Saint Seiya - O solstício de inverno escrita por Junior Targino


Capítulo 1
Capítulo 1 - O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Uma missão nas terras áridas do Iraque dá inicio a nova aventura dos cavaleiros de Atena. Acompanhe.



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*VILAREJO, IRAQUE, SÉC. XXI*

 

Agulha escarlate! - Disparos certeiros cruzavam o ar iluminando, com flashs vermelhos, a escuridão da noite. Uma imponente mulher de armadura dourada estava colocando aos seus pés um exercito inteiro utilizando apenas o dedo indicador. Dentre os poucos que ainda estavam vivos, era possível escutar gritos aterradores de desespero. Era deplorável a situação dos que agonizavam com o golpe. - Eu não vou perguntar novamente. Onde aquele rato está escondido?!? — Perguntou a mulher a um dos soldados que parecia ser do alto escalão da região.
Sen...senho...ra.. e-eu não sei...— Respondeu o homem, soluçando de tanto chorar, agonizando. Aquele homem feito, treinado nos moldes mais rígidos do exército, chorava como uma criança diante daquela dor.
MENTIRA! - Com mais um disparo, a mulher deu o golpe de misericórdia a aquele miserável. Aos poucos, os gritos dos outros que sobreviveram foram cessando. As vítimas sangravam lentamente perdendo os sentidos de forma paulatina.

 

Apesar de já se aproximarem de uma hora da manhã, nos arredores áridos e secos daquela vila, não mais parecia ser noite pois as chamas vigorosas que queimavam o lugar após um intenso combate iluminavam fortemente o ambiente. Tanques de guerra destruídos, corpos sem vida ensopando de sangue o solo, armas espalhadas pelas vielas... caos. Alguns passos puderam ser ouvidos enquanto no meio do fogo, a forma de um homem começou a ficar cada vez mais nítida.
    Do meio do fogarel saiu um jovem de pele clara, cabelo alaranjado, olhos lilás e marcas arrendondas no lugar de sobrancelhas. Certamente era um muviano. Também trajando uma armadura de ouro, passeava em meio ao fogo tranquilamente, prosseguindo em direção a mulher como se as chamas nem estivessem ali.

 

Quanta violência desnecessária, Leila...— Disse o jovem que usava a armadura de ouro de Áries, contemplando a destruição que aquela mulher havia realizado.
Não há espaço pra muito dialogo com pessoas que seguem ditadores psicopatas deliberadamente. Não vim aqui pra dar chá e flores a esses insetos.— Respondeu a mulher que trajava a armadura de ouro de Escorpião.
Que seja. Trouxe algumas informações. — O cavaleiro de ouro estendeu as mãos mostrando um mapa.
Então, você teve mais sorte que eu, não é, Kiki? Mostre-me isso melhor.— Falou Leila, tomando o mapa das mãos do cavaleiro de Áries.
Tá vendo esse X vermelho próximo ao centro do Mapa? É uma base militar secreta muito bem guardada. Fica a uns 80 Km daqui. Muito provavelmente aquele homem está lá. Temos que tentar.— Disse Kiki, apontando para a marcação no papel.
É. Por aqui não temos mais nada a fazer. Vamos. — Concluiu Leila. O cavaleiro de Áries elevou o seu cosmo, preparando-se para teletransportar a dupla.

 

*SANTUÁRIO, GRÉCIA*

 

Naquela noite de céu limpo, as estrelas se exibiam enquanto a lua resplandecia iluminando a arquitetura do Santuário. Anos após a guerra contra Hades, o Santuário passou por algumas reformas estruturais. O resultado podia ser observado de longe quando os pedras polidas constituintes dos monumentos refletiam com perfeição a luz lunar. A brisa noturna constante tornava o clima fresco e agradável, sendo praticamente o único fator que impedia um silêncio absoluto. Afinal, sendo já tarde, a maioria das luzes já havia sido apagada. Restavam apenas as iluminações das tochas nos pontos estratégicos.
     Os estudantes aspirantes a cavaleiro já dormiam em seus respectivos dormitórios. Sim, estudantes. Agora o Santuário formaria os seus cavaleiros de maneira diferente. Com o objetivo de adotar a nova metodologia de formação, a academia Palestra foi construída. Os jovens cavaleiros não apenas receberiam treinamento físico como intenso aprendizado teórico no que se refere a mitologia e estratégia militar, principalmente.
    Enquanto isso, atravessando as doze casas e chegando ao Templo de Atena, se podia observar o Grande Mestre assentado sob um trono. Saori estava ao seu lado, pensativa. Ambos estavam concentrados. Nada diziam, pareciam estar aguardando algo. As tochas do ambiente semi-iluminado crepitavam, dançando lentamente, oscilavam com a direção e movimentação do vento. Havia uma atmosfera de expectativa no ar. Subitamente as portas se abrem. Um cavaleiro trajando uma armadura de ouro e uma longa capa branca a atravessou, caminhando rapidamente em direção ao Grande Mestre.
   O jovem atlético, ruivo, de olhos verdes e barba que usava a armadura de ouro parecia estar extremamente insatisfeito com algo e estava ali para tirar satisfações.

