Wintershock escrita por ariiuu


Capítulo 16
Descobertas na biblioteca da universidade


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo fala sobre um pouco da rotina da Darcy na Universidade e um pouco sobre a política americana e algumas figuras polêmicas. Caso tenham dúvida, é só procurar o nome das pessoas citadas e vocês entenderão um pouco mais sobre o que elas são e o que defendem.
Esse capítulo também estará recheado de referências políticas. Lá nos Estados Unidos, os dois principais partidos são os Republicanos e os Democratas. É uma guerra entre progressistas contra conservadores. Não é tão igual ao Brasil, mas as pautas são até parecidas. Eu entendo um pouco de política e como a Darcy faz um curso de ciência política, resolvi explorar um pouco disso aqui, mas não é nada difícil de entender. Os dois lados são bem zoados aqui. Temos que ser imparciais quando se trata desse tema polêmico :P
Quem não tiver paciência pra entender, pode pular para o meio do capítulo, que fala quase tudo sobre a antiga vida do sargento Barnes e as impressões que Darcy tem a respeito disso... e leiam até o final, pois tenho uma surpresa bombástica para vocês... hihihihihi *maldade vindo
Não se esqueçam de comentar, pois a opinião de vocês é super importante.
Divirtam-se, crianças.



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Era sexta-feira e Darcy viajou para Willowdale na noite de quinta, deixando Bucky sozinho em seu apartamento.

Normalmente a garota passava o fim de semana na casa de seus pais, porém, teria de fazer bate e volta por causa de seu hóspede desmemoriado...

Não podia deixa-lo sozinho por muito tempo, por causa das crises... pelo menos por enquanto.

Antes de sair para a faculdade, sentiu seu telefone vibrar.

Era Kimberly ligando.

— Alô...

Como estão as coisas? Você já está em Willowdale?

— Olha... por enquanto tudo normal e sim, estou em Willowdale.

Fico mais aliviada por você estar aí, longe de seu hóspede assassino... — A amiga replicava, aflita.

— Kim, pare de ser maldosa e fica tranquila. Não vai acontecer nada.

Darcy... Será que eu posso passar no seu apartamento no começo da semana?

— Claro que não! Você sabe que não é o momento.

Mas-

— Não se preocupe. Se algo acontecer, eu prometo que saio correndo, tá...? Pare de achar que estou em perigo só porque o Bucky está morando comigo.

Ok, mas quero que você o avise que um dia vou te ver, e que eu sei sobre ele, certo?

— Isso pode demorar... – Darcy suspirou.

Ele precisa saber que você tem pessoas que se importam com você!

— Certo... Eu não posso esconder dele que você e o Derek sabem... aliás, ele tem conhecimento que o Derek descobriu tudo pra mim, incluindo os arquivos de Kiev.

Ótimo! Então deixe-o informado sobre mim!

— Tudo bem, Kim... – Bufou, impaciente.

Tá, mas... e a nossa baladinha de sábado à noite? Ainda tá de pé?

— Vou pensar a respeito... não tô com cabeça pra sair por enquanto... – A estudante ainda estava um tanto desanimada por causa do TCC, mas ainda se encontrava um tanto consternada por causa dos arquivos que leu sobre o soldado.

A história dele mexeu tanto assim com você?

— Você sabe que sim...

Bem, eu espero que ele se recupere, mas que você não corra risco de vida por isso.

— Eu não vou... Pode ficar sossegada.

Ok, se cuida então. Mais tarde eu te ligo.

— Falou, minha loira...

Por mais que tentasse forçar, descobrir sobre todo passado do soldado, foi perturbador.

Darcy não conseguia medir o tanto de sofrimento que ele havia passado... Tudo foi cruel e desumano demais.

A garota então decidiu que faria de tudo pra que Bucky pudesse ter um pouco de paz e de alegria, ainda que o mesmo estivesse em um completo dilema por conta da amnésia e por estar setenta anos atrasado no tempo... Por isso o levou para ver o pôr do sol aquele dia...

Mas ele ainda representava algum perigo e precisava estar atenta... os pequenos hematomas em seu pescoço da vez em que o mesmo teve uma crise, eram prova disso...

.

— Mãe, eu já vou! – A garota gritava, pegando sua mochila em cima do sofá.

— Tome cuidado, filha. Não vá sair com essa bicicleta por aí e atropelar alguém, cair numa vala ou se enfiar dentro de um caminhão de lixo! – A senhora Elizabeth Lewis gritava, do outro lado da casa, na área de serviço, estendendo roupas no varal.

— Fala sério, mãe! Eu não tenho oito anos! – Darcy se praguejava por ter passado por todas aquelas coisas que sua mãe citou. Era uma criança peralta, mas teria de ouvir tais piadas o resto da vida? Se perguntava como conseguiu cair na vala enquanto andava de bicicleta... Que tipo de criança não consegue desviar de uma vala?

Quando a garota atravessou a garagem, deu de cara com Dexter, o gato de seus pais.

— Hey, seu festeiro, onde esteve a noite toda, hein? – Ela alisava a cabeça do gato, branquinho e alvo como a neve, que fechava os olhos e se acomodava com o carinho em seu pelo.

Darcy sorriu para o gato e correu para a garagem, pegando sua bicicleta.

Atravessou o portão, fechando-o logo em seguida.

A garota colocou o pé no pedal, e então começou a andar de bicicleta, rumo à Universidade de Culver, que não ficava tão longe dali.

