A outra face da Rainha escrita por Sapphire


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic do Universo de Once Upon a time, por favor peguem leve comigo. Me digam depois o que acharam, por favor >.



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As portas do grande salão principal do castelo foram abertas com grande estrondo, e a figura esbelta em trajes negros surgiu diante de todo o reino que ali estava assistindo ao belíssimo casamento da Branca de Neve e o Príncipe Encantado. A presença feminina pegara a todos de surpresa, mas não tanto quanto a rainha. Ao notar o casal, seu coração parou por breves momentos como se tivesse parado na garganta, mas rapidamente tratou de disfarçar aquele incomodo repentino que surgiu. Por cima da sua própria dor aquele casal estava aproveitando a sua felicidade. A felicidade que era para ter sido dela somente. Primeiro por culpa da Branca de Neve e depois pelo Encantado.

‘Malditos’ pensou consigo mesma.

— Desculpem o atraso. – Abriu um sorriso diabolicamente lindo. Aquela frase de impacto certamente fora uma bela jogada com as palavras. Dava todo um drama para a situação. E era nítido que havia mexido com os dois idiotas a sua frente ao encarar a figura de trajes negros caminhando até o altar.

A Rainha Má atravessou o portal da cerimônia e deslizou pelo corredor livre diante de todos ali presentes, ainda sustentando um sorriso confiante, comprimiu sua mandíbula com força e caminhou com saltos que ecoaram por todo o salão devido aos gritos presos na garganta dos convidados, pois todos estavam em choques demais para fazer qualquer tipo de som.

Ela deslizava imponente e mesmo com a aura negra envenenando sua pele e coração, seu cabelo, roupas e maquiagem não faziam nada além de jus aos rostos dos convidados enquanto focavam na figurada diabólica, porém extremamente sedutora da mulher que provavelmente seria sua morte. Dois guardas reais aproximaram correndo em sua direção, empunharam suas espadas e serraram os olhos, prontos para atacar a dama de preto para que esta não interrompesse a cerimônia. Regina revirou os olhos e riu, quão estúpidos eles eram, e o quão longe iriam?! O fim deles não foi uma surpresa, com apenas um aceno de suas mãos, ela os arremessou, ambos em direções opostas do salão, e assistiu quando seus corpos caíram flácidos no chão inconscientes.

A sua vontade era carbonizar a todos ali presentes. ‘Traidores’, pensou com amargura.

Ela notou reis, rainhas, duques e duquesas e até mesmo a plebe estava presente. 'Traidores imundos e miseráveis, vão pagar por isso, todos eles!'

Ela não conseguia entender como todos apoiaram sua entenda, pequena Branca de Neve ensossa, e não formaram alianças com sua alteza a Rainha. O ser mais poderoso existente na Floresta Encantada. Tolos, iram padecer como os dois idiotas.

Com um olhar capaz de incendiar até a alma, ela se dirigiu primeiramente a Branca de Neve e depois seu olhar de pura decepção recaiu ao príncipe. Não é que ela se importasse com o jovem homem de branco, na verdade, ela não dava a mínima para ele. Mas o sentimento egoísta que começou a invadir suas artérias assim que ela soube do envolvimento do rapaz com a sua pior inimiga, deu a ele uma importância que ele não tinha antes. Embora Regina não o tivesse dado tempo suficiente para saber coisas sobre ela que ele pudesse usar, mesmo quando ela estava muito submersa na brincadeira acontecendo entre lençóis de seda e objetos cortantes, ela não se permitiu ver o homem loiro sobre uma nova luz. Era tão imbecil e arrogante quanto qualquer homem que ela já tenha conhecido, e usado, depois de obter poder. Mas ele sabia muito bem do papel que Branca de Neve exercera na morte de seu amado cavalariço. A criatura irritante sempre encontrava um jeito de encontrar o caminho para atacar Regina pessoalmente, esse casamento foi um deles. Regina realmente deveria tê-la deixado morrer naquele cavalo.

Discretamente ela passou a mão sobre seu ventre, por sorte ninguém notara o gesto da rainha.

— Eu vou destruir a vida de cada um de vocês, nem que seja a última coisa que eu faça. Aproveitem cada segundo dos seus dias, porque a partir de amanhã eu vou trabalhar duro para fazer vocês pagarem caro. – Ela andou pelo centro do salão olhando cada rosto ali presente. – Cada um de vocês pagarão.

E com aquelas palavras que por sua boca saíram, cheias de tanto ódio e rancor, ela virou-se no momento em que o Príncipe Encantando gritou, e tirando a espada da cintura, ele a empunhou e arremessou em direção ao coração da Rainha Má. E sob uma nuvem de fumaça negra ela partiu, deixando o castelo para trás.

***

Meses depois

Um choro infantil ecoou por todo o castelo da rainha má. Todos da guarda já estavam familiarizados com este som que dia e noite sucediam com frequência levando quase todos a loucura, exceto a mãe da criança.

