O Despertar dos Sentimentos escrita por Luana de Mello


Capítulo 4
Alívio




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Quando volto a mim, fico um pouco perdido, a paisagem ao meu redor está toda devastada, nada além de rochas e terra. Me sinto culpado por me descontrolar desse jeito. Mas olhando ao redor, percebo que não estamos mais na vila. 

Estou novamente no modo Sennin, então sinto claramente que todos da vila estão bem, mas mais importante que isso, senti o Chakra de Hinata, ela estava bem, estava viva.  Me sinto tão aliviado, que sinto vontade de sair correndo e abraça-la, como se fosse a última coisa a se fazer na vida.

Me mantenho focado, agora que sei que está tudo bem, sinto como se fosse explodir de alegria. Agora vou por fim a essa luta.

Preparo meu ataque, revejo minhas ações meticulosamente. Nada disso vai adiantar se eu não souber onde está Nagato, então me concentro em acha-lo. Neste instante uma ideia me surge a mente. Pouco a pouco vou pondo meu plano em prática. Deixo Pain pensar que meus ataques são limitados, uso meus clones das sombras como escudo para o ataque de Pain. Faço meu Rasengan, logo após lançar meu Rasenshuriken, preciso acabar essa luta nesse golpe.

Quando enfim, acabo com o último Pain, eu retiro todos os receptores de Chakra de seu corpo, para que não possa se restituir e voltar a lutar. Então tenho uma ideia, baseada na experiencia que tive ao ficar preso pelos receptores de Chakra. Cravo um dos receptores na minha mão, em um instante sei onde Nagato está escondido. 

— Naruto-kun, não é melhor pedir ajuda?- pergunta a pequena Katsuyu.

— Não, vou resolver isso sozinho, não quero que ninguém interfira- digo.

Sigo pela floresta, até o lugar onde senti a presença de Nagato. No caminho encontro com o tio Shikaku e o tio Inoichi, a principio o velho Inoichi não quer me deixar ir até Nagato sozinho, mas Shikaku entende que é algo que preciso fazer sozinho, enfim eles me deixam ir.

Chegando ao local reúno toda energia da natureza que consigo. Preciso saber se realmente odeio Nagato como pensei, se realmente quero mata-lo tanto assim. 
Percebo que estou no lugar certo, quando vejo uma árvore feita de papel, deve ser um Jutsu daquela mulher de cabelos azuis, que segundo a Katsuyu, estava junto com Nagato. 

Vou rasgando as folhas e adentrando o lugar. Encontro o verdadeiro Nagato e a mulher, Konan. Só de olhar para ele meu sangue ferve. Como é possível que alguém que foi ensinado pelo Ero-Sennin tenha ficado desse jeito? Eu preciso entender esse lado da moeda, é isso que meu mestre faria, analisaria ponto a ponto.

Ouço toda sua história, sinto dor em cada palavra dita. Tento me por em seu lugar, pensando em como seria passar por tudo isso. Me dou conta de como nossas histórias são parecidas. Eu não conheci e não tive meus pais comigo desde o começo, não soube o que era carinho e afeto de alguém até conhecer o Iruka-sensei, tirando a Hinata, ninguém se importava comigo, não tinha amigos até entrar para o time 7. Pensando bem, eu poderia ter acabado como o Nagato, cheio de ódio desse mundo, ou até mesmo como o Sasuke, querendo vingança por todo mal que as pessoas da vila me fizeram. Mas eu também tive o Ero-Sennin comigo, ele me ensinou muito mais que Ninjutsu, Taijutsu ou Genjutsu, me ensinou a nunca me desviar do meu caminho, não pegar atalhos porque são mais fáceis, a batalhar pelos meus sonhos, dar o meu melhor em cada pequeno ato. Meu mestre cuidou de mim, e acreditou que eu acharia uma resposta para encontrar a paz verdadeira, meu mestre confiou em mim até o fim. Então vou confiar nos ensinamentos do meu mestre.

— Então Naruto? Eu te contei minha história, agora quero ouvir sua resposta. - ouço Nagato dizer.

— Sabe, eu também sei o que é dor, e por todos esses anos eu tenho carregado ela no meu coração. Eu pensei que vindo até aqui, eu saberia se te odeio ou não. Descobri que nunca vou poder te perdoar pelo que fez. Mas eu prefiro acreditar no que meu mestre me ensinou, acreditar no que ele acreditava. - digo.

