A arte de se expressar escrita por TMfa


Capítulo 18
18 - Aquele do jantar


Notas iniciais do capítulo

TA ACONTECENDO, TA ACABANDO. QUE EMOÇÃO.



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Todos acordaram animados no domingo. O treino da manhã foi o mais produtivo da semana para os alunos da 1-A, todos foram tão bem que Aizawa ponderou repetir o jantar outras vezes para estimulá-los dessa forma. À tarde, as turmas tiveram aulas teóricas e foram liberadas mais cedo. Kaminari e Kirishima eram o mais empolgado de todos, pediram permissão à Momo para decorar o salão comum – pedido negado, inclusive, eles puderam reorganizar, mas não podiam exagerar na bagunça.

Jirou ajudou Sato na cozinha, assim como Tsui, Uraraka, Momo e – acreditem ou não – Bakugou. Mina, Kaminari, Sero, Kirishima e Iida cuidaram dos jogos; Hakagure, Ojiro, Shoji e Midoriya serviriam a mesa e os demais ficaram com a limpeza depois do jantar.

Foi divertido, o humor de Jirou já havia voltado ao normal então ela pode aproveitar o momento coletivo (Bakugou se recusou a trabalhar com as garotas sem antes garantir que elas estivessem “estáveis” o suficiente, já que ele e Sato seriam os chefes e as garotas só auxiliares). Muitas fornadas e algumas ameaças de morte depois, a 1-A tinha sobremesa para um batalhão. Incluindo bolos, pudins, biscoitos e tortas.

Todoroki ficou incumbido de vigiar as tortas enquanto esfriavam, para garantir que Kaminari nem Minetta as comessem antes da hora. O meio a meio ofereceu-se para esfriá-las, contudo, Sato não permitiu, isso poderia estragar o recheio e deixar a torta murcha.

Quando Kyouka entrou na sala comum depois de ter tomado banho, ela encontrou Momo e Azura conversando no sofá. Ambas não perceberam Kyouka se aproximando e audição aprimorada de Jirou a permitiu ouvir o final da conversa.

— Não se preocupe, eu tenho tudo sobre controle – sussurrou Azura com um sorriso conspiratório.

— Obrigada, nem sei como agradecer. Eu... – Momo se interrompeu ao perceber Azura olhando para trás – Kyouka-chan, já está pronta?

— Oi, garotas. – cumprimentou Jirou desconfiada – Tudo certo por aqui?

— Sim, sim. Iida-san está terminando de organizar a comida que a Shiketsu trouxe, junto com Tokoyami-san e alguns alunos da Shiketsu.

— Então... vocês tem tudo sobre controle – insinuou Jirou, tentando descobrir o que estavam escondendo.

— Sim! – pulou Momo – Eu vou checar as tortas.

— De novo? Você acabou de checar – comentou Azura confusa.

— Oh – Jirou sorriu diabolicamente – Momo adora doces, deixe ela checar as tortas, ela sente falta das tortar – brincou Jirou contendo o sarcasmo. Ela sabia muito bem o que Yaoyorozu queria checar.

— Onde estão os outros alunos da sua turma, Azura-san? Pensei que Yoarashi-san seria i primeiro a chegar – revidou Momo sem retirar os olhos de Kyouka fazendo a garota punk se remexer desconfortável. Ok, sem comentários sobre Todoroki pelas próximas semanas.

— O resto de nós está terminando de se arrumar. Yoarashi inclusive. – Explicou Azura – ele está fazendo um suspense enorme com os desenhos dele. Nem eu posso ver, e eu sou sua sensei!

— Por quê? – perguntaram Momo e Jirou ao mesmo tempo.

Kyouka não perdeu a troca de olhares rápida entre Azura e Yaomomo antes da aluna da Shiketsu responder.

— Nada demais – Azura encolheu os ombros – Algo sobre mostrar a todos juntos. Ele quer que você veja também, talvez antes de todos. Bem, – ela limpou a garganta – por que nós não terminamos Outono e tocamos Inverno? – sugeriu Azura pondo-se de pé.

— Oh, vocês podiam tocar aqui também, depois do jantar – incentivou Momo

— Não acho uma boa ideia. Teríamos que arrastar a bateria até aqui, Bakugou ia ficar maluco se não incluíssemos ele – argumentou Jirou.

— ele está sempre maluco, não? Foi ele quem fez aquela cratera no treino hoje de manhã?

— Foi – Kyouka riu – Eu sei, eu sei. Mas ele realmente se esforçou hoje para o jantar. Se eu tocasse qualquer coisa hoje sem ele, eu ouviria pelo resto da vida como ele trabalhou feito um escravo enquanto eu fiquei me divertindo.

— Eu disse a ela que não era saudável conviver com Bakugou – Momo sussurrou para Azura, mesmo sabendo que Kyouka ouviria – Honestamente não sei como não se mataram ainda.

