A Princesa Noiva escrita por HR


Capítulo 10
Capítulo 10




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                Era óbvio que não daria em nada, pois três homens me seguraram e me levaram a força, enquanto Gancho permaneceu lá com Barba Negra. Enquanto me levavam, analisei tudo em volta atentamente. Havia não muito longe dali uma cratera no chão extremamente funda, onde as crianças eram empurradas. Meu coração parou por alguns segundos e me debati para tentar ajudar aquelas crianças, porém, em vão.

                Mil coisas se passaram pela minha cabeça, mas eu tentei prestar a atenção no que mais havia por ali. Subi vários degraus, que me levaram a um corredor de cerca baixa de onde puder ver Gancho virando as costas para o Barba Negra e subindo no navio. Senti outra paulada no peito e tentei pensar rapidamente numa forma de fugir dali. Gancho não seguiu o combinado!

—Fique aí até o Capitão chegar! – Um deles me diz ao me empurrar para dentro de um quarto.

                Olhei em volta a procura de algo que poderia me ajudar a fugir, mas não havia nada. Pela janela do lado contrário do mar, vejo uma trilha com tochas no meio do matagal, porém não consigo ver onde termina. Vejo uma criança ser levada para lá e então rapidamente tenho a certeza de que Henry poderia estar lá.

—Ora, ora.... – Barba Negra entra no quarto. – Não vá tentar pular daí, é um pouco alto pode se machucar.

                Me afasto da janela com indiferença. Minha cabeça está a turbilhão tentando arranjar alguma forma de sair desse quarto. Barba Negra tira seu casaco enorme de couro vermelho e o coloca sobre o mancebo do quarto. Meus olhos se voltam rapidamente para os bolsos a procura de algum indício de chave que possa abrir o lugar onde Henry está preso, mas depois olho para ele.

—Isso são modos de tratar uma princesa?

—Você não quer ser tratada como uma princesa, diga a verdade. Por isso fugiu do reino.

—Eu tenho meus motivos.

—E eu também, pois seus pais estão oferecendo uma recompensa para quem a ver e trazer viva. E cá entre nós, é muito dinheiro....

—Agora pelo menos sei que não tentará me matar.

—Mas ainda posso me divertir.... – Ele se aproxima de mim e eu recuo.

—Senhor! – Alguém o chama do lado de fora. – Senhor, venha ver!

                Revoltado, ele vai até a porta e abre-a.

—Um menino.... voou! – O homem quase considerado anão aponta para a cratera lá embaixo, empolgado.

—Finalmente! – Barba Negra exclama, vendo o menino.

                Corro para o casaco pendurado no mancebo e reviro os bolsos apressadamente, até encontrar um molho de chaves e então coloco dentro do meu sutiã e então eu recuo rapidamente.

—Não acredito! – Ele volta para dentro do quarto empolgado e veste seu casaco. – Volto para terminarmos a diversão!

                Ele então sai e escuto trancarem a porta, o que indica que ninguém ficaria cuidando da porta e isso era bom. Vasculho o molho de chaves tentando achar alguma que abrisse a porta. Minhas mãos soam e isso dificulta um pouco. Tento outra chave, quando escuto um barulho no lado de fora, então eu recuo rapidamente.

                Alguém está abrindo a porta, então escondo o molho de chaves novamente no sutiã. “Droga, ele percebeu que eu peguei as chaves!”. Mas então, a porta se abre e vejo Gancho, que entra rapidamente para não ser visto com um grampo de cabelo em mãos usado pra abrir a porta. Claro, ele é um ladrão e todo ladrão tem seus truques....

—Você não tinha ido embora?! Eu vi você....

—Eu estou aqui, não estou? – Ele espia o lado de fora – Você sabe onde Henry está?

—Tenho um palpite, mas temos que sair do outro lado do corredor, se não nos verão.

—Acha mesmo que eu não conheço atalhos? – Ele sorri.

                Saímos do quarto abaixados, correndo até o final do corredor. Havia um guarda, mas Gancho deu-lhe um mata-leão e o deixou desacordado no meio do caminho. De repente, descemos degraus que nos levam à mata fechada. Tiro meu capuz e minha manta, e então Gancho se vira pra mim, apreensivo.

—Não olha pra direita. – Ele me diz e eu rapidamente espio.

                Havia alguns homens armados com espadas e tochas no começo da trilha.

—Você vai passar pela direita da trilha, eles não vão ver você. Depois você segue e vai até Henry! Leva ele pro navio, combinei com Schmitt que ele estará do outro lado da costa.

—Você não vem junto?

—Vou te dar cobertura, caso eles vejam ou ouçam você. Não me esperem, por favor.

—Mas....

—E diga ao Henry que eu o amo. – Ele sorri, mais calmo.

—Você não vai fazer isso. – Digo e depois acabo tendo um pensamento – Na verdade, eu acho que você está com medo. Com medo da reação que Henry vai ter, ou de encarar a realidade. Você precisa parar de ser tão egoísta! Não vê quão medroso você se torna?

—Esse sou eu. – Ele diz de cabeça baixa com uma tentativa de sorriso.

Então ele me olha nos olhos como se implorasse.

 – Mas agora você precisa fazer isso por mim. Por favor, salve Henry e não me espere.

                Eu senti vontade de beijá-lo naquele momento, mas eu tinha que salvar Henry. Então verifiquei se minha espada e as chaves ainda estavam comigo e fui me esquivando pela mata devagar pela direita. Olho mais uma vez para trás e vejo Gancho sorrindo de canto de boca. Eu sabia que ele estava agoniado em ver o filho, mas que precisava ficar ali.

—Hey! – Um dos guardas gritam na direção do mato a qual eu estava.

                Congelo rapidamente. Segundos depois ouço uma luta de espadas e então eu acelero o passo, correndo para o meio da trilha em direção ao seu fim. Dou uma última olhada para trás e vejo Gancho lutando sozinho contra quatro. Volto meu foco para frente tentando não pensar no pior, quando avisto ao longe umas espécies de jaulas, então diminuo o passo e me escondo, até ter certeza de que poderia prosseguir.

                Havia três guardas, mas se eu planejasse bem conseguiria matar um de cada vez sem chamar a atenção, porém, piso em um galho e isso causa um alarde. “Dane-se o plano” penso novamente, indo na direção dos três agora com a espada em mãos.


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