Ω No dia anterior - Esquina da Escola Savoiyerd.

Depois que Artémis entrou na escola, acenando para a mãe que se mantinha do lado de fora, sorrindo, Tina caminhou até a esquina. A carruagem não demorou á chegar, o homem no interior dela, abriu a porta para ela que adentrou o pequeno veículo sem muita cerimônia.

— O que foi, minha querida? - Ele notou a feição desanimada da moça.

— Não gosto de mentir pro Newt... - Resmungou, se ajeitando no banco fofo do veículo.

— Você sabe que não te pedi para mentir, Sra.Goldstein, somente...ocultar alguns fatos que podem impedir sua participação no caso. - Tentava soar menos frio do que se imaginava falando aquilo, Newt também era seu amigo, entretanto, era totalmente apaixonado por sua esposa, e caso descobrisse sua condição, não a deixaria ajudá-lo. Podia parecer um pouco egoísta pensar por este lado, mas Hogsmeade estava sofrendo com alguns ataques, a comunidade bruxa esperava proteção de sua parte.

— Tudo bem... - Ela concordou com o ponto de vista, com o olhar ainda baixo, encarando as próprias mãos em seu colo. - Posso contar mais tarde. Quando é a primeira "operação"?

— No Sábado, Hogsmeade estará cheia, isto irá ajudá-la á se misturar com mais facilidade. - Deu em sua mão, o uniforme.

Ela acenou com a cabeça em concordância e desceu da carruagem, mas foi puxada por ele, pelo casaco.

— Tina, o Conselho de Hogwarts acha melhor que...

— Dumbledore, não. Agora não, por favor. - Ela resmungou.

— Ilvermorny entrou em contato conosco também... - Ele citou, a fazendo encará-lo.

— Ela ainda não tem idade.

— Ela tem sido observada, não tem muito controle, mas já está pronta. As Escolas temem que seja perigoso deixá-la com no-majs por mais tempo. - Ele tirou a carta do bolso, e ergueu no alto. - Prometa que vai pensar?

Ela ficou na ponta dos pés, para alcança-lá. E quando a pegou, suspirou pela última vez, e sorriu, tentando confortar á si mesma.

— Prometo.

Se distanciou do veículo e acenou, ainda sorrindo, ocultando a confusão interna dentro dela.

Foi para casa, sem notar que Newt a havia visto, subiu as escadas sem muita pressa, abriu a porta com sua varinha, bocejando, colocou o casaco na cadeira e a bolsa em cima do sofá, tirou os sapatos apertados e se direcionou para a cozinha, sabia bem o que tiraria aquele sono de si, café. Pegou seu livro de receitas enquanto o Café passava, decidindo se arriscaria-se á tentar algo para o Jantar. Ouviu a porta abrindo logo em seguida, respirou fundo, odiava mentir para quem amava, mas...ela havia prometido á Dumbledore.

Newt apareceu logo em seguida, com uma voz embargada e expressão de insatisfação, e depois, pôs-se á "interrogá-la". Ela mentiu, entretanto, por uma boa "causa".

Ministério da Magia Britânico - Algumas horas atrás.

— E assim finalizamos, amanhã provavelmente já estaremos com a papelada para coletar os culpados. - Ele achava "invadir" ou "criminosos" palavras fortes demais. - Bom almoço... - Notou Tina levantar-se de seu lugar, já indo de encontro á porta. - Porpentina Scamander? - A chamou, ela virou-se para ele, suspirando irritada.

— Fala, Percival Bunty. - Sorriu, retrucando a provocação.

Graves caminhou até a porta, juntando-se á ela, caminharam pelos corredores do ministério.

— Você está bem, Scamander? - Ele perguntou, era incomum o comportamento de Tina, ela era muito focada no trabalho e uma ótima Auror, sempre atenta.

— Porquê sempre tem que enfatizar essa parte? - Ela relaxou os ombros, enquanto continuavam á andar, já chegando ao pátio principal.

— É engraçado, o fato de...você sabe.

— Se eu tô perguntando, é porquê não sei. - Ela respondeu mais irritada do que gostaria.

— Credo, Goldstein. - Reclamou, da grosseria. - É que, nunca imaginei que o Scamander faria seu tipo. Theseus Scamander, ok, mas o Little Scamander? Nunca.

— Percival, cale a boca, você não está muito atrás. - Ainda andavam pela sala principal, já no andar dos Aurores, indo em direção á mesa de Tina, ela precisava de seu sobretudo, e depois, iria almoçar.

Tonteou um pouco, o Ministério girava levemente, Percival a segurou pela cintura antes que ela levasse um tombo, por puro reflexo.

Ela estava um pouco próxima, e ele aproveitaria essa chance para provocá-la.

— De novo, Goldstein? Acho que eu subestimei aquele Magizoologista. - Falou baixo, de modo que só ela ouvirá. Tina ficou vermelha e deu um passo para trás, já estabilizada. Viu Newt ao longe, e ignorou o fato dele poder ter visto aquilo, ela pegou o casaco sobre a mesa, e foi até ele.

No Parque, ela pretendia realmente contar, mas parece, que pretender, não era o bastante.

Atualmente - Ministério.

Tina e Newt voltaram ao Ministério, se separaram próximo ao Elevador, quando ela teria que subir para seu andar, e o dele, era o primeiro. Talvez fosse um jeito do Ministério dizer que os Aurores estavam um nível acima, ou, somente suposição da cabeça de Tina.

Ela lhe deu um beijo antes e ajeitou a gravata borboleta, lhe deu um sorriso e entrou no elevador, acenou para ele enquanto o via sumir de seu campo de visão. Percival estava em pé no meio da Sala, entregando um papel para cada Auror, na vez de Tina, ele a ignorou.

— Sr.Graves, algum problema? - Ela o encarou, já sabia o porquê de sua mudança de atitude, e aquilo a irritava.

— Toma, Goldstein, você vai ficar como reforço. - Cedeu, dando o papel á ela, que continuava insatisfeita.

— Eu praticamente resolvi esse caso, não vou ficar como reforço. - Ela estendeu o papel de volta á ele. - Quero ir na linha de frente. - declarou.

— Não. - Graves retrucou.

— Mas, sempre foi assim. - A Auror cruzou os braços.

— Mudei de idéia hoje, vamos logo, Goldstein. Ou prefere ficar fora do caso? - Ele a encarou, no fundo, Graves só queria evitar que ela se machucasse, mas o jeito que Tina havia ficado irritada com aquela atitude dele, o divertia.

— Tá. - Ela disse, totalmente á contra-gosto.

Os Aurores usaram a rede de pó de flúor do Ministério, e em alguns minutos, pisaram finalmente, no chão da bela Hogsmeade.