— Ei, ele não é a melhor pessoa do mundo, com certeza. É por isso que quando ele mostra o lado sensível, significa muito – defendeu-se Jirou.

— Ele tem um lado sensível? – brincou Momo.

— Não que ele vá admitir isso, mas ele tem – concordou Kyouka debochando – E, não conte para aquele cretino, mas eu realmente gosto dele.

— Você tem minha palavra! – declarou Azura fingindo solenidade.

— Você soa como Kirishima-kun.

— Alguém me chamou? – perguntou Kirishima descendo as escadas.

— Momo diz que eu pareço você quando falo do Bakugou – informou Jirou

— Ah sim, Kyo-chan é quase um membro do Bakusquad! – concordou Kirishima abraçando Jirou. - Os únicos que compreendem o jeito bizarro dele de demonstrar afeto.

— Me tira dessa, Kiri, eu posso aturar o Bakugou por alguns minutos, não o dia inteiro.

— Não diga a ele que eu te contei, mas você é como uma irmã para ele.

— Desculpa, não funcionou - cortou Jirou – Eu garanti que ele não explodisse a cozinha, ele é sua responsabilidade pelo resto da noite

— Por favor! – suplicou Kirishima – Ele está tomando banho e Kaminari disse que precisa da minha ajuda por que ele estragou um dos jogos da Mina e ela vai derrete-lo inteiro se não aprontar até o jantar!

— Não me interessa – decretou Jirou irredutível – Oh, diga à Mina que eu posso ajuda-la com Kaminari, a propósito.

— Jiroooou. Eu preciso ajudar o Denki. Bakugou sabe que ele é o único que sobrevive a duas horas de treino extra, por favoooor, pela irmandade – Insiste Kirishima segurando os ombros dela.

— Você tem até as sete – cedeu ela contrariada - depois disso, eu mesma vou explodir o Kaminari e levo o Bakugou para me ajudar!

Kirishima agradeceu Kyouka e correu ao socorro do amigo. Momo havia ido checar as tortas (coff coff) e Azura voltou a sentar no sofá. Antes mesmo de Kyouka pudesse ir em direção ao quarto de Bakugou, a porta se abriu, trazendo Yoarashi e os demais alunos da Shiketsu. Azura recebeu a maioria deles, um ou outro cumprimentou Jirou antes de Inasa chegar a ela.

— Jirou-san! – cumprimentou ele com um aceno – Eu quero apresentar meu amigo Fumikawa Dashi, meu melhor amigo da Shiketsu!

— Então você é a misteriosa Jirou-san – cumprimentou Fumikawa estendendo a mão.

— Não acredite em tudo que Yoarashi diz – Kyouka sacudiu a mão de Fumikawa duas vezes e aproximou-se fingindo segredo – Ouvi que ele é um pouco exagerado.

— Bem, ele me falou do seu senso de humor sarcástico, parece verdadeiro para mim.

— Oh, você não faz ideia, mas agora eu realmente tenho que ir, eu vejo vocês no jantar?

— Jirou-san, me dê um minuto, por favor? – pediu Inasa pondo a mão na costa dela e a afastando um pouco dos demais – Eu trouxe tudo o que eu desenhei nos últimos dias, eu quero mostrar aos outros depois do jantar. E queria mostrar primeiro para você.

— O-ok. – concordou Jirou – Tem certeza disso? Não prefere que eu veja com os outros?

— Quero ver a reação de todos quando mostrar o meu ponto de vista. Mas são muitas pessoas, e eu não quero perder nenhuma das suas reações. – explicou ele sorrindo confiante.

— Por favor, pare de falar assim – sussurrou ela em uma tentativa de não corar.

— Eu fiz algo errado? – piscou ele surpreso.

— É só... Você não precisa ver tooodas as minhas reações. Certo? – sugeriu ela enrolando o indicador no fone de ouvido.

— Claro que sim! Você me disse que tem um mundo só seu, feito de timbres e sons, eu também tenho o meu, com linhas e sombras. Eu vi o seu mundo quando você tocou, eu quero ver você quando eu te mostrar o meu. – Declarou Yoarashi, a voz serena, terna, um sorriso doce no rosto e uma mão apoiada no ombro de Jirou.

Isso pegou Jirou de surpresa, não uma má surpresa, que a deixa uma bagunça, nervosa e envergonhada. Uma boa surpresa, que a deixou segura, feliz e confortável. Infelizmente o momento foi interrompido pelos gritos de Bakugou contra Fumikawa. Os dois estavam discutindo sobre uma estúpida poltrona.

— M-me desculpe, eu preciso resolver isso. – pediu ela aflita.

Inasa acenou com a cabeça e virou-se para Fumikawa.

— Fumikawa-san, está tudo bem por aqui?

— Não, esse idiota baderneiro me jogou no chão, isso não vai ficar assim! – Inasa segurou o amigo pelo braço

— Esse é o meu lugar, e eu vou sentar nessa porra de poltrona e assistir a porra da TV, eu não estou nem aí para quem mias estiver na sala!