Uma rainha sonolenta levantou-se de sua cama, vestindo um robe de seda negro e caminhou até o quarto ao lado do seu aposento real. Ao abrir a porta, uma gritante mudança de ambiente ficara nítida. Enquanto o resto do castelo era tomado por falta de luz e cores, onde o negro predominava a tudo, expressando o sentimento de trevas dentro do peito da rainha, o quarto que estava diante dos olhos da mulher era o oposto. Com tantas cores vibrantes, deixando claro que era um quarto de bebê, onde prateleiras com pelúcias e bonecas, um cavalinho de madeira e baús cheios de brinquedos se destacavam entre o mar de rosa, azul e amarelo. Bem no centro um berço com um mobile de cavalos feito de cristais pairava sobre a criança que nela chorava incessantemente. Se os corredores do castelo demonstravam a escuridão dentro da rainha, esse quarto certamente representavam o único ponto iluminado em seu coração. A ideia de criar esses pequenos cavalos foi sua. A arremetia a época que podia cavalgar livremente e tinha um coração puro. Algo que ela queria preservar em sua jovem filha.

— Shiuuuu – A rainha aproximou-se de seu bebê que ao notar a presença da mãe cessou o choro. – Estou aqui, meu girassol.

Regina sorriu um sorriso que ninguém além do bebê tirava dela, era um sorriso brilhante e aberto. O jeito que a criança olhava para ela, a forma como seus lábios minúsculos e rosados abriam e fechavam, quase como um filhote de passarinho com fome, faziam o coração da Rainha derreter de amor pelo ser humano que ela fizera e era dela, todo dela. A criança gemeu em insatisfação quando percebeu que sua mãe não fez nenhuma menção de a pegar daquela prisão de grades que era seu berço real.

— Tudo bem, querida, eu sei o que você quer – Regina se precipitou tirando o bebê do berço e aconchegando ela em seu abraço, a rainha colocou o rosto do bebê em contato com o decote de sua camisola, aproveitando o contato físico entre ela e a criança – Você está com fome, não está, meu amor? Deixe a mamãe resolver isso. – Ela disse quando percebeu o bebê lutar com suas mãozinhas gorduchas para abaixar o tecido fino da camisola de Regina, afim de ser alimentada pelo seio de sua mãe.

A morena caminhou para a cadeira de balanço próxima a janela da sacada e sentou-se com o bebê, ela posiciona a criança de forma confortável em seu colo, alisa o cabelinho loiro no topo de sua cabeça e finalmente, para o agrado da filha, abaixa o lado esquerdo de sua camisola e depois ajuda a menina a encontrar o seio de sua mãe. Não demorou muito para que as duas estivessem em paz uma com a outra, os gritos cessaram e apenas um ar de pertencimento pairou no berçário. Regina continua brincando com os cabelos ralos na cabeça da filha enquanto olhava o luar escuro no céu. Ela suspira profundamente, permitindo que um sorriso enfeite suas feições. Ah, quem diria, não é mesmo?! A grande e temível Rainha Má com um lado materno, em processo de exploração, rendida a um bebê tão frágil quanto os cavalinhos de cristal no quarto infantil. Quem diria que Regina, com o coração tão cheio de vingança e ódio tenha sido completamente desarmada por uma criança de olhos verdes e cabelo loiro, seu anjinho surpresa, um anjo do qual nem mesmo a rainha pensava que precisava. Ela nunca foi muito maternal. O que não era surpresa, levando em conta a identidade da mãe que a criara. Regina Mills, Rainha Má, Monstro, Vadia Cruel... E as demais variações de nomes pelos quais ela fora chamada durante os anos não faziam jus a mulher sentada na cadeira de balanço, sendo apenas a "mãe", de uma pessoa, muito, muito pequena.

Qualquer transeunte que passasse e visse a cena nunca iria pensar que a Rainha teria um osso ruim em seu corpo. A própria Regina se esquece de quem ela é quando está com o bebê que carregou de baixo de sua pele, ela mergulha naquela imensidão verde até sentir que está se afogando, mas nunca realmente era um afogamento, era quase um abraço, abraçava a alma da mulher, carregava sua alma cheia de remorso, rancor e raiva, olhar para o bebê parecia uma placa de "Seja Bem-Vinda" enorme e cintilante. E Regina não poderia estar mais agradecida por isso. Emma, sua pequena garota especial, não a via como uma bruxa má ou uma assassina, ela não sentia medo pela mulher que a vestia, alimentava e a beijava. Não. Para Emma, filha da Rainha Má, Regina era apenas a mamãe. E isso bastava. Para as duas.

A loirinha se agarrou ao seio da mãe, sugando com avidez, enquanto seus enormes olhos verdes não se desviavam por um só segundo dos castanhos de sua progenitora como se soubessem de todo o amor por traz daquela máscara de maldade. A rainha embalava a filha enquanto cantarolava uma de suas músicas prediletas quando era uma menina. Regina fechou os olhos sentindo a paz que o seu bebê lhe transmitia com aquele contato tão íntimo e maternal, ela ainda estava tentando se acostumar com os sentimentos que esses momentos despertavam dentro de si.

