The Bride escrita por Lady Nymphetamine


Capítulo 2
Eu Vou Cuidar Bem de Você




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Nico pestanejou algumas vezes antes de tomar qualquer decisão. Tecnicamente, a noiva a havia pago, mesmo que não fosse ela quem contratou, além de ter sobrado dinheiro neste acordo por serviços não realizados. Mas nada disso estava realmente pesando em seu juízo, pensava muito mais era no fato de ajudar ou não alguém que mal conhecia, ainda haver o risco de arruinar um casamento no dia seguinte. Não, a culpa deste último caberia integralmente aos noivos. Assim, levantou-se do banco e disse:

— Tem um hotel não muito longe daqui, posso te deixar lá.

Imediatamente, Amy aceitou a proposta, ao que se levantou do banco tirando o seu véu e seguindo na direção do carro. Não esperou sequer um convite, enquanto Nico colocava suas coisas no porta-malas, ao que já ia entrando no veículo velho e sujo, colocando o cinto de segurança. Logo estavam deixando a casa e seguindo pela via principal, passando veloz e rumando na direção do centro. A ruiva parecia cansada, pois suspirava às vezes, olhando pela janela, até que disse:

— Será que estou cometendo um erro em me casar?

Nico respondeu sem nem ao menos tirar os olhos da via, mas pegando um cigarro junto ao câmbio e acendendo, ao que segurou-o para falar:

— Querida, está perguntando para a pessoa errada. Posso te falar muitas coisas sobre homens, mas não me pergunte sobre casamentos, isto está fora do meu ramo de trabalho.

— Claro.

A outra respondeu de uma forma um tanto triste. Foi uma viagem rápida, que pareceu muito mais longa pelo silêncio que se instalou durante quase todo o caminho. Nico deixou Amy em um hotel, nada muito elegante, mas que ao menos serviria para passar a noite longe da festa que desejava fugir. No estacionamento, era o momento de se despedirem.

— Onde você mora? - Amy perguntou.

— Onde você acabou de sentar.

A resposta da stripper fez a garota abrir muito os olhos e mirar mais uma vez o carro, para depois a loira.

— Você mora em seu carro? - Perguntou sem acreditar.

— Algum problema nisso? - Ela ergueu a sobrancelha, quase ofendida enquanto cruzava os braços.

— Não, eu só não esperava - Amy acrescentou logo. - Achei que tivesse um lugar. Os garotos disseram que você era famosa.

— Pornô não paga tão bem assim - Nico respondeu seca. - Além disso, eu viajo muito, durmo bastante em hotéis bem piores do que este e, quando a grana não dá, fico no carro.

Mais um momento de silêncio, no qual a noiva ficava olhando para dentro do carro. Não havia quase nada dentro dele, provavelmente para não chamar muita atenção, mas se via, no banco de trás, uma almofada e uma colcha. Não haveria como dizer que aquelas palavras eram uma mentira. Perguntou:

— Então para onde vai esta noite?

— Eu tenho uma apresentação para amanhã a noite, acho que posso pegar a estrada vazia se seguir agora - a stripper respondeu checando o relógio.

— Ou você fica aqui.

A ideia de Amy era algo entre idiota, arriscada, mais ainda inesperada. Ela estava desesperada por uma companhia e, se o destino lhe dava uma stripper, por que não? O pior que lhe aconteceria era acordar sem o seu cartão de crédito, pois viera sem dinheiro ou joias, então não estava em uma situação tão ruim assim. Nico deu risada:

— Claro, pode ser.

Ao menos era uma cama. Abriu o fundo do carro e tirou sua maleta, atém de uma mochila. Era tudo o que tinha, apenas do que precisava. Seguiu então com a noiva para o quarto que esta havia pago pela noite, ao que logo entrava e deixava suas coisas sobre uma mesinha. Era um espaço pequeno, mas bem ajeitado e limpo. Tinha uma cama de casal, iria servir. Amy ficava olhando para as coisas da mulher.

— O que leva aí?

— O que você contratou.

O restante da resposta ficaria por conta da imaginação da ruiva, bem como das lembranças que guardaria desta noite. A noiva então deitou-se na cama, sem nem ao menos tirar a roupa, só deixando para trás os sapatos. Seus olhos estavam fixos na stripper, enquanto esta acendia um cigarro dentro daquele espaço fechado, até que esta começou a tirar a roupa, para depois pegar um blusão dentro da mochila. Ao vê-la nua, Amy desviou.

— Você já viu isto aqui antes - Nico não deixara de reparar em nenhum momento. - Além disso, foi você quem pagou.

