Lionheart escrita por Carol


Capítulo 18
Capítulo 18




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— Hey – Sirius chamou a atenção de Marlene, que estava distraída olhando a paisagem através da janela do expresso que os levava de volta a Hogwarts. – Vai ficar tudo bem! – ele continuou, fazendo um carinho na mão da loira.

A garota suspirou com pesar.

O recesso de fim de ano havia chegado ao fim e ela, junto com os demais alunos, estavam retornando à escola para o fim do ano letivo. No entanto, a cabeça de Marlene estava muito longe dali. Há cerca de dois dias, seus pais haviam sofrido uma tentativa de ataque de Comensais da Morte, a mando de Voldemort.

O bruxo das trevas estava reunindo cada vez mais seguidores e os ataques, que a princípio eram apenas direcionados aos não bruxos e nascidos trouxas, agora também vinham ocorrendo a todos que não compactuavam com os seus ideais e se recusavam a juntar-se a ele, de modo que, tais represálias estavam acontecendo de maneira cada vez mais frequente e clara.

E por mais que seus pais tivessem se saído bem e sem ferimentos do duelo, Marlene sentia-se extremamente angustiada quanto a segurança dos mesmos e do restante de seus familiares, visto que os McKinnon estavam sendo um grande nome da oposição frente as barbáries que estavam acontecendo.

— Não sei Sirius, o cenário não é dos melhores, não é? – ela suspirou. – Eu já andava com medo do que poderia acontecer a minha família, depois desse ocorrido então... Eu sei que eles estão bem e sei também que são ótimos bruxos, mas hoje mesmo aconteceu o massacre a mais uma família que se recusou a juntar-se a ele.

— Eu entendo sua preocupação, também me sinto assim. – ele puxou a loira para um abraço e passou a fazer um carinho em seus cabelos. – Sei que não tem muito o que dizer para te fazer sentir-se melhor, mas foi apenas um susto, eles estão bem! E é como você disse, eles são bruxos excelentes e Dumbledore tem reunido os melhores na Ordem da Fênix, eles vão conseguir se virar e cuidar uns dos outros.

— Sim, eu sei. Mas é como se parte de mim estivesse lá com eles.

— Eu sei que é difícil não pensar em tudo o que está acontecendo ao nosso redor, ainda mais depois de ter acontecido algo tão próximo. Mas pense que seus pais não vão querer te ver assim – ele deu um beijo dos cabelos dela. – Além do mais, temos que aproveitar esses últimos meses de distração na escola, porque depois teremos que estar prontos e cem por cento focados nessa guerra e com as missões da Ordem.

Marlene assentiu e suspirou alto.

— Sim, eu só desejo que tudo isso acabe o quanto antes!

— E vai! Logo o velho Dumbledore acaba com ele – Sirius disse e Marlene riu. – Mas enquanto isso, pode ficar tranquila que eu vou te protegendo.

A loira rolou os olhos com o meio sorriso nos lábios, achava fofo que Sirius estivesse a todo custo tentando a distrair e fazer com que se sentisse menos preocupada quanto a todo o resto.

— Eu sou muito melhor duelando do que você Sirius.

— Não se esqueça que eu e James já enfrentamos dois Comensais sozinhos – ele respondeu com um falso ar de superioridade.

— Isso é o que vocês dizem, né? – ela retrucou para provocá-lo, mesmo sabendo que a história era real.

— Fala sério, McKinnon, Dumbledore me convidou para a Ordem não foi atoa não!

Sirius respondeu sério fazendo com que Marlene gargalhasse.

— Ih, você se estressa muito rápido!

— É a convivência com você e com a Lily, estou pegando até o jeito! – Marlene deu um tapa em seu braço – Viu só?

— Mentiroso, não me estresso fácil! Agora anda que estamos chegando já – a garota levou e se virou para o moreno – Dá uma licença para eu me trocar.

— Por que? Não tem nada aí que eu não tenha visto – ele disse com um sorriso malicioso.

Marlene até tentou se manter firme, mas foi impossível evitar que as bochechas corassem com a fala do garoto e a maneira como ele a olhou.

Sirius soltou uma gargalhada alta, se levantando e aproximando-se de Marlene. Deixou um beijo demorado na bochecha da mesma e falou em seu ouvido:

— Tudo bem, estou saindo. Mas se precisar de ajuda com alguma coisa é só me chamar que vou estar aqui na porta – e deixou um selinho em seus lábios. – Porém, na minha vez eu vou precisar muito da sua ajuda com um zíper aqui em baixo.