Aos poucos a criança adormeceu com a boca ainda grudada ao bico do seio. Regina sorriu como nunca sorrira na sua vida desde que beijara Daniel pela última vez. Não. Aquele sentimento por seu pacotinho não tinha comparação. A sua princesinha era perfeita em todo os aspectos. Trouxera muita luz para o seu coração totalmente corrompido pelas trevas. Ainda que houvesse muita escuridão dentro dela e sede de vingança, aquela criança salvou a sua alma de um afogamento de amargura e deu sentido a mais para viver. Nenhum amor para a rainha conseguiria chegar tão próximo ao amor da maternidade. Por sua filha, Regina faria qualquer coisa.

Seus pensamentos foram interrompidos quando a porta fora aberta e por ela, entrou o seu pai, Henry.

— Oh, Regina. Sinto muito – O velho senhor desviou o olhar rapidamente para longe do momento íntimo entre sua filha e sua neta. A morena ajeitou a filha, cobrindo o seio rapidamente. Levantou com sua bela compostura carregando um olhar cheio de amor. – Já terminei com ela. O que houve? – Perguntou depositando a sua filha no berço, não sem antes lhe dar um beijo na testa.

A loirinha dormia serenamente. Seus lábios rosados lembravam muito os do pai, assim como a cor dos cabelos, porém alguns talentos foram presentes da sua mãe e Regina sentia muito orgulho deles, pois conseguia se projetar na sua filha.

— Ouvi o choro da menina e resolvi vir ver como ela estava. Se vocês duas estavam bem. – Respondeu com o rosto pálido e assustado. Aparentemente o avô correra uma longa distância até chegar no quarto da princesinha, preocupado com seu bem-estar. Mas algo no olhar do velho despertou algum tipo de preocupação na rainha, claramente seu pai tinha mais a se preocupar do que o choro de sua netinha. A morena notou que algo não estava bem e foi rápida em questiona-lo.

— Essa não é toda a verdade por estar aqui. Diga de uma vez o que houve – Sua voz é rouca e um tanto impaciente.

— Parece uma rebelião aí fora, os guardas já foram acionados para proteger o castelo – Ele pausou para respirar antes de prosseguir – Eles também vieram.

Os olhos da rainha se arregalaram, ficando duas enormes bolas de gude e depois a mera citação dos dois idiotas parados a porta de seu castelo, com o simples pensamento lhe subiu a raiva e sentimento de vingança.

— Então foram capazes de chegarem perto – Disse com a voz carregada de frieza e um sorriso brotou nos lábios destacando a cicatriz. – Eles não perdem por esperar.

Com um movimento de mãos, uma nuvem de fumaça cobriu o seu corpo e a Rainha má apareceu propriamente vestida e pronta para massacrar o casal que assombrava até mesmo em seus profundos sonhos.

***

Dias Atuais - Boston

Após mais um dia desastroso no trabalho, Emma chegou em seu apartamento ao meio dia exausta e com os pés doloridos por conta dos saltos que calçava. O vestido vermelho que usava já começava a incomodar, e a primeira coisa que fez quando acendeu as luzes do corredor foi se livrar dos saltos e deixá-los no meio do caminho.

O local era bem pequeno, e comportava bem apenas uma única pessoa, invés de uma família inteira, não que ela tivesse realmente alguém para chamar de família. Mas, de modo geral, o seu cantinho era bem aconchegante e era localizado bem no centro de Boston, perto de tudo que Emma necessitava e do que mais amava sobreviver em um lugar tão grande: A correria da cidade. O barulho dos carros e de pessoas a faziam se sentir menos solitária e de alguma maneira acolhida.

Ela trancou a porta do apartamento, pois viver em uma cidade como Boston lhe ensinara coisas que pessoas de cidade pequena ou que viviam em subúrbio desconheciam. Jogou suas chaves no balcão da cozinha e rumou direto para o quarto trocar seu vestido que já estava lhe sufocando. Emma fez um rabo de cavalo vestindo moletons largos e chinelos de pano. Ela retirou da sacola do supermercado um cupcake - que parou no meio do caminho para comprar - e uma lasanha congelada, pois era péssima na cozinha e queria ganhar tempo já que demoraria muito mais preparando uma refeição caseira e estava morrendo de fome. Aquela massa era seu tipo favorito. A relembrava de memórias de infância que ela nunca teve, já que o mais perto que ela chegou de uma lasanha quando criança, era na TV, dentro dos comerciais que ela assistia em suas casas adotivas.

Após almoçar uma lasanha que, em sua humilde opinião, não estava nada mau. Mas se fosse realmente honesta consigo mesma, também não estava a refeição dos deuses, afinal, se tratava de comida industrializada. Emma praticamente se jogou no sofá comendo o pequeno cupcake que comprara. Algumas horas depois do almoço, ela procurou o controle remoto e começou a assistir um pouco de tv, com uma ideia brincando no fundo de sua mente, era seu aniversário, uma data que era tão interessante para ela quanto o Hanukkah pra quem não é judeu. Mas de certa forma, hoje, completando seus vinte e oito anos um pensamento sorrateiro serpenteou sua mente.

