A arte de se expressar escrita por TMfa


Capítulo 11
11 - Aquele que o Yoarashi desenha


Notas iniciais do capítulo

Mano, ta cada vez maior esses capítulos. Ah, eu não consigo ver a Momo e o Todoroki com outra pessoa, eles parecem que foram desenhados para serem um do outro, então eles serão mencionados dessa forma também.



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— Onde estamos indo? – perguntou Inasa curioso – Nós vamos voltar para frente daquele carvalho? Quando vai me dizer o que tem na pasta?

— Sabe, esse pode ser um treino para a sua paciência e eu posso não responder a nada disso – ela olhou para ele com um sorriso debochado.

Inasa arregalou os olhos e ajeitou a postura, fazendo Jirou rir.

— É tão divertido ver o quão fácil é provocar você – brincou ela rindo.

— Ao menos eu estou fazendo você rir – retribuiu ele.

Kyouka não sabia ao certo se foi o que ele falou, a maneira como falou ou a proximidade que Inasa pôs o próprio rosto com o dela que a fez corar e prender a respiração por um segundo.

— Está com frio, Jirou-san? – questionou Inasa um pouco preocupado.

— Hm, não! – respondeu Jirou limpando a garganta.

— Tem certeza? Seu rosto está vermelho – argumentou Inasa fazendo Jirou corar ainda mais e esconder o rosto virando para o lado.

— Sim, sim. Tenho certeza.

— Pode usar meu casaco se quiser.

— Não! – ela exclamou virando-se para ele – Quer dizer, não. – corrigiu ela recompondo-se e tentando ignorar a vermelhidão em seu rosto – Está tudo bem, vermelho é praticamente minha segunda cor – ela forçou um sorriso e continuou a andar.

— Hm – ponderou ele – Que bom, eu acho que fica muito bonito no seu rosto – comentou ele inocentemente caminhando ao seu lado.

— Ah, ali está! – apontou ela para o banco em frente ao carvalho, sua voz um pouco mais fina do que o pretendido, por isso ela fingiu uma tosse para limpar a garganta.

Jirou quase correu para o banco e sentou-se o mais na ponta possível e colocou a pasta ao seu lado para manter uma distância de Inasa que não a constrangesse mais do que ela já estava. Yoarashi retornou à empolgação anterior com a pasta assim que viu Jirou abrindo-a.

— Bem, isso... – começou Jirou tirando uma prancheta com folhas em branco e alguns lápis da bolsa – É a nossa segunda opção.

Ela entregou a Inasa que olhou para a prancheta com curiosidade e fascinação ele pegou dois dos lápis e entrelaçou nos dedos antes de olhar para Jirou.

— Bem, você é esperto, então acredito que já saiba o que eu esteja falando – ela ergueu uma sobrancelha. – O carvalho – ordenou ela cruzando as pernas no banco e olhando ansiosa para Yoarashi.

— Ok! – acatou Inasa começando a desenhar freneticamente.

Kyouka ficou surpresa com a firmeza que ele desenhou e também a velocidade. Yoarashi parou apenas duas vezes para reavaliar o carvalho antes de voltar a rabiscar na prancheta. Em menos de cinco minutos ele parou e mostrou para Jirou.

— Isso é incrível! Por que não me disse que sabia desenhar?!

— Eu não sabia que sabia.

— Então como você fez isso?! – Indagou ela ainda maravilhada com o desenho em suas mãos.

— Na verdade foi bem fácil, é como controlar o vento. – explicou ele tomando o desenho de volta e apontando nele – Vê? Se eu quisesse contornar esse carvalho com o vento, eu faria esse movimento – Inasa começou a deslizar a ponta dos dedos entre os galhos desenhados – E teria umas elevações aqui, aqui e aqui – continuou ele apontando em pontos onde os galhos tinham nós os quais foram representados perfeitamente no papel.

— I-isso, isso é maravilhoso! – comemorou Kyouka – Parece que achamos o que funciona para você – sorriu ela dando um leve empurrão no ombro dele.

— Talvez, mas ainda tem alguma coisa faltando. E tem alguns pontos que não queria que ficassem tão escuros quanto o resto do desenho. – reclamou ele.

— Bem, é por isso que tem todos esses lápis – riu Jirou pegando os outros lápis na bolsa – Viu, você usou um lápis HB – ela ergueu o lápis ele usou – Mas tem vários tipos de lápis, uns mais escuros, outros mais claros, mais grossos ou mais finos. Olha.

 Kyouka emparelhou todos eles e em outra folha fez uma reta com cada um deles de uma só vez. Demonstrando cada um deles e explicando para que serviam, explicando o básico que sabia sobre desenho.

