Thema Nr1 escrita por Berka


Capítulo 2
Psicopata


Notas iniciais do capítulo

Bom, Tom já tem uma opinião formada sobre Kris.
Será que ela pode mudar?
Pra melhor ou pra pior?



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Fomos caminhando até a entrada de nossa casa enquanto Bill tagarelava.

 

- Ai, que legal! Adorei conhecer a Kristin, ela parece ser tão legal! - dava pulinhos. Claro, bizarro é o novo legal.

 - Não fui com a cara do pai dela. - cuspi. E era verdade. Ele parecia ser uma babaca.

- Também não gostei dele, mas acho que ele não é pai dela. Eles não se parecem em nada, e além do mais Samantha não estava usando aliança.- Bill falou calmamente. É verdade. Deveria ser um namorado recente.

 - Bom, só pra constar, se ela resolver vir mesmo aqui, você fará as honras da casa. - falei enquanto destrancava aporta de casa. Mamãe e Gordon foram às compras.

- Nossa Tom. Como você é, ein? E o que te custava ser um pouco mais gentil com ela? - Bill ralhou. Ela não tinha um belo par de peitos, pra mim bastava isso pra que eu não me interessasse por ela.

 - Tá bom, Bill... Quando ela vier, se ela vier, serei mais "gentil" com ela, okay? - falei. Assim Bill pararia de me encher. Apenas me olhou torto e subiu as escadas para seu quarto. Não ia me incomodar.

 

Abri a geladeira e tasquei uma mordida na pizza gelada e borrachuda, indo pra frente da TV. Larguei-me no sofá fofinho e aconchegante da sala, peguei o controle remoto e passei entre os canais sem vontade de assistir a nada. Dei a última mordida naquela borracha coberta de queijo e voltei a geladeira. Olhei para os dois lados checando se a barra estava limpa e bebi longos goles de refrigerante direto da garrafa. Se Bill visse isso certamente me mataria, mas a preguiça de pegar um copo no armário ao lado é sempre maior. Devolvi a garrafa à geladeira e enxuguei minhas mãos na própria camisa. Não tinha nada pra fazer ali.

 

Subi me arrastando pelos degraus da escada até o meu quarto. Ele não é grande, mas é simplesmente o melhor lugar do mundo. Pintei as paredes dele de verde-menta com detalhes em azul-ciano. Nada de extravagâncias, isso eu deixava para Bill. Ele é retangular, com minha escrivaninha cheia de CDs, partituras amassadas e meu notebook bem ao lado da porta. Minha cama de solteiro é mais larga que o normal, feita sobre medida. Eu sou muito grande para uma simples, e meu quarto não tem espaço para uma de casal. Do lado da cama tem uma cômoda com minhas roupas e uma gaveta só para bonés e bandanas. Eu preciso deles para manter meus dreads no lugar. Em cima da cômoda há minhas coisas pessoais como livros e até mesmo perfumes. Na parede logo acima da cômoda há um mural de fotos e papéis, geralmente cartas das minhas admiradoras. Como disse, são muitas. No canto do quarto fica a minha preciosidade, meu violão. Sim, eu toco violão, e muito bem. Sem dúvida sou o melhor no que faço. Só tenho uma grande janela bem no centro da parede. É no meu quarto que fica a saída de emergência, mas até agora não foi preciso usá-la. Sempre a mantenho fechada, pois o quarto da casa ao lado parece ter uma vista panorâmica daqui, e eu realmente gosto de privacidade.

 

Andei pelo corredor e alcancei a maçaneta da porta do quarto. Virei a com preguiça e logo notei que meu quarto estava bem arrumado e com as janelas escancaradas. Ótimo. Minha mãe e sua mania de organização fizeram uma visita ao meu quarto. Fui bufando até a janela e quando fui fechar a cortina, tive aquela bizarra visão. Segui os olhos pela escada que chegava até um quarto ao lado. O quarto dela. Sim, ela estava lá. Parecia uma louca sentada no chão de sua micro-varanda com fones de ouvido e um caderno preto nas mãos. Ela escrevia freneticamente com uma caneta que teimava em falhar, quando sua cara deformou-se de ódio do objeto e ela o arremessou com força para dentro do quarto. Ótimo. Agora somos vizinhos de uma psicopata. Eu continuei na janela observando-a, até que ela me notou.

