Lionheart escrita por Carol


Capítulo 6
Capítulo 6




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Na manhã do dia seguinte, quando Marlene desceu para o salão comunal, Sirius estava lá esperando por ela.

— Olha só se não é a minha linda namorada – ele sorriu maroto.

— Sério que vou ter que te aguentar logo cedo? – ela perguntou com uma careta de desgosto.

— Somos um casal, não somos? – Sirius respondeu, arqueando a sobrancelha.

Marlene suspirou. A ideia de passar algum tempo a mais que o necessário com Sirius, não lhe parecia lá muito animadora. Cada vez que ele a encarava com o sorriso convencido estampado em seus lábios, ela tinha vontade de tira-lo de seu rosto a força.

— Vamos logo – a loira murmurou, puxando-o pelo braço.

— Calma aí, McKinnon! Sou seu namorado e não seu cachorro para você sair me arrastando – disse, dando um tranco em seu braço que fez a garota parar. – Seja mais delicada!

Com um sorriso de divertimento nos lábios, ele levou uma de suas mãos de encontro com a de Marlene, entrelaçando-as.

— Você está adorando isso, não está? – ela apertou os olhos na direção do garoto.

— Sem sombra de dúvidas! – sorriu.

Marlene soltou um gemido baixo de irritação antes de continuar a caminhar.

Durante todo o percurso que fizeram até chegar ao salão principal, Sirius e Marlene receberam diversos olhares, alguns sem um pingo de descrição. Marlene sabia que já estavam rolando boatos envolvendo seu nome e do garoto desde o dia que o beijara no campo de quadribol, e depois da cena que eles protagonizaram no jantar da noite anterior, a falação tinha se intensificado ainda mais, ou pelo menos fora isso que Dorcas havia lhe contado. Mas ninguém tinha muita certeza do que estava realmente rolando entre eles, se estavam mesmo namorando sério ou não. Porém, ela tinha certeza que ao chegar para o café da manhã de mãos dadas com Sirius, eles haviam conseguido acabar com qualquer dúvida.

— Estou me sentindo um animal de zoológico! – Marlene cochichou para Sirius. – Todo mundo nos olhando e comentando, nem fazem questão de disfarçar.

— Namorar o cara mais popular da escola tem dessas coisas – Sirius respondeu para provoca-la.

— Você é ridículo! – ela fincou as unhas no dorso da mão dele, que grunhiu baixinho.

— Caralho, McKinnon! O dia mal começou e você já está me agredindo – Sirius fez uma careta.

— Isso é para você parar de ser um idiota – sussurrou.

Marlene sorriu para Sirius como se tivesse acabado de dizer algo doce e gentil, pois tinham se aproximado de onde seus amigos estavam.

— Fala aí, pessoal – Sirius cumprimentou, enquanto Marlene desejava um bom dia – Estou morto de fome!

Marlene não duvidava da afirmação do garoto, visto que mal ele havia se sentado e já se pôs a acrescentar tudo que via pela frente em seu prato, não demorando a ingerir a comida em uma velocidade absurda.

— Se você continuar nessa rapidez vai acabar passando mal! – ela franziu o cenho.

Tinha ficado realmente preocupada, não achava possível que alguém pudesse comer com tal urgência e sentir-se bem depois. Poderia jurar que Sirius nem sequer estava mastigando o que levava a boca.

— Ah, ele não vai, não! – James respondeu rindo. – São anos de prática.

— Estou em fase de crescimento! – Sirius exclamou com a boca cheia.

— Ai, por Morgana, fecha essa boca! – Marlene o repreendeu.

A careta horrorizada com que ela encarou Sirius acabou arrancando risadas das pessoas à mesa, inclusive dele próprio.

— Será que dá para você fazer uma refeição como uma pessoa civilizada? – ela continuou.

— Você sempre acorda de mau humor? – Sirius perguntou, recebendo em resposta um aceno afirmativo de Alice.

Marlene fuzilou a amiga como olhar.

— Não estou mal humorada, só estou te dando algumas dicas básicas sobre educação – ela o encarou com um sorriso sarcástico nos lábios.

— Adorável! – ele exclamou, imitando o sorriso dela. – Agora come um docinho, vai McKinnon. Vai te fazer bem!

Sirius enfiou um bocado de bolo de chocolate na boca de Marlene, que arregalou levemente os olhos. E assim que conseguiu engolir, deu uma cotovelada de leve no garoto.

— Quer me matar engasgada?

— Jamais! – sorriu de lado. – Te quero apenas bem alimentada e feliz.

