Lionheart escrita por Carol


Capítulo 1
Capítulo 1




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Fazia um dia agradável em Londres, o sol brilhava no céu, mas uma leve brisa se fazia presente, tornando o clima ameno para curtir as últimas semanas de verão.

Marlene estava em seu quarto, arrumando seus pertences para a volta às aulas, sentia-se ansiosa para voltar a Hogwarts. Não que ela não apreciasse a companhia de sua família, porém estava com saudades da escola e de seus amigos.

A garota estava indo para o seu último ano, e pensar sobre aquilo estava lhe causando uma mistura de nostalgia e animação. Afinal, eram inúmeras as incertezas que a esperava após concluir seus estudos. Não sabia ainda o que iria fazer dali em diante, e o fato de uma guerra ser dada como uma certeza para a maioria da comunidade bruxa, não tornava muito animador pensar sobre o futuro. Entretanto não podiam simplesmente ignorar que certo bruxo das trevas estava conseguindo reunir cada vez mais seguidores, e os ataques aos trouxas e nascidos trouxas vinham sendo cada vez mais comuns.

E era graças a todas essas imprecisões a cerca do que estava por vim, que Marlene esperava fazer um bom proveito de sua ultima passagem pela escola antes de se formar.

A loira teve sua atenção puxada de volta à realidade quando ouviu uma voz muito familiar chamar seu nome.

— Lene? É seguro entrar?

A garota riu.

— Sim, James! Estou totalmente vestida – ela respondeu com sarcasmo na voz.

A porta foi aberta pelo garoto alto, de olhos castanhos levemente esverdeados e cabelos muito negros.

Marlene sorriu com a visão do melhor amigo, recebendo outro sorriso em troca. E ele não demorou a caminhar até ela, que estava sentada no chão próximo ao seu closet, em uma confusão de roupas e livros.

— Por Merlin, Marlene! Você precisa mesmo tirar todo o seu guarda roupa para fora só para montar uma mala? Parece que um furacão passou por aqui.

— Faz umas duas semanas que não nos vemos e ao invés de me cumprimentar com decência você vai ficar julgando minha bagunça, Potter? – ela rebateu com falsa indignação na voz.

James sorriu e se inclinou na direção da garota, deixando um beijo em sua bochecha.

— Também estava com saudades, meu bem. Como vão as férias? – ele perguntou sentando-se ao seu lado.

— Já estiveram mais animadas, atualmente não ando tendo muita coisa para fazer – ela suspirou pesarosa. – E não me pareceu que você estava realmente com saudades, já que me abandonou por semanas! Por falar nisso, cadê sua siamesa?

O garotou rolou os olhos para o drama da amiga, rindo.

— Sirius foi passar à tarde na casa do Remus – respondeu. – Não seja tão ciumenta.

— Ciúme está totalmente fora do meu vocabulário – ela fitou o moreno com um olhar resignado. – Só achei engraçado o fato de você ter passado as férias inteiras agarrado no Black. Sabe, grude demais não faz bem para o relacionamento.

— E o que você sabe sobre relacionamentos? – debochou.

— Mais do que você, com certeza.

— Até parece McKinnnon, você anda tão encalhada que eu já até tinha cogitado a possibilidade de fazer algum concurso de namoro em Hogwarts para ver se assim você encontrava alguém.

— Se eu fosse você estaria me preocupando com a sua vida amorosa e não com a minha. O plano Jily continua firme por mais um ano? – a garota sorriu debochada.

— Pode tirar esse seu sorriso irritante do rosto. Você mesmo tinha me dito que percebeu a mudança da Lily ao meu respeito – ele apontou. – E agora que eu vou ser monitor chefe...

— Quê? – a garota guinchou, interrompendo-o. – Você monitor chefe? Dumbledore só pode ter enlouquecido.

— Obrigado pelo voto de confiança, é sempre bom ter você para me apoiar em todas as conquistas da minha vida.

Ela revirou os olhos.

— Não faça essa cara! Eu tenho mais do razão por estar surpresa. Você e Sirius faltam colocar fogo na escola, seria mais plausível que Remus fosse eleito – ela respondeu.