‘Talvez não seja tão ruim fazer um bolo’. A loira pensou de repente.

Emma arriscou-se a preparar um bolo para celebrar seu aniversário. A loira estava completando seu vigésimo oitavo ano de vida, uma idade que poucas pessoas em sua condição alcançaram. Mesmo que sem animo iria presentear a si mesma com um bolo de chocolate que viu em uma receita na internet semanas atrás.

Totalmente concentrada na tarefa, ela levou ao forno a massa crua voltando ao sofá enquanto esperava o bolo ficar pronto. A loira estava tão cansada que não percebeu quando pegou no sono. Duas horas depois Emma acordou com um cheiro fortíssimo de queimado e a sua cozinha consumida por fumaças. Assustada ela rapidamente levantou do sofá e desligou o forno abrindo o mesmo fazendo com que resto da fumaça ali presa saísse.

— Parabéns, Emma. Conseguiu ser uma fracassada até na preparação de um simples bolo – Xingou retirando a forma com cuidado para não se queimar e jogou a mesma em cima do balcão – Será que vai ter algum dia que eu vou fazer as coisas direito?

Ela fechou os olhos e como presente de aniversário desejou que finalmente as coisas pudessem dar certo pelo menos uma vez.

‘Ding Dong’.

O som da campainha ressoou pelo apartamento. No mesmo instante que a campainha tocou, a loira olhou assustada para o relógio, estava surpresa pois já era de noite, faltando quinze minutos para as oito horas e não imaginava quem poderia ser, Emma não estava esperando ninguém. Ela pegou a chave e abriu a porta deparando-se com um garotinho que aparentava ter uns dez anos de idade.

— Hã... No que posso te ajudar? – Perguntou insegura.

— Você é Emma Swan? — Perguntou o garotinho.

— Sim, eu sou e quem é você?

— Meu nome é Henry, eu sou o seu filho. – Disse com um sorriso deixando uma mulher de quase 1,70m de altura desarmada.

Levou alguns momentos para recobrar a consciência para perguntar.

— Como é? - Estava perturbada com aquela pequena surpresinha em frente a porta de sua casa.

Henry entrou por baixo do braço da mulher que ainda se apoiava no batente da porta. Emma tentou segurar o garotinho correndo, mas o menino foi mais rápido.

— Ei, garoto. Você não pode entrar assim na minha casa, não. E eu não tenho filhos.

A quem ela estava querendo enganar?

— Você deu um bebê para adoção dez anos atrás? Pois bem, era eu – Confessou como se aquilo fosse a coisa mais banal.

Emma novamente ficou sem estrutura. Não era possível que o bebê que havia deixado para adoção dez anos atrás estava ali diante dela trazendo à tona várias lembranças e sentimentos que há muito tempo ela tentara esquecer e... enterrar.

— Legal! Que bolo lindo! – Henry disse empolgado jogando a mochila dele no meio do caminho.

— Muito engraçado – Emma riu irônica e olhou na mesma direção, o que viu fez seu queixo cair e os olhos saírem das orbitas. O bolo queimado e desestruturado que Emma deixou para atender a porta estava impecável sobre o balcão, todo recheado e com cobertura, como se ela tivesse ido a uma confeitaria profissional e pedisse um bolo sob encomenda.

— Foi você quem fez? – Henry se segurou na cadeira lambendo os beiços morrendo de vontade de comer – É seu aniversário? – Seus olhos foram do doce a mulher que acabara de descobrir ser a sua mãe.

— É... – Foi a única coisa que conseguiu responder ainda em choque sem saber como aquilo foi acontecer. Não seria a primeira vez que coisas estranhas aconteciam. Em sua infância e adolescência coisas do tipo pareciam surgir quando Emma estava triste ou assustada, o que lhe rendeu muitos problemas. Aquela noite estava sendo uma loucura.

— Porque você não acende logo as velas para podermos comer? – Sugeriu vendo que sua mãe não se movia.

De dentro de uma Gaveta, Emma tirou um fosforo e acendeu as velas, e levando em consideração a sugestão de Henry, antes de assopra-las ela fez um pedido.

— O que você pediu? – Questionou curioso abrindo as gavetas procurando algo para cortar o bolo.

— Não é da sua conta garoto. – Ela pegou uma espátula própria e serviu a ambos – Como foi que me achou?

— Hoje em dia a internet faz milagres – Respondeu tirando um pedaço para ele provar. – Uau, isso está realmente gostoso. Como foi que você fez?

— Realmente não faço a menor ideia – Respondeu em tom baixo que nem mesmo Henry pôde ouvir – Coma o bolo e se delicie, porque eu vou ligar para a polícia te levar.

— Não!!! – Quase gritou. – Por favor, vai comigo para casa? Eu vim de longe para conhecer você. Não é justo me devolver sem querer pelo menos me conhecer.

