Miranda: Starve escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 14
I Know What I Did Last Summer




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Greeny Wicked

Eu estava exausto, completamente cansado. Fiquei a madrugada inteira na mansão conversando com Thay, eu precisava dormir pelo menos uma hora, se não eu iria depor de olhos fechados e cabeça baixa.

Fui para o meu iglu, coloquei um pijama verde de seda e me deitei na cama, dormindo quase que instantaneamente. Logo que fechei meus olhos eu tive um sonho. Parecia que eu estava caindo em queda livre, Thay, Juan e Minkis estavam lá, diferente de mim, todos gritavam com a queda, mas eu não conseguia, mas era simplesmente porque eu não queria.

Abri meus olhos, era tarde, 13h. Levantei-me e tomei um banho. Vesti uma blusa de botões florida e coloquei um blazer verde-oliva acompanhado de uma calça da mesma cor. Coloquei um chapéu preto e óculos escuros para poder sair e dar o depoimento. Comi alguns puffitos que tinham no armário e calcei um all-star preto, depois saí do meu iglu.

O sol estava radiante, tinham poucas nuvens no céu. O dia estava lindo, mas não demoraria muito para escurecer, afinal a cada dia o solstício de inverno se aproximava.

Não demorei muito para chegar no quartel general, na verdade foi bem rápido, peguei um atalho pela montanha e desci no Esqui.

Logo que entrei, vários agentes vieram em minha direção segurando as minhas nadadeiras e me arrastando para o elevador, colocaram até algemas.

— Eu sei andar, ok? Me solte!

Eu gritei várias vezes para me soltarem, mas sempre tinha alguma nadadeira em alguma parte do meu corpo. Quando finalmente chegamos no andar superior, eles me arrastaram até uma sala com um espelho falso e praticamente me empurraram em uma cadeira. Com raiva eu fiz uma bola de fogo, assustando-os.

Sentei-me na cadeira com as nadadeiras estendidas na mesa, olhando com cinismo para frente, esperando um agente vir perguntar coisas para mim. Eu conseguia ouvir a voz de Juan dizendo que não tinha sido eu. Ah! Por favor! Agora eu estava sendo acusado pelo roubo dos alimentos? Deviam perceber que outros pinguins que estão por perto também podem ser ladrões.

Revirei meus olhos e contraí meu bico olhando para a câmera de segurança. Dei um sorriso e acenei para quem estivesse assistindo.

A porta se abre, é um agente, o mesmo que me tirou a paciência quando vim ao QG há uns dias. Se não me enganava, seu nome era Jonas.

— Boa tarde, Mr. Wicked.

— Isso é realmente necessário? — Perguntei em relação às algemas.

— Até que se prove que você não é o ladrão de alimentos... Sim, é necessário. — Respondeu.

— Bom, Greeny, nós sabemos que a única bruxa em evidência aqui no Club Penguin é você, e o nosso ladrão usou algo para desaparecer do cofre e causar interferência no sistema das câmeras. — Continuou.

— E você considera que só eu posso ter feito isso? Ok. — Respondi com ironia dando um sorriso olhando para os lados e voltando rapidamente para os olhos do pinguim.

— Nós investigamos a Caverna da Mina, de onde vinha as rochas que Dylan Brincadeira usou ano passado para sequestrar todos os pinguins e parece que alguém fez o uso delas recentemente: você.

Comecei a sentir certo medo, eu usei sim as rochas negras de Dylan, mas foram para que eu pudesse visitar a mansão. Eu não podia falar sobre a mansão para ninguém ali, eles não eram de confiança, sem contar que poderiam destruir, alterar e explorar alguma coisa de lá. Poderiam acabar com a única forma de eu conversar com Thay.

— Sim, eu usei as rochas. — Respondi fingindo tranquilidade — mas vocês não acham que se eu tivesse usado elas dentro do cofre não teria algum vestígio?

— E tem, nós encontramos partículas lá dentro.