— Incrível! Como você sabe disso, Jirou-san?!

— N-não conte a ninguém, ok? – pediu ela baixinho com o rosto corando. Inasa não percebeu quando inclinou a cabeça para ter uma melhor visão dela assim – Eu costumo desenhar meus instrumentos, sabe, mandar fazê-los. Os dos meus pais também... E de algumas outras pessoas... – confessou ela enrolando o dedo nos fones de ouvido.

— Isso é muito legal! Você pode me mostrar?

— Ah, eu não os tenho mais. Todos foram para as lojas, mas eu posso te mostrar alguns dos meus instrumentos personalizados – ela sugeriu genuinamente interessada em mostra-los. 

— Claro! Podemos ver agora?!

— Oh, melhor não – murmurou ela negativamente – Já está um pouco tarde. E eu bem cansada. – Kyouka espreguiçou-se – Mas ei! Agora que você não precisa mais da minha ajuda, podemos ver algum dia para isso.

—Nós, ahn... terminamos o treinamento? – perguntou Yoarashi tentando esconder seu desapontamento.

— Bem, é. Quer dizer, você já achou seu hobby, não precisa mais da minha ajuda.

— É uma pena. – suspirou ele.

— Por quê? - Jirou piscou duas vezes surpresa.

— Eu gosto de passar um tempo com você. E em menos de duas semanas eu vou embora – explicou Inasa como se fosse óbvio.

— Ahn... Também gosto de passar um tempo com você – Jirou estava corando levemente – Sabe, só por que você não precisa da minha ajuda não quer dizer que não possa vir me ver e vice-versa.

— Sério?! – exclamou ele empolgado e segurando a mão dela – Fico feliz com isso.

— Cala a boca! – repreendeu ela instintivamente. Era algo natural quando alguém a deixava nervosa.

— D-desculpe, eu disse algo errado?

— Não! Não, relaxa. É... – Jirou respirou fundo – Esquece, vamos voltar, sim? – encerrou ela levantando-se e sorrindo calmamente.

— Ok, eu a acompanho até o dormitório – ofereceu-se ele guardando tudo na pasta que ela trouxe.

Eles chegaram rápido ao prédio da 1-A, não era tão longe assim. Ao menos puderam conversar um pouco mais, Inasa até mesmo conseguiu um comentário quase sarcástico sobre Ashido e sua rápida mudança de humor na mesa de jantar. Bem, talvez tenha sido sarcástico, no entanto Jirou também estava tendo algumas mudanças de humor para assimilar completamente, o que pode ter sido ironia do destino.

— Bem, aqui estamos – comentou Jirou com as mãos no bolso.

— Boa noite, Jirou-san. Aqui sua pasta – ofereceu Inasa.

— Oh, não. É um presente. É para você – contou Jirou – Bem, talvez não a pasta, mas a prancheta e os lápis sim.

— Sério?! Obrigado – agradeceu ele dando um abraço em Jirou pegando a garota de surpesa e a fazendo um verdadeiro tomate.

— Woa, ei. N-não precisa isso tudo – recuou ela com os ouvidos latejando e o rosto vermelho.

— Claro que sim! Oh, amanhã eu devolvo sua pasta – agradeceu ele novamente afastando-se – Boa noite!

— Boa noite? – sussurrou ela em dúvida. – Por que eu só ando com gente doida? – suspirou ela ao entrar no dormitório.

Kyouka  retirou o casaco e entrou no elevador com ele pendurado em seu braços.

— Kaminari é um idiota, Mina é completamente louca, Hitoshi é basicamente um mini Aizawa-sensei – ela parou seu resmungo solitário para um bocejo – Bem, ao menos Momo é normal.

O elevador parou no segundo andar, Jirou andou até o final do corredor e abriu a porta do seu quarto para ver Momo deitada em sua cama segurando um travesseiro.

— Retiro o que eu disse, eu não ando com ninguém normal.

Ao ouvir o som da voz de Jirou, Momo se remexeu na cama e acordou.

— Kyouka-chan? Que bom que chegou – ela bocejou – Desculpe, eu ia esperar por você, mas acabei dormindo.

— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Kyouka deixou seu casaco na ceira do piano e sentou-se preocupada ao lado da amiga.

— Oh, não. Eu só queria saber se você está bem – respondeu Momo se ajeitando na cama de Kyouka.

— Momo, são dez da noite e você tá na minha cama – disse Kyouka entojada encarando Momo – Você dorme antes das nove da noite. O que aconteceu?