 

Ei, para onde você pensa que vai?!?— Um braço de fio afiadíssimo se interpôs ligeiramente na trajetória do caminhar do cavaleiro de ouro, impedindo-o de prosseguir. - Não me interessa se você é um cavaleiro de ouro, bronze ou prata ou que for, ninguém pode entrar desse jeito na reunião do Grande Mestre com a Deusa Atena, muito menos sem fazer reverência! Pare já e ajoelhe-se.— Tourmaline de Capricórnio havia sido escolhida a dedo para fazer a guarda daquela reunião. Era uma mulher forte, que guardava a risca a tradição do santuário e prezava por cumprir ao pé da letra as ordens que lhe haviam sido dadas.
Eu preciso urgentemente falar com o senhor Delfos!— Respondeu o cavaleiro.
Ajoelhe-se! Preste reverência, não quero saber das suas justificativas.— Sustentou Tourmaline, irremediável.

 

A atenção de Atena e do Grande Mestre voltaram-se para aquela situação. Os cavaleiros se metralharam com os olhos. Comovida pela expressão facial do rosto do jovem, que parecia muito preocupado, Saori interveio.

 

Tourmaline, por favor, permita que Eliel passe!— Falou a Deusa, com sua voz doce e conciliadora. A santia de capricórnio não havia gostado nada da ideia de permitir o irreverente jovem passar mas submeteu-se aos ordens de Atena.

 

Já em frente ao trono do Grande Mestre, finalmente ajoelhou-se, se redimindo por haver entrado daquela forma na reunião.

 

Senhor Delfos, me perdoe por ter entrado assim mas eu precisava conversar com o senhor. Por favor, me diga: por que enviou Leila ao Iraque?! Por que o senhor a enviou a aquela missão?!— Perguntou Eliel, ainda em posição de reverência e de cabeça baixa, demonstrando clara preocupação em seu tom de voz.
Eu não devo satisfações a você a respeito das missões que o Santuário executa. Ainda sim, responderei a seu questionamento: eu a enviei porque como uma nativa daquelas terras e sendo habilidosa, ela estava mais que qualificada para uma missão no Iraque. — Respondeu Delfos, rispidamente.
Mas Grande Mestre, o senhor sabe da dificuldade pessoal dela com o exercito do Iraque!— Eliel tentou argumentar. - A situação dela é muito delicada senhor!
Em primeiro lugar, se Leila não estivesse preparada para agir com imparcialidade nas missões do santuário, nem vestindo a armadura de ouro ela deveria estar. Em segundo lugar, você não tem culhões para questionar minhas ordens no Santuário. Respondido? Agora retire-se.— Encerrou Delfos. Ao escutar aquela resposta, o jovem cavaleiro nada mais disse. Cerrou os dentes e socou o chão, indignado, abrindo uma cratera no lugar acertado.
Delfos, dessa vez eu acho que você está sendo um pouco duro e...— Disse Atena, tentando interceder por Eliel.
Não, eu não estou sendo. — Interrompeu Delfos. - Você sabe por que quase perdemos na guerra anterior contra Hades, Saori?! Porque você, como está demonstrando agora, se tornou uma deusa frouxa. Flexibilizou de mais as regras, as normas, a tradição do santuário e se humanizou muito! Por mais que você ainda tenha o cosmo de um deus, você está simplesmente perdendo a habilidade necessária para usar. Como Grande Mestre escolhido, que fique claro que eu não mais permitirei essa situação. — Atena chateou-se e até queria responder, mas não o fez, porque sabia que ele estava certo. A ordem precisava ser restabelecida no Santuário.
Você ouviu. Retire-se. — Falou Tourmaline, tocando no ombro de Eliel e apontando a saída.