As últimas aulas na faculdade estavam de matar... Quase foi assassinada por seus colegas de grupo por causa do TCC e também por seus professores quando perdeu as aulas da semana em que esteve em Washington DC... Culpa de um certo soldado desmemoriado...

.

Já era por volta de meio dia.

Depois de assistir duas aulas importantes, a estudante se dirigiu até a cantina, pagou o seu almoço e caminhou para a área aberta do campus, sentando-se em uma das mesas perto do refeitório.

Sempre que observava aquela parte da faculdade e o incrível verde do gramado, se lembrava do incidente anos atrás envolvendo Doutor Bruce Banner e...

.

Que ela quase se meteu na maior enrascada da sua vida...

.

A garota chacoalhou a cabeça, afugentando as lembranças ruins que tivera naquele dia.

E do nada, Derek se sentou à mesa.

— Não pensei que estaria viva pra voltar pra Willowdale depois de tudo.

— Derek... é bom você não começar, ou vou voltar a me estressar de novo pelo fato de ter contado sobre o Bucky pra Kim... – O olhar da estudante era tenebroso. Derek sabia que Darcy estava com raiva.

— Você é a minha melhor amiga... apenas me preocupo... aliás, você sabe que eu te considero como uma irmã...

— Ah, tá explicado! Você me considera uma irmã e irmãos deduram uns aos outros, certo!?

— Não... mas... me desculpe... – O rapaz abaixou a cabeça.

Darcy suspirou fundo. Não queria brigar com Derek, porque além de ser seu melhor amigo, o sentimento de considera-lo como um irmão era recíproco, já que ela era filha única e sentia falta de um irmão....

— Vamos esquecer isso. É só você guardar segredo. A Kim me prometeu o mesmo.

— A minha boca é um túmulo!

— É bom ser mesmo, senão vou contar pra Stephanie que você ama ela.

— Hey, dá pra falar mais baixo!? E se alguém ouvir!? – O garoto levantava da mesa, olhando desesperadamente ao redor.

— Ouvir o quê!? QUE VOCÊ GOSTA DA STEPHANIE E-

Derek tapava a boca de Darcy, e ela se contorcia, tentando se desvencilhar do aperto, mas do nada, uma colega de classe da garota chegou, os pegando naquela situação estranha.

— Vocês estão brigando?

— Não, não... só estávamos brincando...

— Sei... Que brincadeira estranha... – Angela Bryan era da mesma sala que Darcy e se formaria junto com ela, já Derek, que também estudava em Culver e também se formaria naquele semestre, pertencia ao curso de Ciências Tecnológicas.

Os três ficaram ali por um tempo, almoçando e conversando sobre diversos assuntos...

Autópsia de famosos.

O clube dos 27.

Se as pirâmides de Gizé foram construídas por E.T’s.

Se haveria uma nova corrida armamentista por parte da China, Rússia e Estados Unidos.

Sobre como a fundação Rockefeller secretamente financiou o projeto MK Ultra e o fato da banda MUSE fazer o álbum conceitual “The Resistance” de 2009 inspirado no livro “1984” de George Orwell que falava sobre um regime totalitário.

.

Teorias e mais teorias da conspiração...

.

Os três se levantaram da mesa e começaram a caminhar sobre o gramado do campus.

— Por que você acha que mataram John F. Kennedy? Ele ia liberar os arquivos secretos sobre Alienígenas que a CIA escondeu. É obvio que mataram ele. O Lee Harvey Oswald foi só um bode expiatório. – Darcy dizia, tentando juntar as várias teorias dos diversos livros que leu a respeito do caso. No caso, Lee Harvey Oswald foi o assassino do presidente JFK em Dallas – Texas em 1963.

Derek se segurou em dizer o que achava sobre a morte de Kennedy... Para ele, o Soldado Invernal é que tinha o matado, mas como Angela estava ali, teria de ficar calado.

— Pare de viajar nessas teorias da conspiração malucas. – Derek revirava os olhos. Estava farto de sua amiga ser uma conspiracionista.

— Por quê? Você confia na CIA?

— Não.

— Então você não tem moral pra me criticar. – A garota cruzou os braços e Angela ficou em silêncio de propósito, só para ver até onde os dois iam com tamanhas piadas.

— Pare de assistir o Alex Jones também, por favor. Esse cara é um lunático. – O rapaz articulava, com mais uma crítica.

— Eu concordo... em partes...

— Claro... quem no mundo leva o Infowars a sério? Só você, Darcy.

Alex Jones era um apresentador de rádio e escritor de direita. Infowars era o seu portal de notícias.

— Isso não é verdade! Não é tudo que eu acredito, mas algumas coisas fazem muito sentido!

— Sério, você se forma daqui há algumas semanas. Já passou da hora de se comportar como uma adulta!

— Idiota... eu estudo Ciência Política e você Ciências Tecnológicas. Há um abismo entre nós nesse assunto! – A garota estava farta de ser alvo de chacota quando especulava sobre teorias da conspiração.

— Ainda dá tempo de virar adulta, então não desista... – Derek ironizava, exibindo um sorriso de deboche.

— Novas pesquisas dizem que a adolescência agora vai até os 25 anos. Ainda tenho dois anos pra aproveitar, então não me enche. – Darcy revirava os olhos.

— Você não acha que está começando sua vida adulta de uma forma muito medíocre?

