Miranda: Starve escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 11
Athena's Igloo




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Juan Hussie

A cena que tinha acabado de acontecer tinha sido bem tensa, e eu estava bem nervoso, com o sangue correndo rapidamente nas veias. A pinguim de cabelos cor-de-rosa, Athena, tinha quase cometido suicídio. Eu imaginava que ela era inocente, mas mesmo assim estávamos indo até o iglu dela procurar alguma pista.

Andamos um pouco até chegarmos no Ancoradouro, que era onde ficava o lugar onde ela morava. Não era um iglu muito grande, afinal, como ela mesma tinha dito, até pouco mais de um mês, ela estava muito pobre.

Quando entramos, vi que ele era realmente pequeno e não tinha nenhum móvel chique ou caro. A cozinha era bem simples, apenas com geladeira, fogão e outras coisas essenciais para aquele cômodo. Na sala, só havia um sofá com uma mesa e uma televisão pequena, e o quarto tinha apenas alguns móveis como uma cama e um guarda-roupa.

— Athena, nós iremos dar uma olhada, mas, se você está falando a verdade, vai ficar tudo bem, ok? — eu falei para a pinguim, tentando acalmá-la.

Ela assentiu com a cabeça, mas mesmo assim mantendo a expressão preocupada e desesperada. Eu imaginava pelo que ela poderia estar passando.

Eu e minha equipe, assim como os outros agentes que tinham vindo conosco, começamos a procurar. Olhamos gavetas, dentro da geladeira, debaixo dos móveis... Mas não parecia ter nada.

Eu já estava olhando na cozinha, até alguém gritar do quarto:

— Olhem o que eu achei!

Corremos todos para o lugar de onde tinha vindo a voz, e vimos Marcus abrindo um baú que ele aparentemente estava debaixo da cama.

— Um baú? Eu nunca vi esse baú! — a dona do iglu disse. Dentro do baú, tinha um pouco de comida.

— Que comida é essa? Por que ela estava escondida ali? — Minkis perguntou.

— Eu não sei! Alguém deve ter colocado aí! — Athena exclamou enquanto um dos agentes chegava perto para analisar.

— Sim. É a comida do estoque. Olhem as etiquetas — o agente disse.

Eu cheguei mais perto e observei. As etiquetas tinham várias letras e números aleatórios, provavelmente para identificar cada alimento e sua data de validade, assim como outras informações. Mesmo assim, eu não acreditava totalmente. A pinguim parecia ser muito inocente, e ela ainda gritava falando que não tinha sido ela.

— Agentes, por favor, procurem mais pistas — Bella pediu.

— Você mora sozinha? Alguém vem aqui? — Marcus perguntou.

— Eu moro sozinha, a única pessoa que vem me visitar é o Yury. Nenhum de nós roubou o estoque, eu juro! — ela gritava desesperadamente, com lágrimas em seus olhos.

Passados alguns minutos, os agentes vieram nos notificar sobre o que tinham encontrado:

— Nós pegamos alguns objetos e conseguimos as digitais de três pinguins diferentes.

— Certo. Podem ir verificar as digitais com as de Athena e Yury, por favor? — Marcus pediu.

— Claro.

Depois de alguns minutos, os agentes saíram, deixando só minha equipe ali e um policial.

— Athena, você tem câmeras nesse iglu? — Marcus perguntou.

— E-eu tenho sim.

Marcus fez o procedimento para conseguir as gravações da câmera em um pendrive e se sentou no sofá, abrindo seu notebook. Ele conectou o pendrive e abriu o vídeo dos dias anteriores.

Foram mostradas cenas do cotidiano da pinguim. Ela levantava, andava até a cozinha, saía do iglu, chegava mais tarde... Nada demais. Só que, um dia antes do roubo, enquanto não tinha ninguém lá, foram ouvidas batidas na porta. Quem será? Poderia ser o ladrão? Mas não tinha como saber...

Na verdade, minha dúvida foi respondida logo depois, quando um pinguim ruivo passou pela janela e olhou para dentro do iglu, procurando alguém lá dentro. O seu rosto estava bem visível, e aquele poderia ser nosso próximo suspeito.

— Você sabe quem é ele? — perguntei a Athena.

— Não faço ideia — ela respondeu.

As gravações foram passando e passando até que chegou o momento atual. Não tínhamos encontrado nenhuma pista.

Eu fiquei conversando com Athena sobre termos que levá-la até a delegacia para que ela fizesse um depoimento, e enquanto isso Marcus chamou Minkis em um canto para eles conversarem sobre algo particular.

— Athena, se você não cometeu o crime, qualquer coisa que falar pode servir como uma pista — eu falei, explicando direitinho como seria todo o procedimento. Ela realmente parecia nervosa, mas estava se acalmando — Você realmente não reconhece o pinguim ruivo?

— Nunca vi ele na vida. Não que eu me lembre — ela respondeu.

Depois de alguns minutos, Marcus e Minkis voltaram, então fomos todos até a delegacia novamente. No caminho, Minkis me chamou por um segundo e começou a falar comigo:

— Marcus acha que os vídeos foram editados. Tem alguma coisa errada, não tem nenhum vídeo da Athena colocando a comida no baú, nem de mais ninguém fazendo isso.

— Pensei nisso também. Acho que esse mistério ainda está longe de ser resolvido. Mas, pelo menos, achamos um novo suspeito. Se ao menos a gente conseguir descobrir quem é...

Eu fiquei em silêncio por um segundo, pensando.

— Mas como você acha que o crime ocorreu? — eu perguntei — Como o fio de cabelo loiro foi parar no local do estoque se o Yury estava no café no horário e se Athena também não cometeu o crime? Será que o pinguim ruivo estava tentando entrar no iglu da Athena para conseguir um fio do Yury? Será que os dois têm alguma rivalidade? Por quê ele? Por que nada fez sen... — eu dizia, cada vez aumentando um pouco o tom de voz, até notar alguém bem na minha frente.

— É ele! — exclamei, quando vi o pinguim ruivo da gravação. Eu não iria me confundir, a imagem dele estava na minha mente: o formato dos olhos, o tamanho do bico, o estilo de cabelo... Não poderia ser ninguém além dele.

Eu apontei para ele e todos olharam, e parece que perceberam o mesmo que eu.

— Parado! É a polícia! — o agente que nos acompanhava exclamou, enquanto todos começamos a correr atrás dele. Eu só consegui ver um sorrisinho cínico em seu bico antes de ele começar a correr. Nós estávamos no meio de uma praça, e fomos correndo pela área aberta, enquanto todos os presentes assustados se viravam para ver o que estava acontecendo. O vento batia em meu rosto, mas logo Marcus o alcançaria e estaria tudo certo.

Quando menos esperávamos, ele mudou seu curso e entrou em um beco escuro. Quando cheguei perto e olhei, quase sorri, pois era um beco sem saída e agora ele estaria encurralado. Porém, minha vontade de sorrir desapareceu quando olhei para o caminho por onde ele tinha ido e não vi ninguém. Eu não conseguia acreditar. Como ele tinha desaparecido?


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