A arte de se expressar escrita por TMfa


Capítulo 3
3 - Aquele que a Jirou oferece ajuda


Notas iniciais do capítulo

Daqui em diante eu não revisei detalhadamente (e as vezes eu volto para acrescentar uma coisa ou duas) então se houve erros de grafia ou de sentido nesse ou nos próximos - e anteriores também - é sempre bom ficar sabendo.



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Quando Jirou e Camie entraram na sala onde estavam os demais foram recebidas por diversos amigos perguntando como estavam. Kyouka olhou ao redor em busca de Mina, para ter certeza que a amiga estava bem. Infelizmente não conseguia vê-la, Iida, Kirishima estavam eram muito altos e Kaminari estava na sua frente checando se ela estava inteira.

— Para com isso Jamming-whey! – Repreendeu Kyouka estapeando a mão do amigo para se concentrar em sua busca.

— Kyouka-chan! – ela ouviu a voz de Momo – Mina me contou o que houve. Você está bem?  - continuou a amiga preocupada entregando um lencinho criado por ela mesma.

— Estou sim, obrigada. – disse Jirou usando o lenço para limpar seu rosto o melhor que pode – Pode fazer outro para... – ela virou-se para encontrar Camie, mas a garota da Shiketsu havia sumido. – Deixa pra lá. Você falou com Mina?

— Oh sim, ela está ali, preocupada com você, aliás – respondeu Momo apontando para Mina que estava gesticulando para as outras meninas, também coberta de sujeira, embora não tanto quanto ela - Vamos até lá com elas – sugeriu Momo pondo o braço atrás de Jirou, porém sem tocá-la.

— Mina, você está legal? – perguntou Kyouka ao se aproximar.

— Eu que pergunto, Kyouka-chan! – Mina pulou na amiga – Você estava tão perto do Yoarashi! Eu e Shishikura só percebemos a ventania quando nos jogou contra a montanha. Ele protegeu nossas cabeças do pior, mas ainda batemos em algumas rochas - explicou ela mostrando o cotovelo ralado.

— Se foi tão forte longe, imagine onde vocês estavam – comentou Uraraka preocupada.

— Sim, foi bem forte – concordou Jirou esfregando a nuca.

— O que aconteceu, para início de conversa? – questionou Asui.

— Eu consegui desviar os ventos do Yoarashi da minha direção com meu som, acho que ninguém nunca fez isso dessa forma, então ele se empolgou e quis saber quanto eu conseguia aguentar – respondeu Jirou relembrando os fatos de agora a pouco.

 Parecia há mais tempo. Foi um momento muito estressante para ela já estar tão calma tão cedo. Talvez fosse a exaustão, ela percebeu não estar tão cansada agora, a adrenalina a havia despertado um pouco.

— Nossa! Que maluco! – exclamou Hakagure – Onde ele está agora?

— Eu o vi em uma sala separada com o sensei dele quando estava voltando da minha partida – respondeu Momo, ela também havia lutado na última rodada.

— Falando no demônio – comentou Ashido pondo as mãos na cintura e olhando para a porta de saída dos campos.

Yoarashi vinha resoluto, acompanhado de Uchitaki e Aizawa, um de cada lado. Não precisou de muita coisa para fazer os demais abrirem caminho, eles puderam assistir o que aconteceu, e mesmo quem estava lutando ouviu sobre o ocorrido.

Eles pararam primeiro onde estavam Camie e Seiji, Inasa pediu desculpas escandalosamente, como de costume. Os dois já estão acostumados com o comportamento do amigo, entretanto, mesmo assim Seiji o repreendeu por ser tão imprudente. As meninas estavam distantes então somente Jirou pôde ouvir as palavras do controlador de carne.

Yoarashi pediu licença e se dirigiu até as garotas, com sangue escorrendo de sua testa. Aizawa e Uchitaki não o acompanharam, aproveitaram para contar aos dois que ficaram sobre seus desempenhos na partida que ocorreu.

Jirou instintivamente se encolheu quando Inasa se aproximou, ela já esperava gritos de desculpa e ela realmente queria um pouco de silêncio.

— POR FAVOR, ME PERDOEM! – gritou Inasa com a cabeça colada ao chão em sua reverência.

— Hm! – fui tudo o que Ashido fez antes de cruzar os braços e empinar o nariz.