— Eu estou um pouco preocupada com você – começou Momo – Eu sei que você não costuma compartilhar muita coisa, mas tem algo que você queira me contar?

— Sobre o quê? – desdenhou Kyouka.

— Bem... eu não sei. Você me diz – Momo começou a alisar o próprio cabelo. Era um hábito que ela tinha para desviar a atenção.

— Isso não é sobre minhas aulas extras é? Por que eu já disse que eu acredito totalmente nas suas habilidades de ensino mas...

— Não é sobre isso. Não tem nada, absolutamente nada que tenha acontecido nos últimos dias que você queira me contar?

— Momo, seja mais direta! Eu tô cansada! – resmungou Jirou um pouco nervosa. Se tinha algo que pudesse envergonhar Yoayorozu então ela já podia sentir as próprias bochechas corarem.

— Você trouxe Yoarashi para o seu quarto? – sussurrou Momo rapidamente.

— Quê? Não! – negou Jirou com uma careta. Momo suspirou de alívio.

— Que bom, desculpe, Kyouka-chan, mas eu sou representante de classe, eu preciso garantir que não aconteça nada contra as regras dentro dos dormitórios – Explicou Yaoyorozu sorrindo calmamente. Agora essa era Momo que Jirou estava familiarizada.

— Eu não trouxe ele aqui, mas não é como se fossemos fazer algo errado se ele tivesse vindo – murmurou Jirou enrolando o indicador nos fones de ouvido.

— Então, você quer trazer ele aqui? – sugeriu Momo quase maliciosa (É Momo, ela fofa até quando não quer) – Claro, em um horário em que garotos podem entrar no dormitório feminino. – acrescentou ela como se estivesse lendo em algum lugar.

— Eu não disse isso! – Jirou remexeu-se na cama e corou.

— Então por que você está corando? – Riu Momo apontando para o rosto da amiga.

— Mina! Sai do meu quarto e me devolve a Momo – declarou Jirou sarcasticamente com as sobrancelhas franzidas e apontando para a porta.

Yaomomo apenas riu da amiga e voltou a olhar para ela carinhosamente.

— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? – informou Momo pondo uma mecha atrás da orelha.

— Não tem nada para contar – resmungou Jirou se enfiando por trás de Momo com uma blusa na mão para deitar em sua cama e se cobrir com seu edredom.

Momo afastou-se o suficiente para que Kyouka estivesse deitada confortavelmente de lado e ela ainda pudesse se manter sentada na cama. Kyouka enfiou-se debaixo dos lençóis para trocar sua blusa, ela sabia que Momo não iria sair agora e ela queria colocar seu pijama.

— Oh, eu não tenho certeza, Yoarashi-san contou para nós como foi seu encontro ontem – insinuou Momo fingindo indiferença.

— Não foi um encontro! – protestou Jirou nervosa descobrindo sua cabeça com os lençóis rapidamente. Ela havia tirado a blusa que estava, entretanto não havia posto o pijama.

— Bem, foi o que pareceu.

— Hff. – bufou Jirou e enfiou-se novamente nos lençóis - Você definitivamente tem que parar de andar com Ashido.- resmungou ela com a voz abafada pelo tecido.

— Não é nossa culpa! Você devia ter ouvido o que ele falou de você – suspirou Momo puxando o edredom para olhar para Koyuka.

— Momo!

— Desculpe! – recuou Momo percebendo que Jirou agora estava pondo os shorts do pijama (Se é que pode chamar de shorts) – Voltando ao assunto, ele disse coisas tão fofas sobre você.

— Ele disse? – perguntou Jirou curiosa expondo só os olhos dos lençóis. – Quer saber, não quero saber – declarou ela ao ver o sorriso bobo que Momo deu quando ela perguntou sobre Inasa – Desde que você descobriu que tem uma coisa pelo Todoroki você tem estado muito romântica para o meu gosto.

— Kyouka! – repreendeu Momo ficando vermelha com a menção de Todoroki.

— Viu? Viu? Não é legal ficar fazendo essas perguntas para os outros! – exclamou Kyouka agora sentada novamente apontando para Momo – Pare de perguntar do Yoarashi que eu paro de falar no Todoroki.

— Isso quer dizer que você tem uma coisa pelo Yoarashi assim como eu tenho pelo Todoroki? – insinuou Momo fazendo Kyouka gemer e se enrolar nas cobertas.

— O que aconteceu com você? Minha Momo pararia no segundo em que mencionasse Todoroki!

— Eu só quero o seu melhor – consolou Momo deitando-se a lado da garota Punk e abraçando-a

— Por favor, ao menos diz que eu não vou passar por tudo isso com a Mina amanhã. – gemeu Kyouka abraçando a amiga de volta.