— Bakugou! Mais que diabos você está fazendo? – gritou Jirou.

— Não é da sua conta, orelha!

— Ah é sim! Se você fizer qualquer merda hoje sou eu quem vou ficar duas horas extras no treino, então é da minha conta! – berrou Jirou de volta com os fones eriçados de raiva.

Bakugou tinha que estragar o primeiro momento tranquilo que ela teve na presença do Yoarashi em dias, tinha que ser ele!

— Hoje é domingo, meu dia de ver TV. Eu disse que não me importava com esses idiotas! Eu fiz a porcaria do jantar, então eu vou assistir a porcaria da TV! – terminou ele explodindo a mão esquerda.

— O que você é, uma criança?! Por que está brigando com esses caras? – retrucou Kyouka tentando não se intimidar com as ameaças de Katsuki.

— Eu faço o que eu quiser! E o que eu quero é sentar na MINHA poltrona, e ele estava nela!- berrou ele, mais explosões.

Haviam outras 12 pessoas na sala, 10 prontas para atacar Bakugou, duas – Azura e Yoarashi – contendo Fumikawa, o qual estava xingando Katsuki e querendo espanca-lo. Por sorte, Bakugou estava ocupado demais gritando com Jirou para se ofender. Do contrário, a menor briga somaria duas horas extras de treino físico na rotina diária dos alunos da 1-A.

— Que porcaria você vai assistir hoje? Aquele episódio de Star Wars pela milésima vez? 

A atitude falsamente confiante de Jirou era a única coisa que fazia os outros não partirem para cima de Bakugou. Bem, isso e o fato dele ser assustador.

— Ei! Você assistiu ele mais vezes do que eu! Não tem direito de se meter no meu horário com a TV!

— Sério, por que você está perdendo seu tempo com isso? Você pode assistir O Último Jedi sempre que quiser – suspirou Kyouka esfregando a mão no rosto - Você tem um maldito notebook!

— Como se você tivesse uma sugestão melhor. – debochou Bakugou apontando no rosto de Jirou – O que você quer que eu faça, converse com esses idiotas?!

— Temos 20 minutos até o jantar, e um quarto com uma bateria e outros mil instrumentos, quer vir? – Convidou Jirou com uma indiferença anticlimática para a discussão acalorada dos dois.

— É, tanto faz – concordou Bakugou com um encolher de ombros.

Xeque-mate. Pensou Kyouka com um sorriso travesso, as vantagens de conhecer as manias de Bakugou era que isso tornava possível manipulá-lo. Metade da discussão foi para convencer Bakugou que ele estava fazendo papel de tolo, depois ela menosprezou os planos dele e então sugeriu um melhor.

— Você vem ou não?! – rosnou ele no elevador.

— Já vou, já vou.

 O jantar foi bem tranquilo se comparado com a briga anterior. Inasa convenceu Fumikawa a se acalmar e manter-se longe de Bakugou. Este, por sua vez, ficou a cargo de Kirishima assim que o jantar foi anunciado. Os métodos de Kiri para acalmar Katsuki eram diferentes do de Jirou, mais diretos e mais brincalhões, então não houve tanta gritaria na mesa.

Eram 20h00 quando Mina guiou todos para o salão comum e começou a explicar os jogos que teriam na noite. Bakugou não quis ficar, a insistência de Kirishima foi o que o manteve ali, sempre entre os alunos da 1-A, nunca da Shiketsu. Dessa forma, acabou havendo uma divisão dos alunos por escola.

Os jogos acabaram virando competições, e das bem acirradas. A noite estava ficando cada vez mais divertida. Então, depois de uma hora e muitas rodadas de jogos, um dos alunos da turma A da Shiketsu reclamou que o suspense estava o matando. Todos eles queriam ver os desenhos que Inasa fez e o garoto dos ventos se recusou a mostrar antes do jantar com a UA.

Isso também deixou alguns alunos da 1-A curiosos – não Bakugou, ele queria continuar jogando – afinal, Yoarashi já era um amigo da turma também. Inasa hesitou por um momento, ele queria que Kyouka fosse a primeira a ver. Ela, muito envergonhada por Inasa ter dito isso em voz alta, convenceu-o de mostrar seus desenhos para eles.

Azura estava no banheiro quando Yoarashi decidiu exibir seus trabalho. Uma das garotas da sua sala foi chama-la, Inasa queria mostrar à ela também. Azura não gostou muito disso, ela sabia que Jirou estava entre os desenhos de Inasa. A questão é, Kyouka sabia? Talvez não fosse uma boa ideia os outros verem antes dela. Principalmente porque Azura prometera à Yaoyorozu que faria o possível para para que Inasa não deixasse Jirou desconfortável.

Bem, agora não havia nada que ela pudesse fazer, havia folhas para todos os lados. Inasa desenhara mais de 50 desenhos diferentes e eles estavam espalhados por todas as mãos na sala.


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