— Isso é só o começo. Serei grande e reconhecida no mundo todo por meus grandes feitos históricos! – A estudante fazia uma pose à la Kamen Rider Black RX e os estudantes ao redor do campus riam de sua cara.

— Vai sim... é só mais uma poeira estelar no meio desse imenso universo que ocupa apenas 3% de todo o espaço que existe.

— Meu filho, serei grande e me enterrarão num mausoléu requintado ao lado do Castelo de Blarney na Irlanda!

— E a trilha do seu enterro será Fassade, 2. Satz do Lacrimosa, tocada por uma banda sinfônica ao vivo com coral renascentista.

— Exatamente! Viu só? Você já até sabe. – Darcy sorriu.

— Claro... você repete isso no meu ouvido há dez anos. – Derek sorriu de volta.

Uma completa sincronia de pensamentos...

.

De dois dementes...

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Angela parava no meio do caminho, completamente abismada pela bizarrice da conversa dos dois.

— Será que vocês podem parar de falar esses absurdos mórbidos que ninguém entende, além de vocês dois??

— Por falar em bizarrices, você disse que ia marotonar Oak Island comigo. Quando começamos? – O rapaz sugeria, empolgado.

Angela foi totalmente ignorada.

The Curse of Oak Island era uma série que havia começado a passar na History Channel.

— Derek... eu não posso ficar tanto tempo aqui... Estou fazendo bate e volta, esqueceu?

— Por quê?

Darcy começou a fazer mímica, com gestos que ele não fazia ideia e muito menos Angela.

— Não é mais fácil você falar...? – O rapaz arqueava uma sobrancelha, perplexo.

— Não! - E então, a garota continuou a fazer mímicas, semelhante a um orangotango com disfunção hormonal.

Seus gestos queriam dizer: Tenho que voltar pra casa logo, porque não posso deixar Bucky sozinho.

Ela não podia falar, porque Angela estava ali, então pensou que Derek pudesse entender sua mimica de macaco.

Sua colega de sala perdeu a paciência no mesmo instante.

— Sério, quando vocês se comportarem como seres humanos, me chamem de novo... seus primatas... – Angela saiu andando, e deixou ambos de lado.

— Esse é o problema! Darcy não é um ser humano! – Derek gritava.

— Nem você, babaca! Esqueceu que nascemos no mesmo planeta, mas em outra galáxia!? Só você me entende! Somos refugiados no planeta terra e nem sabemos onde fica o nosso planeta natal!

— Antes eu não ligava, mas hoje, isso soa como uma ofensa pra mim. – Derek confessou, se sentindo triste por ainda entender o que sua amiga que parecia ter retardo mental, dizia.

— Ah é!? Sabe o que é ofensivo? Você viver um amor platônico com a Stephanie há quase duas décadas. Não tem vergonha não!?

Stephanie era uma amiga de infância de Darcy, Derek e Terry. A garota também morava em Nova York e Derek sempre foi apaixonado por ela, mas nunca teve coragem de se declarar.

O fato de Derek gostar de Stephanie e Darcy saber, fazia com que a estudante o chantageasse de vez em quando.

— Se você mencionar sobre a Steph de novo, eu vou embora e você vai ficar aqui sozinha, tendo que encarar o Richard sem ninguém por perto. – Ameaçava, irritado.

— Meu filho, quem é o Richard na fila do pão? Depois do Robert, nada mais me derruba.

— Sei... não era isso que você pensava antes de começar a namorar com o Robert.

Derek se referia ao antigo Crush de Darcy, Richard Hayes, que também estudava Ciência Política, mas era de outra turma.

— Não quero um relacionamento tão cedo... decidi que não vou namorar ninguém pelos próximos... setenta anos! – A estudante estava convicta de que o término de um relacionamento só tinha um benefício: Emagrecer... pois levar um fora é a melhor dieta.

— Vou torcer para que consiga... – Derek não acreditava muito no que sua amiga dizia, já que a garota tinha certa facilidade de se apaixonar, principalmente por homens que a salvavam.

.

Ian Boothby, o tal estagiário de Darcy que o diga...

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A estudante acabou se enroscando com o rapaz em Londres, durante a convergência harmônica, mas não durou muito tempo... segundo ela, não havia tanta química entre os dois... porém, na verdade, aquilo era apenas uma desculpa esfarrapada para ver se a mesma conseguia esquecer seu ex-namorado, Robert Thompson.

— Olha só aquela garota ali, está vendo? – Darcy chamava a atenção do amigo, apontando para uma estudante que caminhava tranquilamente pelo campus.

— Sim... o que tem ela?

— Quando você vir uma mulher caminhando feliz, com a pele boa, sorridente, leve e plena, pode ter certeza: ela não está apaixonada.

— E você não está assim agora?

— Ainda estou traumatizada pelo fora do Robert.

— Não parece.

— Mas eu estou!

— Saia desse marasmo com seu ex, Darcy. Já faz mais de um ano...

— Eu sei... – A garota redarguiu, um pouco chorosa, mas foi interrompida pela voz de mais um colega de sala que abordou a dupla, do nada.

— Darcy, você acompanha o Paul Joseph Watson!?

— Oi, pra você também, Jimmy... – A estudante não respondeu a pergunta, e franziu o cenho, desconfiada.

Jimmy era aquele típico colega idiota, que escarnecia de opiniões alheias e fazia com que todos rissem de alguém.

— Por que está perguntando isso? – Derek questionava o colega de Darcy.

