Thema Nr1 escrita por Berka
Notas iniciais do capítulo
Bom, Tom já tem uma opinião formada sobre Kris.
Será que ela pode mudar?
Pra melhor ou pra pior?
Fomos caminhando até a entrada de nossa casa enquanto Bill tagarelava.
- Ai, que legal! Adorei conhecer a Kristin, ela parece ser tão legal! - dava pulinhos. Claro, bizarro é o novo legal.
- Não fui com a cara do pai dela. - cuspi. E era verdade. Ele parecia ser uma babaca.
- Também não gostei dele, mas acho que ele não é pai dela. Eles não se parecem em nada, e além do mais Samantha não estava usando aliança.- Bill falou calmamente. É verdade. Deveria ser um namorado recente.
- Bom, só pra constar, se ela resolver vir mesmo aqui, você fará as honras da casa. - falei enquanto destrancava aporta de casa. Mamãe e Gordon foram às compras.
- Nossa Tom. Como você é, ein? E o que te custava ser um pouco mais gentil com ela? - Bill ralhou. Ela não tinha um belo par de peitos, pra mim bastava isso pra que eu não me interessasse por ela.
- Tá bom, Bill... Quando ela vier, se ela vier, serei mais "gentil" com ela, okay? - falei. Assim Bill pararia de me encher. Apenas me olhou torto e subiu as escadas para seu quarto. Não ia me incomodar.
Abri a geladeira e tasquei uma mordida na pizza gelada e borrachuda, indo pra frente da TV. Larguei-me no sofá fofinho e aconchegante da sala, peguei o controle remoto e passei entre os canais sem vontade de assistir a nada. Dei a última mordida naquela borracha coberta de queijo e voltei a geladeira. Olhei para os dois lados checando se a barra estava limpa e bebi longos goles de refrigerante direto da garrafa. Se Bill visse isso certamente me mataria, mas a preguiça de pegar um copo no armário ao lado é sempre maior. Devolvi a garrafa à geladeira e enxuguei minhas mãos na própria camisa. Não tinha nada pra fazer ali.
Subi me arrastando pelos degraus da escada até o meu quarto. Ele não é grande, mas é simplesmente o melhor lugar do mundo. Pintei as paredes dele de verde-menta com detalhes em azul-ciano. Nada de extravagâncias, isso eu deixava para Bill. Ele é retangular, com minha escrivaninha cheia de CDs, partituras amassadas e meu notebook bem ao lado da porta. Minha cama de solteiro é mais larga que o normal, feita sobre medida. Eu sou muito grande para uma simples, e meu quarto não tem espaço para uma de casal. Do lado da cama tem uma cômoda com minhas roupas e uma gaveta só para bonés e bandanas. Eu preciso deles para manter meus dreads no lugar. Em cima da cômoda há minhas coisas pessoais como livros e até mesmo perfumes. Na parede logo acima da cômoda há um mural de fotos e papéis, geralmente cartas das minhas admiradoras. Como disse, são muitas. No canto do quarto fica a minha preciosidade, meu violão. Sim, eu toco violão, e muito bem. Sem dúvida sou o melhor no que faço. Só tenho uma grande janela bem no centro da parede. É no meu quarto que fica a saída de emergência, mas até agora não foi preciso usá-la. Sempre a mantenho fechada, pois o quarto da casa ao lado parece ter uma vista panorâmica daqui, e eu realmente gosto de privacidade.
Andei pelo corredor e alcancei a maçaneta da porta do quarto. Virei a com preguiça e logo notei que meu quarto estava bem arrumado e com as janelas escancaradas. Ótimo. Minha mãe e sua mania de organização fizeram uma visita ao meu quarto. Fui bufando até a janela e quando fui fechar a cortina, tive aquela bizarra visão. Segui os olhos pela escada que chegava até um quarto ao lado. O quarto dela. Sim, ela estava lá. Parecia uma louca sentada no chão de sua micro-varanda com fones de ouvido e um caderno preto nas mãos. Ela escrevia freneticamente com uma caneta que teimava em falhar, quando sua cara deformou-se de ódio do objeto e ela o arremessou com força para dentro do quarto. Ótimo. Agora somos vizinhos de uma psicopata. Eu continuei na janela observando-a, até que ela me notou.
