Sherlock - Season 5 escrita por TinaS


Capítulo 20
O Jogador desaparecido - Parte III


Notas iniciais do capítulo

Gente me desculpem por fazê-los esperar tanto. Eu desanimei um pouco, mas estou postando.
Espero que gostem e continuem comentando.
Boa leitura



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Molly acordou sentindo uma enorme dor de cabeça, foi até a cozinha e preparou apenas um café para tomar. Já se faziam 2 dias desde a briga com Sherlock e ele não a procurou e ela, bem, se atolou de trabalho para não pensar nisso. Depois de um longo banho ela se vestiu apenas para ficar em casa, tirou o dia de folga para pensar já que não podia fugir daquele assunto por muito tempo. A campainha tocou e ela se surpreendeu com quem estava parado diante de si.

Mycroft? – a ruiva quase engasgou com o café.

Sta. Hooper – ele sorriu – podemos ter uma conversa?

Claro – ela deu passagem para ele entrar – se for por causa da visita ao presídio eu...

Não – ele a interrompeu – tem algo em comum, mas não é exatamente por isso.

Então? – ela ofereceu café e ele aceitou – sente-se.

Obrigado – o Holmes agradeceu – eu não sou de me meter em assuntos relacionados a vida pessoal de meu irmão, mas eu abri uma exceção pois essa manhã fui vê-lo.

Como ele está? – Molly perguntou num pulo sem conseguir conter as emoções.

Péssimo – ele tomou um gole do café – e posso dizer que a senhorita também.

Molly engoliu em seco, mas a verdade nas palavras dele era notória.

Aquilo não tinha nada a ver com ele – a ruiva disse ainda convicta de seu ponto de vista.

Não? – Mycroft arqueou uma sobrancelha – se não tem nada a ver com ele então me diga, se você não tivesse conhecido o Sherlock o Sr. Moran teria a sequestrado e apagado sua memória?

Molly sentiu uma sensação ruim.

Moriarty teria entregado cartas ou se aproximado de você? – continuou – pode até negar Molly, mas tudo que aconteceu tem mais a ver com o Sherlock do que com você mesma, então como pode querer excluí-lo se na verdade tudo o que aconteceu não tem nada a ver com você?

Molly encarou Mycroft e se sentiu uma idiota ainda maior. Ele tinha razão, tudo era sobre Sherlock, sempre foi assim. E por isso ele se sentia tão culpado mesmo tentando não demonstrar. Ela sorriu fraco e limpou algumas lágrimas salientes que ousaram escorrer pelo seu rosto. Mycroft sorriu e depois de agradecer se dirigiu para a porta.

Obrigada – Molly disse assim que se despediu dele.

—x-

Sherlock e John estavam indo atrás da pista sobre o Telegrama, e, com uma cópia do que leram. Livraram-se de Lorde Mount-James, e Overton fora consultar os outros membros da equipe, a respeito do desaparecimento. Havia uma agência de telégrafo a pequena distância.

Vale a pena tentar, Watson – disse Holmes – Claro que, com uma ordem da polícia, poderíamos exigir que nos mostrassem as cópias dos telegramas já expedidos, mas ainda não chegamos a esse ponto. Não creio que se lembrem de fisionomias em lugar tão movimentado. Vamos experimentar.

Sherlock – John o chamou – você está preocupado com Molly, tem certeza que essa é uma boa hora...

Não seja ridículo – Sherlock o interrompeu com rispidez – Se a Dra. Hooper fez o que fez não posso fazer nada a não ser me concentrar no que realmente importa, encontrar Godfrey.

John suspirou derrotado e se calou, Sherlock por sua vez se aproximou do balcão do telégrafo.

Sinto muito incomodá-la – disse ele com sua voz mais suave, à jovem atrás da grade – Houve um pequeno engano no telegrama que mandei ontem. Não obtive resposta, mas receio ter omitido meu nome no fim. Pode dizer-me se foi isso o que aconteceu?

A que horas foi? – a moça folheou um maço de cópias.

Um pouco depois das seis – o detetive respondeu.

O que estava escrito? – ela perguntou.

Holmes pôs o dedo nos lábios e olhou de relance para John.

As últimas palavras eram “pelo amor de Deus” – murmurou ele confidencialmente – Estou muito aflito por não ter tido resposta.

A jovem separou uma das cópias.

É esta, não tem assinatura – disse ela, empurrando o papel sobre o balcão.

Então é por isso que não recebi resposta – exclamou Holmes – Deus do céu, que estupidez a minha! Até logo, minha senhora, e muito obrigado por me ter me ajudado.

Quando os dois saíram do telégrafo, Holmes deu uma risadinha, esfregando as mãos.

Então? – John estava curioso.

Progredimos, John, progredimos – Sherlock disse – Eu tinha sete diferentes planos para dar uma olhada no telegrama, mas não esperava obter sucesso logo no primeiro.

E que ganhou com isso? – John ainda estava confuso.

O ponto de partida de nossa investigação – respondeu Holmes, chamando um Taxi – Melhor ligar para a Sra. Hudson ficar com Rose porque vamos para a Estação King’s Cross.