— Por que ela deixou a conta logada no laboratório e o pessoal acessou o histórico.

— E daí? – Darcy contestava, com uma carranca no rosto.

— E daí que estão te chamando por aí de Alt-Right!

— Eu? Alt-Right!? Vocês estão loucos...!? – Ela esboçou uma feição monstruosa por ser rotulada daquela forma.

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Alt-Right = Direita Alternativa.

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— Darcy, todo mundo sabe que seus pais são republicanos... – Jimmy insistia.

— Sim, eles são, e o que tem isso?

— Então, automaticamente você também é.

— Justo você que diz ser apartidária, é um tanto estranho... – Outro colega chegava, zombando da cara dela.

— Estranho é vocês tirarem onda de algo irrelevante! E se eu fosse republicana, qual é o problema!?

— Eeeeew, Darcy! Você é republicana!?? – Angela voltava para perto dos colegas, fazendo cara de nojo quando ouviu a palavra “republicana”.

Quatro anos estudando juntos e nenhum dos colegas de Darcy sabiam qual era seu lado político. Talvez pela bipolaridade de concordar com várias pautas de ambos os lados, esquerda e direita.

— Quem não sabia que essa garota é republicana? Estava na cara! – Outro colega gritava, de longe, esnobando Darcy.

Talvez sua fama na faculdade não fosse das melhores... ainda mais depois de todos saberem que ela era estagiária de Jane e por ter se envolvido num incidente com o Dr. Banner, vulgo... HULK, há muitos anos.

— Você fez campanha para o Joe Lhota no ano passado, não foi? – Jimmy a indagava, dando risada.

— Quem disse isso!? – Darcy congelou.

— Vi fotos suas num comício dele... – Jimmy continuava rindo.

— O quê!? Como!? – A garota estava perplexa. Como descobriram que a mesma ajudou na campanha do candidato republicano para a prefeitura de Nova York?

— Você não engana ninguém, Darcy!!! – Continuavam gritando, de longe, apenas para constrange-la.

— Darcy, que vergonha! Todo mundo sabe que esse cara é um republicano fake! Por que você apoiou ele!? – Derek que era republicano assumido, estava decepcionado por ouvir que sua amiga apoiou um candidato que defendia várias causas do partido dos Democratas.

— Se é pra ser republicana, pelo menos apoie alguém que realmente seja alinhado com o partido, de verdade! – Jimmy continuava jogando lenha na fogueira.

— Ah, vá se catar todos vocês! Eu só acreditei nas propostas dele e o apoiei, como qualquer Nova-yorkino normal faria! – A garota estava ficando cada vez mais alterada.

— Darcy, por favor... os republicanos ganharam as cinco últimas eleições de Nova York. Já estava na hora de haver uma alternância de poder... Ninguém mais aguentava um elefante vermelho na prefeitura. – Angela, que ainda estava desacreditada de Darcy ser chamada de republicana pelos colegas, sabia muito a respeito sobre a administração do executivo de Nova York.

— Vocês nem moram em Nova York! Por que estão dando piti nas eleições municipais de lá!?

— Porque você sempre se gaba que vive na Big Apple. Só por isso. – Angela redarguia, com cara de paisagem.

— E o que todo esse assunto tem a ver com esses porcos do “Alt-Right”!? Não tinha um xingamento pior pra mim não!? – A garota estava um tanto indignada por ser rotulada com aquele termo, pois sabiam que os supremacistas brancos pertenciam aquele grupo.

— Mas você leu vários artigos de um site que fala sobre isso. – Jimmy ainda ria, tentando constrange-la.

— Estou fazendo um TCC que fala sobre vários grupos de esquerda e direita da América. O que vocês queriam? Talvez se eu tivesse acessado algum fórum chan e visto fotos de gente morta, teria chamado menos atenção, não é mesmo!? – A estudante replicava, irritada.

— Uau, você acessa esse tipo de conteúdo!? – Jimmy lhe alfinetava com a pergunta.

— Eu estou a um passo de me tornar anarcocapitalista, então parem de me pressionar!!! – Darcy gritou, em bom e alto tom, assustando a todos.

— Eheheehe, deixa os professores ouvirem isso... Pra que você está se formando em Ciência Política então, se vai odiar o estado!? – Jimmy continuava com seus escárnios e todos ao redor prestavam muita atenção nas respostas de Darcy.

— Pra me tornar uma jornalista famosa e independente, expondo a podridão de todas as instituições governamentais que existem!!! – A estudante revelou.

— Ahahaahahahaha, igual o Paul Joseph Watson! – Todos riram.

— Vá virar jornalista na Infowars! Tenho certeza que o Alex Jones vai adorar ter uma estagiária como você! – Jimmy não conseguia deixar de fazer piadas sarcásticas.

— Seria ótimo se um míssil balístico caísse em cima de todos vocês agora mesmo... – Darcy resmungou, em meio a uma careta.

— Mas não é você que critica o setor privado também? Como vai se tornar anarcocapitalista? – Angela redarguia, curiosa.

— Quer saber!? Vou me tornar anarcoETeísta! Vou lutar pela extinção da raça humana, e de todos vocês! – Darcy saia nervosa do local.

A estudante virou um alvo desde que se tornou estagiária de Jane. Todos na universidade a conheciam, porque a mesma esteve envolvida em dois grandes eventos globais...

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A chegada de Thor no Novo México e a convergência harmônica em Londres...