- Ahn, er... Odeio quando a caneta falha. - falou tentando explicar o surto psicótico anterior. Como se desse para explicar.
- Hum, claro. - falei sem aprofundar o assunto. - É seu quarto? - perguntei apontando para o quarto de paredes vermelhas. Vermelhas? Mais esquisitices.
- Aham. - falou tirando os fones. Ah, que maravilha! Agora a louca tinha acesso ao meu quarto! Obrigada Deus, valeu mesmo!
- Bom, então vou indo. Até mais. - encerrei a conversa e fechei a cortina enquanto ela me encarava perplexa. Se antes eu fechava aquela janela, agora eu ia lacrá-la.
Fui até a escrivaninha e liguei meu notebook. Enquanto ele ligava, desci as escadas pra falar com minha mãe que tinha acabado de chegar.
- Mãe, você passou pelo meu quarto de novo! - resmunguei.
- Thomas, você não pode manter aquele seu quarto fechado todo o tempo, ele tem que pegar ar! - ela falou enquanto guardava as compras.
- Mas agora é diferente. Tem uma nova vizinha que dorme no quarto bem ao lado do meu. Ela é louca! - comecei a gesticular.
- O quê? Tom, acho que é a primeira vez que vejo você fugindo de uma garota. - Gordon riu. Haha, super engraçado.
- Gordon, ela não é uma garota normal. - falei indo até a mesa e sentando-me em uma cadeira.
- Mãe! - Bill desceu berrando. - Você não sabe da última! Nossos novos vizinhos já vieram e eles têm uma filha de nossa idade. - sentou-se ao meu lado. - Eu conversei com ela, a Kristin. Vamos estudar com ela... Amanhã cedo Tom e eu vamos chamá-la para conhecer o lugar. - ele tagarelou sorrindo. O quê? Tom e eu?
- Ihh, Bill... Pode esquecer. Não vou sair com aquela louca. - me afastei balançando as mãos. Ele está doido?
- Tom, para de ser chato! Você nunca teve problemas com o estilo de Bill, agora vai dar pra ser preconceituoso? - Gordon falou me encarando. Ele tinha razão.
- Tudo bem... Vou com vocês. - bufei. Droga.
- Legal! - Bill pulou da cadeira e abriu a geladeira. Ele pegou a garrafa de refrigerante e serviu-se. Se eu não estivesse tão mal-humorado teria dado risada da cara dele por estar bebendo da minha baba.
Subi as escadas e voltei para meu quarto. Já tinha alguém me chamando no MSN.
Jeny diz:
Oii Tomzinho *-*
Tudo bem, gatinho?
Tom diz:
Oi Jeny, tudo certo.
E você?
Jeny diz:
Tô morrendo de saudade! ;(
Ainda bem que vou te ver logo ;D
Tom diz:
Aham, logo começa essa droga de aula.
Jeny diz:
Ain, calma Tomzinho...
Vai ser bom, assim vou te deixar mais calminho.
Tom diz:
Certeza ;9 HAHAHAHA
Jeny diz:
Seu safado xP
A gente pode combinar de se ver...
Talvez eu ir aí na sua casa?
Tom diz:
Blz então.
Venha quando quizer (6)
Jeny diz:
Pode ser amanhã?
Tom diz:
Nossa, isso é a pressa de me ver?
HAHAHAHAHA == Pode ser sim...
Eu te espero.
Meus pais vão sair amanhã a noite, então lá pelas 20h você vem.
Jeny diz:
Hummm, sozinhos na casa? ;9
Tom diz:
Não, Bill vai estar aqui, mas eu dou um jeito.
