Stardust escrita por Tulipa


Capítulo 12
Onze - Ponto e vírgula


Notas iniciais do capítulo

Oies ;)



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Aquela discussão no alto do prédio parecia um dejavu, no entanto, Tony jamais imaginaria que Pepper deixaria o bebê em casa para ajudá-lo numa missão.



—Você devia dizer apenas obrigado.— a ruiva falou ao abrir seu capacete. A armadura dela tinha um tom azul, quase arroxeada, e alguns detalhes em prata. Era como um versão mais enxuta das armaduras do Homem de Ferro, porém com um poder imenso —Eu estabilizei um prédio,  sozinha.

 

—Você não podia ter feito aquilo, mesmo que armadura te conceda força sobre humana, você acabou de ter um bebê, nosso, bebê, você se lembra, né?

 

—Ah, você se lembra dele?— ela ironizou.  

 

—Pepper, eu estive muito ocupado…

 

—Faz seis meses, Tony,  e ele está ótimo, eu não teria saído  de casa se ele não estivesse em segurança.— ela replica —Você não estava dando conta e em vez de ficar vendo uma tragédia pela tv eu vim te ajudar. De nada.

 

—Era você segurando um prédio,  você tem noção? Eu tive medo de te perder.— Tony diz.

 

—Se eu tenho noção?— ela rebate —Eu tenho o mesmo medo há anos. Mas pode ficar tranquilo, foi a primeira e última vez que eu vesti esse traje. — ela fechou o capacete e espalmou as mãos para baixo preparando sua decolagem.

 

—Baby…

 

—Espero que você apareça pro jantar, seu filho sente a sua falta. E eu também.— Pepper diz e vai embora.  

 

Tony acordou sobressaltado,  sua primeira reação foi levar a mão à nuca.  Ele havia removido a placa de vibranium, então não sabia se a cena tão real que acabara de presenciar era um sonho ou uma premonição. Fato é que ele não viajava no tempo desde a missão que derrotou Thanos. Mesmo assim ficou intrigado, pois talvez aquela tenha sido a primeira viagem ao futuro.  

 

Sentiu-se culpado. Quando criou a armadura Resgate e mostrou-a para Pepper ela garantiu nunca se enfiaria “naquela coisa”, jamais a experimentou.  Será que ele seria tão ausente na vida de seu filho a ponto de Pepper tomar uma atitude extrema como a de vestir uma armadura e ajudá-lo numa missão pra que ele voltasse logo pra casa?

 

—Não vai ser assim.— ele disse ao abraçá-la, repousando a mão na bolinha que formava na barriga de Pepper.

 

—O que foi?— Pepper perguntou ao despertar.  

 

—Só um sonho estranho.— ele beijou os cabelos dela  —Volte a dormir.— ele fechou os olhos



(...)

 

Pra ambos o som que preenchia o consultório naquele instante era o mais estranho e ainda assim o mais lindo do mundo. Uma sinfonia capaz de fazê-los chorar já nos primeiros acordes. Depois de três semanas de ansiedade,  enfim ouviam o coração de seu bebê.



—Perfeitinho, ele ou ela está se desenvolvendo super bem.— a Dra. Sally afirmou —Ainda não dá pra ter 100% de certeza quanto ao sexo, mas...

 

—É um menino.— Tony afirmou ao lembrar-se de seu sonho.  

 

—Menino?— Pepper questionou —Será?  

 

—É o que parece, mas a gente só vai ter certeza na próxima ultra  ou se colhermos material pro exame de sexagem fetal.— a Dr. informou.

 

—Bem, ele sabia que eu estava grávida antes do exame dar positivo, talvez esteja certo agora também.— Pepper sorriu pra Tony —Um menino, temos 50% de chance, certo?

 

—Ok,  então.— a Dr.  Sally disse ao encerrar o exame de ultrassom. Enquanto reforçava as recomendações a Dra. imprimiu o que seria a primeira fotografia do bebê  —Você está ótima, pode seguir com seus planos.— ela disse ao entregar a imagem pra Pepper.

 

Eles deixaram o consultório e no caminho até o carro, Tony não conteve sua curiosidade.

