— Preciso de ar, Harry! - ela disse se afastando ofegante , mas com um enorme sorriso no rosto

— Eu sinto tanto a sua falta, Gin! Sempre senti! - ele confessou olhando nos olhos dela

— Mas... - ela tentou falar

— Me deixe falar, por favor! - ele suplicou e ela apenas acenou afirmativamente e ele a puxou para que ela se sentasse novamente - Eu sei que brigávamos demais e que eu era um marido e pai ausente, mas eu fui percebendo o quanto errei com você e com James. Tive a chance de me redimir com meu filho, mas nesse tempo eu venho sentindo a necessidade de me redimir com o amor da minha vida! - ele disse e os olhos dela se marejaram - Sim, Gina, você é o amor da minha vida! Sempre foi e sempre será. Eu te amo de uma forma que jamais amei alguém. O que tive com Cho não passou de algo passageiro, e confesso-te que o que senti por ela não chegou nem a ser paixão, isso ainda é forte demais para mim. O que tive foi apenas carência e eu sei que é errado ficar com uma pessoa por causa disso, então assumo meu erro. - ele falou de uma vez e viu que a primeira lágrima dela rolou pelo rosto - Eu amo você, Ginevra Weasley Potter! E quero passar o resto da minha vida ao seu lado e dos nossos dois filhos! - dizendo isso, ele pousou a mão, pela primeira vez, na barriga dela e sentindo em seguida o filho mexer ali dentro.

— Ele mexeu! - ela disse emocionada - Ele quase nunca mexe!

Ficaram ali, paparicando o mais novo membro da família, que ainda estava na barriga.

— E então, Gin? Você me dá mais uma chance? - ele questionou a ajudando a levantar

— É claro que sim, meu amor! - ela disse e foi envolvida em um abraço caloroso - Eu também senti muito a sua falta! Mas hoje vejo o quanto esse tempo longe fez bem para nós dois. E agora, o que eu preciso mesmo é de você comigo, sempre ao meu lado! - disse enxugando uma lágrima que rolou pelo rosto do moreno, de tamanha emoção que ele sentia. - De sempre? - ela questionou alisando a bochecha dele

— Pra sempre! - afirmou com a maior certeza do mundo e a beijou

Ambos deixaram se envolver tanto no beijo, quanto no abraço. E mesmo quando seus lábios se separaram, eles continuaram envoltos ali, um nos braços do outro. Deixaram as lágrimas rolarem, mas não eram mais as lágrimas de dor, angustia, desespero e tristeza de antes, que derramaram durante toda separação. Eram lágrimas de alivio, de felicidade, amor, reconquista. E tudo isso, por estarem juntos novamente. Reconstruindo uma vida.

— Quero que tudo vá se ajeitando com calma para nós dois, Harry! - ela pediu - Esse tempo longe de você foi muito difícil para mim. E eu também tenho que admitir que ao passo que você não se esforçava para ser um bom pai e um bom marido, eu não me esforçava para te mostrar o quão insatisfeita com a situação eu estava. Nós dois errados, nos separamos e aprendemos juntos. Eu não quero ficar nem mais um minuto longe de você, amor. Foram meses torturantes para mim. - ela disse ainda chorando - E eu odeio admitir, mas ainda sou aquela garota boba apaixonada por você. Amo-te com todas as minhas forças - parou para respirar e ele enxugou algumas lágrimas do seu rosto - Quando descobri que estava grávida de novo, eu queria imediatamente te contar, mas não podia. Não podia pois não saberia como você iria reagir. Foi então que me toquei que estávamos separados de verdade e eu mais uma vez estava sozinha, só que dessa vez com mais um filho a caminho - pousou a mão sobre a dele em cima da barriga - Eu lutei todos os dias desde então, para ser uma pessoa forte por esse pequeno que está aqui - disse abrindo um sorriso junto com ele - Lutei pois achava que teria que ser uma mãe e um pai para ele, assim como fui para James por um período. Mas hoje eu vejo o quanto você se empenha para ser um pai melhor. - falou e viu ele abaixar a cabeça, que logo deduziu ser remorso do tempo que passou longe do filho - James é louco por você! O admira muito e faz questão de dizer que tem o melhor pai do mundo todas as noites que o coloco na cama - disse levantando o queixo do moreno e abrindo um sorriso maior do que o que já exibia em sua face - Nós te amamos, Harry! E precisamos de você! Eu preciso mais do que tudo. Mesmo que eu tenha cinco irmãos, dois pais maravilhosos, eu preciso do amor da minha vida comigo. Hoje e sempre! - disse e o beijou ternamente nos lábios

— Como você me faz chorar desse jeito, Ginevra Potter? - ele questionou abrindo um novo sorriso gigantesco - Estarei aqui para você meu amor. Serei novamente o seu porto seguro.