Marlene rolou os olhos, tentando ao máximo não rir das besteiras que Sirius falava, e o empurrou para fora da cabine.

Quando o trem parou na estação de Hogsmeade, Sirius e Marlene se encontraram com Lily, James e Remus, que haviam passado boa parte da viagem no vagão dos monitores, recebendo algumas instruções sobre a retomada as aulas.

— Primeiro as damas – Sirius lhe disse todo galanteador quando chegaram até a carruagem, estendendo as mãos para ajudar ela a subir.

Marlene deu risada, enquanto aceitava a ajuda do moreno. Lily soltou um barulho engraçado com a boca, cantarolando:

— Que lindos!

— Merlin, quando eu ia imaginar você nessa situação, hein Padfoot. – James disse negando com a cabeça.

— Ele está um amor, estou até estranhando – Marlene falou fazendo graça. – Já estou esperando por alguma notícia sobre algo que ele tenha aprontado.

— Eu sou sempre um amor, McKinnon. – ele rebateu, sentando-se ao seu lado.

O restante do trajeto até Hogwarts foi tranquilo, assim como o banquete. Sirius permaneceu junto a Marlene até o momento em que ela decidiu ir se deitar, procurando fazê-la se sentir melhor e acolhida.

***

Os dias que se seguiram não foram calmos como Marlene achou que seriam. Quando James disse que eles ganhariam o torneio de quadribol a todo custo, ele não estava brincando. Desde que voltaram do recesso, o capitão do time da Grifinória estava promovendo treinos tão pesados, que a loira tinha certeza que eram os mesmos que eram oferecidos pelo Ministério da Magia na formação de aurores.

— Juro por Morgana que eu vou morrer – Marlene resmungou ofegante, jogada no gramado do campo de quadribol.

— Você está reclamando agora, mas vai me agradecer quando estiver comemorando a taça.

— Eu não vou conseguir comemorar se estiver morta, Potter – ela berrou indignada.

Sirius, que estava jogado em outro ponto do gramado, foi dar risada da fala da garota e gemeu de dor.

— Vocês andam muito mal acostumados, por isso estão nessa moleza toda.

— Sério Prongs, não é possível que você não esteja cansado.

— Não estou, isso porque eu sou um atleta, e não preguiçoso igual a vocês. Agora andem, a pausa acabou, quero cada um em sua posição.

Marlene que estava se levantando, pegou um balaço que estava próximo a si e jogou em direção ao amigo, acertando em seu braço.

— Ai Marlene, ‘tá maluca?

— Só vendo como andam seus reflexos, imagina ser acertado por um balaço e ter que ficar fora durante o próximo jogo? – ela disse de maneira inocente e arrancou risada do restante do grupo, que estavam tão sedentos quanto ela para se vingar de James.

—  Já que você anda cheia de gracinha, vai ter que dar cinco voltas no campo para se aquecer novamente.

A loira gemeu alto e resmungou falando que se tivesse que se aquecer mais, acabaria pegando fogo. James, que permaneceu impassível, apenas tornou a apontar para a lateral do campo e ela teve que respirar fundo para não acabar o azarando, questionando-se se ele era realmente tão importante para si.

Após tomar um banho pós treino, Marlene acompanhou os garotos para o jantar, apenas para não correr o risco de passar mal por não comer, porque estava tão exausta que poderia ir direto para sua cama.

— Nossa, vocês estão péssimos! – foi a primeira reação de Lily quando os viu.  

— Grava bem essas caras, Lírio, porque são os campeões da taça esse ano. Não tem para ninguém! – James disse convicto.

Lily fez uma careta parecendo meio incerta quanto a isso, e Marlene não a julgava. Estavam tão cansados que um grupo de trasgos os venceriam no quadribol naquele momento.

Mais tarde naquela noite, os amigos se encontravam juntos no salão comunal da Grifinória, depois de se reunirem para fazer alguns trabalhos que estavam pendentes.

— Nossa, se você continuar assim eu juro que vou dormir aqui – a loira disse para Sirius, que estava fazendo uma massagem em seus ombros.

— Dorme comigo essa noite – Sirius pediu para ela baixinho.

Marlene fitou o garoto com a sobrancelha arqueada.

— Olha meu estado – ele retrucou, a fitando nos olhos. – Estou falando só de dormir mesmo – ela riu. – Lily não vai te dedurar e juro que te acordo a tempo para se arrumar amanhã sem se atrasar!

A loira, que não precisava de muito para ser convencida por Sirius, se despediu dos amigos e se encaminhou para o dormitório masculino com ele. O local estava vazio, pois como ainda era cedo, a maioria dos alunos estava socializando no salão comunal.

