Stardust escrita por Tulipa


Capítulo 6
Cinco - Pepper


Notas iniciais do capítulo

Porque eu tava morrendo de saudade da minha ruiva ♥

Esse é o último do ano.



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Quanto Tony abriu os olhos um clarão invadiu sua retina, piscou algumas vezes buscando adaptar-se, mesmo que não soubesse onde estava. O ar não era rarefeito como em Titã,  o local onde estava deitado nem de longe parecia a maca do laboratório em Wakanda. Era estranho voltar no tempo e ter lembranças de um presente que acabara de viver. Seu presente agora era passado e o passado era… Não tinha certeza do que era, já que não sabia se, e para qual momento, havia viajado no tempo.

Teve que reconectar corpo e mente para que pudesse se mover e sentiu seus músculos respondendo, gradativamente.  Todos os seus sentidos estavam sendo aguçados novamente, e o aroma que sentiu o transportou para perto de alguém que ele jamais queria ter deixado. Enfim conseguiu virar para o lado, e surpreendeu-se.

 

—Droga.— ele sussurrou. Não que ele não quisesse estar ali, mas era momento errado. Ela  adormecia, sempre adorou vê-la dormir. O que era estranho, pra um homem que nunca acordara ao lado de ninguém, até a primeira noite que dormira com Pepper —Eu sinto tanto a sua falta que fui transportado direto pra você.— ele sussurrou enquanto contornava a boca dela com seu polegar —Eu te amo tanto.

 

—Por favor, diz de novo?— Pepper pediu antes de abrir os olhos, ainda sentindo os dedos dele contornarem seu rosto.

 

—Dizer o que?— Tony perguntou um tanto confuso, já que não sabia o quanto ela tinha ouvido.

 

—Isso que você acabou de dizer.— ela respondeu, enquanto ele ainda estava perdido no azul daquele olhar, questionando o motivo dela querer ouvi-lo dizer algo tão óbvio novamente, mesmo assim ele repetiu.



—Eu te amo tanto.



—Sabe...— ela piscou  e disse chegando seus lábios próximos aos dele —Eu sempre quis, mas nunca pensei ouvir isso de você.

 

—Nunca?— ele arqueou a sobrancelha.

 

—Não depois de uma única noite juntos.— Pepper respondeu. Naquele momento a única noite pra ela, era a primeira noite pra Tony, e a resposta dela lhe deu a certeza de pra qual momento havia voltado.

 

Tony sempre quis voltar no tempo para corrigir aquela manhã em que ela achou ter sido abandonada por ele. Julgara que ele havia a tratado como todas as outras, já que acordara sozinha em sua cama, a única vantagem de Pepper naquela manhã era conhecer a casa o suficiente para sair sem acionar qualquer alarme. Tudo não passou de um mal entendido, depois dele aparecer no apartamento dela com um buquê de flores, café com creme e uma caixa de bombons, Pepper voltou a falar com ele. Tony sempre se questionou como ela saiu da  casa dele naquela manhã sem sentir o cheiro das torradas queimadas, dos ovos com bacon, também queimados, e do café que preparara pra ela. Ele nunca havia entrado naquela cozinha por ninguém, oras. Levar café na cama seria uma grande prova de amor. E ela foi embora. Tony é quem havia sido abandonado.

 

—Espero que a minha confissão não tenha te assustado.— ele diz.

 

—Não foi a primeira vez.— Pepper revelou, e mordiscou o lábio inferior  —Você disse algumas vezes enquanto nós,... bem, mas eu achei que você, que nós estávamos apenas muito empolgados.

 

—Nós? Então você também disse?

 

—Disse, e até agora eu achava que você só havia dito porque eu disse primeiro.— Pepper confessou —Mas pra você a única novidade foi me ouvir dizer, tenho absoluta certeza de que você sempre soube.

 

—Como eu poderia saber de algo que você nunca disse?

 

—Tony, pelo menos 75% das mulheres solteiras da Califórnia são apaixonadas por você.



—75%?

 

—É a mesma porcentagem que me odeia por tê-las expulsado desta casa, dessa cama.— Pepper respondeu.

 

—Não era essa cama, porque ela era só minha até eu te trazer pra cá.

 

—Devo me sentir lisonjeada?

 

—Amada.— ele respondeu —De verdade.

 

Estranhamente, todo o medo e a reticência dela era inexistente. Tony fazia com que Pepper acreditasse em cada uma de suas palavras. Realmente, nenhuma mulher além dela tinha dormido naquela cama, não que ela soubesse, pelo menos. Todas as amantes de Tony passaram a noite no quarto de hóspedes, e ele sempre as deixava, muitas vezes, durante a madrugada. Com Pepper ele acordara.  Era, talvez, a primeira a acordar ao lado dele, jamais se esqueceria daquele dia.




—Eu não sei onde isso vai dar…

 

—Isso?

 

—Nós.— Pepper esclareceu, ela realmente não sabia, mas ele sim —Você vai virar a minha vida certinha e planejada de ponta cabeça.— ele tinha certeza disso —Mas eu te amo tanto!

 

Tony não resistiu ao impulso de beijá-la, envolvê-la. E quando ele trilhava beijos pelo torço dela, ao chegar ao seu ventre ouviu a barriga de Pepper roncar. Literalmente.  



—Com fome, Srta Potts?

 

—Um pouco.—  ela respondeu.

 

—Fique aqui e não vá embora.— Tony pediu ao levantar-se da cama.

 

—Aonde eu iria?— ele pergunta ao sentar trazendo o lençol junto ao corpo —Aonde você vai, alias?