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— Vocês não acham que pegaram pesado? – Derek indagou-os, um pouco irritado por tirarem sua amiga do sério.

— Deixem a garota em paz. Ficam chamando ela de Alt-Right, mas vocês não têm vergonha de serem New-Left, seus drogados? – Richard, o antigo crush de Darcy chegava ao local, para defende-la.

— Vá se ferrar, Richard, ninguém aqui é New-Left! – Jimmy ainda ria, junto com vários colegas que tentaram constranger a garota.

— São um bando de mulas mesmo... Iguais aos democratas... – Richard afirmava, exibindo um sorriso sórdido.

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A mula era o mascote oficial dos Democratas.

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— Richard, você não é um democrata!? – Angela contestou, perplexa.

— Acordem pra vida, gente... Ser um democrata é estar na moda. Todo jovem é democrata.

— Todo artista é democrata. – Derek completou.

— É por isso que não sou democrata. Quem liga pra opinião rasa desses artistas? – Richard continuava seu raciocínio do porquê não era democrata.

— Ainda mais artistas como a Katy Perry. – Derek odiava as divas do Pop da década de 2010.

— E Lady Gaga! – Outro colega gritava, de longe.

— Gente, vamos parar por aqui!? Vocês não tem mais o que fazer não!? Deixaram a Darcy irritada. Isso é bullying! – Dessa vez, uma outra colega aparecia, defendendo a garota.

— Chegou a feminista... – Jimmy zombava da fala da colega;

— Cala a boca, seu misógino... – Os olhos da garota dispararam lasers invisíveis na direção do rapaz.

E assim era a rotina dos jovens estudantes de Ciência Política na Universidade de Culver em Willowdale.

Conservadores vs Progressistas, mas principalmente, Republicanos vs Democratas.

Darcy cresceu num lar republicano, mas concordava com algumas pautas dos democratas, porém, isso não anulava o fato de que sua preferência pendia mais para o lado dos elefantes vermelhos.

O elefante vermelho era o mascote oficial dos Republicanos.

Mas ainda assim, não deixaria aqueles manés estragarem seu dia, então...

A garota correu para a biblioteca da universidade, para pegar dois novos livros e extrair referências para o TCC.

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Percorrendo pelos imensos corredores, cercados por gigantes prateleiras de livros, Darcy parou na sessão de história da América.

Ali, teve a ideia de procurar a respeito sobre fatos da segunda guerra mundial, que lhe fizesse chegar até a parte dos ilustres heróis.

A estudante pegou três livros sobre o tema e se dirigiu para uma das mesas da biblioteca, que ficava ao lado da janela, dando acesso a parte externa do campus.

O sol brilhava do lado de fora, clareando levemente a biblioteca pela janela.

Willowdale era uma cidade maravilhosa, tranquila e que possuía um verde magnífico por onde se passava. A natureza desabrochava-se calmamente... e o canto dos pássaros era ouvido quase o dia todo.

Ela se sentou e logo começou a ler o prefácio de um dos livros, que contava um pouco da vida de cada um dos soldados que fizeram parte do Comando Selvagem.

Extremamente curiosa, a estudante pulou para a parte do Sargento James Buchanan Barnes.

Ele nasceu em 10 de Março de 1917 e era o filho mais velho de quatro irmãos. No livro, estava descrito que o mesmo havia nascido para ter uma carreira brilhante, ao se destacar entre os demais por ser um exímio atleta.

Foi treinado pelo Camp McCoy em Wisconsin, subindo ao posto de Sargento.

Foi recrutado e designado para o 107º Regimento de Infantaria em 1942, partindo para Londres logo depois.

Seu Regimento foi capturado pela HYDRA, mas Steve Rogers os resgatou, tornando-se oficialmente o Capitão América na ocasião.

O grupo que Steve reuniu se transformou no Comando Selvagem e tinha a missão de acabar com os planos do Caveira Vermelha.

No início do inverno daquele ano, em meio a neve, Steve e James seguiram para o trem onde viajava o cérebro da HYDRA...

Arnin Zola...

Em meio a um embate entre o Sargento e o Capitão América contra soldados da HYDRA, uma explosão aconteceu e o mesmo acabou caindo no rio Danúbio entre os alpes suíços, encerrando sua missão de uma forma trágica.

Seu corpo nunca foi encontrado...

Darcy se lembrava dos arquivos que Derek havia lhe passado. Não era nada fácil ler tudo aquilo e imaginar o que Bucky passou durante o tempo em que esteve com a HYDRA.

A garota vislumbrou diversas fotos registradas durante aquele período. Fotos do Comando Selvagem, umas em preto e branco e outras em sépia.

Fotos do Sargento Barnes fardado... que mostravam tamanha imponência e a grandiosidade de um soldado americano no auge da juventude, servindo ao seu país...

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Um memorável patriota...

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Era difícil imaginar que Bucky representou tudo aquilo... Depois de todo o sofrimento que a HYDRA lhe causou, não conseguia notar muitos rastros do antigo Sargento Barnes nele, embora o mesmo estivesse se esforçando para recuperar parte de sua antiga personalidade...

Era triste pensar em tudo aquilo e não se emocionar...

Por um momento, a garota sentiu que algumas lágrimas quisessem se acumular em seus olhos...

— Céus... Por que eu estou chorando...? – Sussurrou para si mesma, enxugando suas próprias lágrimas de seu rosto.

