Lionheart escrita por Carol


Capítulo 2
Capítulo 2




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O dia 1º de setembro chegou mais rápido do que Marlene imaginara. Em um momento estava reclamando do quão entediada estava se sentindo nos últimos dias de férias, e no outro se encontrava na correria para arrumar tudo e chegar no horário na estação King's Cross.

Por mais que tentasse ser a mais organizada possível para não chegar atrasada nos lugares, Marlene tinha a impressão que sempre algo iria conspirar contra seus planos. Toda vez era o mesmo estresse na volta às aulas, ela correndo de um lado para o outro tentando não esquecer nada, seu pai alertando que ela iria perder o trem, e sua mãe a perseguindo pela casa tentando ajuda-la a reunir tudo – porém, mais atrapalhando que de fato ajudando, enquanto lhe repreendida por ser tão enrolada. Um verdadeiro caos que a fazia jurar a si mesma que no ano seguinte faria tudo com calma.

Mas não teria uma próxima vez, e ela quebrara a promessa pelo sétimo ano consecutivo. Tinha que admitir, era um desastre se tratando de cumprir horários. Não que se orgulhasse disso.

Quando Marlene finalmente atravessou o portal para a plataforma nove três quartos, teve de forçar seu olhar em meio ao mar de alunos e a fumaça leve que preenchia o local, procurando por algum rosto conhecido. Não demorou a achar Lily parada em um canto mais afastado, parecendo procurar por alguém também.

Deu um leve sorriso com a visão da amiga e se virou para os seus pais.

— Ali está Lily – avisou. – Vamos lá falar com ela.

O casal e a garota seguiram em direção ao outro extremo da plataforma, onde a ruiva se encontrava. Lily sorriu animada assim que os viu.

— Lene, eu estava te procurando! Pensei que não tivesse chego ainda – disse puxando a amiga para um abraço apertado.

— Eu acabei de chegar – Marlene respondeu retribuindo o gesto.   

Os McK­innon puxaram a ruiva para um abraço em conjunto, fazendo-a rir levemente.

Madelaine e Robert consideravam-na como parte da família. Era comum a presença de Lily na casa do casal durante as férias, além de Marlene estar sempre falando sobre a amiga, e o fato de Lily ser uma das pessoas mais gentis que eles puderam conhecer não tornava muito difícil se apegar a garota.

— E então Lily, está animada para o último ano? Porque Marlene não parou de falar sobre isso – a senhora McKinnon perguntou após se cumprimentarem.

— Eu estou bem animada também – respondeu sorrindo. – Espero que tenhamos um ótimo ano.

— Eu tenho certeza que terão – a mulher sorriu carinhosa. – Não se esqueçam de aproveitar bastante.

— E tenham juízo! – o pai de Marlene completou.

Lily e Marlene riram assentindo com a cabeça, prometendo desfrutarem na medida certa.

Depois de alguns poucos minutos de conversa, o apito anunciando que o trem partiria em breve soou. E o casal ajudou as duas garotas a embarcarem seus malões, se despedindo de ambas.

— Se cuidem – Madelaine disse, dando um beijo no rosto e um abraço em Marlene, e depois em Lily. – Não se esqueça de escrever, Marlene. Ou eu juro que não pouparei nos berradores!

A garota fez uma leve careta de desaprovação, enquanto Lily soltou uma gargalhada.

— Não irei mamãe, ainda mais depois dessa ameaça.

— Qualquer problema não hesite em nos contatar, querida – Robert pediu, dando um último beijo na filha – E cuide de suas notas.

— Eu sempre cuido – a loira sorriu marota.

Marlene e Lily subiram no trem, se colocando de frente a janela, acenando para o casal até que começaram a se distanciar o bastante, de modo que não conseguiram mais enxerga-los.

— Vamos procurar logo uma cabine antes que fiquem todas cheias – Marlene disse rumando pelo corredor, sendo seguida de perto pela ruiva.

— Você viu a Alice e a Dorcas? – Lily perguntou.

— Não, a única pessoa conhecida que eu vi foi você. Nem James e os marotos eu encontrei, e olha que é difícil não vê-los, eles não são exatamente o que podemos chamar de discretos.

Lily riu e soltou um murmuro em concordância.

— Enfim, logo elas aparecem – a ruiva respondeu.