 

—Planos?— ele arqueou uma sobrancelha.

 

—Se nós vamos viajar em lua de mel eu precisava de autorização da minha médica.— ela disse —Nós temos um mês, pra organizar esse casamento, ou ele só vai acontecer depois que o bebê nascer.

 

—Porquê?— Tony perguntou ao abrir a porta do carro pra ela.

 

—Por que eu não quero estar cansada e imensa no dia do meu casamento.— ela disse ao se acomodar ao banco do carona.

 

—Você vai estar linda,  você vai ser a noiva mais linda.— ele a beijou, fechou a porta e direcionou-se para o banco do motorista.




(...)



Quando chegaram em casa era final de tarde, ao surgirem no elevador na sala foram recebidos por J.

 

—Quem estava com saudade da mamãe?— Pepper questionou afagando os pelos dele

—Vamos passear um pouquinho antes do sol se por, vamos?

 

—Posso ir também?  

 

—Eu ia te fazer esse convite.— Pepper sorriu pra Tony.  

 

A ruiva subiu por alguns instantes para trocar sua saia formal por um short jeans, e seus sapatos por chinelos.  Ao voltar passou pela área de serviço e pegou a guia do cachorro. Os três terminaram a caminhada na praia próximo a mansão, Tony e Pepper sentaram na areia enquanto J corria descontraidamente atrás de uma pobre borboleta.



—Ele é muito bobo.— Tony diz rindo.  

 

—Ele é só um neném, Tony.  

 

—Esse neném cheio de areia vai ficar bem longe do nosso quarto hoje.— Tony advertiu.

 

—Sim senhor, senhor.— Pepper ironizou —Eu tô imaginando quando tivermos dois nenéns cheios de areia. Você acha mesmo que vai ser um menino?— ela questionou o olhando sobre seu ombro.  Pepper estava entre as pernas dele.

 

—Acredito que sim.— Tony respondeu ao mais uma vez pensar em seu sonho.



—Porquê você não me parece feliz?

 

—Porque eu descobri o sexo do bebê durante um sonho estranho, nós não parecíamos bem, e você estava magoada comigo.— ele disse ao apoiar o queixo ao ombro dela.

 

—Você quer me contar?— ela perguntou e ele contou —Bem, uma premonição não é, eu jamais deixaria o meu filho em casa pra voar numa armadura sua.

 

—Eu sei disso.

 

—Também sabe que se você se tornar ausente e omisso eu não vou te perdoar, certo?

 

—Não vai ser assim, vou ser tão presente que você vai implorar pra eu sumir.

 

—Não vou não.— ela garantiu —Mas a única coisa que eu gostei do seu sonho é ter a esperança de que seja um menino.

 

—Você quer um outro macho naquela casa apaixonado por você, eu sei disso.— ele disse.

 

—A ideia de ser pra sempre a abelha rainha é muito interessante mesmo.— ela confessa.

 

—Então, abelha rainha, mudando de assunto,  temos um mês pra preparar um casamento, é isso?  

 

—No máximo dois, não mais que isso.— ela responde.

 

—Poderia ser aqui.— Tony diz.

 

—Você  casando na praia?— ela ri.

 

—O que tem de errado?— ele questiona.

 

—Nada de errado, seria lindo, mas não é você. Você se quer trocou de roupas pra virmos.— Pepper esclarece —Pensei em outro lugar, onde você possa usar seus tênis e um terno incrível que eu vou adorar tirar depois de algumas horas de festa.

 

—Estou gostando, continue.

 

—E pensando na nossa privacidade, esse lugar tem espaço aéreo monitorado. A cerimônia poderia ser no telhado, ou no jardim, no fim da tarde.

 

—É o lugar que eu estou imaginando?

 

—Se a gente realmente se completa, e eu tenho certeza que sim, você sabe de onde eu estou falando.— ela moveu-se entre as pernas dele para poder olhá-lo de frente —Alguma objeção?



—Claro que não.— Tony afirmou.  



—Ótimo, então agora eu já posso pensar nos convites e no vestido perfeito.— Pepper sorriu.

 

—Qualquer vestido que você usar será perfeito.— ele disse —Mas por favor escolha um fácil de tirar.  