— NÃO ACREDITO NO QUE ESTOU VENDO! - Hermione gritou adentrando a sala seguida de um Rony e um Draco esbaforidos

— Tentamos impedir ela de atrapalhar a conversa de vocês... - Draco começou

— Mas ela teve medo de vocês estarem se matando. E argumentou que Gina não pode se estressar! - completou Rony atrás da esposa - Perai, vocês estão sorrindo? - Ron questionou e Gina e Harry apenas sorriram enquanto ele a abraçava por trás

— FINALMENTE! - Draco gritou assim que percebeu o que estava acontecendo - Eu já não aguentava mais essa situação entre vocês dois! - exclamou se aproximando dos dois e dando os "parabéns"

Harry e Gina estavam em paz novamente. Tinham enfim se acertado. E duas semana depois a ruiva já estava se organizando para voltar pra casa do casal.

Todos os Weasley's não se surpreenderam, mas ficaram extremamente feliz quando souberam da volta do casal, afinal já sabiam que isso uma hora iria acontecer uma hora ou outra.

— Harry! - Gina chamou fraca, tirando a atenção do marido que estava no escritório.

Ele levantou o olhar quase que imediatamente dos papeis que analisava e viu uma expressão de dor estampada no rosto da esposa.

Tinha deixado a esposa dormindo tranquilamente na cama, que eles voltaram a dividir, minutos antes de descer.

— O que você tem? - perguntou afastando a cadeira da mesa enquanto ela vinha em sua direção

— Eu não sei! - disse já se apoiando nele com uma das mãos - Estou com uma dorzinha chata. - afirmou a ruiva com a mão no baixo ventre - Ainda é cedo pra Alvo nascer. - disse meio desesperada

— Vem cá! - ele se sentou no sofá dali e a acomodou entre suas pernas - É normal! Você só tem que ficar calma, porque senão ele se agita mais. - disse na maior calma possível e Gina se surpreendeu

— Onde você aprendeu isso? - ela perguntou relaxando ao sentir que a dor estava cessando um pouco

— Astória sentiu isso por diversas vezes e sempre ficava muito nervosa. Então depois de várias vezes no hospital, Draco ligou para Narcisa e ela lhe disse o que fazer. - explicou e percebeu que a mulher ouvia atentamente a explicação - Então depois de conversar com a mãe, Draco sabia o que fazer e eu por diversas vezes cedi minha sala, por causa do sofá, para que ele pudesse acalma-la - Harry disse por fim, mas sentiu que algo preocupava a esposa ainda, pois ela uma vez ou outra se movia inquieta - Mas eu sinto que algo aconteceu pra te deixar assim. O que te preocupa? - quis saber e a viu mudar sua expressão - Gin...

— Tive um pesadelo! - ela enfim confessou ao marido - Acordei um pouco assustada e com essa dor chata...

— Como não te ouvi? - ele questionou e ao mesmo tempo se lembrou do Abafiatto que estava no quarto - O feitiço... prometo que vou retirar ele, Gin! - ele disse alisando os longos cabelos da esposa e percebeu que estavam um pouco molhados, provavelmente pelo suor do pesadelo - Quer me contar?

— Não sei... - sussurrou como se fosse errado tocar naquele assunto

— Meu amor, você vai se sentir melhor se me contar! - disse a mesma frase que ela já tinha o dito tantas vezes quando ele ainda sonhava com seu padrinho sendo morto

— Golpe baixo! - ela disse se virando lentamente e dando uma tapa leve no braço dele - Usando minha própria frase conta mim, Sr. Potter? - ele gargalhou

— Pelo menos te fiz rir. - disse beijando sua testa - Agora vamos, o que você sonhou?

— Não me deixe novamente, Harry! - ela pediu baixinho, de uma forma que quase seria inaudível se eles não estivessem tão próximos

— Foi com isso que você sonhou? - ele questionou e ela apenas disse um "sim" antes de desabar em choro - Por Merlin, Gin! Isso não... quero dizer, Nunca!! - afirmou a abraçando com força enquanto ela chorava.

Ele deixou que ela chorasse livremente, sem se importar se as lágrimas dela molhariam a sua camiseta. Ele sabia melhor do que ninguém o que um simples sonho era capaz de fazer com uma pessoa, afinal o próprio já tinha passado por experiências assustadoras.

Aquele momento era essencial depois de um pesadelo, era algo libertador da dor e angustia que o sonho ruim trazia para o coração. Ele afagava os longos cabelos ruivos dela com uma mão a medida que a outra deslizava lentamente pela sua barriga de 8 meses.

Ela se aninhava cada vez mais em seu peito, na intenção se trazer mais ainda a calma que ele exalava naquele momento. Ele sempre fora o seu porto seguro, por anos. E era exatamente disso que ela precisava naquele momento, de uma luz. Uma luz que iluminasse a escuridão daquele sonho, a escuridão que a vida dela fora por longos meses em que estavam separados, uma luz que lhe trouxesse paz, como ele sempre trouxera.