— Não posso prometer. Mas não vou perguntar mais nada.

— Bom, agora vamos dormir.

— Kyouka-chan, não é melhor irmos para o meu quarto? – sugeriu Yaoyorozu um pouco sem jeito – Sem ofensa, mas...

— Minha cama é muito pequena, você tem toda razão – concordou Kyouka levantando-se.

As duas estavam caminharam para a porta, Kyouka carregava seu edredom e um travesseiro, mesmo que houvesse o suficiente para as duas na cama de Yoayorozu.

— Espera – Jirou parou antes da porta – Aconteceu alguma coisa com você e o Todoroki não é? – Momo apenas corou e desviou o olhar – Eu sabia! Toda essa conversa particularmente invasiva – Kyouka deu ênfase para as duas ultimas palavras – E você me esperando no meu quarto!

— Ok, ok – sussurrou Momo envergonhada – Eu conto quando chegarmos no meu quarto, agora fique quieta.

— Oohh, por favor, me diga que eu vou poder usar todo o meu sarcasmo sobre essa situação e tudo vai ficar bem – disse jirou com todo o deboche reunido em um sorriso diabólico.

— Ok, ok. Mas guarde para quando chegarmos ao meu quarto – repreendeu Momo puxando-a para fora do quarto e fechando a porta.

— Sim, mãe – brincou Jirou andando em direção ao elevador. – Oh! Eu vou poder zoar o Todoroki chamando ele de “Pai” – ironizou ela baixinho.

— Kyouka! – sussurrou Yaoyorozu nervosa

— É, é, tem razão. – começou ela sarcástica. Momo puxou o braço de Kyouka para baixo e encostou o indicador nos lábios sinalizando silencio – Todoroki é certinho, mas eu sinto que só Ida tem cara de “Pai” – cochichou Jirou entrando no elevador.

A última piada de Jirou lhe rendeu uma tapa de Momo no ombro.

— Grrr! Eu sabia que devia ter esperado até amanhã – reclamou Yaomomo contorcendo as mãos em frente a boca e olhando para Jirou ansiosa.

— Como se você conseguisse – devolveu Jirou rindo da amiga – Todoroki respira e você está desmaiando.

Kyouka pôs a mão na testa e fingiu desmaio antes de Momo segurar seu braço.

— Pare com isso – pediu Momo fazendo beicinho.

— Ah, você merece isso, mocinha – retrucou Jirou fingindo-se autoritária – Nós temos regras. E você quebrou a primeira delas sobre me deixar fora dos assuntos românticos.

— Só venha! – resmungou Yamomo revirando os olhos.

A garota punk foi puxada por sua amiga assim que o elevador abriu. Elas quase correram até o quarto de Yaomomo, fechando a porta silenciosamente.

— Ok, nós temos aula muito cedo amanhã, então sem interrupções e sem piadas sobre Todoroki-san – alertou Momo sentando-se na cama enquanto Jirou enrolava-se no edredom que trouxe.

— Ei, não sou eu que preciso respirar toda vez que vou falar o nome do príncipe encantado – rebateu Jirou sempre mantendo o deboche e o sorriso feliz pela amiga – “Todoroki-san” – Imitou Jirou suspirando.

— Não seja tão cruel – riu Momo se enroscando em seus próprios lençóis.

A garota da criação podia repreender a melhor amiga por essas brincadeiras, porém Jirou sabia que Momo não se importava verdadeiramente. E Kyouka nunca faria isso em público, somente quando estavam só elas, e ai de quem ousasse envergonhar Yaoyorozu na frente de Jirou.

— Só deite aqui e me conte o que o meio-a-meio fez hoje! – ordenou Kyouka sem paciência recostando as costas na cabeceira de Momo somente com o rosto de fora do edredom.

— Você tem passado tempo demais com o Bakugou – bufou Momo deitando-se no colo da amiga e recobrindo-se com seu próprio edredom.

— Desculpe, não pude evitar, ele tem uma personalidade muito forte. – Kyouka encolheu os ombros - Agora pare de me enrolar! – gemeu ela abraçando Momo.


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Notas finais do capítulo

Yep, esse é o fim. Huheuheue troll face, honestamente eu também não tenho certeza sobre o que aconteceu que deixou a Momo felizinha, mas eu imagino que algo rolou no momento em que os dois foram para a cozinha. Nada escandaloso, só um elogio fofo por parte do Todoroki, com algumas pequenas sugestões de interesse. Os dois parecem ser o tipo que tem muitas prioridades para iniciar um namoro então...



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