 

—Combinado.— ela senta no colo dele e o beija —Humm…— ela murmura contra os lábios dele —Areia nas minhas costas.— ela alerta já que J está bem próximo a eles chacoalhando seu pêlo

espesso.

 

—Acho que está na hora de voltarmos pra casa, né?— Tony levanta e a ajuda a levantar-se  —Um banho talvez?

 

—Amanhã é dia de pet shop.— Pepper informa ao prender a coleira em J.

 

—Ok, banho só pra nós,  então.— ele envolve o braço ao redor dela enquanto caminham.

 

—Sim, e o que mais?

 

—Jantar.— Tony responde.  

 

—Ótimo,  eu estou começando a ficar com fome.— Pepper comenta —E depois do jantar?— ela pergunta num tom malicioso.

 

—Cama.

 

—Gosto da última parte. Vamos chegar logo em casa.  

 

 

(...)

 

 

Os dias passaram numa rapidez impressionante. Pepper não imaginava que casar com Tony desse mais trabalho do que assessorá-lo por quase sua vida inteira. Por fim, acabou recorrendo a uma empresa de cerimonial, depois disso tudo pareceu fluir melhor. Não estava fácil conciliar os enjoos, a ansiedade e o trabalho, afinal ela não era uma super-heroína.

 

Os convites ficaram prontos e Pepper fez questão de ir a Pasadena entregá-los aos seus pais e sua família. Foi uma viagem rápida, mas Tony  refrescou a memória dela no caminho de volta pra Malibu.

 

—Estar na casa dos seus pais me fez pensar que talvez o bebê tenha sido concebido sobre aquela mesa da cozinha, por causa daquele sorvete.— ao ouvi-o ela baixa os óculos escuros para encara-lo em reprovação.

 

—Talvez.— ela diz  —E eu não me orgulho disso.— ela coloca os óculos no lugar.  



—A gente deveria mesmo dar ao bebê o nome do seu tio, foi ele quem levou o sorvete.— Tony ri ao olhar pra ela.

 

—Você é ridículo.— ela diz —Presta atenção na estrada.



(...)

 

Depois de cuidar da lista de convidados dela  passaram a dedicar-se a lista de convidados dele. Foram a Wakanda pessoalmente. E de volta aos EUA  jantaram com seus melhores amigos Happy e Rhodey, os quais Pepper confiou que poderiam proporcionar uma despedida de solteiro pra Tony que não envolvesse stripers.

Depois Tony cuidou de encaminhar os convites a cada Vingador, com uma exceção.  Pepper não gostava daquela situação, a briga de Tony e Steve era um assunto mal resolvido e aquilo precisava de um ponto final.  Convidá-lo para o casamento era estender uma bandeira branca, mas seu futuro esposo não mostrava-se disposto.

 

Quando Pepper chegou em casa aquela noite Tony estava na oficina, ela estava chegando depois do horário habitual e ele aproveitou a espera para trabalhar. Ela foi direto para a suíte,  livrou-se dos sapatos, e antes de deixar sua bolsa sobre a poltrona tirou um envelope e deixou sobre a cama. Estava no closet escolhendo o que vestiria após seu banho quando Tony entrou no quarto.  Ela sabia que ele não demoraria a aparecer, Sexta-feira sempre o avisava.

 

—Isso é sério?— Tony pergunta impaciente —Quantos desse existem?  Eu achava que convites de casamento fossem algo limitado não uma produção em série.— ele tenciona rasgar o envelope como já fizera com os outros.  

 

—Eu vou mandar fazer outro e eu mesma vou entregar o convite a ele.— ela avisa e Tony para.  

 

—Porque você faz tanta questão que ele vá?

 

—Não faço questão.— Pepper responde —E eu acho que ele não vai…

 

—Então você só quer que eu me humilhe pra ele?

 

—Claro que não, Tony,  ser maduro não é se humilhar. Estamos prestes a começar uma nova fase nas nossas vidas e eu sinto que você precisa se livrar desse peso.

 

—Quem disse que é um peso pra mim?

 

—Você evita dizer o nome dele, como vocês vão trabalhar juntos? Se o destino do mundo um dia depender só de vocês dois, como vai ser?

