Damon PDV

Seguindo para meu quarto pude ouvir os batimentos cardíacos da Elena aumentarem. Virei-me e flagrei um momento que, com certeza, eu não iria esquecer: Ela mordia os lábios delicados enquanto olhava para mim indiscretamente sem ao menos perceber que eu a olhava também.

Vesti uma calça e uma blusa qualquer e fui para a sala. Ao me sentar, automaticamnte, Elena já estava com sua cabeça em meu colo e com um olhar triste e tão inocente que me encantava.

_Eu tenho achado Stefan tão estranho, Damon. Agora mesmo fui vê-lo e, sinceramente, não parecia muito interessado em mim – seu olhar parou no vácuo – Ele estava bebendo.

Oops, influência minha.

_...ele me olhava como se fosse...me devorar, não sei.

Como se eu não fosse fazer o mesmo no seu lugar.

_Entendo, realmente entendo – sorri pelo canto da boca -.

_Damon,é sério! – ela deu um tapa em meu braço e sorriu mesmo que só por retribuição à minha brincadeira -.

Seu olhar voltou às cinzas e ela começou o desabafo.

_Stefan não é mais aquele cara que eu conheci, que eu amava tanto. Nossa paixão diminuiu, tudo diminuiu... –

_Mas...?

_Mas parece que esa mudança está ocorrendo comigo também.

Ponto pra você, Damon, pensei comigo mesmo.

_Elena, eu não sou a pessoa mais indicada para te dar conselhos sobre meu irmão, você sabe que nos odiamos, mas uma coisa eu posso lhe dizer: você tem que dar valor naqueles que realmente vêm você com amor e prontidão – sua expressão ficou estranha e ela me encarou como se uma pergunta surgisse em sua mente – Olha, Stefan não é o tipo de pessoa que menospreza os outros, e por mais que eu não goste dele, tenho que admitir que meu irmãozinho sabe como fingir ser humano: sendo bonzinho, generoso e fazendo o segundo grau anos e anos depois de já tê-lo feito só para se sentir “incluido”. Algo está errado, muito errado mesmo.

_Ele não é assim. – Elena ficava repetindo aquela frase como uma criança que não aceitava perder o doce -.

Eu não podia aguentar mais nada daquilo. O irmão bonzinho estava fazendo a mocinha sofrer e eu não deixaria que nada daquilo continuasse

_Nós temos que resolver essa situação. Elena, me ouça. Você vai fazer tudo o que eu te pedir.

Quando as primeiras palavras do meu plano sairiam da minha boca o idiota do meu irmão apareceu entrando bruscamente pela porta da frente

_Hey, como você? Como...

_Como se você já não soubesse...este hotel fora a casa da Lexie irmãozinho, eu posso entrar quando eu quiser.

Ok, aquilo sim era novidade.

_Mas o que você faz aqui afinal? -  perguntei ansiando pular naquele pescoço odioso dele -.

Stefan fingiu não me ouvir e se dirigiu a Elena.

Stefan PDV

_Eu é que pergunto. O que você faz aqui Elena?

Damon me olhou com desdém e se posicionou de uma forma protetora ao lado da Elena passando seu braço por trás da sua cintura. Ela o olhou assustada, mas não se opos ào toque dele.

_Seu irmão é meu amigo, Stefan. Não posso mais visitá-lo?

Claro, amigo de infância. Com o desejo de arrancá-la dos braços daquele...daquele..., não interessa o que ele era, eu só sabia que não aguentava mais vê-lo roubando minha garota de mim outra vez.

_Amigos, sim, amigos – usei o tom mais irônico que consegui – Talvez isso exista de verdade só na sua cabeça, Elena.

Damon soltou Elena quando percebeu que eu estava indo em sua direção.

Ela veio em minha direção com os olhos marejados e me abraçou deixando seu olhar na expressão de derrotado do meu irmão. Não pude deixar de demonstrar a minha vitória. Por mais que Damon tentasse era a mim que Elena amava e, como nos velhos tempos, era a mim que ela escolhia no final.

Saímos pela porta da frente em direção ao meu carro. Abri a porta do passageiro para Elena e entrei do outro lado acelerando o máximo que pude.

Ela fitou minha expressão e seus olhos traziam preocupações dentro deles, e aquilo me irritava.

Enquanto Elena insistia em despertar meu lado bom, generoso e frágil, Katherine voltava a acender aquele Stefan competitivo e que não exitava em conseguir o que queria. Coragem, era tudo o que havia me faltado nesses últimos meses para enfrentar meu irmão de frente e mesmo que eu não me alimentasse de sangue humano como ele fazia, poderia vencê-lo de alguma forma.

_Como sabia que eu estava no hotel? – Elena interrompeu meus pensamentos. Seu olhar parecia tão distante que não pude encontrá-lo -.

_Você é previsível. Bonnie, Caroline, Matt, nenhum deles sabia onde você estava, então só o que me restou foi aceitar o fato de que ver meu irmão teria sido em qualquer das hipóteses sua primeira opção.

_Ele é meu amigo Stefan – ela repetia aquilo e cada vez que pronunciava a palavra amigo ela ganhava mais força -.

Segui o caminho até a casa dos Gilbert em silêncio junto com Elena. Eu estava sentindo algo estranho no ar e nao era Elena que me trazia aquela sensação de estranheza. Virei a esquina da casa da Elena e vi Katherine fechando a porta da casa dos Gilbert como se nada pudesse detê-la. Parei o carro e quando Elena estava para descer segurei seu braço.

_Err... vamos dormir na minha casa hoje – eu não podia correr o risco de deixar Elena em sua casa, Katherine fora convidade a entrar e eu já deconfiava como -.

_Não posso, Jenna está contando comigo para ficar com o Jer.

_Por favor Elena, vamos comigo.

_Não, Stefan, hoje não – ela saiu sem me dar um beijo e entrou em casa em seguida.

Droga!

O que eu faria agora? Cogitei a possibilidade de dormir ali na porta de sua casa, mas não adiantaria, se Katherine quisesse passar pela minha guarda o faria de qualquer maneira. Segui os passos dela, seu cheiro, que me levavam ao meio da floresta. Eu a encontraria, deteria Katherine de alguma forma, nada ia acontecer a ninguém naquela noite.