Com estas palavras, terminou de fumar e foi se deitar na outra ponta da cama, apagando a luz. Já no escuro e sob as cobertas, quando era mais fácil falar sobre determinados assuntos estando sóbria, quando não precisava contar com a sua aparência ou o seu corpo para lhe dar confiança ou servir de uma máscara para não mostrar o seu âmago, ela disse, virando-se para a ruiva:

— Obrigada por me deixar ficar. Melhor do que dormir no banco do carro.

— Obrigada a você.

Amy respondeu também rolando na cama e se voltando para a outra. Ficaram assim, num breu quase total, exceto por umas poucas luzes da rua que entravam pelas frestas da cortina. Nico se moveu, levantando uma mão para ficar diante do travesseiro, até que sentiu os dedos da noiva ali. Quando pensou em se afastar, Amy segurou-a. Estava começando a se tornar uma dança perigosa, do tipo que a stripper estava acostumada a ser tragada, porém sempre fugia de participar:

— Eu sei que você está tendo uma noite difícil, mas eu não vou ser a solução para os seus problemas.

— Eu não estou buscando uma solução - a noiva disse com uma voz muito séria, ao que seus olhos brilhavam. - Eu paguei, agora quero o meu serviço.

As palavras soaram muito menos rudes do que de fato eram, talvez por Nico, em sua experiência, conseguir perceber a leve nota de pânico e excitação que se escondia por meio dessas. A stripper então se ergueu na cama e se aproximou de Amy, ao que esta recuou apenas um pouco, sem desviar nem por um instante o olhar da loira. Esta disse:

— Eu vou cuidar bem de você.

Então se abaixou e beijou-a sobre os lábios com ternura, carinho, ainda que ambas soubessem que fosse um gesto, em verdade, vazio, pois não havia nem haveria qualquer sentimento. Era apenas um serviço, um contrato, mas era gostoso fingir que não. No final das contas, Nico não estivera totalmente errada, havia realmente um interesse oculto, ainda que muito enterrado, por parte da noiva em estar com uma mulher, ou com uma prostituta, mas não era tudo. Acima de qualquer coisa havia uma garota ferida pelo seu amor, desejando que alguém beijasse os seus machucados e a fizesse sentir bem. Esta era a área de atuação da stripper, dar a todos o que desejavam, pelo preço certo.

O beijo foi se tornando quente, sensual, enquanto Nico mordiscava o lábio inferior da outra, percorrendo o seu corpo com as mãos ágeis. Ela desceu para o pescoço e Amy gemeu. A ruiva ainda conseguia surpreendê-la, enquanto apertava o seu corpo, colocando as mãos sob a camisa, tocando sua cintura, a bunda, até os seios de uma forma ansiosa, como se desejasse conhecer tudo, o máximo de uma só vez, deixando escapar com uma voz baixa:

— Você é tão linda…

Não era comum ouvir isso, mas deu um impulso diferente, que fazia Nico querer continuar, tendo muito cuidado para não deixar marcas na garota que casaria no dia seguinte. Foi descendo suas carícias por aquele torso, desenhando uma trilha de beijos sobre os seios, até a linha da calcinha. De uma forma bastante delicada, tirou aquela última peça de roupa e avançou com os seus lábios e língua sobre o local.

Amy gemeu alto, movendo-se inquieta sobre a cama enquanto a stripper trabalhava em seu mais fantástico serviço, agradando à ruiva todo instante com sua habilidade. Aquilo era maravilhoso, como um passeio no paraíso. Já estivera com muitos rapazes, mas nunca com alguém de tamanha perícia. Era fantástico. Suas mãos foram para aquele emaranhado de cabelos loiros, agarrando-os, obrigando-a a permanecer ali, até que chegou ao orgasmo rapidamente, porém, para a sua surpresa, a prostituta não parou. Enquanto a ruiva tentava fazer com que se afastasse, Nico segurou-a pelas pernas e obrigou a continuar até gozar pela terceira vez seguida. Somente quando a noiva mal conseguia respirar e já nem lembrava mais onde estava ou do seu casamento, foi que a outra parou, deixando-a descansar e indo se limpar no banheiro. Quando voltou, deitou-se mais uma vez no escuro.

— Espero que tenha valido o seu investimento - a loira disse.

Não havia resposta que não fosse apenas rir. Amy fizera algo muito errado, pelo seu código moral, fora de encontro a tudo aquilo que acreditava em sua sagrada relação, porém não se arrependia em nenhum instante. Se o seu futuro-marido poderia se divertir com os amigos, assistir mulheres tirando a roupa e só Deus sabe se as estava comendo também, então ela faria o mesmo. Com este pensamento, foi finalmente dormir.


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