Então, vamos viajar? – o Watson pegou o telefone.

Sim, creio que temos de ir a Cambridge. Tudo aponta nessa direção – Sherlock fez menção que iria pegar o celular para avisar Molly, mas voltou atrás na decisão.

John notou a expressão no rosto do amigo e logo depois de falar com a Sra. Hudson tratou de fazer perguntas para distraí-lo.

Sherlock, tem alguma suspeita quanto à causa do desaparecimento? – John perguntou – Você não desconfia, realmente, que ele tenha sido raptado para dar informações quanto à fortuna do tio, não é?

Confesso John, que isso não me atrai como provável explicação. Mas pareceu-me a única capaz de interessar àquela desagradável criatura – Sherlock respondeu se ajeitando no banco do taxi.

Mas quais as prováveis explicações? – apesar do detetive ser arrogante John gostava de ouvir suas teorias sobre os casos.

Posso mencionar várias – começou – Você deve reconhecer que é curioso o incidente se ter dado justamente na véspera de um jogo importante, envolvendo o único homem cuja presença parece essencial para a vitória do time. Pode ser coincidência, mas é interessante. Oficialmente, não se fazem apostas no esporte amador; mas há um grande número de apostas entre o público, e é possível que seu desaparecimento interessasse a alguém. Esta é uma hipótese. A segunda é que o rapaz é de fato o herdeiro de uma grande fortuna, por mais modestos que sejam seus meios atualmente, e não é impossível que o tenham raptado para efeitos de resgate.

Enquanto iam pelo caminho da pista discutiam as causas prováveis do caso e Sherlock mesmo triste e chateado com Molly, queria que ela estivesse ali ao seu lado.

—x-

Molly encara o celular e começa a ler a mensagem de texto que recebera. Apertou bem os olhos e depois de um longo suspiro correu para o quarto pronta para tomar uma decisão correta em relação a Sherlock.

—x-

O telegrama ainda é a única coisa sólida que temos, e não devemos desviar a atenção – Sherlock comentara com John enquanto compravam as passagens de trem – assim vamos descobrir o que há em Cambridge relacionado aquela mensagem.

Sherlock ficou imóvel por um minuto e John olhou na direção em que o amigo fixava. O Watson respirou aliviado por ter dado tempo de Molly aparecer na estação de trem para ir se aventurar com os dois e é claro fazer as pazes com o detetive.

Molly – John disse ao notar que o Holmes não fez menção de ir até ela.

Oi John – ela disse e abriu um enorme sorriso para o amigo – Sherlock.

Dra. Hooper – o detetive disse quase sem encará-la e logo andou na frente dos dois.

Que bom que deu tempo – o Watson sussurrou.

Que bom mesmo – Molly encara Sherlock que estava bem afastado deles – ele ainda continua chateado.

Eu sei, mas vocês vão fazer as pazes eu sei disso.

O otimismo de John fazia Molly acreditar que realmente conseguiria se acertar com o Holmes. Ele era cabeça dura e ela sabia que tinha errado, graças a Mycroft agora ela tinha se dado conta do quão estúpida tinha sido. O Trem não demorou para chegar e eles embarcaram, aquela noite estava fria e silenciosa. John sentou ao lado de Molly e Sherlock na frente de John.

Como está indo o caso? – a legista quebrou o silencio sufocante esperando Sherlock lhe dar alguma atenção.

Em progresso – Sherlock respondeu sem tirar os olhos da janela.

Molly deu um meio sorriso e foi em direção ao banheiro, precisava respirar.

Sherlock – John o repreendeu – ela está tentando se aproximar de você.

Acha que eu não percebi? – o detetive disse com desdém – vocês dois são cúmplices e eu deveria estar com raiva por você ter trazido ela aqui.

Quero ajudar vocês – John defendeu-se.

Não pedi sua ajuda – Sherlock foi grosseiro.

Ai ai – John suspirou – você não sabe lidar com esse tipo de situação e mesmo que não queira minha ajuda eu vou fazer o que puder para ver você e Molly de bem outra vez.

—x-

Mycroft olhava para a tela do computador esperando algo de suspeito aparecer. Sebastian estava bastante quieto depois de ter lido a carta que recebera de Jim. Tudo o que o Holmes mais velho queria era saber o conteúdo da carta e teria que usar seus meios para fazer isso. Por um momento ele viu o Moran encarar a câmera como se estivesse vendo ele ali o observando. Mycroft sentiu um arrepio na espinha e fechou o computador.

Maldito – repetiu fechando os olhos – meu dever é descobrir o conteúdo da carta e isso eu farei.

Ele andou a passos rápidos até a sela de Sebastian pois precisava tirar suas dúvidas se ainda estavam correndo perigo ou não. Ao entrar no local viu o homem sentado na cama imóvel encarando o papel.

Senhor Moran – Mycroft o chamou.

Então você estava me observando pelas câmeras? – Sebastian levantou a cabeça com um sorriso de canto – Jim me falou sobre você também.