Emma suspirou.

— Olhe, garoto. Seus pais devem estar preocupados com você e se eu não ligar para a polícia, podem até pensar que eu o sequestrei – Ela explicou calmamente.

— Na verdade eu moro só com a minha mãe.

— Em todo caso, você precisa ir para casa. Onde você mora?

— Em StoryBrooke, Maine.

Emma fez uma careta.

— Isso é um nome de uma cidade? Sério? – Ela o encarou. – Espero não ser uma piadinha.

Henry sorriu voltando a tirar mais um pedaço do bolo.

***

Em um fusca amarelo no meio da estrada rumo ao Maine, Henry folheava o livro que trouxera junto em sua viagem para Boston. O menino de dez anos parecia totalmente compenetrado na leitura como se estivesse alienado a todo o conteúdo no livro. Emma dirigia com toda atenção, mas acelerava o máximo que podia. Queria desesperadamente deixa-lo em casa e voltar o quanto antes para casa e fingir que nada daquilo aconteceu.

— Você deveria dirigir devagar. Não estamos com pressa – Henry quebrou o silencio enquanto não desviava os olhos da história – Você pode levar uma multa ou pior, nos matar.

A loira mexeu-se desconfortavelmente na poltrona.

— Achei que estava concentrado, pelo visto você ama ler já que não largou essa coisa desde que saímos de Boston.

— Esse livro não é qualquer coisa – Henry pela primeira vez na viagem resolveu olhar para a sua recém descoberta mãe.

Emma deu uma boa olhada no objeto antes de voltar a sua atenção a estrada. Um sorriso se formou nos lábios rosados.

— Conto de fadas? Sério? – Riu, mas logo em seguida pensou que não deveria ter o feito, já que poderia magoa-lo, mas aquilo não abalara o garoto.

— Não é só um conto de fadas qualquer, esse livro é uma verdade. – Respondeu convicto.

— Que tipo de verdade?

— Você ainda não está preparada. – Ele riu consigo mesmo e voltou a atenção para qualquer lugar que não fosse sua mãe biológica.

— Ai, garoto, você tem sérios problemas.

— Sim, e você vai me ajudar.... A propósito, eu tenho um nome, sabe? É Henry – Informou enquanto suas mãos pequenas e infantis mexiam no carro como se estivessem em busca de algo.

— O que você está fazendo? — Emma questionou o impedindo de continuar fuçando.

— Procurando algo para comer.

— Você comeu metade do bolo antes de pegarmos estrada.

— Mas eu já estou com fome – Ele deu de ombros.

— Podíamos parar em algum lugar para comer. Quem sabe no MC'Donalds. Minha mãe nunca me deixou comer nesses lugares de fast food. Na verdade, em StoryBrooke nem temos muitos lugares para se ir.

Emma colocou no rádio uma música pop deixando em volume baixo para que o ambiente não ficasse tão esquisito entre eles.

— Isso aqui não é uma viagem de férias, garoto. Não vamos parar – Ela respondeu. – Como ela é? Sua mãe... – Ela perguntou curiosa. Depois de um sentimento estranho batendo em seu peito, algo como ciúmes e gratidão, a loira decidiu que gostaria de saber quem foi a mulher por trás da adoção.

Henry hesitou por uns instantes até responder:

— Bem.... Ela é um pouco parecida com você, só que muito mais controladora. Ela não gosta de mim de verdade. – O garoto abaixou a cabeça e franziu os lábios, quase com vergonha de admitir aquilo.

— Porque não? – Emma ficou em choque com a declaração, ela não pode imaginar uma criança dizendo isso da mãe que o criou, a menos que... – Ela te bate ou algo do tipo?

— Não, ela tenta suprir em mim a perda da filha dela, foi isso que Archie disse pra mim uma vez – O garoto levantou a cabeça pensativo, em seguida seu rosto escurece. – E eu não gosto de ser controlado o tempo todo ou sentir que alguém está me colocando em uma bolha.

Emma não tinha ideia de quem era Archie ou o quão importante ele era na vida do garoto, mas uma parte dentro dela quis socar o cara no rosto. Quem diz pra uma criança de dez anos que ela está suprindo a perda de outra?! Um completo imbecil, com certeza.

— Ei, Henry. – Emma colocou a mão sobre a perna do filho, dizendo o nome do garoto pela primeira vez. – Não fica assim, tenho certeza que ela só faz isso por querer o seu melhor.

— Ela faz isso porque ela é a prefeita da cidade e acha que pode fazer tudo... E porque ela é a Rainha má.

Ele falou em um acesso de desabafo.

— O quê?! – Perguntou confusa. – Isso é verdade? – Emma tinha certeza que não ouviu direito.

— Sobre ela ser a rainha má? – Um brilho apareceu nos olhos verdes de Henry.

— Não, garoto. – Ela revirou os olhos. – A sua mãe é a prefeita da cidade?