— Na paz verdadeira? Enquanto vivermos nesse mundo amaldiçoado, algo como a paz verdadeira nunca vai existir! - Nagato profere as palavras com raiva.

— Então eu vou quebrar essa maldição! Se existe algo como a paz eu vou encontrar! - cito a resposta.

— Você...

— Sim, essas palavras foram tiradas desse livro. - mostro o livro que está junto comigo - O primeiro livro do Ero-Sennin, e no final deste livro, ele fala de um aluno que o ajudou a ter inspiração para escrever, era você Nagato!

— E o nome do herói deste livro é Naruto! O meu nome é uma preciosa lembrança do Ero-Sennin, e eu não posso manchar sua história me desviando do meu caminho, porque se eu fizer isso, deixa de ser a história de Naruto!

— Deixa de ser a história de Naruto, hã? Talvez eu tenha me desviado do meu caminho afinal, não acreditei em mim ou no meu mestre. Vou acreditar em você Naruto - Nagato fala enquanto faz um sinal de mãos.

— Nagato... Você... Por que? - Konan pergunta um pouco aflita.

— Rinne Tensei no Jutsu!

— O que está acontecendo? - pergunto um pouco preocupado.

— Estou trazendo todas as pessoas que matei desde que cheguei, de volta a vida. É o minimo que posso fazer por elas - responde Nagato enquanto vai enfraquecendo mais e mais.

Vejo seu cabelo vermelho ir se tornando branco, seu corpo já está exausto, percebo que seu tempo está se acabando.

— Naruto, você vai encontrar muito mais dor e ódio em seu caminho! Agora estou deixando tudo com você, minha missão aqui acabou! - dito isto ele morre.

Depois de saber que Konan não voltaria para a Akatsuki, vou voltando em direção a vila. No caminho faço um túmulo para meu mestre, fico ali um tempo, como se pudesse ficar perto do Jiraya ali. Quando vou voltando a vila, percebo o quão cansado estou, mas eu preciso voltar, preciso ver se Hinata está bem, preciso ver como estão as coisas por lá. Minha fraqueza é tanta que vou cambaleando pelo caminho, me apoiando às árvores, até que finalmente tombo em direção ao chão, e sinto que sou apoiado por alguém.

— Kakashi-sensei? - então o Nagato fez o que disse.

— Se apoie em mim! Você fez muito bem Naruto! - ele fala, e isso me aquece o coração, é por isso que vale a pena o que fiz.

A medida que vamos chegando a vila, vejo uma multidão a frente, ouço gritos e assobios, vários vivas. Não entendo nada, até achei que era outro ataque.

— O que está acontecendo?- pergunto.

— Eu tomei a liberdade de informar a todos o que estava acontecendo na batalha. - diz a pequena Katsuyu.

— Estavam todos te esperando voltar. - o Kakashi-sensei sorri para mim.

Nesse momento sou cercado por várias crianças, elas me puxam e me enchem de perguntas. Vejo todos os meus amigos, vejo o velho Ichiraku e sua filha, vejo os professores da academia, o Konohamaru e o pervertido do armário, o Iruka-sensei, a Sakura, Sai e o Capitão Yamato, e ela, Hinata estava ali, junto aquele aglomerado de pessoas, estava bem. E só de olhar para ela, meu coração pula, sinto tanto alívio, que até solto a respiração que nem sabia que estava prendendo.

Ela percebe que estou olhando para ela, e cora. Não posso deixar de sorrir com isso. Me desvencilho de todas as crianças e vou até ela. Quando chego perto, vejo em seus olhos algumas lágrimas. Com o polegar seco as que escorrem por seu rosto. Não digo nada, olho bem em seu rosto, analiso como ela está, para ter certeza que está bem, então a abraço. Coloco naquele abraço toda emoção que sinto; toda dor, angustia e desespero que senti ao pensar que ela estava morta. Não ligo nem um pouco se a vila inteira está nos observando, só quero ficar ali naquele abraço. A principio ela fica sem reação, mas então Hinata me abraça de volta, e é como estar em casa.

— Obrigado, Hinata! - simplesmente digo.


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