Marlene acenou que sim e finalmente achou uma cabine desocupada.

— Até que enfim, achei que teríamos que atravessar o trem inteiro – a loira disse, puxando seu malão para dentro.

— Você é tão exagerada! Nem precisamos procurar tanto assim.

As duas se acomodaram, arrumando suas coisas no pequeno cubículo, sentando-se de frente uma para outra.

— E então, como foi o restante da sua viagem? – Marlene perguntou.

 Lily tinha ido passar as últimas semanas das férias numa viagem em família para a França. E tinha escrito a amiga, inúmeras cartas durante esses dias, contanto dos lugares e pessoas legais que havia conhecido.

— Foi realmente divertido! Tirando as vezes que Petúnia resolvia ser bem irritante. Ela anda cada vez mais difícil de lidar – suspirou. – Mas eu gostaria de voltar lá outra vez, talvez até pudéssemos ir juntas – ela sugeriu, sorrindo para a amiga.

— Isso seria bem legal, uma viagem das garotas! – Marlene disse animada.

 – Sim, a gente deveria mesmo fazer algo assim – concordou. – Eu já ia me esquecendo, te trouxe um presente, mas te entrego quando chegarmos.

— Sério Lily? Você sabe que sou curiosa – ela fez biquinho.

— É só uma lembrança boba Lene, nada de mais!

— Isso não me deixa menos interessada. Você sabe, não é? – Marlene contrapôs, arrancando uma risada da amiga.

A ruiva suspirou, se dando por vencida pelo olhar pidão da garota, rolando os olhos ao se levantar, indo até seu malão de onde tirou um pequeno embrulho e entregou para Marlene.

— Quê isso? – a loira perguntou observando o objeto em suas mãos.

— É um globo de neve! Tem uma miniatura da torre Eiffel, e se você chacoalhar começa a nevar.

Marlene fez o que a amiga disse e sorriu.

— É o que os trouxas chamam de souvenir, uma maneira de guardar lembranças de um destino turístico. É usado para decorar – Lily falou.

— Esses trouxas inventam cada coisa! Lembra a neve de verdade – ela sorriu maravilhada para o presente. – Eu adorei Lily, obrigada!

Lily riu da fala da amiga.

— Não foi nada, você sabe que eu gosto de fazer essas coisas – disse dando os ombros.  

***

 Lily e Marlene continuaram a conversar por mais algum tempo, até que as outras integrantes do grupo, Alice e Dorcas, se juntassem a elas. As quatro grifinórias quase nem viram o tempo passar, eram assuntos demais para colocar em dia.

Alice contava sobre as novidades de seu namoro com Frank – que agora estava participando do treinamento para se tornar um Auror. Enquanto Dorcas falava dos passeios que fizera em família. Só diminuíram o ritmo quando Lily teve que deixa-las para se juntar aos monitores na reunião que sempre faziam no retorno a Hogwarts.

Neste meio tempo, Marlene acabou tirando um cochilo no ombro de Alice que lia um livro sobre herbologia, do qual a loira não deu muita importância. E Dorcas comia o que tinha sobrado de sapos de chocolates, enquanto apreciava a paisagem pela janela do trem.

O sol já estava começando a se pôr quando Lily retornou a cabine, com um James Potter em seu encalço.

— Oi garotas – ele cumprimentou com um sorriso de lado.

As três retribuíram a saudação.

— Lene, onde você se meteu que eu não te vi? – o garoto perguntou.

— Estava aqui o tempo todo James – ela disse se espreguiçando.

— Você sabia que ele também é monitor chefe? – Lily questionou a loira, que deu um sorrisinho. – E você não me disse nada? Você é terrível McKinnon!

— Lily, isso iria mudar alguma coisa? – Marlene perguntou risonha – E não foi proposital, eu tinha me esquecido.

— Não mudaria nada, mas eu poderia ter me preparado psicologicamente – ela retrucou.

— Ei! Eu não fiz nada, fiquei na minha o tempo todo – James se defendeu.

— Mas eu levei um choque! Depois de tudo que você e seus amigos aprontaram pela escola, te nomear monitor chefe é inesperado, na falta de palavra melhor – a ruiva respondeu. – Será que Dumbledore começou a caducar?