 

Entristecido, o jovem saiu do Salão. Começou a descer a escadaria das doze casas para voltar a sua casa, a Casa de Leão, e já distante, permitiu que a lágrima que havia retido na frente do Grande Mestre, Atena e Tourmaline finalmente descesse através do seu rosto. Ele realmente gostava e se importava com Leila. Ele sabia da história dela. Contudo, igualmente sabia que o Santuário estava muito diferente desde que Delfos havia assumido a direção.

 

*ALGUM LUGAR NO MEIO DO DESERTO, IRAQUE*

 

Não era pra ser aqui a base que você mostrou no mapa? Não estou vendo nada!— Contestou Leila.
Também estou achando estranho. Mas por qual motivo um mapa de um oficial do exercito do Iraque mentiria a respeito disso? Tem algo errado. — Disse Kiki, com a mão no queixo.
E se o local está realmente correto mas eles estão escondidos atrás de uma barreira? Seria um esconderijo perfeito! Quem desconfiaria?!— Perguntou Leila.
Você está correta. Se eles estão escondidos através de uma barreira, o selo deve estar impedindo que os detectemos através do cosmo. Mas os sinais de atividade mental não nos confundirão. — Kiki concentrou-se e começou a vasculhar psiquicamente o ambiente em busca de sinais de atividade mental. Dito e feito. - Achei! Logo ali a frente existe uma distorção no espaço-tempo impedindo que enxerguemos. Apesar disso, a intensa atividade mental aponta claramente a presença deles. Vamos.

 

Rapidamente a dupla avançou em direção ao local onde eles detectaram a atividade mental. Assim que atravessaram o ponto onde ficava a suposta distorção ficaram surpresos. Uma base enorme estava ali, escondida no meio do deserto. De muros enormes, a base estava cercada por homens armados até o dente e tanques de guerra. Haviam quatro pilares nos extremos com alguns inscritos estranhos que emanavam uma luz roxa oscilante. Certamente, sustentavam com cosmo a barreira de selos que selava aquela região.

 

Então os boatos não eram falsos. O Iraque está realmente utilizando cosmo para exercer suas atividades militares. Existem forças muito poderosas por trás disso tudo. Precisamos averiguar! ­- Disse Kiki, ainda surpreso.
Concordo. Temos duas missões: um, averiguar esses pilares e dois, entrar nessa base. Não podemos falhar nem ser detectados. Se aquele homem realmente estiver escondido aí dentro, ao saber que invadimos, ele fugirá. — Falou Leila. O cavaleiro de Áries assentiu.

 

Eles estavam atrás de uma rocha, observando estrategicamente a base. Ao consentir no plano, Kiki elevou o cosmo e teletransportou para próximo de um dos pilares enquanto Leila ocultou-se nas trevas rondando a base, sondando um método de adentrar sem serem detectados.

 

Que inscrições interessantes... acredito que isso seja alguma língua antiga. Com certeza o Grande Mestre conseguirá decifrar com a ajuda da biblioteca do Santuário. São realmente pilares de selo, e o cosmo que liberam para manter a barreira é muito poderoso. Vou registrar isso. — Falou Kiki, enquanto passava a mão por sobre as letras antigas em relevo na rocha do pilar. - "Leila, existem inscrições em uma letra antiga que parece ser sumério aqui. Temos que levar isso pra Delfos analisar. Como estão as coisas aí?"— Comunicou-se com a saintia de Escorpião por telepatia.
"Tá tudo ok. Achei uma entrada. Teleporta pra cá!". — Pensou Leila.

 

Em frações, Kiki já estava ali, reunido a Leila. A frente deles, uma parede enorme com duas guaridas: uma do lado esquerdo, outra do lado direito. Quatro guardas armados de Ak 47 prontos à disparar. Atrás das guaridas, a desejada entrada.

 

"Teleporte-nos para trás das guaridas. Dali em diante, entraremos na base". — Pediu a saintia de escorpião. Kiki balançou a cabeça confirmando, elevou o seu cosmo e os transportou. Estavam ali. Ao passar por aquela porta estariam dentro do esconderijo e não sabiam o que os aguardava no interior daquele lugar.

 


Continua....


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal. Espero que tenham gostado. A medida que os capítulos avançarem estarei aumentando o tamanho dos mesmos. Qualquer erro, deem um desconto pra mim, estou começando agora.. Comentem, favoritem, critiquem, enfim, fiquem a vontade! Grande abraço ♥.



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