— Eu sei, também fiquei surpreso quando recebi a carta. Para falar a verdade ainda estou esperando receber outra correspondência do Dumbledore me dizendo que se enganou – James falou risonho.

— Tia Euphemia deve estar nas nuvens – sorriu.

— De inicio ela achou que era uma tentativa minha e de Sirius de lhe pregar uma peça – eles riam. – Mas depois ela ficou fora de si de felicidade, porém meu pai ainda está descrente.

A loira gargalhou.

— Fico feliz por você, quem sabe assim você não toma jeito! – ela disse só para provoca-lo, no que ele rolou os olhos.

Apesar de não ser nenhum santo, James vinha melhorando muito seu comportamento, agindo de maneira mais responsável e madura. Tanto que até Lily notara a mudança.

— Só não faço ideia de como fará para acobertar seus amigos, já que Lily também será monitora chefe esse ano, e como você bem sabe, ela não é lá de cair no seu papinho furado – ela acrescentou com um sorriso torto nos lábios.

Adorava ver o olhar idiota e apaixonado que tomava conta das feições do amigo sempre que o nome de Lily vinha à tona.

— Evans vai ser monitora chefe também? – perguntou, tentando inutilmente não parecer tão empolgado.

— Sim, ela ficou bem feliz. – Marlene sorriu. – Aliás, Lily, ao contrario de você, me escreve e faz visitas nas férias – acusou.

— Tão dramática... Eu te escrevi enquanto você estava viajando, e você foi me visitar, o que dá no mesmo do que se eu tivesse vindo. – argumentou. – Além do mais, você sabe que o Sirius está morando lá em casa, não queria que ele ficasse se sentindo desconfortável se eu o deixasse sozinho com meus pais.

— E desde quando o Black se sente desconfortável em algum lugar? – o garoto riu, sabendo que aquele era um argumento totalmente válido.

— Enfim, vamos tratar de assuntos que realmente importam. Então você andou falando com a Lily?

Marlene não conseguiu conter a risada ao ver o olhar interessado do amigo.

— Ela é minha melhor amiga, então sim, a gente andou se falando bastante – ela respondeu divertida.

Marlene e James eram amigos desde que se entendiam por gente. Isso porque suas famílias eram bem próximas, então eles acabaram convivendo um com o outro praticamente do momento em que nasceram. E como se não bastassem todos os anos de convivência, os dois ainda compartilhavam da mesma casa em Hogwarts, a Grifinória, além de fazerem parte do time de quadribol da casa, ele como artilheiro e capitão, e ela como apanhadora. E ainda que tivessem feitos novos amigos desde que ingressaram na escola, eles continuavam tão próximos quanto poderiam ser.

Ambos se consideravam como irmãos. James, que era filho único, cresceu sendo muito apegado a garota. E Marlene, apesar de ter um irmão somente três anos mais velho, sentia-se mais próxima a James do que ao garoto. Não que eles não tivessem uma boa relação, se davam muito bem, mas estava tão acostumada a fazer tudo com o Potter sempre, que acabaram criando uma relação de muita cumplicidade, e ela sentia que poderia contar com ele para qualquer coisa.

O fato é que James era apaixonado por Lily, a melhor amiga de Marlene e que também era uma companheira grifinória, desde o quarto ano deles na escola, mas a ruiva nunca deu qualquer chance ao garoto. Lene tinha até tentado ajudar o amigo, porém não obtivera nenhum sucesso.

Marlene até se esforçava para ser neutra na situação, já que os dois eram igualmente importantes para ela, mas não podia negar que era totalmente a favor do casal, e torcia internamente para que os dois se ajeitassem.

— E ela mencionou algo sobre mim? – perguntou como quem não quer nada. – Agora que ela já te admitiu que me acha um cara muito legal – ele sorriu convencido.

— Oh, você quer dizer quando ela disse que você andava menos irritante?

— Detalhes McKinnon, detalhes – ele respondeu sabiamente. – Vê? Tudo está conspirando ao meu favor. Lily e eu já tínhamos nos aproximado um pouco, e agora vamos passar mais tempo juntos com esse lance de monitor. Nós dois ficaremos juntos, desse ano não passa.