Não podia ser vista chorando, principalmente por Derek, que entenderia tudo errado...

A história de Bucky havia mexido com ela, desde que se conheceram. Sabia que aquele homem tão misterioso que encontrou combatendo vários agentes em Washington, era alguém que realmente valia a pena...

Porém, estava mais interessada na vida anterior do Sargento Barnes, e leu muitas páginas que narravam sua história antes de entrar para o exército.

Ele foi tricampeão de boxe do YMCA e se destacava por suas habilidades.

Bucky passou duas semanas treinando Steve no Goldie's Boxing Gym, antes de ser convocado para o exército.

James Barnes era também um galanteador, que arrancava suspiros femininos por onde passava.

Seus dotes com as mulheres, cresceram ainda mais quando se tornou Sargento. No pouco tempo que permaneceu nos Estados Unidos naquela patente, muitas delas disputavam-no e investiam o que podiam, apenas para ter a atenção dele, mas, como era um homem exigente, só as mais belas conseguiam arrastá-lo para um encontro.

Darcy franziu o cenho, tamanha decepção. Não esperava que ele tinha uma personalidade daquelas... Era um tanto triste ler aquilo... imagine quantos foras não deu nas que não foram abençoadas com uma aparência tão agradável?

Homens...— Revirou os olhos, quando pensou.

Naquela época, uma das melhores formas de conquista era através da dança.

As músicas daquele período variavam entre o Rhythm and blues ao jazz. Os clubes de dança faziam muito sucesso e os casais se divertiam desse jeito.

Embora a população americana da década de 40 fosse extremamente conservadora, muitos rapazes queriam apenas se divertir e saiam com várias mulheres, mas sempre com as mesmas conversinhas fiadas das juras de amor eterno...

— Ooh, claro, porque brincar com o coração das jovens donzelas é um prazer sádico de todo homem, não importa o século... – E novamente a garota falava sozinha, mas dessa vez se lembrando de todas as vezes que presenciou desvios de caráter em muitos homens ao seu lado, incluindo seu ex.

Após ler sobre a cultura contemporânea daquela época, Darcy revirou os olhos de novo. As coisas não mudaram muito a respeito dos homens... a diferença era que antes, as mulheres aceitavam se casar e serem submissas a ponto de aguentarem os chifres de seus maridos, e hoje não... elas também chifravam e não estavam nem aí...

— Isso que dá... Chifraram tantos as mulheres, que agora os homens estão pagando com juros e correção... – Falava sozinha pela milionésima vez, desabafando sobre o que achava do “avanço” do sexo feminino na sociedade moderna e contemporânea do comecinho do milênio.

Depois de folhear várias páginas daquele livro, ela deu de cara com novas fotos dele, mas dessa vez, um tanto informais.

Os homens americanos da década de 40, deixavam seus cabelos um pouco mais compridos que os homens da atualidade e ainda o penteavam para trás, com algum fixador.

Mas naquelas fotos em específico, o jovem James Buchanan Barnes se encontrava com as madeixas castanhas desgrenhadas, as roupas amassadas e a pele levemente suja.

Fotos de quando fazia bico numa oficina mecânica no Brooklyn, segundo a legenda das fotos.

Ele ficava ótimo de cabelo comprido, na altura dos ombros e sua aparência como Soldado Invernal era um tanto interessante e com um charme inigualável, porém... era estranho ver tantas fotos que mostravam um Bucky Barnes totalmente diferente do qual estava acostumada, com o cabelo curto...

Seus olhos não se cansavam de apreciar aquelas fotos... era incrível...

Uma combinação requintada e demasiadamente magistral... Atraente e fascinantemente irresistível...

James Buchanan Barnes parecia ter sido desenhado em um dia de excessiva inspiração...

O soldado era um colírio para os seus olhos... sua beleza assemelhava-se a letra perfeita de uma música antiga...

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Sua aparência transparecia a pureza de um príncipe medieval...

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Belo e esfíngico...

Sem perceber, seus olhos estavam viciados na imagem dele, pois não conseguia desprega-los das páginas daquele livro...

Enlaçada e completamente enfeitiçada por todas as fotos e as linhas que diziam mais sobre a vida do jovem soldado, tentou de todas as formas se desprender daquele bendito sortilégio... mas...

Não conseguia...

Céus, o que estava acontecendo com ela? Não se recordava de estar tão envolvida por algo ou alguém antes, nem mesmo quando esteve em um relacionamento sério com Robert Thompson, ao qual venerava e achava que estava perdidamente apaixonada...

Talvez, o soldado fosse apenas a obra de arte mais linda que viu em sua vida... como um quadro com uma pintura arcaica numa galeria de arte renascentista...

Um anjo insigne, cuja beleza seráfica, não podia ser explicada...

A garota apenas poetizava, decifrando os traços simétricos e incrivelmente belos do Sargento James Buchanan Barnes...

Se os olhos são as janelas da alma... quem tem olhos azuis, refletia o céu...? Era essa impressão que acabava de descobrir que ele lhe causava? Apenas por apreciar uma fotografia?

Insensata por ceder à tentação em manter-se seduzida por tais desvairos, a garota se encontrava cada vez mais submergida nas imagens do livro, e por um momento sentiu sua respiração pesar, causando certo desconforto em seu estômago...

Um aperto no peito lhe deixou preocupada...