Abaixando a cabeça envergonhado por ter falado demais Henry voltou a atenção ao seu livro. Dali para frente Emma não o questionou mais. O garoto que ela deixou para o lar adotivo dez anos atrás era uma caixinha de surpresa. Por algum momento ela perguntou-se, se parte da culpa era dela depois de fazer aquele pedido mais cedo.

A viagem continuou após isso em completa paz e silêncio, Henry acabou adormecendo em boa parte do caminho, sendo acordado apenas para lhe apontar a entrada da cidade. Logo na entrada aparecia os dizeres "Bem-vindos a StoryBrooke". Emma perguntou-se se era loucura da sua cabeça, mas assim que cruzou a fronteira uma sensação estranha tomou conta de seu corpo.

***

Regina caminhava de um lado para o outro no Hall de sua mansão, irritada e preocupada com o sumiço do seu único filho, do qual não tinha notícias há horas.

O menino não dava sinal de vida desde de manhã e já era de madrugada! A prefeita não dormia de preocupação, se bem que sono era uma das últimas coisas em sua mente desde que notara o desaparecimento de seu principezinho. Seus olhos já manchados pelo rímel por conta do choro marcavam o rosto belo da jovem mulher. Ela foi rápida em chamar a polícia assim que constatou o desaparecimento da criança. Graham, o xerife, estava ali para dar todo apoio e suporte que a prefeita precisaria. Ambos estavam discutindo sobre a localização de onde possivelmente Henry estaria.

Angustiada por saber que não poderia cruzar a linha da cidade para fora da estrada, Regina começara a ficar mais e mais nervosa. Se o seu filho não estivesse em StoryBrooke possivelmente as buscas dificultariam.

Naquele momento percebeu estar totalmente amarrada a uma maldição da qual usou para ferrar com a vida de seus inimigos, agora a rainha se via presa por suas próprias mãos. Mas a pior sensação foi quando o relógio marcou meia noite, um arrepio tomou conta do seu corpo, como se a magia estivesse dentro da cidade. Regina sabia que era impossível, pois ela mesmo criou a maldição para lhes trazerem a um mundo sem truques. Mas algo incendiou dentro do coração da morena. Ela poderia ficar mais pensativa se o ato não lhe atrapalhasse os pensamentos já conflitantes batalhando entre si dentro se sua cabeça.

— Já mandamos buscas na floresta de StoryBroke, senhora prefeita - Graham dissera com as mãos na cintura enquanto via uma mulher fora de controle andar de um lado para o outro com seus saltos ecoando pelo piso de madeira da casa. O rosto era um mixer de raiva e preocupação.

— Vocês são uns incompetentes. Estou exausta, não consegui dormir e você não trouxe nenhuma notícia se quer relevante, Graham! — Disse ríspida com sua voz rouca. — Ele só tem dez anos e pode estar perdido por aí, com medo, com frio ou fome.

Ela levou uma das mãos em frente ao rosto segurando o choro que estava ameaçando voltar mais uma vez. Não poderia perder Henry. Já tivera perdas demais por uma vida. Seu filho era tudo para ela naquele momento.

O xerife continuava tentando acalma-la, até que o silêncio entre os dois pairou no ar com um novo som, o barulho de um carro estacionando, e vozes ecoarem em frente a mansão da Prefeita Mills. Ambos não tardaram em correr na direção. Regina de imediato reconheceu ser a voz do seu filho e com destreza e rapidez ela abriu a porta de casa e correu em direção para abraçar o menino.

— HENRY! – Ela o apertou de encontro ao seu corpo. – Eu estava tão preocupada. Onde você esteve?

Regina estivera com raiva do filho por desaparecer – agora ela pode apostar que de propósito – e não se dar o trabalho de dar notícias a ela. A prefeita olhou para o menino que a encarou enfurecido.

— EU ACHEI MINHA MÃE VERDADEIRA! – O garoto gritou e correu para dentro de casa. A morena com os olhos ainda molhados pelo choro mais cedo e maquiagem borrada encarou a loira diante dela que até então não tinha notado a presença. Regina estava em choque pelas palavras que foram jogadas para cima dela, pois o seu filho nunca agira assim com ela antes.

— Você é a mãe biológica dele? – Perguntou incrédula.

— Oi! – A loira respondeu sorrindo sem graça um pouco receosa por ter presenciado a cena de Henry gritando com a mulher que o criou desde sempre, isso criou uma estranha atmosfera no ar.

O xerife entrou logo atrás de Henry com a desculpa de querer saber como ele estava, mas o que ele queria era fugir da cena que presenciou e do ar que ficou estranho entre as mulheres encarando-se.

— Vou checar o garoto para saber se ele está bem. – E depois saiu marchando rumo a mansão.

Regina olhou para aquela moça loira de olhos verdes diante dela. Seu belo rosto lhe lembrava a alguém, como se algo nela fosse familiar, mas isso seria loucura, pois não conhecia ninguém além dos que já viviam na cidade.