Marlene se jogou na cama enquanto observava Sirius arrumar a cortina para cobrir o espaço. O moreno se deitou ao seu lado e a aconchegou em seu peito, passando a fazer um carinho em seus cabelos.

— Seu cheiro é tão bom – ele disse. – Juro que poderia passar o dia inteiro assim.

Marlene sorriu.

— Eu também – concordou e deixou um beijo na mandíbula do garoto.

— Sério, eu gosto tanto de estar com você, que é louco pensar que antes a gente não se dava bem.

— Sim, parece que nós estamos nessa há tanto tempo – ele assentiu em concordância.

— E eu não quero te ter longe – ele a encarou. – Então você tem que me prometer que não vamos nos afastar.

Marlene não respondeu, ficou pensando um pouco sobre isso. Sabia que as coisas entre ela e Sirius estavam bem, principalmente depois da discussão que tiveram por causa da Matt há meses atrás, e por mais que achasse que tudo estava indo bem sem os rótulos, também não poderia deixar de se questionar sobre o que eles tinham e o que pretendiam um com o outro. No entanto, ficava postergando essa conversa porque não queria mexer no que já estava bom, mas também não conseguia deixar de sentir-se receosa de estar colocando suas expectativas em algo que poderia não estar sendo correspondido na mesma intensidade, ainda que Sirius não demonstrasse isso.

No entanto, não conseguiu refrear-se quando perguntou:

— O que nós temos, Sirius?

— Como assim?

— Você sabe, o que está rolando entre nós dois?

E então foi a vez de ele ficar em silêncio, parecendo ponderar sobre sua pergunta.

— Não sei, Marlene. Não consigo definir, só sei que gosto de estar contigo.

— Mas nós continuarem fingindo para os outros até quando?

— Você está incomodada? – ele questionou, a fitando nos olhos.

— Não, não é isso. É só que às vezes me pego pensando nessas coisas, não podemos ficar fingindo pra sempre, não é?

— Onde você quer chegar? – perguntou incerto.

— Em lugar nenhum, Sirius – ela respondeu com a voz levemente irritada.

Do jeito que ele falava parecia que ela estava o pressionando a assumir algo sério, quando na verdade só queria entender melhor o que se passava entre eles.

— Que foi? Você está brava?

— Não! – ela respirou fundo. – Não estou te pedindo em namoro, nem nada – rebateu.

— Não falei nesse sentido, Marlene. Só queria entender o porquê de você estar falando sobre isso agora, achei que as coisas estivessem bem dessa forma.

— E estão! Mas eu não sei, não estipulamos uma data para terminar com isso e também as coisas estão diferentes agora, fico confusa.

— Eu também fico! – ele suspirou. – Mas você tem que deixar acontecer e viver o momento.

Marlene suspirou e não disse mais nada. Queria conversar com Sirius para entender e ele a deixava mais confusa do que estava anteriormente.

— Que foi? Está brava comigo?

— Já disse que não – ela disse em um tom de voz mais ameno.

— Então me dá um beijo – ele pediu, a puxando pra cima dele e fazendo um bico.

Marlene tentou segurar o sorriso, mas falhou, e deixou um beijo demorado nos lábios do moreno.

Mais tarde, quando Sirius já estava dormindo, a loira ficou observando o rosto sereno do garoto, enquanto sentia o peso de seus braços em sua cintura. Queria muito conseguir deixar as coisas acontecerem e viver apenas o momento, mas se via cada vez mais envolvida com Sirius, e frequentemente, a três palavras proibidas se passavam em sua cabeça nos momentos como aquele, que tinha o moreno tão próximo, e o fato do futuro parecer cada vez mais incerto fazia com que tais sentimentos ressoassem com ainda mais intensidade, e isso a assustava, pois não queria se magoar novamente.


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Notas finais do capítulo

E a margarida apareceu com mais um capítulo!!!

Como vocês estão? Espero que bem!

Não tenho nem cara mais para me desculpar pelos atrasos, mas esse último semestre da faculdade foi realmente um caos e sugou toda a minha energia. Porém, agora já entreguei tudo e estou formadíssima, depois de longos cinco anos de sofrimento, amém!!!!

Espero muito que vocês gostem dessa atualização, quero trazer o próximo capítulo o quanto antes para terminar logo essa história, que está quase no fim.

Peço desculpas de antemão por qualquer erro, pois acabei revisando só por cima.

Enfim, é isso. Um beijão e até breve ♥



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