Jeny diz:
AFF, seu irmão sempre no caminho! -.-'
Tom diz:
Ei, relaxa... Ele nem incomoda (Y)
Jeny diz:
Okay, por mim tá beleza. Te vejo amanhã ;*
Tom diz:
Bjs
Essa Jeny é uma loira gostosa que estuda comigo. Definitivamente pego fácil, fácil. Essa é mais uma das minhas fãs, porém uma das preferidas. É aquela coisa do momento. Tamos ali, ela tá ali, então rola. Não seria algo como um namoro, mas é com ela que fico quando não tô interessado em ninguém. Enfim, amanhã eu vou vê-la e Bill tem que sumir. Ele não gosta dela porque acha ela uma vagabunda. Pode até ser, mas eu pego mesmo assim.
Desliguei o notebook e fui tomar um banho. Tinha que me preparar psicologicamente para o dia de amanhã. Eu veria Jeny, isso se sobrevivesse ao passeio com Kristin. Kristinhamerdanacabeçaquandotefez. Lavei meus dreads e os sequei com a prática que já tenho, enrolei uma toalha em mim e fui até o quarto. A janela aberta, merda! Fui fechá-la quando vi Kristin na mesma posição de uma hora atrás. Já estava escurecendo e ela permanecia lá, escrevendo. Eu não tinha reparado antes, mas acho que não estava feliz. Ela deixou escapar uma lágrima tímida pelo canto do rosto, mas logo a enxugou se mantendo forte. Senti pena dela. Pela primeira vez eu a vi como gente. Puxei a cortina do modo mais silencioso possível para que ela não percebesse que estava ali. Seria constrangedor para nós dois. Ela chorando e eu seminu. Troquei de roupa colocando uma calça de moletom cinza e uma camiseta qualquer. Fui até a porta do quarto e coloquei a cabeça pra fora.
- Boa noite, mãe! Boa noite, Gordon! - berrei do andar de cima para o de baixo.
- Boa noite, Tom! - falaram juntos. Quando fui fechar a porta, Bill saiu de seu quarto.
- Tom, desculpe por hoje, só queria conhecer alguém... Fazer um amigo, sei lá. - falou sem graça. - Tudo bem se não for amanhã.
- Tudo bem, Bill... - me lembrei de Kristin chorando. Talvez ela precisasse de amigos. - Eu vou amanhã, não tem problema.
- Oh, obrigado. - sorriu agradecido. - Boa noite, Tommie.
- Boa noite, Bill... - fechei a porta.
Voltando ao meu quarto, indo em direção à cama mais desejada no momento, parei ao ouvir uma respiração falhada. Vinha da janela. Tom, não faça isso! Ela é louca, se ver você pode querer te matar! Ahh, dane-se. Fui até a micro-varando do meu quarto e peguei fôlego.
- Ei, Kristin, está tudo bem? - perguntei delicadamente. Oh, não! Não devia ter feito isso! Ela me encarou num susto e enxugou outra lágrima, pondo-se de pé.
- Oi Tom, não te vi aí. Desculpe-me, deve estar tentando dormir. - ela afastou-se em direção ao seu quarto.
- Kristin, espera. - falei impulsivamente.Tom, o que você está fazendo? - Quer dar uma volta com a gente amanhã cedo? - ela me mostrou uma vasta carreira de dentes bem alinhados e brancos. Aquele ser estranho estava sorrindo para mim.
- Vai ser ótimo. - falou ainda sorrindo.
- Certo, então te chamamos amanhã. Boa noite. - desviei o olhar.
- Boa noite, Tom. - falou amigavelmente.
Fechei a cortina e fui para cama. Fiquei lembrando do que aconteceu durante o dia. O que será que essa garota tem? É possuída? Vê gente morta? Sei lá, mas que ela é estranha, ela é.
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Tom ficando paranóico. xD
O que estão achando?
E quem será essa Jeny?
Deixem Reviews! ;**