questão era... por que se sentia como uma mísera poeira que voava do lado de um dos sapatos dela?

A garota cruzou a porta, se praguejando por supor o quanto era patética... “que comparação ridícula...” – Pensava.

Não se compararia com ela de novo, então resolveu esquecer aquele assunto, almoçar e voltar para o trabalho.

Sua dignidade estava acima de tudo aquilo. Dane-se sua paixão infantil pelo sargento Bucky Barnes. E dane-se sua história com a Viúva Negra.

Ela não tinha nada a ver com isso...

Seria muito fácil esquecer, e sabe por quê? Porque Darcy Katherine Lewis era uma mulher inteligente, determinada, que se valorizava e possuía muitas coisas melhores pra fazer, do que ficar perdendo tempo com um assunto tão irrelevante como aquele...

.

5 minutos depois...

.

— Me diga, Kim... o que você faz quando o cara que você gosta é incrível, mas ele é apaixonado por outra mulher que é tão incrível quanto ele...? – A garota dava uma garfada no filé de frango em seu prato, dentro de um restaurante na Upper East Side.

— De quem você tá falando, joaninha? – Kimberly, que se encontrava do outro lado da linha, não entendia por que Darcy fazia uma pergunta tão alheia.

— É só uma pergunta simples...

— Como assim? A garota que gosta do cara é comum, sem atrativos e não tem nada pra que ele fique admirado? – A loira perguntava de volta, na maior inocência.

Darcy sentiu um choque percorrer todo o seu corpo.

Ela era comum, sem atrativos e não tinha nada pra ser admirado? Como assim?

Sem raciocinar direito, a estudante apenas soltou a primeira coisa que veio à sua mente, esquecendo-se do fato de que Kimberly boiava sobre tudo o que estava acontecendo.

.

— Obrigada por me lembrar da triste realidade onde eu não sou nada comparada à uma super espiã com excelentes habilidades em artes marciais, perita em armas, que é temida no mundo inteiro e que ainda por cima tem um rosto e corpo de uma deusa, muito obrigada, Kim!

.

— Darcy, do que você tá falando...?

— Aah, eu... – A estudante não soube o que dizer. Sequer estava pensando direito, o que fez com que falasse tudo o que se encontrava engasgado em sua garganta e bem para a sua amiga, que não tinha ideia que a mesma estava apaixonada pelo soldado.

— Hey, me responda! Do que exatamente você está falando!? Não me diga que-

— Não, não é nada... eu estava fazendo uma pergunta hipotética e acabei falando nada com nada!

— VOCÊ NÃO ME ENGANA!!! ME DIZ AGORA O QUE TÁ ACONTECENDO!?

— Não é nada!!!

— Darcy, pela última vez... ME DIGA QUE MERDA TÁ ACONTECENDO!? QUE HISTÓRIA É ESSA DE SUPER ESPIÃ QUE É TEMIDA E TEM CORPO E ROSTO DE MODELO!? – Kimberly estava perdendo a paciência com a amiga.

— Kim... Me desculpa... aconteceu... apenas aconteceu e eu não tive cara de te falar... – A garota estava prestes a começar a chorar. Sua voz soou trêmula ao telefone, deixando a loira agoniada.

— Falar o quê!?

— Eu não ia dizer nada! Eu ia esconder isso pra sempre e esse segredo ia morrer comigo, mas o idiota do Derek descobriu e aí eu-

— O QUÊ O DEREK DESCOBRIU!? OU MELHOR, O QUE ELE SABE QUE EU NÃO SEI!?

.

— EU TÔ APAIXONADA E VOCÊ SABE POR QUEM!!!

.

A garota gritou e o restaurante inteiro ouviu, prendendo a atenção de todos, no momento em que ela se levantou ao dizer tais palavras...

Muitos começaram a rir, fazendo-a um alvo de deboches.

Mas naquela altura do campeonato, a estudante estava pouco se lixando pra tudo ao redor...

Algumas lágrimas se acumularam em seus olhos, e sua feição se partiu em pura melancolia...

Ainda segurando o telefone no ouvido, Darcy ouviu um suspiro impaciente do outro lado da linha. Kimberly estava perturbada com o que acabara de ouvir.

— Ouça... se acalme... Eu vou te ver hoje. Aliás, hoje nós vamos sair. Peça pra Jane pra você sair mais cedo hoje, porque vou passar na sua casa às cinco.

— Do que você tá falando...? Pra onde vamos?

.

— Pra balada.

.

— Kim... não é hora pra piadas... Hoje é segunda-feira, estou cheia de coisas do TCC pra fazer e não posso sair para festinhas... – Pela primeira vez, a garota tentava usar a razão, mas se encontrava num estado irreconhecível e... patético...

— Nós vamos sair sim, e sabe por quê!? Porque eu sei que seu trabalho de conclusão de curso está praticamente pronto, então o mais importante é você começar um processo de desintoxicação desse amor impossível...

— Eu não vou embarcar nessa de que um novo amor supera o outro. Não quero saber de relacionamentos...

— E quem disse que esse é o objetivo!? Olha o seu estado! Está se colocando pra baixo e se comparando com outra mulher!? Não posso te deixar nessa situação!

— Mas-

— Coloque a sua melhor roupa, faça a melhor maquiagem, coloque o seu melhor sapato, arrume o cabelo e fique extremamente linda, porque é hoje que você vai começar a esquecê-lo!

— Kim... eu não tenho ânimo pra isso... eu...

— Você me deixou irritada!!! O que você prefere!? Quer eu vá até o seu apartamento e aponte o dedo na cara do Bucky Barnes ou que eu bata lá na porta dos tios do Derek no Queens e quebre os dentes dele por não ter me contado que você está apaixonada pelo sargento!? Te dou essas duas opções, caso não queira sair comigo!

Kimberly estava estarrecida e queria usar o velho método que toda garota inteligente e que se prezasse, usava para não ficar nas mãos de um homem.

Distração e divertimento com altas doses de amor próprio.

O remédio perfeito...

— Ok, você venceu... eu vou, mas por favor, deixe o Derek fora disso. Ele não tem culpa de nada.

— Depois eu me acerto com esse idiota, mas por enquanto, faça o que eu te pedi, ok? Quero você deslumbrante às cinco.

— Tudo bem... – A garota enxugava as próprias lágrimas, enquanto muitas pessoas no restaurante a olhavam, curiosas, tentando entender o que acontecia.

— Esteja pronta no horário marcado.

— Certo... até...

Sem pensar duas vezes, a estudante apenas abandonou seu almoço pela metade e saiu do restaurante, porém...

.

O que ela não sabia era que Nathan estava ali... e observou tudo em silêncio...

.

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Notas finais do capítulo

O satã ouvindo tudo = prepare-se para encrenca. Encrenca em dobro, muahahahaha
A Kim vai levar a Darcy pra balada. No que isso vai acarretar? Uma boa dose de coisas engraçadas, kkkkkkkkkk
No próximo, veremos a nossa garota se aprontando pra sair com sua amiga, porém, o soldado estará lá para deixar as coisas ainda piores em sua cabecinha e coração caóticos. Isso vai render uma série de efeitos nos dois, que simplesmente se veem cada vez mais atraídos um pelo outro... Vai ser um capítulo daqueles! Vocês vão amar!



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