 

—Eu não sei, eu não sei como vai ser!— ele gritou e fez com que ela se assustasse já que não esperava tal reação —Amor, me desculpe,  eu...

 

—Nunca dá pra saber como vai ser, né?— ela questiona —Quer dizer,  você sabe, você sonha, você controla tudo, viaja no tempo. Você devia ter aproveitado a sua viagem no tempo e ter tentado impedir a morte dos seus pais já que hoje você sabe como tudo aconteceu.



As palavras dela o atingiram em cheio, porque ele realmente pensou em fazer aquilo, voltar para 16 de dezembro de 1991. Mas quais seriam as consequências? Seus pais talvez ficassem vivos, mas tudo seria muito diferente. Se seus pais sobrevivessem  Tony poderia ter sido um garoto menos revoltado, que cuidaria perfeitamente dos negócios da família, não precisaria de uma assistente pra fazer o serviço por ele, talvez tivesse se casado aos vinte e poucos anos com uma boa moça, provavelmente seria  filha de um dos sócios de seu pai. A morte de Howard e Maria era um fato importante demais, impedi-la mudaria tudo drasticamente, e talvez Pepper Potts não existisse na vida de Tony Stark.



—Eu poderia ter feito, mas não existiria a gente.— ele conclui —Eu voltei no tempo por sua causa, pelo nosso filho. Porque eu quero uma família com você. Eu não me imagino sem vocês.— Pepper suspira —E já que você faz tanta questão eu vou fazer isso, vou convidar Steve Rogers, por você.— ele parou o que dizia porque ela tomou o envelope de suas mãos.

 

—Devia fazer isso por você.— Pepper diz ao rasgar o convite, a ruiva deixa o closet e Tony a segue ela entra no banheiro e bate a porta na cara dele.




O jantar foi péssimo, ambos mal tocaram em seus pratos, quando Pepper foi para o quarto deixou que J fosse em seu encalço e sutilmente aquela atitude significava que Tony,  pelo menos aquela noite, não seria bem-vindo.

 

Tony ficou por algumas horas em sua oficina pensando na sua conversa com Pepper. Como seria se o destino do planeta dependesse apenas de Tony Stark e Steve Rogers?  Será que eles conseguiriam trabalhar juntos? Fato era que o último encontro não fora amigável e as coisas não poderiam continuar assim para sempre. Então ele decidiu que estava na hora de pôr um ponto final, ou uma vírgula naquela história.



—Sexta-feira?



—Sim, Sr Stark?

 

—Eu vou a Nova Iorque por algumas horas,  volto o quanto antes, peço que monitore a Srta Potts,  ok?

 

—Ok, Sr.



Pepper não o sentiu Tony em sua cama, e a ausência dele a fez acordar sentindo-se culpada por pressioná-lo. O relógio no móvel marcava 23:43h, antes de levantar ela analisou o quarto, seu cachorro dormia sereno sob a poltrona, ele já estava ficando grande demais para aquele lugar.  Saiu do quarto deixando a porta aberta para que J tivesse a liberdade de segui-la.

 

—Talvez ele tenha voltado pra oficina.— ela supôs em voz alta.  

 

—Na verdade o Sr. Stark está prestes a pousar no Brooklin,  Srta.— Sexta-feira avisou.  



—Me ligue com ele, agora!



—Iniciando chamada…



(...)

 

—Sexta-feira, algum problema?— Tony perguntou preocupado.  

 

—Porquê você tem que ser tão impulsivo?— Pepper questionou sem rodeios.

 

—Você estava certa, estava ficando pesado demais, não vou deixá-lo atrapalhar a minha vida com você também.— Tony diz.

 

—Do que você tá falando?



—Obrigado pelo empurrão, eu amo você, mas não dá pra falar agora.— Tony justificou-se ao apertar a campainha do apartamento no Brooklin.



—Só não faça nada do que você possa se arrepender,  também te amo.— ela disse ao ouvi-lo falar do outro lado.

 

—Posso entrar, Capitão Rogers?  







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Notas finais do capítulo

A autora adora um drama. Hahaha.

Até o próximo ;)



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