— Céus, que porcaria é essa...? Deve ter sido o almoço que não me fez bem, mas... uau... Isso está ficando estranho... melhor parar por aqui... – Ela fechou o livro, anotou o nome dos exemplares, levantou da mesa e percorreu o corredor, levando-os de volta para a prateleira.

Pensou em comprar aqueles livros para dá-los de presente à Bucky, quando chegasse em Nova York.

Ele merecia saber mais sobre sua própria história.

Mas ainda assim...

Aquele mal-estar momentâneo deve ter sido resultado da lasanha que devorou, antes de Derek chegar. Não teria outro motivo... teria...?

No final, Darcy apenas saiu um tanto abobalhada da biblioteca. Estava fissurada sobre a história do soldado e seus grandes feitos ao lado do Capitão América.

Seus olhos se agraciaram com tudo o que viu. O Sargento James Buchanan Barnes, em seu ápice na carreira militar...

Sua admiração por ele cresceu consideravelmente, assim como sua curiosidade...

Ela sabia que não conseguiria enxerga-lo de outra forma... Por mais que quisesse...

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Era cinco e meia da tarde e Darcy Lewis se encontrava em sua banheira, relaxando depois de uma semana cansativa.

A garota estava tão cansada que acabou dormindo na banheira.

Quando lentamente abriu os olhos, percebeu que que havia tirado um belo cochilo... mas não tinha importância, pois era fim de semana e não precisaria trabalhar sábado e domingo.

A estudante saia da banheira, encharcada.

Ela pegou a toalha pendurada na parede e passou a se secar.

Seus cabelos ensopados e incrivelmente ondulados tombaram por suas costas, respingando água pelo chão.

Ao se enrolar na toalha e sair do banheiro, ela caminhou descalça, passando por seu quarto e abrindo a porta tranquilamente, se dirigindo até a sala, no intuito de ir para a cozinha. O objetivo era comer uma maçã, já que seu estômago roncava de fome.

Mas...

Quando chegou na sala, deu de cara com Bucky Barnes...

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Sem camisa e se exercitando...

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O soldado interrompeu as flexões que fazia no chão da sala, e a encarou, ao perceber que a garota mostrava um semblante assustado... talvez porque não esperava vê-lo ali.

Mas ele também estava bem surpreso, já que Darcy não costumava estar em casa naquele horário.

Ele se levantou, e a estudante ficou parada, o fitando, totalmente imprecisa.

James arqueou uma sobrancelha, estranhando a face inesperada dela.

— Você está bem? – Contestou-a, não entendendo aquela reação.

— Desde quando você está aqui?

— Já faz meia hora que cheguei e pensei que não estava em casa, então... resolvi me exercitar. Algum problema?

— Nenhum... – Ela quis revirar os olhos em resposta, mas não conseguiu, porque os mesmos insistiram em mirar o soldado em sua frente.

Seu torso estava totalmente à mostra, apenas com a típica calça jeans e coturnos.

O braço de metal reluzia levemente por conta dos raios solares que entravam pela sacada...

Seu corpo transbordava virilidade e masculinidade em níveis estratosféricos, mostrando todo o porte atlético que escondia debaixo de tantas roupas no dia a dia, por causa de seu complexo com o braço biônico.

Seus músculos tão bem trabalhados... eram incrivelmente extasiantes...

Ela raramente o via daquele jeito.

— Como conseguiu se manter desse jeito depois de 70 anos congelado...? – Darcy sequer disfarçava seu interesse no que estava diante de si.

— O processo criogênico era algo que só a HYDRA sabia, mas... eu sou um super soldado, esqueceu?

— Com certeza... super... – A garota dizia sem raciocinar, apenas fascinada em como o peitoral firme brilhava cintilantemente por causa do suor... que escorria lentamente pelos contornos de sua musculatura...

Era evidente que uma ardente atração aflorava, afinal... não era todo o dia que tinha a sorte de apreciar a beleza um homem tão perfeito como o sargento James Buchanan Barnes na sala de seu apartamento.

A garota chacoalhou a cabeça por conta do êxtase, e resolveu ir para a cozinha, já que sua missão ali era pegar uma maçã para disfarçar sua fome, até que fizesse o jantar.

Porém, ao se locomover novamente, sua perna acabou esbarrando com força na poltrona no canto da parede da sala, fazendo sua toalha desprender de seu busto, e então....

Ela caiu no chão...

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Nua...

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Os olhos da estudante arregalaram...

O

Que

Estava

Acontecendo...?

Era um pesadelo...?

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“Céus... Por quê...?”— Foi tudo o que conseguiu pensar, porém...

A garota ficou paralisada, ainda caída de costas para o chão... Mostrando toda a sua nudez... involuntariamente...

O sargento observou-a, um pouco perplexo em como Darcy Lewis conseguia ser tão atrapalhada... e então...

Ele se aproximou...

E ao perceber isso, institivamente ela fechou os olhos... tamanha vergonha...

E agora...?

Suas bochechas ardiam violentamente por conta do embaraço...

Não sabia se tinha sorte por estar em forma porque perdeu muito peso ao ser chutada pelo seu ex, o que acarretou numa mini-depressão em forma de dieta por meses, ou se era azarada porque não pensou que estaria despida naquela situação na frente de um herói de guerra, que provavelmente não avistava uma mulher sem roupas há décadas...

Sem reação, completamente chocada e sem saber o que dizer, continuou com os olhos fechados, apertando-os com força, numa feição contorcida ao perceber que o sargento já estava em sua frente.