— Eu sinto muito, foi a primeira vez que alguém usou o som para desviar meu vento e eu achei incrível. Eu não tive intenção de ferir ninguém! – continuou Inasa com seus gritos – Eu não pensei em meus companheiros de equipe e nem nos meus colegas da UA e agi por impulso! Isso é completamente...

— Ok, Ok, só pare de gritar! – repreendeu Jirou dando um passo para trás e esticando as mãos para frente com os olhos arregalados.

Todos ficaram em silêncio da reação da garota. Inasa ergueu-se com o rosto confuso.

— Me desculpe – disse ele agora mais baixo – Sensei e Shishikura estão certos quando dizem que eu sou muito imprudente e exagerado, me esforçarei mais para ser como os demais – Completou sério, concentrando-se em não ser tão barulhento.

Kyouka gemeu um pouco esfregando as têmporas.

— Você não precisa ser como os outros, você só tem que aprender a lidar consigo mesmo – suspirou Kyouka, ela estava tão cansada que o filtro entre seu cérebro e sua boca não estava funcionando. Parece que a adrenalina havia passado.

— Como assim? – perguntou Inasa curioso.

— Nada... – respondeu Kyouka tentando acabar a conversa

Entretanto, o garoto dos ventos tinha um olhar tão curioso e...cheio de vida, como se visse algo novo e não pudesse ignorar. Kyouka reconhecia esse olhar, ela também tinha isso, a diferença era que ela sabia como lidar. Então ela continuou:

— Você não é exagerado. Você só é... intenso. – disse ela buscando as melhores palavras.

— Intenso? – questionou Inasa. E agora não era só ele, as meninas também estavam curiosas. Isso tudo veio do nada?

— É... Olha, você realmente fez uma merda ali dentro. E essa não é a primeira vez, pelo que eu soube – Inasa desviou o olhar e engoliu seco com as palavras da menina, mais um sermão pelo visto – Mas isso é porque você não sabe como lidar com esse seu... ahn... ímpeto, sabe? Você só precisa aprender a se expressar.

— VOCÊ ACHA?! – Gritou ele se aproximando muito dela.

Jirou recou dois passos e tapou os ouvidos. As garotas se aproximaram para apoiá-la se necessário enquanto Momo se colocou entre ela e Yoarashi.

— Wow, Eu disse para parar de gritar. Eu não quero ir para a enfermaria e se você continuar assim, não vou ter escolha – resmungou ela esfregando a base de sua orelha.

— D-desculpe! – gritou ele – Quer dizer, desculpe – corrigiu ele mais baixo.

— Viu? É disso que eu estou falando – apontou Jirou – Impetuoso. Ache alguma coisa para extravasar, então você não vai mais ser tão imprudente assim.

— Você pode me ajudar?! – exclamou ele o baixo que sua empolgação permitiu.

— Quê?! – interveio Mina – Você quase nos matou ali dentro e está pedindo para a Jirou-chan ajuda?

— Mina, calma – gemeu Jirou envergonhada. Ás vezes Ashido é tão dramática.

— Por favor, Jirou-san, o que fiz hoje foi perigoso, eu quero ser um herói e heróis não machucam pessoas – Pediu Inasa tão solene que Jirou pensou que ela estava fazendo besteira.

Ela ponderou um pouco, se ela dissesse não ele iria insistir. E não é como se fosse algo impossível, ela já tinha uma ideia do que poderia ajuda-lo a se expressar melhor. Jirou gemeu um pouco e coçou a cabeça antes de concordar.

— Sim, claro. Se o seu e o meu sensei concordarem, eu posso ajudar.

— O QUÊ?! – Foi o coro das meninas.

— Obrigado, Jirou-san! Vou falar com Uchitaki sensei e Aizawa sensei agora mesmo! – agradeceu Inasa correndo em direção aos professores.

— Kyuoka-chan! – repreendeu Mina – Você bateu com a cabeça?

— Ele precisa de ajuda – argumentou Kyouka em um choro, ela só queria um banho.

— Mina-chan tem razão – ponderou Asui – Não temos tempo livre nessas semanas de interação, como você vai ajudar o Yoarashi?

Enquanto as meninas tentavam argumentar com Kyouka, Aizawa e Uchitaki haviam terminado de avaliar os dois alunos da Shiketsu e se estavam prontos para falar com as garotas quando Inasa os abordou, como sempre, empolgado.

