The Four Halstead: Season 3 escrita por Bruna Rogers


Capítulo 12
Os Fins Não Justificam os Meios




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769805/chapter/12

Cassy e Voight estavam dentro de uma pequena sala, sem janela, apenas uma porta e um espelho que permite às pessoas da sala ao lado vêem o que acontece ali. Os dois oficiais que compartilhavam o mal humor encarava o homem algemado do outro lado da pequena mesa que os separava. Com uma pasta em cima a mesa onde estavam recolhidas todas as informações sobre Benedict Lewis.

— Não veio até aqui para ficar calado, imagino eu — Montenegro disse, encarando os olhos azuis do homem careca.

— Se eu falar, quero...

— A explosão da qual o FBI pretende te acusar já matou doze pessoas — a morena o interrompeu — fora que durante o ataque duas crianças foram sequestradas e uma delas está morta, acredite que se não falar você nunca mais verá a luz do mundo.

Mesmo do outro lado do espelho, é possível ver o homem suando frio sem conseguir encarar os olhos de nenhum dos oficiais na sala. Respirando fundo ele tomou coragem.

— Tudo começou dois meses atrás — Lewis disse passando a mão pela cabeça — Mark e eu estávamos em Madri, Mark estava inconformado pela separação, e preocupado por causa da filha.

— Jasmin Norton ?

— Isso, ela é uma criança maravilhosa — ele prosseguiu — esse homem ouviu-nos falar que precisávamos de dinheiro para a cirurgia dela, e nos propôs pagar sessenta mil dólares.

— Esse? — Cassy questionou mostrando a foto de Anderwood. Benedict afimou.

— O que ele queria?

— Colocá-lo dentro do país — Lewis encarou Voight — não sabia o que ele iria fazer aqui, pensei que era só mais um imigrante.

— Como colocaram ele para dentro do país ? — Voight perguntou cruzando os braços.

— Fomos para o Canadá e cruzamos a fronteira pela Carolina do Norte — Cassy encostou na cadeira enquanto ouvia — Depois nos separamos, mas ele só pagou vinte mil, disse que ia nos pagar depois.

— Certo e quanto ao parque ? — Voight questionou.

— Norton ia pegar Jasmin na casa da ex e leva-la no parque, lá encontramos esse tal de Anderwood nos entregou uma mochila com o restante do dinheiro.

— Por que o pagamento foi feito no parque?

— Eu não sei, foram Norton e esse cara que marcaram.

— E a explosão ? — Cassy retomou.

— O ponto de encontro foi perto do barco viking — Lewis respondeu — a explosão aconteceu uns dez minutos depois de nos afastarmos, eu juro que não sei mais nada sobre isso, não fomos nós que fizemos isso.

— Por que devemos acreditar nisso, vocês colocaram um criminoso dentro desse país, alguém que pode ter envolvimento no assassinato de várias pessoas ?

— Nós não sabíamos.

— Então pra que precisavam de tanto dinheiro?

— Jasmin nasceu com um problema de coração — Lewis respirou fundo, com expressão de pena e preocupação — e ela precisa de uma cirurgia que eles não podiam pagar.

Houve uma batida na porta, então Atwater abriu-a e enfiou a cabeça para dentro da sala.

— Precisam ver isso — o policial disse.

Cassy e Hank se levantaram e seguiram para fora da sala, encontrando os demais detetives e Hills no espaço comum onde a unidade trabalha. A gravação em áudio foi ligada para que os dois ouvissem.

"Eu estou na 66 E Ohio St, aquele cara da foto, o tal Anderwood ele tá aqui."

— Quem é ? — Voight questionou.

— Diana Wayne — Burgess respondeu prontamente — é a ex do Mark Norton.

Cassy sentiu o celular vibrar no bolso interno do terno que usava, ao tirar o aparelho e olhar para tela encontrou a foto da irmã mais nova.

Cassy Montenegro: Alo?

Khyara Montenegro:Não quero atrapalhar o seu trabalho...

