As Prattis escrita por fdar86


Capítulo 19
[Capítulo 18]




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Era um bonito sábado de sol. Em uma caminhada noturna que fizeram na noite anterior, Angelina e Jéssica teriam marcado um encontro para o outro dia de manhã, em um passeio romântico para comemorar o mês juntas. O ponto de encontro seria a gruta, por trás do lago, que elas costumavam visitar quando menores.

Jéssica chegara na frente da gruta, e ficara esperando a namorada. Angelina teria lhe falado sobre um compromisso da faculdade que a faria se atrasar um pouco, e por isso teria saído bem cedo de casa, e elas deveriam se encontrar lá mesmo, ao invés de saírem juntas como de costume.

Alguns minutos se passaram, até Jéssica escutar um estranho ruído na parte de dentro da gruta. Teria ela conseguido adiantar as coisas e chegado antes? Curiosa, a jovem passara pela entrada, caminhando cautelosamente pelo túnel à base de pedras escorregadias e perigosas, que lhe dava boas sensações de déjà vu a medida que entrava. Vivenciara muitos momentos felizes e tristes ali, ao lado de Angelina.

Quase escorregara em um momento Respirou fundo, cravando os pés com toda força na pedra que imaginara ser a mais segura da trilha, e continuou a pequena caminhada. Por isso demorara tanto para entrar sozinha. “Esse lugar era mais fácil de se aventurar há alguns anos atrás”, dissera Jéssica, baixinho, que já se sentia uma velha rabugenta. Certamente seria isso que Angelina diria se a ouvisse dizer algo assim. Registrando isso, logo considerou que não deveria repetir isso, ainda mais na frente dela. Precisava impressionar a namorada, não fazê-la rir de sua cara.

Passado a complicação inicial da descida, Jéssica descera os últimos degraus improvisados, já conseguindo pisar normalmente, estranhando uma cortina improvisada por um lençol, que teria sido colocado no fundo da área em que se encontrava. Como a iluminação lá já não era das melhores, a cortina servia para dar mais privacidade ao local coberto. Aproximou-se da estrutura armada no lugar, sentindo o ruído das folhas secas que por alguma razão encontravam-se no chão, se partindo, a cada vez que andava. Diante do ruído, uma luz clarinha se acendeu do outro lado, que refletiu na cortina uma sombra humana. Aquilo dava a Jéssica finalmente uma certeza de que havia alguém ali.

Com um grande receio, mas coberta de curiosidade, Jéssica movimentou a cortina de modo que conseguisse olhar dentro. Se não fosse Angelina, ela realmente estaria prestes a pagar o maior mico de sua vida. Mas, como sinal de infinita sorte, era ela. Angelina sorrira radiante, puxando Jéssica para um abraço. A maior encarava agora, cada vez mais surpresa, o colchão improvisado que Angelina teria feito de colchas e almofadas para elas. Um pouco mais acima, encostado em uma pedra, uma lamparina de metal que reconhecera como a que elas mantém iluminando o fundo da casa. Como não teria visto ela trazer nada disso? Ela deve ter ido ali várias vezes pra conseguir uma produção daquelas.

— O que você-- Como você--? Meu deus! - Tentara falar, mas o nível de embasbacamento era tão grande, que simplesmente lhe faltaram palavras. Angelina gargalhara baixinho com o susto da outra, e a interrompera:

— Depois eu te explico tudo direitinho, Einstein. Mas agora, venha cá. - Disse, puxando Jéssica para dentro da região privativa pela gola da camisa.

Assim que Jéssica entrara, Angelina tomara a garota com seus lábios sedentos de desejo. Não beijava Jéssica desde ontem, e ainda tivera que ir dormir mais cedo para conseguir despertar cedo o suficiente para terminar os retoques. Durante a semana teria passado depois da aula para medir o espaço que seria colocado o lençol, e no outro dia trouxera cedo uma mochila com o lençol e as colchas, e assim organizara o quarto improvisado. Ontem, antes de ir pra faculdade, passara com duas almofadas, e hoje mais cedo teria concluído finalmente a surpresa, com a lamparina e as folhas secas. Tudo usando uma simples mochila, e aproveitando-se das intermitências no percurso faculdade-casa. Jéssica jamais poderia desconfiar.

Jéssica não conseguia mais pensar em nada. Decidira aceitar o pedido não-verbal da outra em se calar. E, realmente não poderia falar nada, já que sua boca estava muito bem ocupada, testando os lábios da outra, e descendo para o pescoço que possuía aquela fragrância que conhecia tão bem, e que a deixava louca.

Em um rompante, Jéssica levantou a própria blusa, para liberar a passagem à Angelina, que começava uma investigação detalhista nas costas da outra com a língua. Angelina tirou o sutiã de Jéssica devagar, enquanto continuava sua trilha, que já fazia Jéssica tremer de desejo.