— Sensei! Por favor, peço permissão para ter um treinamento com a aluna Jirou da UA! – berrou ele com uma continência.

— Um treinamento? Do que você está falando, Inasa? – perguntou o Sensei.

— Jirou-san, irá me ajudar a melhor meu comportamento. – explicou ele solene como se lesse um relatório – Assim como o senhor, ela concorda que minhas ações são imprudentes e impetuosas. Contudo ela me ensinará a trabalhar minhas atitudes, senhor.

— Hm... Eu não sei – ponderou Uchitaki – O que você acha disso Aizawa, ela é uma de suas alunas, não é?

Aizawa estava ouvindo tudo com atenção e começou a processar essa ideia.

— Sim, ela é. E não imagino Jirou se oferecendo para treinar alguém, especialmente relacionado a comportamento – declarou Aizawa olhando em direção ao grupo de meninas acuando Jirou, que esticava as mãos defensivamente a sua frente.

— Inasa, você tem certeza sobre a oferta desse treinamento? – perguntou Uchitaki desconfiado.

— Sim, senhor! – rebateu Inasa surpreso por seu sensei desconfiar dele – Tenho autorização dela, desde que tanto o senhor quanto Aizawa sensei permitam.

— Hm... Nesse caso, vamos chama-la aqui – Disse Aizawa – Jirou – chamou ele alto, porém calmo. A garota olhou para ele – Venha aqui.

— Sim! – respondeu ela caminhando até seu sensei. Ela estava agradecida por sair das objeções de suas amigas.

— Yoarashi disse que você está disposto a treiná-lo – disse Aizawa em tom de pergunta.

— Treiná-lo? Não é bem assim – murmurou ela baixando a cabeça e esfregando a nuca – Eu disse a ele que talvez pudesse ajuda-lo com... bem, isso. – acrescentou rodopiando as mãos simulando algo espalhafatoso.

— Eu não sei... Vocês tem um horário apertado...– considerou Uchitaki – E você Aizawa?

O Eraser Head não respondeu imediatamente, ele respirou um pouco e olhou para Jirou por um tempo até a garota baixar a cabeça e juntar a ponta dos pés e dos seus fones de ouvido.

— Acredito que Jirou é perfeitamente capaz de ajudar Yoarashi. – declarou Aizawa, deixando Jirou um pouco surpresa.

— Obrigado, Aizawa-sensei! – agradeceu Yoarashi.

— Acalme-se Yoarashi, eu ainda não decidi. – interrompeu Uchitaki. – Como você pretende ajuda-lo, mocinha?

— Ahn? E-eu... Não faço ideia, quer dizer... Eu nem conheço ele direito – gaguejou Kyouka, onde ela se meteu?!

— Ela provavelmente já tem um plano em mente. Mas é muito tímida para admitir isso – rebateu Aizawa

— Não tenho não! – retrucou Jirou mais assustada do que queria.

— Claro que tem – murmurou Eraser Head, então ele suspirou antes de continuar - Jirou tem uma habilidade distinta de ver os problemas das pessoas por outro ângulo, formulando ações próprias e efetivas para resolvê-los. Mas raramente interfere, acredito que seja para respeitar a privacidade dos colegas. Então, se ela se ofereceu para ajudar Yoarashi ela sabe que ele não conseguirá fazer isso sozinho.

— Isso não é verdade! – respondeu Jirou irritada. Sinceramente, se fosse Kaminari ou outra pessoa ela já o teria atingido com seus fones, mas ela não pode fazer isso com o seu sensei, pode?

— Está me chamando de mentiroso? – Indagou Eraser Head com um tom ameaçador que a fez engasgar.

 – N-não, eu... eu não... – Ela só queria sumir, ao invés disso esfregou as mãos na testa evitando os olhos para não por lama neles - Quer saber? Essa é uma péssima ideia, é melhor esquecer isso.  – encerrou ela dando um passo para trás.

— Por favor, Jirou-san! - Inasa segurou-a pelo braço sujo de lama – Eu aceito qualquer condição!

Merda! Pensou Jirou, o garoto estava basicamente implorando, ela odiava quando imploravam qualquer coisa, era muito vergonhoso. Ela tinha certeza que estava corada, pelo menos não saberiam dizer se era de vergonha ou do frio. Ela gemeu um “Ok” enquanto se encolhia o máximo que podia.