Cassy Montenegro: Vai ao ponto — ela exigiu de péssimo humor.

Khyara Montenegro:Tá calma, Deus, só liguei para avisar que trouxe as crianças para comer Shake Shack.

Cassy Montenegro: Ok, mais alguma coisa?

Khyara Montenegro: Desculpa.

~~~

A loira desligou não querendo mais ter problemas com a irmã mais velha, conhecendo-a tão bem quanto conhecia, Khyara tem a plena noção de que algumas coisas servem como gatilho para uma raiva quase descontrolada que a morena anda tendo desde que voltou da última incursão como militar, e casos com crianças é um desses gatilhos.

Por isso decidiu ignorar o mal humor de Cassy e se concentrar nos filhos e no sobrinho que atualmente brincavam com as batatas fritas que deveriam estar comendo.

— Crianças — a loira falou repetindo cada palavra na linguagem de sinais — parem de brincar com a comida.

Ela encarou os olhos claros de cada uma das crianças, esperando em cada par de olhos até ver cada criança acenar.

Correndo os olhos distraidamente pelo local observando as outras pessoas presente no pequeno restaurante, vários casais e algumas famílias. Os olhos azuis da loira pararam em um homem de cabelo e olhos escuros e uma cicatriz no olho direito, esse homem encarava uma menina loira que estava do outro lado do salão com uma mulher ruiva.

Khya considerou o olhar do homem bem estranho, não como uma pessoa normal olha para uma criança, um arrepio ruim subiu pela coluna da mulher. Sua atenção foi chamada pela pequena menina ao seu lado, virando-se para a filha, ela se inclinou para a menina para ouvir.

— Banheiro — Talia disse com os olhos brilhando.

— Fiquem aqui — a loira disse mirando os dois meninos do outro lado da mesa. Khya se levantou e acompanhou a filha de cinco anos até o banheiro.

~~~

Mouse pegou seu celular de cima da mesa observando a tela com notificação de mensagem, seu filho Elliot tinha lhe mandado para pedir para ele falar com Cassy sobre o menino ir ao parque aquatico no outro fim de semana, o garoto acha que o loiro teria alguma influencia sobre sua mãe, pobre criança que não sabe que ninguém tem influencia na Cassy.

Em seguida a mensagem de um número não salvo, o seu antigo superior responsável no exército queria uma resposta, Mouse voltaria ou não para o antigo regimento. Depois de todas as merdas que viveu fora do país, na guerra, e todos os problemas que essa experiencia causou quando ele voltou são os principais argumentos que Jay lhe repetiu dezenas de vezes desde que descobriu que o loiro estava cogitando a possibilidade de retornar ao serviço militar.

Mas todas as vezes que ele ouviu isso ele respondeu que lá era seu lugar, na ação, em um lugar onde ele sabia que estava certo e os outros eram os vilões da história, ali ele não tinha tanta certeza de quem estava certo na maioria das vezes entre os policiais.

  —  Ei —  a voz da sargento Platt desperta Mouse dos seus pensamentos, ele a olha subindo as escadas que dá para o reduto dos membros da Unidade de Inteligencia — tudo bem? —ele apenas afirma com um aceno sem abri a boca — ouvi dizer que encontraram o cara que atirou no Halstead.

  — Parece que sim —  ele disse deixando sua atenção migrar para o problema atual.

  — Ótimo não precisamos de um verme internacional como esse na nossa cidade.

Platt caminhou até a sala de Voight e deixou uma pasta sobre a mesa, coisa não muito habitual dela fazer, mas também não foi algo que nunca ocorreu ante, isso só acontece quando um resultado é adiantado e sai mais rápido, quando entregue ela mesma levá-o para Hank.

O resultado deve ser do corpo — ele pensou se lembrando do corpo de uma criança que foi encontrado na noite anterior.

Para descobrir teria que esperar a equipe retornar da prisão de Anderwood, qualquer que fosse o resultado, deixará Cassy furiosa ele tinha total certeza disso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Four Halstead: Season 3" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.