Uma química foi instalada entre as duas, mas não como algo sexual, era mais parecida com um djavu ou aquela sensação que se sente quando não sabemos bem o repentino interesse em uma outra pessoa que jamais se viu em vida, mas de repente essa pessoa parece tão interessante.

Como se um botão tivesse sido acionado na mente da morena, a prefeita sorriu percebendo que estava encarando a loirinha tempo demais.

— Gostaria de beber uma taça de cidra de maçã, senhorita...?

— Swan. Meu nome é Emma Swan. – Respondeu devolvendo o sorriso, achando que fosse a melhor coisa a se fazer naquele momento – Você não teria algo mais forte? – Emma perguntou ainda sentindo-se estranha diante daquela mulher elegante.

Era estranho pensar que algo nela tinha familiaridade, pois nunca a tinha visto antes em sua vida ou visto alguém que pudesse ser parecida. Mas um sentimento misto entre o bem e o mal despertava no fundo de seu âmago. Quem quer que fosse essa mulher, ela já significava algo para Emma.

Ambas as mulheres entraram e Regina pediu que Emma sentasse-se, e até pediu que ficasse à vontade enquanto ia até a cozinha buscar as taças. Por segurança e bom senso, a loira achou melhor aguardar de pé. Em poucos minutos Regina apareceu com duas taças e as serviu.

— Como foi que ele me encontrou? – Emma perguntou para quebrar o clima esquisito que se instalou no ar. Ela tomou uma das taças da mão de Regina e deu um gole.

— Não faço a menor ideia. Quando eu o adotei, tinha apenas 3 semanas de vida, me informaram que era uma adoção fechada e a mãe não queria saber da criança. – Regina bebericou sua própria taça de cidra de maçã, analisando a loira cuidadosamente com os olhos.

Emma não sabia como sentia-se sobre as palavras da prefeita. "A mãe não queria saber da criança". Não era isso, com certeza não era que ela não se importava, ela apenas... Não estava capacitada na época.

Os olhos castanhos se chocaram com os olhos verdes e as duas se encararam por alguns momentos até a morena quebrar o silencio.

— Será que devo me preocupar com você, srta. Swan? Digo, agora que o Henry sabe da verdade e você está aqui agora.

— Não precisa preocupar-se comigo. Eu vim apenas para traze-lo.

— Fico tranquila em saber disso. – Sorriu de forma fria, fazendo a espinha da loira arrepiar. O que fez Emma desconfiar ainda mais que algo de estranho existia com aquela mulher.

O silêncio voltou a reinar em volta delas e ninguém disse mais nada, até ser quebrado por algumas trocas de informações que não seriam nada relevante para a Prefeita. Emma de um jeito curioso encarou a mulher que era a mãe do seu filho. Seus olhos castanhos eram de uma profunda frieza. Não havia emoção ao se referir de Henry, Regina a olhava de uma forma curiosa como se estudasse cada pedacinho das suas feições e aquilo estava de uma forma constrangendo a loira. Por outro lado, o sentimento estranho ficava mais forte dentro da prefeita, que não era nada discreta ao encarar a jovem de vinte oito anos.

Seus olhos cor de esmeralda com o olhar de um animal encurralado pela presa lembrava por deveras alguém que em seu passado gostaria de esquecer completamente, pois fazia parte de algo que já não deveria ser mencionado, ou lembrado. A prefeita tentou varrer os pensamentos da sua cabeça.

— Bom. Acho que está muito tarde e você deve estar com pressa para voltar para seja de lá onde veio. – Regina levantou abrindo a porta do escritório deixando aquele gesto claro que a presença da loira não era mais bem-vinda. Emma olhou com seus olhos arregalados para a prefeita impressionada pela forma rude em que ela tratava seus convidados.

— Claro, mil perdoes. – Levantou deixando a taça em cima da mesinha de centro e marchou rumo a saída, não recebendo nem mesmo um obrigado por ter trazido Henry com segurança – Adeus, Prefeita. – Emma estendeu a mão que ficou ali parada sem o toque da morena que se negou a segurar, lhe oferecendo apenas um sorriso forçado.

— Adeus, Srta. Swan. – Foi tudo que lhe disse antes de fechar a porta na cara da loira. A fiadora demorou três segundos para registrar a atitude grosseira da prefeita.

Henry havia dito que elas duas eram muito semelhantes, mas a verdade que Emma não achou que eram tão parecidas assim.

‘Como ela conseguiu candidatar-se’? Foi a pergunta que ecoou na mente da loira enquanto afastava-se da porta e ia em direção ao seu carro. Emma olhou para trás e viu Henry na janela, ela não conseguia explicar o sentimento que era deixá-lo uma segunda vez, mas tentou não deixar isso incomoda-la, afinal, ela estava fazendo isso pelo bem do menino. Em seguida seus olhos pairaram sobre a porta da mansão. De súbito um vazio habitou em seu peito.

***

Floresta Encantada

Risadas diabólicas, debochadas e saltos ecoaram por todo o castelo. A risada feminina era fria e totalmente desprovida de sentimentos.