Sirius falou e deu um beijo na bochecha de Marlene, que acabou dando risada. Não pelo que ele disse em si, mas pela cara de pau com que o garoto agia na frente de todo mundo.

Sirius definitivamente não valia o chão que pisava.

— Meu Merlin, vocês dois juntos foi a melhor coisa que poderia acontecer! – Alice falou rindo.

***                          

— Então, você e o Sirius... É sério mesmo? – Lily perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

Ela e Marlene estavam sentadas em baixo de uma árvore contemplando o lago, algo que gostavam de fazer. Era um dos lugares preferidos de Lily em Hogwarts, desde o primeiro ano ela sempre ia para lá quando queria um local tranquilo, que não fosse a biblioteca, para estudar. Já que o salão comunal nem sempre era um opção, com James e Sirius sempre arrumando algo, na maioria das vezes barulhento, para fazer. Tirando a paz de todos.

Marlene acabava sendo arrastada pela ruiva em todas essas vezes, por Lily não gostar de ficar sozinha. O que levou com que a loira em algum momento se apegasse aquele lugar também.

—  Ah, eu não sei... Parece que sim – ela respondeu sem jeito.

Marlene odiava esconder algo de Lily, ela sequer tinha muita experiência com isso, já que foram pouquíssimas as vezes que tinha acontecido. A garota tinha a impressão que Lily sempre sabia quando ela estava mentindo – e era muito provável que soubesse mesmo. E o feito de Lily, de conseguir replicar exatamente o mesmo olhar de sua mãe, Madelaine, quando sabia que ela estava fazendo algo errado, não colaborava muito.

— Engraçado... – ela fitou Marlene. – Eu estou com essa impressão de que vocês estão aprontando algo!

Marlene desviou o olhar, começando a brincar com a grama.

— Eu e o Sirius? – Lily concordou. – Mas por quê?

— Não sei, talvez porque você o odiava até semana passada!

— Eu não o odiava! – falou na defensiva.

— Então por que aquele dia que eu te falei sobre vocês ficarem juntos, você negou? Quando você estava surtando pelas cartas.

— Você sabe que eu fico nervosa falando sobre meus sentimentos! - aquilo não era uma mentira. Marlene era terrível lidando com suas próprias emoções, e Lily sabia disso.

A loira achou que foi uma boa desculpa.

— Mesmo assim! Toda essa história aconteceu rápido demais! – argumentou. – Te conhecendo como eu conheço fica meio difícil de engolir.

— E você acha que a gente inventaria isso por quê?

Lily parou alguns segundos parecendo tentar chegar a alguma conclusão.

— Eu não sei! Você e o Sirius são estranhos. – Lily falou com certa frustração na voz.

— Hey! – Marlene protestou ofendida.

E não foi a única, Sirius – que se aproximava sorrateiramente por trás das garotas na intenção de assusta-las, também exclamou algo parecido.

— Eu não sou estranho! Você deve ser secretamente apaixonada por mim ou algo assim, Evans! Até quando não estou por perto você arranja um jeito de falar mal – Lily rolou os olhos. – Mas se esse for o caso, saiba que não vai rolar! Estou namorando sua melhor amiga e o meu melhor amigo é caidinho por você, então eu sinto muito...

Marlene viu o rosto de Lily adquirir um tom vermelho assim que Sirius mencionou James, porém ao contrário do que sempre acontecia, não era de irritação. Era timidez.

A loira encarou a amiga franzindo a testa, no entanto, Lily não demorou a se recuperar diante do olhar questionador de Marlene.

— Ah, cale a boca, Sirius! Não sou secretamente apaixonada por você coisa nenhuma – fez uma careta de nojo. – E eu não estava falando mal de você, só estava comentando com a Lene o quão estranho esse namoro repentino de vocês é para mim!

Marlene viu Lily encarar a Sirius com o mesmo olhar analítico que costumava dar a ela.

— Hm, é mesmo? E o que te faz pensar isso? – ele a questionou.

Sirius fitou Lily com os olhos apertados e a boca comprimida, numa tentativa ridícula de imitar sua expressão. Marlene soltou um riso anasalado e Lily bufou.

— Vocês nem se falavam direito e do dia para noite começaram a sair, como vocês esperam que engula isso?

— Quem disse que a gente não se falava? A gente estava constantemente junto por causa do Prongs e do quadribol!

— É diferente, Sirius! – Lily falou exasperada.

— E – ele continuou como se não tivesse sido interrompido. – Marlene tinha me escrito uma carta, não sei se ela te falou – Lily assentiu e Marlene corou – Pois então, depois que eu recebi a carta e ela me beijou – ele deu um sorrisinho torto para a loira – Nós conversamos no fim de semana, foi quando decidimos tentar. Fiquei afetado pelas coisas que li e depois de pensar a respeito, decidi falar com ela, que aceitou que nós déssemos uma chance para ver o que acontece.