 

- Ahn, er... Odeio quando a caneta falha. - falou tentando explicar o surto psicótico anterior. Como se desse para explicar.

 - Hum, claro. - falei sem aprofundar o assunto. - É seu quarto? - perguntei apontando para o quarto de paredes vermelhas. Vermelhas? Mais esquisitices.

 - Aham. - falou tirando os fones. Ah, que maravilha! Agora a louca tinha acesso ao meu quarto! Obrigada Deus, valeu mesmo!

- Bom, então vou indo. Até mais. - encerrei a conversa e fechei a cortina enquanto ela me encarava perplexa. Se antes eu fechava aquela janela, agora eu ia lacrá-la.

 

Fui até a escrivaninha e liguei meu notebook. Enquanto ele ligava, desci as escadas pra falar com minha mãe que tinha acabado de chegar.

 

- Mãe, você passou pelo meu quarto de novo! - resmunguei.

- Thomas, você não pode manter aquele seu quarto fechado todo o tempo, ele tem que pegar ar! - ela falou enquanto guardava as compras.

- Mas agora é diferente. Tem uma nova vizinha que dorme no quarto bem ao lado do meu. Ela é louca! - comecei a gesticular.

- O quê? Tom, acho que é a primeira vez que vejo você fugindo de uma garota. - Gordon riu. Haha, super engraçado.

- Gordon, ela não é uma garota normal. - falei indo até a mesa e sentando-me em uma cadeira.

- Mãe! - Bill desceu berrando. - Você não sabe da última! Nossos novos vizinhos já vieram e eles têm uma filha de nossa idade. - sentou-se ao meu lado. - Eu conversei com ela, a Kristin. Vamos estudar com ela... Amanhã cedo Tom e eu vamos chamá-la para conhecer o lugar. - ele tagarelou sorrindo. O quê? Tom e eu?

- Ihh, Bill... Pode esquecer. Não vou sair com aquela louca. - me afastei balançando as mãos. Ele está doido?

- Tom, para de ser chato! Você nunca teve problemas com o estilo de Bill, agora vai dar pra ser preconceituoso? - Gordon falou me encarando. Ele tinha razão.

 - Tudo bem... Vou com vocês. - bufei. Droga.

 - Legal! - Bill pulou da cadeira e abriu a geladeira. Ele pegou a garrafa de refrigerante e serviu-se. Se eu não estivesse tão mal-humorado teria dado risada da cara dele por estar bebendo da minha baba.

 

Subi as escadas e voltei para meu quarto. Já tinha alguém me chamando no MSN.  

 

Jeny diz:

 Oii Tomzinho *-*

Tudo bem, gatinho?

 

Tom diz:

 Oi Jeny, tudo certo.

E você?

 

Jeny diz:

 Tô morrendo de saudade! ;(

Ainda bem que vou te ver logo ;D

 

Tom diz:

 Aham, logo começa essa droga de aula.

 

Jeny diz:

Ain, calma Tomzinho...

Vai ser bom, assim vou te deixar mais calminho.

 

Tom diz:

 Certeza ;9 HAHAHAHA

 

Jeny diz:

 Seu safado xP

A gente pode combinar de se ver...

Talvez eu ir aí na sua casa?

 

Tom diz:

 Blz então.

Venha quando quizer (6)

 

Jeny diz:

 Pode ser amanhã?

 

Tom diz:

 Nossa, isso é a pressa de me ver?

HAHAHAHAHA == Pode ser sim...

Eu te espero.

Meus pais vão sair amanhã a noite, então lá pelas 20h você vem.

 

Jeny diz:

 Hummm, sozinhos na casa? ;9

 

Tom diz:

Não, Bill vai estar aqui, mas eu dou um jeito.