Uma silhueta no meio das sombras emergiu por entre as paredes gélidas com uma capa negra deslizando pelo chão.

— Aqueles imbecis jamais se atreverão cruzar a fronteira, ou torrarei cada um daqueles miolos, se bem que eu mesma duvido que tenham alguns. – Soltou a última risada caminhando em direção ao quarto de sua filha para saber se o barulho não acordara sua garotinha. Assim que abriu a porta, o sorriso estampado em seu belo rosto, murchou completamente quando ela encontrou um quarto totalmente escuro. Tudo se encontrava no mais profundo silencio.

— Papai? – Chamou Regina sentindo que algo não estava certo. – Papai, ela acord...

A rainha não ousou continuar, pois assim que iluminou o quarto da garota, seu rosto transfigurou no mais completo horror. O quarto estava mergulhado no caos. Henry estava amordaçado a uma cadeira, impossibilitando até mesmo de pronunciar uma só palavra, o quarto estava uma bagunça total, o berço revirado e vazio. Nenhum sinal de bebê algum. Com uma simples agitada de mão, Regina retirou as cordas presas em seu pai e Henry estava livre para falar, mas foi impedido por sua filha.

— ONDE ELA ESTÁ? – Os olhos da rainha nunca foram tão agressivos.

— Eles a levaram Regina. Eu tentei impedir, os guardas tentaram fazer de tudo, mas eles a levaram. – Sua voz carregava uma grande quantidade de pesar. Claramente o idoso se culpava pelo sequestro da neta.

— QUEM A LEVOU? DIGA-ME! – Estava frustrada.

A Rainha Má olhava para todos os cantos, mas não havia nenhum resquício de seu anjinho de cabelos dourados.

— Branca de Neve e o Príncipe Encantado.

Aquelas palavras a chocaram. Como isso foi possível quando ela tinha tantos guardar distribuídos por todos os cantos desse castelo? Como ela poderia ser tão idiota de deixar sua filha aqui desprotegida apenas seu pai? Um homem que não levantou sua voz em todas as vezes que Cora levantou a mão para ela sem motivo, como Regina teve coragem de deixar sua filha com qualquer pessoa que não fosse ela mesma? O que diabos os Encantados queriam com seu precioso bebezinho?

‘Nada de bom, com certeza’. A morena pensou.

Seu coração já subindo pela garganta com o pensamento dos Encantados colocando as mãos em sua princesinha.

— Eles planejaram tudo isso? – A rainha abaixou-se para pegar um urso de pelúcia, o preferido de sua filha na qual ela não conseguia dormir sem.

Havia um fogo crepitando dentro de seus olhos escuros. Porque diabos eles teriam vindo até sua fortaleza, afinal? Principalmente depois de quase dois anos desde que anunciara sua terrível maldição. Porque diabos eles teriam vindo aqui? Porque não mais cedo? Eles tiveram várias oportunidades de invadir sua terra, mas preferiam sempre ficar escondidos dentro de suas próprias muralhas, mantendo sua falsa e querida "paz" mesmo quando ela, Regina os atacava dia e noite com tudo. Porque justo hoje, de todos os dias, hoje que ela havia decidido em esquecer a maldição por causa da sua própria filha, eles decidiram reagir? Não foi por acaso, um acaso desses não existe.

— Como disse? – O pai assistiu preocupado quando sua filha lançou o ursinho do outro lado do cômodo. – Foi Rumpelstiltskin, aquele traidor. – Regina fechou a mão em punho enquanto se imaginava quebrando o pescoço do homenzinho de “trato feito”.

— Mas eu disse que foram os Encantados... – A rainha o interrompeu.

— Disso eu sei, pai. Eu não sou estupida, eu ouvi o que você falou antes. – Sua voz saiu afiada que fez o homem estremecer. – Eles tiveram algum tipo de ajuda mágica para entrar dentro do quarto do meu bebezinho, e a única pessoa com magica suficiente para bater de frente com a minha agora é ele.

— Mas ele não está preso...?

— Rumple deve ter os ajudados de alguma maneira, eles foram uma boa distração para mim. – Ela o interrompe mais uma vez, desta vez andando de um lado para o outro no berçário – Aqueles idiotas não agiriam sozinhos, principalmente quando eles sabem quão forte minha magia é agora, eles sabem que os venceria em um duelo.

Apenas em alguns segundos aquela noticia bagunçou completamente a estrutura da rainha má. Estava destroçada e perdida por dentro, especialmente depois de tanto tempo desde que sentira essa raiva cegante dentro do peito, ela não estava acostumada com isso desde que segurou seu bebê pela primeira vez. A criança a mudou.

— O que você vai fazer agora? – Seu pai perguntou com cautela, com medo dos próximos passos da filha e de suas consequências.

— Eu vou atrás da minha filha nesse exato momento. Eles se arrependerão por toda a eternidade por terem mexido com a Rainha Má. Eles vão pagar. Todos eles. Eu juro pelo nome de Emma!


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