— Inasa, não obrigue a garota a fazer o que não quer. – repreendeu Uchitaki pacientemente – O que me diz, criança?

Tudo que ela tinha fazer era terminar a luta e iria pra cama, o que aconteceu com esses planos?

Aizawa percebeu a insegurança de sua aluna. Esse era o maior problema da garota, e ele acreditava que Yoarashi faria bem a ela da mesma forma que ela faria a ele.

— Jirou, me escute – começou Aizawa agachando-se e buscando os olhos de Kyouka que estavam direcionados ao chão – Pode ser que você ainda não tenha notado essa habilidade sua que mencionei. Mas você deve se lembrar dos exames finais, quando você ajudou Koda a superar seu medo de insetos.

— Isso foi diferente. – murmurou ela tímida – Koda sabia o que precisava ser feito, ele só precisava de um incentivo. Tudo que eu fiz foi mostrar a ele um forte motivo.

— E quanto ao Kaminari e Mineta?

— Tch.- solta ela revirando os olhos - O que tem esses dois idiotas?!

 - Não pense que não vi você atacando os dois.

— Eles são dois pervertidos! Não pode me culpar por castiga-los – argumentou ela, não seria repreendida por atacar aqueles dois.

— Exato. Você os mantém na linha.

— Quê? – Ela solta devagar. Sinceramente, ela imaginava um sermão sobre maltratar seus colegas, não uma espécie de elogio.

— Eles não têm concerto, então você só controla os danos. Isso também é uma intervenção. – esclareceu Aizawa - Agora me diga, - retomou ele levantando e olhando orgulhoso para sua aluna - você vai ou não ajudar o Yoarashi?

Jirou sorriu, ela poderia fazer isso. Seu sensei confiava nela, então ela poderia tentar, certo? Não, pensou Kyouka. Ela não iria tentar, ela iria fazer isso!

— Me dê dois dias – disse ela com confiança a Uchitaki – Se eu não concertá-lo, ele não tem mais jeito – terminou apontando com o polegar para Yoarashi.

— O QUÊ?! – Gritou Yoarashi surpreso com o decreto de Jirou.

Aizawa sorriu e Uchitaki deu uma gargalhada.

— Esse é o espírito – comentou Aizawa tão monótono que quase soou irônico.

— Sensei! Tenho sua permissão?! – indagou Yoarashi agitando o corpo.

— Sim! – concordou Uchitaki.

— ISSO! Vamos começar agora mesmo o...

— Wow, wow, wow. Calma aí. – Jirou interrompeu Inasa cortando o ar com as mãos horizontalmente – Primeiro de tudo, eu já disse para parar de gritar. – Começou ela erguendo o indicador – Segundo, eu estou suja, exausta e com fome, então não estamos fazendo absolutamente nada antes de eu tomar um loooooongo banho quente, jantar e descansar um pouco.

— C-claro! Que indelicado da minha parte. Isso não vai se repetir – Repreendeu-se Yoarashi preparando-se para se castigar com um soco no próprio rosto, o qual foi impedido por Jirou.

— Mais uma coisa: você sangra, e nós acabamos. Entendeu? – decretou ela, fazendo Inasa enrijecer e engolir seco – Seu sangue foi feito para ficar dentro de você, mantenha-o lá – ordenou Jirou, não a tímida e insegura, aquela confiante e incisiva que Aizawa via ao lado de Kaminari, Momo e Ashido.

— Sim! – Concordou Yoarashi com um forte aceno.

— Estão dispensados, Jirou, você e Ashido receberão suas avaliações amanhã, por hoje foi o suficiente para vocês duas. – informou Aizawa.

Jirou agradeceu e foi o mais rápido possível encontrar Mina para dar a noticia e depois seguir para um banho.

— Hm, parece que essa interação entre as escolas vai realmente ser bem produtiva, não é Eraser? – perguntou Uchitaki.

— Uhum... – concordou Aizawa saindo em direção aos demais estudantes, ele ainda tinha algumas avaliações para fazer...


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Notas finais do capítulo

Desculpe a humanidade, mas eu tenho uma queda pelo Aizawa, porra ele ainda por cima é tipo um paizão para todos.
Ah, e antes que eu me esqueça, eu não faço ideia do nome do professor da Shikestu, então quando ele for anunciado eu corrijo aqui.



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