Espiando-a... nua...

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Era constrangedor...

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Sua mente se forçou a pensar que ele podia estar num nível além de um homem normal, e que seu corpo pudesse se assemelhar as estátuas gregas antigas... Como Vênus de Milo... mas...

Quando decidiu espiar com um olho, notou a mão de metal estendida, no ímpeto de ajudá-la a se levantar.

Com a mão trêmula, Darcy apenas a ergueu vagarosamente na direção dele e então...

Bucky a puxou com força, levantando-a do chão, mas...

Ao fazer isso, a estudante colidiu diretamente contra o peitoral firme do soldado...

Seu coração disparava violentamente a ponto de explodir...

Darcy continuou sem reação, trêmula e com as pernas e braços hesitantes...

Não arriscando sequer em dizer nada e muito menos encará-lo, a estudante apenas sentiu o olhar de James diretamente em sua direção...

Os seios dela se encontravam pressionados contra o abdômen incrivelmente trincado do soldado...

Quando finalmente entendeu o nível do contato físico em que ambos estavam naquele momento, ela elevou o rosto para se explicar...

Me desculpe... eu vivo tropeçando...

O olhar de James cintilou de modo provocante, e então...

Num impulso, ele a jogou contra a parede, erguendo os pulsos da garota para cima, prendendo-os.

Sem entender aquela reação, os olhos dela rodearam por todos os cantos da sala, sem saber o que fazer...

Se encontrava numa posição completamente vulnerável e subjugada entre Bucky e a parede...

Lindamente... Exposta...

— Mas o que você está fazendo...!? – Contestou-o, assustada.

— Pela última vez, Lewis... Não me provoque... – O olhar abrasador que lhe foi lançado, causou um agudo frio na barriga... aquilo era uma ameaça?

— Mas o que foi que eu fiz!!!? – Gritou, assustada, entender absolutamente nada.

James não respondeu... ele apenas a mirava, impetuosamente...

Era como se seu olhar queimasse e incendiasse tudo ao redor...

A garota se estarreceu. O fato de o sargento James Buchanan Barnes ser sarado e gostosão não o inocentava de intimidá-la daquela forma tão feroz, sem ao menos entender o porquê.

Furiosa, Darcy apenas analisou o rosto dele, tão perto do seu...

O olhar penetrantemente azul... sobrancelhas e pestanas escuras... as maçãs do rosto elevadas, e um contorno articulado da mandíbula tão bem desenhada...

A barba por fazer, complementando os traços de sensualidade e hombridade...

Seus traços bem definidos eram incrivelmente encantadores... A capacidade de atrair qualquer mulher... sua masculinidade avassaladora... o desejo de dominar...

A garota se sentiu fortemente seduzida... e acabou externando isso apenas pelo olhar...

Obviamente, o soldado percebeu...

— Você está fazendo de novo... – Ele alegou, perigosamente perto dos lábios dela...

— Fazendo o quê...? – Completamente entorpecida, a garota suspirou... encarando os lábios dele, magnetizada...

Bucky tentava não desviar os olhos para baixo, mas ao fazer isso, tudo o que conseguia mirar era a boca dela... entreaberta... levemente carmesim...

A sensação era mútua... recíproca...

Ambos se encontravam atraídos por onde olhavam, e se encararam intensamente alucinados, com os olhares semicerrados... silenciosamente...

James sorriu de canto... ardilosamente ousado...

A mão de metal deslizou pelo cabelo molhado, agarrando a nuca dela, puxando-a para mais perto... e então...

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Seus lábios se encontraram, num beijo deliciosamente ardente... abrasador... e vulcânico...

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Lento, profundo e devastador... Darcy sentia o chão se abrindo...

A garota parecia flutuar... e a realidade não fazia sentido...

Era uma tempestade de sensações inexplicáveis... e ela apenas se entregou... deixando-se envolver intensamente pelos lindos e sedutores lábios do Soldado Invernal, que a conduziam de um modo efervescente...

Mas...

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A garota acordou, completamente assustada, chutando a parede...

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— Hã...!? O quê....!? – Desnorteada e quase sonâmbula, ela levantou da cama, descabelada, se segurando para não chorar de dor...

A agonia de ter chutado a parede foi tão grande, que Darcy se enroscou nos lençóis e acabou caindo da cama...

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Dando de cara com o chão...

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MAS QUE INFERNO! – Ela praguejou, totalmente perdida, com um roxo no pé e agora no rosto, com o coração batendo muito forte e confusa, tentando assimilar a realidade à sua volta...

Ainda estava em Willowdale, na casa de seus pais...

Era sábado de manhã...

Ela não conseguiu voltar para Nova York na sexta a noite...

A estudante teve um sonho, mas no mesmo instante em que acordou no desespero...

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Não se recordou de absolutamente nada...

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Notas finais do capítulo

AHAHAHAHAHA PEGADINHA DO MALANDRO, UHUHUHUHU. Pra quem não entendeu nada desse sonho, a culpa é do pessoal lá do Spirit. Aqui anda bem fraco pra review, o que é uma pena, pois vcs do Nyah podiam deixar seus comentários e dar palpites na história, mas por conta do anonimato, estão perdendo de ajudarem na composição dessa fanfic. De qualquer forma, quem perde são vocês mesmos :P
Quem quiser essas fotos, tem lá no Tumblr: wintershock.tumblr.com
Até semana que vem.



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