 

—À cozinha, preparar o café pra você.— Tony respondeu com naturalidade, como se ele sempre fizesse isso, na verdade com o passar dos anos durante a relação com Pepper ele  foi desenvolvendo algumas habilidades, mas fazer o café, naquele momento, pra ela era algo novo, afinal o tempo dele era completamente diferente do dela.

 

—Eu sobrevivi a um atentado ontem, não vou arriscar morrer num incêndio na sua casa hoje.— ela disse ao pular da cama.



—Eu perdoo a sua falta de fé em mim apenas porque você é a coisa mais linda que eu já vi na vida.— ele diz, ela sorri e sente suas bochechas queimarem de vergonha.

 

—Eu preciso de uma roupa.— Pepper diz, Tony imediatamente tira a camiseta que está vestindo e a arremessa na direção dela.

 

—Eu não me lembro de você estar com essa roupa ontem.— Pepper observou, e realmente não era a mesma roupa. Tony usava uma camiseta preta e uma calça de moletom acinzentada, foi a roupa que Rhodey o entregou quando acordara em Wakanda.

 

—Mas com certeza se lembra de mim sem roupas.— ele a provocou, fazendo Pepper corar novamente.  Ela vestiu a camiseta e pensou em dizer que não tinha o cheiro dele, afinal ela conhecia bem o cheiro dele, mas teve receio de que Tony achasse estranho. A camiseta terminava na altura de suas coxas e não era uma roupa pra usar diante de seu ex-chefe. Ainda faltava algo e seus olhos procuravam a peça íntima pelo quarto.

 

—O que você está procurando?

 

—A minha...

 

—Vem?— ele a chamou da porta —Você pode ficar sem calcinha, me poupa o trabalho de tirá-la de novo.

 

—Tony!



(...)




Tony havia conseguindo, havia preparado o café pra ela “pela primeira vez”. Pepper surpreendeu-se com a destreza dele, ainda se perguntava como ele sabia o local onde guardava a frigideira, as canecas, acertou de primeira a gaveta de talheres. Logo ele que, até onde ela sabia, nunca havia pisado naquela cozinha. Ele podia, deveria, se sentir culpado, afinal, era como roubar num jogo, mas a admiração no olhar dela fazia valer a pena. Conseguir enfim preparar aquele café da manhã não era mudar o passado, certo? Torcia pra que não fosse, pois estava adorando aquele momento.




—O seu café estava incrível, parabéns, Sr. Stark.—  ela comentou.

 

—Eu faço tudo muito, bem Srta. Potts, mas há algo que eu faço melhor…— ele disse ao se aproximar como um felino prestes a dar o bote.

 

—Me deixar preocupada, com certeza é algo que você faz de melhor.—  Pepper comentou e não se deixou envolver pelo jogo dele —Por falar nisso, não há mais nenhum risco de você morrer por causa disso no seu peito, né?

 

—Não.— ele garantiu —Eu vou viver por muito tempo. Você não vai se livrar de mim, em nenhuma vida.

 

—Promete?— ela perguntou.

 

—Eu garanto.— ele afirmou, e não era da boca pra fora, viveria quantas vidas fosse, tanto que viajou no tempo pra mudar o fato de Pepper morrer no seu futuro. Por falar em futuro, Tony precisava retomar sua missão.

 

—Precisamos colocar as coisas em ordem, sua experiência na oficina deixou a casa uma zona, além disso precisamos esclarecer a confusão na Expo Stark…— Pepper dizia quando Tony a calou com um  beijo casto.

 

—Depois.— ele disse —Eu preciso de mais algum tempo com você, no mínimo um minuto, sem pensar em nada, só em nós, e no nosso futuro.

 

—Nosso futuro?— Pepper questiona, afinal, Tony Stark não é o tipo que faz planos a longo prazo —Tipo amanhã?

 

—Daqui a alguns anos.

 

—Anos? Você e eu?— Pepper mostra descrença.

 

—Você duvida?— Tony pergunta.

 

—A noite foi incrível, eu amo você, de verdade, mas não quero me…

 

—Não estou te iludindo.— ele disse prevendo a fala dela —Se eu fechar os olhos agora eu posso narrar o nossos próximos anos.

 

—Então faça.— ela pediu, mas ele não podia fazer, não podia dizer a ela sobre a Torre Stark, ou dizer que dali a alguns anos aquela casa seria destruída num atentado e ele seria dado como morto, ou que ela seria alvo da experiência de um lunático, sequer poderia revelar  que ela engravidaria dele e que apareceria o pior dos monstros e destruiria sua família. Tony não podia dizer.

 

—Confia em mim?— Tony pediu e estendeu sua mão pra ela. Pepper pôs suas mãos sobre as dele e imediatamente foi puxada para os braços de seu amado. —Tudo vai ficar bem.— ele garantiu a aninhando num abraço —Agora vamos ficar aquele um minuto sem pensar em nada, ok?— Pepper murmurou uma afirmação, ela o beijou e afundou seu rosto na curva do pescoço dele.

 

Por um instante Tony abriu os olhos e viu sobre a bancada a caneca de Pepper com resto de café, era a última lembrança que tinha daquela cozinha. Depois pensou como seria uma manhã com o amor de sua vida e seu filho, faria tudo para ter essa manhã. Então voltou a fechar os olhos torcendo para que sua mente o levasse para o momento onde ele encontra a resposta para a aniquilação de Thanos.









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Notas finais do capítulo

Nos vemos no ano que vem, ok?

Starkisses, Tulipa ;)