Lily fez uma cara de quem estava realmente cogitando essa ideia, no que as outras garotas gargalharam, e James lançava seu melhor olhar de indignação.

— Eu também fiquei bastante surpresa quando ele me deu a noticia – Marlene contou. – Acho essa hipótese a respeito do Dumbledore totalmente válida!

— Se eu fosse você começava a me tratar melhor! Afinal, eu posso te dar detenções agora – o garoto retrucou com um sorriso de escárnio.

Marlene o olhou com falso aborrecimento.

— Acho que a professora McGonagall vai gostar de saber que o novo monitor chefe mal começou e já anda abusando do poder.

— Vai se ferrar Marlene! – James exclamou rindo e se esticou para bagunçar os cabelos da loira. – De qualquer maneira, só vim saber se você estava bem, pois não tinha te visto antes.

— Eu cheguei meio em cima da hora – ela deu um riso sem graça e James rolou os olhos.

— Isso porque fazia semanas que você estava arrumando tudo.

— Sou uma garota bastante atarefada James.

— Aposto que é – retrucou sarcástico. – Enfim, vou voltar para a minha cabine porque já estamos chegando à escola e eu preciso arrumar minhas coisas. Vocês deviam se aprontar também!

— Tudo bem, Jay! Nos vemos mais tarde.

O garoto deu um pequeno aceno em despedida e se retirou.

— Então você e o Potter vão trabalhar juntos, hein? – Alice sorriu com malícia para Lily.

— Pode parar com esse sorrisinho, Alice – ela revirou os olhos.

— Vamos lá, Lily! Você vai continuar com essa rincha com ele até quando? – Dorcas perguntou.

— Até ele parar de agir feito um idiota!

— Mas até você concordou que ele estava mudado – Marlene defendeu. – James é um cara legal Lily, ele só gosta de chamar sua atenção.

Alice e Dorcas concordaram, e Lily corou levemente.

— Bom, então ele deveria repensar a estratégia – respondeu. – E ele tem razão, vocês deveriam se arrumar logo. Ao invés de ficar fofocando sobre o Potter.

Alice, Dorcas e Marlene riram, mas resolveram obedecer à ruiva e começarem a se arrumar. Não demorou muito para que o trem estacionasse na estação de Hogsmeade.

As garotas desembarcaram juntas e seguiram com os restantes dos alunos em direção à saída da estação, onde as carruagens que os levariam para a escola os esperavam.

O banquete de recepção se passou sem grandes acontecimentos. Houve a seleção das casas com os alunos do primeiro ano, Dumbledore fez um pequeno discurso dando boas vindas e desejou que todos tivessem um bom ano letivo.

***
          – Estou tão animada – Alice falou sorrindo – É o nosso último ano!

As quatro estavam no dormitório feminino da Grifinória, cada uma devidamente acomodada em sua cama.

— Eu me sinto um pouco nervosa – Dorcas admitiu. – Em pensar que ano que vem não viremos mais para cá.

— Eu me sinto um pouco assim também – Marlene concordou. – Nós fazemos isso desde tínhamos onze anos e essa será a última vez.

— Sim, eu nem sei muito que esperar do futuro – Lily disse.

— Mas não podemos pensar assim! Vivemos momentos incríveis aqui, mas também vamos viver ainda mais coisas daqui para frente.

— Concordo Alice, mas não deixa de dar uma nostalgia – a ruiva falou.

— Mas eu estou animada para saber o que o esse ano nos reserva – Marlene sorriu levemente.

— Um pouco de curtição e beijo na boca – Dorcas sugeriu, fazendo a loira gargalhar e concordar com a cabeça.

— Por Merlin, sim!

— Eu não aguento vocês – Lily disse tentando reprimir um sorriso, enquanto Alice ria.

Elas ficaram mais algum tempo conversando e fazendo planos para o ano que se seguiria, até Lily resolver ser uma estraga prazeres – nas palavras de Marlene, e manda-las dormir. Pois teriam que acordar cedo para as aulas do dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Oiii, gente. Tudo bem?
Aqui está mais um capítulo, e eu espero muito que vocês gostem! Se gostarem, não deixem de comentar, vou adorar saber o que vocês estão achando.
Ah, e também queria muito agradecer quem está acompanhando a história, muito obrigada ♥
Enfim, é isto. Beijos!!!!



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