Sirius falou com tanta firmeza e segurança, que até Marlene acreditou por um momento que aquela fosse a verdade.

Lily os olhou ainda desconfiada, mas definitivamente balançada com a história que o garoto acabara de contar.

— Por que você resolveu mudar de ideia? – perguntou à amiga.

Marlene pensou alguns instantes antes de responder.

— Sirius foi gentil comigo depois da história das cartas, e durante todos esses anos eu sempre ouvia de você, James, ou de outras pessoas, que eu e ele somos muito parecidos em alguns aspectos. Acho que isso me fez querer testar se vocês estavam certos ou não.

— Certo! – foi a única coisa que Lily falou.

— Você agindo desta maneira, até parece que não nos quer juntos – Sirius disse.

— Não é isso! Só não quero que você saía machucada, de novo! – Lily respondeu olhando para Marlene. – Mas se é o que você quer... Não estou torcendo contra nem nada, só me preocupo.

— Eu sei! E está tudo bem, não vou me machucar – Marlene afirmou, dando um meio sorriso.

— E se isso acontecer, eu vou acabar com você Sirius! – a ruiva ameaçou se levantando, mas tinha um pequeno sorriso nos lábios – Vou deixar vocês dois a sós.

— Mal começamos a namorar e eu já recebi duas ameaças. Estou começando a ficar preocupado, Marlene!

— É só para te deixar esperto – Lily disse, se afastando.

Marlene se jogou de costas na grama, suspirando. Sirius se deitou ao lado dela.

— Você viu? Lily está desconfiada!

— Mas nos saímos bem – ele afirmou. – Logo ela se acostuma.

— A gente deveria ter feito um plano antes de começar com isso.

— Bom, você deveria ter pensado nisso antes de ter contado para o seu ex – Marlene rolou os olhos.

— É sério Sirius, temos que combinar como vai ser.

— É só mantermos essa mesma história que contamos a Lily. Você tinha me escrito uma carta há alguns anos que foi entregue sem que você soubesse como, eu fui falar com você aquele dia no campo sobre isso, e eu sendo o cavaleiro que sou, te deixei mexida e por isso você me beijou. Depois, nós conversamos, eu disse que queria tentar e você não resistiu ao meu charme.

— Haha, você é uma graça – ela falou sarcástica. – Não quero que as pessoas saibam que eu escrevi uma carta de amor para você! – ela fez uma careta de desdenho.

Sirius gargalhou.

— Sinto muito, mas é uma essa história bem concisa. Lily sabe que o lance da carta foi real, não tem como inventar outra coisa, ela saberia que é mentira. E eu já falei essa versão para ela, de qualquer maneira.

— Tá – ela concordou a contra gosto – Porém, você implorou para que eu te desse uma chance porque de inicio eu não queria, pois tinha conhecimento do cachorro que você é – ele soltou uma exclamação indignada. – E como você ficou mesmo sentido pelas coisas que leu, achou que valia a pena insistir porque queria muito saber onde isso poderia dar. Achou que talvez fosse o destino ou algo assim, que fez a carta ir parar com você.

Sirius revirou os olhos.

— Isso é ridículo!

— Sinto muito – ela o imitou. – Mas foi o que aconteceu – sorriu.

— Tanto faz, pelo menos não fui eu quem escrevia declarações.

— Até quando vamos fazer isso? – ela questionou, ignorando o que ele tinha dito.

— Não sei, até quando der vontade.

— Ok! E tem mais uma coisa, não podemos dizer a verdade para ninguém de jeito nenhum – Marlene falou, olhando atentamente para Sirius.

— Tudo bem, porém, essa regra vale mais para você! Pensa que eu não vi o olhar culpado que você estava dando a Lily minutos atrás? Se ela apertasse mais um pouco, você teria confessado todos os seus podres.

— Você não viu a maneira como ela olha para gente? Me sinto como se tivesse cinco anos novamente.

— Você tem que ser firme, McKinnon! Ninguém pode saber disso!

— Não vão! Não quero, sob nenhuma circunstância, que saibam que aceitei um namoro falso com você.

— Você fala assim, mas no fundo eu sei que está nas nuvens com esse relacionamento – Sirius riu e bagunçou os cabelos dela.

 


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Notas finais do capítulo

Oiii gente, tudo bem??
Espero que gostem dessa atualização, e se quiserem comentem!
Muito obrigada a quem está acompanhando!!!!
Beijos ♥



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