Jéssica, então, empurrou a namorada gentilmente até a parede da gruta mais próxima, e começou a baixar a alça da blusa dela, ansiando chegar até o seio, fazendo o mesmo tipo de trilha que Angelina fizera há segundos atrás. Prendera os movimentos da outra com sua própria perna, e a pressionara entre as pernas da outra, que acatou satisfeita a passagem.

Angelina tirou a blusa e o sutiã, e voltara a agarrar-se em Jéssica, que já lutava contra o short da jovem, para toca-la. Ansiava por aquele toque há tanto tempo! Finalmente conseguira abri-lo, e o jogara sobre os pés de Angelina, que simplesmente se movimentara para retirar o dela também.

Elas queriam se sentir. Precisavam disso. Angelina puxou a sua mão, e deitou na cama improvisada, sendo seguida pela outra que ficou na lateral, mas com as pernas por cima da mais nova. Apenas as calcinhas separavam as duas de uma fusão completa de corpos, e àquela altura, não fazia o menor sentido manter aquela separação mais. Ambas tiraram-nas com urgência, e finalmente puderam tocar-se, os dois corpos, emergirem em apenas um, sentindo as partes contrairem-se em movimentos repetitivos e cada vez mais intensos, do corpo, das pernas e das mãos, que transpareciam uma entrega enlouquecedora e um ardor apaixonado que não poderia mais ser contido. E assim deu início às duas horas de amor, que finalmente foram acalmando-se à medida que o apetite sexual voraz em que se encontravam ia sendo saciado, controlado com a segurança de que não havia mais espaço para dúvidas naquele momento, a necessidade que elas possuíam de ficarem juntas e a força que precisariam para lutarem pelos seus sentimentos eram tangíveis, e a essa altura inevitáveis.

Passaram-se cinco minutos em silêncio. Nuas, ambas mantinham-se deitadas, abraçadas, sentindo o coração bater mais forte à cada batida. O suor escorria pelos dois corpos, evidenciando as contrações em movimentos descompensados em tesão à outra. Se olhavam, e acariciavam os seus rostos e corpos (abdômen pra cima, seguindo pelas laterais) em toques incrivelmente leves, como se a outra fosse um bibelô de cristal raro que não pudesse ser arranhado ou quebrado.

Os olhos de Angelina brilhavam, e ela fazia uma expressão facial, que Jéssica logo entendeu do que se tratava.

— Que? - Perguntou na entonação de quem fazia um questionamento curioso.

— Nada. - Respondeu a mais nova, rapidamente, evidenciando sua timidez momentânea.

— Ah, não. Me diga o que é. - Repetiu Jéssica que reparou a vermelhidão que tomara o rosto de Angelina, que agora abaixava os olhos para não encara-la.

— Já disse que não é nada. – Respondeu novamente, fazendo uma pequena trilha pelo corpo nu de Jéssica, com seus dedos.

— Você sabe que eu odeio quando você faz isso, Angel... Fica me olhando querendo dizer algo e não diz... - Reclamou Jéssica, e Angelina finalmente criou coragem para encará-la.

— Tá, eu digo. - Decidiu, abrindo um sorriso na mulher brava à sua frente.

— Diga logo a bomba... – Ponderou rindo, e Angelina a olhou sem entender.

— Pera ai... como assim bomba ?

— Não sei, é porque você fez tanta pressão que eu já estou considerando o fato de ser algo ruim... Sei lá. - Explicou Jéssica, enquanto via a expressão tranquila de Angelina variar de intensa culpa a preocupação.

— O que? Não. – Negou, e a expressão de Jéssica finalmente suavizou. Sua covardia já estava dando a Jéssica dúvidas sobre a relação delas, e aquilo a cortara com precisão. Imediatamente tomara fôlego para continuar.

— É o contrário. Eu...

Era a primeira vez que Angelina sentia algo tão forte por alguém, por isso que a constrangia admitir o sentimento. Sentia-se muito vulnerável na relação com Jéssica agora, já que teria se entregado de corpo e alma àquela paixão. Havia dado a cara a tapa, e agora o futuro de tão desconhecido a assustava. Mas não havia mais como fugir. Jéssica era o amor de sua vida, e teria que lutar com unhas e dentes para proteger aquela união.

— Não vai dizer? Se não é algo ruim, mais do que nunca eu quero saber - Perguntou Jéssica brincando com a própria curiosidade, e Angelina a encarou prometendo seu imenso carinho, e futura devoção àquela mulher e àquela relação, mesmo que em segredo, e em completo silêncio. Mas seus olhos a traíam, brilhando mais do que devia.

— Eu só queria dizer que eu nunca fui tão feliz como estou agora. Com Você.

Jessica sorriu, emocionada, e deu um selinho demorado em Angelina, que a abraçara bem forte, selando a relação delas a um nível de intimidade que nenhuma das duas jamais imaginaram que pudesse existir.


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