— Esse lugar tem câmeras por toda a ilha, se usarem um pouco do tempo que estão gastando nesse depoimento para ver o que eu estava fazendo no dia do roubo, ou no dia que eu extraí o minério, logo teriam respostas conclusivas em relação a mim. — Respondi revirando os olhos.

— O nosso suspeito é ruivo assim como você. Ontem mesmo nós o perseguimos e ele usou o minério. Como pode provar que não era você? Como pode provar que não tem mais nenhuma pedra negra?

— E só existe eu de ruivo nessa ilha? Eu tenho as pedras ainda, extrair coisas da natureza nunca foi um crime, vocês mesmos o fazem. — Respondi revirando os olhos.

— Vejam o vídeo do dia do roubo, eu estava no cemitério. — Eu disse. — Depois vejam se eu peguei alguma pedra naquele dia.

O agente se levantou e logo fechou a porta indo confirmar as minhas respostas. Não demorou muito e ele voltou dizendo que eu podia ter usado algum truque para me camuflar de outro pinguim.

— Existem mais de 250 milhões de pinguins aqui na ilha e que eu me lembro, o primeiro suspeito era loiro. Eu nunca fui loiro.

— O pinguim loiro que consideramos suspeito foi inocentado. Acreditamos que ele tenha sido incriminado.

— Ou o resultado do DNA foi sabotado. — Eu disse sorrindo. — A médica legista tem certeza do que viu? Creio que vocês precisam ter mais atenção nas pequenas coisas...

— E como você tem tantas informações sobre a investigação? Você tem algum espião? Alguém trabalha para você?

— Se alguém trabalha para mim, não recebe salário! — Brinquei. — Vocês sabem que não fui eu, só estão desesperados para solucionar o mistério logo, e para isso estão tentando criar um ladrão. Uma dica: ele já existe, e pode ser qualquer um, pode ser um dos seus agentes, um dos presos do ano passado ou até um membro do governo.

— Como tem tanta certeza? — Ele perguntou anotando tudo que eu disse em um caderno.

— Porque não fui eu. O único pinguim que eu tenho certeza que não cometeu esse crime sou eu mesmo. Pode ter sido até você, querido Jonas.

— Coragem sua em insinuar que eu possa ter cometido isso. — Ele respondeu dando uma risada cínica.

— Coragem sua em insinuar que eu possa ter cometido isso. — Respondi fazendo um feitiço abrindo as algemas.

— Assim como você não confia em mim, eu também não confio em você e nem no seu trabalho, na verdade, no trabalho de ninguém aqui. Eu tenho minhas teorias, mas para você elas não fazem sentido. Examine bem os seus suspeitos e até quem você não suspeita. Você viu no rolo da câmera que no dia e na hora exata do roubo eu estava prestando condolências à minha amiga falecida na vala número vinte e cinco do cemitério. — Continuei. Colocando a nadadeira no meu bico, dando um sorriso perverso.

— E tem mais, meus “amigos” provavelmente já disseram a você que eu jamais faria isso. Se não acredita na palavra nem dos seus próprios investigadores, não acredita em ninguém. Soa preocupante, o chefe não confiar em seus empregados...

— Está tentando me intimidar? Porque isso não vai funcionar, conheço seus truques Mr. Wicked.

— Se você está se sentindo intimidado... — Respondi.

— Pode ir, sabemos que não foi você.

— Obrigado, querido! Nunca te critiquei.

Levantei-me guardando a cadeira embaixo da mesa.

— Uhm... Quais são as suas teorias?

Eu o respondi sorrindo, peguei um guardanapo que estava em meu bolso e escrevi com a caneta que ele segurava.

Até mesmo quando não me chamam para ajudar, eu ajudo.

— De nada.

Saí da pequena sala e passei por Juan, Minkis, Marcus e Bella, ignorando-os completamente.

— Ei! Não vai falar com a gente?

— Nossa que barulho estranho... Deve ser coisa da minha cabeça! — Respondi dando uma risada perversa, saindo do edifício com um teletransporte.

Mesmo depois de tudo que eles disseram, eu me sentia mal em tratá-los daquele jeito.


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