Marlene gargalhou com a afirmação do amigo, chegando até a engasgar com a risada. Quando finalmente conseguiu se recuperar, um pequeno filete de lagrima rolava pelo canto de seu olho esquerdo.

— Eu sinceramente admiro sua perseverança, Lily devia te dar um crédito só por isso – zombou. – E é bom que seja esse ano que você consiga algo com ela mesmo, já que vai ser o nosso último antes de nos formamos, não é? Se não for agora, não vai nunca mais.

— Gosto do seu otimismo – James falou sarcástico.

— Você sabe que eu totalmente torço por você, e uma hora ela vai ter que dar o braço a torcer, nem que seja por cansaço.

— Nossa, mas hoje você acordou engraçadinha, né? – o garoto disse jogando uma camiseta na cara dela.

— Fazia tempo que não te irritava – ela se justificou rindo.

Os dois continuaram a conversar enquanto Marlene terminava de arrumar seu malão e James, que dizia estar a ajudando, bagunçava mais ainda seu guarda roupa, mexendo e tirando tudo do lugar.

***

— Vou ir preparar algo para comermos, ficaria grata se você parasse de zonear ainda mais meu quarto enquanto isso – Marlene disse ao garoto que agora estava dentro de seu closet.

— Quer que eu te ajude? – perguntou colocando o rosto para fora.

— Não precisa, pode ficar a vontade – James deu os ombros, voltando para o que estava fazendo.

Marlene desceu para a cozinha, onde preparou um pequeno lanche para ela e o amigo. Não levou mais do que dez minutos. Quando voltou ao seu quarto, e chamou por James (que permanecia dentro de seu armário) para que o mesmo fosse comer, notou a feição estranha que o garoto tinha em seu rosto quando adentrou o cômodo.

— Que foi? – ela perguntou arqueando a sobrancelha.

— Nada – desconversou. – O que você preparou?

— Sanduiches – ela respondeu ainda o analisando.

— Ótimo, estou morrendo de fome.

Ela observou o garoto se servir com um olhar desconfiado, conhecia James como a palma de sua mão e sabia quando ele estava escondendo algo.

— O que você aprontou Potter?

— Nada Lene – se fez de desentendido. – Por que está perguntando isso?

— Porque eu te conheço bem o suficiente para saber quando você está tramando algo.

— Não estou tramando nada, que ideia é essa? – fitou a garota. – Estava apenas dando uma olhada nas tralhas que você acumula.

A garota apenas revirou os olhos e optou por não questiona-lo mais. Porém, esperou o restante da tarde inteira para que o amigo fizesse alguma pegadinha ou algo assim, mas nada aconteceu.

Depois que ele foi embora, já no começo da noite, ela ainda vasculhou por todo o seu quarto tentando achar qualquer coisa diferente, mas não tinha nada. Se dando por vencida, se convenceu de que talvez o garoto só estivesse sendo o Potter habitualmente estranho, e não tinha nada demais no comportamento dele.

Quando finalmente terminou de arrumar seu quarto, já era bem tarde e ela não teve forças para nada além de ir dormir. 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Oi gente, tudo bom?

Acho que vocês já devem estar imaginando pela sinopse, mas essa história vai seguir a premissa do filme "Para todos os garotos que já amei". Eu peguei mais ou menos a ideia central do filme, porém não pretendo seguir a risca, até mesmo porque o universo de HP é bem diferente hahaha.

Bom, faz anos que eu não escrevo nada e por isso estou um pouco insegura. Mas eu sempre AMEI ler histórias sobre Harry Potter, principalmente envolvendo a época dos Marotos, e apesar de eu ler DE TUDO, o casal Blackinnon acabou ganhando um lugar quentinho no meu coração, e depois de ter a ideia pra essa fic, eu pensei: por que não? E cá estamos!

Pretendo fazer atualizações uma vez por semana, mas dependendo de como as coisas fluírem, podem sair antes disso.

Espero que gostem, e se gostarem, não deixem de comentar. Beijos!!!



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