 

Jeny diz:

AFF, seu irmão sempre no caminho! -.-'

 

Tom diz:

 Ei, relaxa... Ele nem incomoda (Y)

 

Jeny diz:

 Okay, por mim tá beleza. Te vejo amanhã ;*

 

Tom diz:

 Bjs

 

Essa Jeny é uma loira gostosa que estuda comigo. Definitivamente pego fácil, fácil. Essa é mais uma das minhas fãs, porém uma das preferidas. É aquela coisa do momento. Tamos ali, ela tá ali, então rola. Não seria algo como um namoro, mas é com ela que fico quando não tô interessado em ninguém. Enfim, amanhã eu vou vê-la e Bill tem que sumir. Ele não gosta dela porque acha ela uma vagabunda. Pode até ser, mas eu pego mesmo assim.

 

Desliguei o notebook e fui tomar um banho. Tinha que me preparar psicologicamente para o dia de amanhã. Eu veria Jeny, isso se sobrevivesse ao passeio com Kristin. Kristinhamerdanacabeçaquandotefez. Lavei meus dreads e os sequei com a prática que já tenho, enrolei uma toalha em mim e fui até o quarto. A janela aberta, merda! Fui fechá-la quando vi Kristin na mesma posição de uma hora atrás. Já estava escurecendo e ela permanecia lá, escrevendo. Eu não tinha reparado antes, mas acho que não estava feliz. Ela deixou escapar uma lágrima tímida pelo canto do rosto, mas logo a enxugou se mantendo forte. Senti pena dela. Pela primeira vez eu a vi como gente. Puxei a cortina do modo mais silencioso possível para que ela não percebesse que estava ali. Seria constrangedor para nós dois. Ela chorando e eu seminu. Troquei de roupa colocando uma calça de moletom cinza e uma camiseta qualquer. Fui até a porta do quarto e coloquei a cabeça pra fora.

 

- Boa noite, mãe! Boa noite, Gordon! - berrei do andar de cima para o de baixo.

- Boa noite, Tom! - falaram juntos. Quando fui fechar a porta, Bill saiu de seu quarto.

- Tom, desculpe por hoje, só queria conhecer alguém... Fazer um amigo, sei lá. - falou sem graça. - Tudo bem se não for amanhã.

- Tudo bem, Bill... - me lembrei de Kristin chorando. Talvez ela precisasse de amigos. - Eu vou amanhã, não tem problema.

- Oh, obrigado. - sorriu agradecido. - Boa noite, Tommie.

- Boa noite, Bill... - fechei a porta.

 

Voltando ao meu quarto, indo em direção à cama mais desejada no momento, parei ao ouvir uma respiração falhada. Vinha da janela. Tom, não faça isso! Ela é louca, se ver você pode querer te matar! Ahh, dane-se. Fui até a micro-varando do meu quarto e peguei fôlego.

 

- Ei, Kristin, está tudo bem? - perguntei delicadamente. Oh, não! Não devia ter feito isso! Ela me encarou num susto e enxugou outra lágrima, pondo-se de pé.

- Oi Tom, não te vi aí. Desculpe-me, deve estar tentando dormir. - ela afastou-se em direção ao seu quarto.

- Kristin, espera. - falei impulsivamente.Tom, o que você está fazendo? - Quer dar uma volta com a gente amanhã cedo? - ela me mostrou uma vasta carreira de dentes bem alinhados e brancos. Aquele ser estranho estava sorrindo para mim.

- Vai ser ótimo. - falou ainda sorrindo.

- Certo, então te chamamos amanhã. Boa noite. - desviei o olhar.

- Boa noite, Tom. - falou amigavelmente.

 

Fechei a cortina e fui para cama. Fiquei lembrando do que aconteceu durante o dia. O que será que essa garota tem? É possuída? Vê gente morta? Sei lá, mas que ela é estranha, ela é.


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Notas finais do capítulo

Tom ficando paranóico. xD
O que estão achando?
E quem será essa Jeny?

Deixem Reviews! ;**



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