Não tente começar seus joguinhos comigo – Mycroft o encarou – se um dia quiser sair daqui terá que colaborar.

Então me diga como posso satisfazê-lo? – o sorriso de canto nos lábios de Moran se intensificou.

—x-

Já era quase noite quando chegaram à velha Cambridge. Holmes pegou um táxi na estação e pediu ao que os levasse à residência do Dr. Leslie Armstrong. Pouco tempo depois, apesar do silencio constrangedor entre Sherlock e Molly, chegaram a mansão, na rua mais movimentada das redondezas. Houve uma breve discussão e ficou decido que Molly esperaria na sala e não entraria no escritório. Depois de mais tempo de espera, conseguiram entrar e encontraram o médico sentado à escrivaninha.

Leslie Armstrong era um dos chefes da escola médica da universidade, um pensador afamado em toda a Europa, em mais de um ramo da ciência. Ele tinha na mão o cartão de Holmes, e ergueu os olhos com expressão descontente no rosto severo.

Sr. Sherlock Holmes – disse ele – sei qual sua profissão, embora ela não mereça minha aprovação.

Nisso o senhor está de acordo com todos os criminosos do país, doutor – replicou Holmes tranquilamente.

Enquanto seus esforços se dirigem contra os criminosos, eles merecem – o Dr. Disse – mas o senhor se expõe à crítica quando se mete nos segredos de particulares, quando traz à tona assuntos de família que seria preferível deixar ocultos.

Sem dúvida, doutor – Sherlock sabia que aquele homem estava escondendo algo – mas talvez a conversa venha a ser mais importante. Entretanto, afirmo-lhe que estamos fazendo o contrário daquilo que o senhor critica, e procuramos evitar que venham a público assuntos privados, o que fatalmente aconteceria se o caso fosse parar nas mãos da polícia. O senhor sabe sobre o Sr. Godfrey Staunton?

Que há com ele? – o homem disse calmo.

O conhece, não é verdade? – John finalmente achou a oportunidade de se pronunciar.

É meu amigo íntimo – respondeu o doutor.

Ele desapareceu – John completou.

Ah, sim? – Dr. Armstrong disse, sem que sua expressão se alterasse.

Saiu do hotel ontem à noite, e ainda não deu notícias – Sherlock olhou cada detalhe do homem a sua frente com atenção, porque aquilo era muito mais que suspeito.

Com certeza voltará – o médico disse.

Amanhã será o jogo da universidade – John disse sem entender a calma do homem.

Não ligo a esses jogos infantis – o médico estava impaciente – a sorte do rapaz me interessa profundamente, mas o esporte não entra na minha esfera de ação.

Peço-lhe, então, que se interesse pelo assunto, agora que vou fazer investigações quanto ao desaparecimento do rapaz – Sherlock perguntou – Sabe onde ele está?

De forma nenhuma – Dr. Armstrong era um homem difícil.

Não o viu desde ontem? – John pressionou - O Sr. Staunton é um homem sadio? Já o viu doente alguma vez?

Não, não o vi fazem alguns dias – o médico estava impaciente – ele nunca estava doente.

Holmes não estava convencido então colocou uma folha de papel diante do médico.

Então talvez o senhor explique esse recibo de algumas libras, pagos pelo sr. Godfrey no mês passado, ao dr. Leslie Armstrong, de Cambridge – Sherlock disse sério – Encontrei no meio dos papéis do rapaz.

O médico ficou vermelho de fúria.

Não vejo razão para lhe dar explicações, Sr. Holmes – o homem disse entre dentes.

Se preferir uma explicação pública, terá de ser dada, cedo ou tarde – Sherlock guardou de novo a conta no bolso – Já lhe disse que posso abafar aquilo que outros teriam de publicar. O senhor faria bem se confiasse em mim.

Não sei de nada! – o homem estava se controlando.

Recebeu comunicação de seu amigo, de Londres? – Sherlock estava fazendo perguntas demais e John o deixou pressionar o médico sem interromper.

Claro que não! – dessa vez a voz do Dr. saiu mais alta.

Deus meu, o telégrafo novamente! – suspirou Holmes – um telegrama urgente foi-lhe mandado de Londres por Godfrey ontem à tarde… telegrama indubitavelmente ligado a seu desaparecimento, e o senhor não o recebeu! É incrível. Faço questão de ir ao telégrafo daqui para registrar a queixa.

O Dr. Armstrong pulou da cadeira, furioso.

Faça o favor de sair de minha casa, senhor – disse ele – e pode dizer a seu patrão, Lorde Mount-James, que não quero saber dele, nem de seus representantes. Não, senhor, nem mais uma palavra!

Os três estavam do lado de fora da Mansão depois de serem expulsos. Molly havia feito reservas para eles no hotel que ficava bem em frente à casa do Dr. Armstrong.

Bom trabalho Molly – Sherlock disse involuntariamente entrando no local.

John encarou a legista com um sorriso no rosto e ela estava feliz com o fato de aquela viagem ter o poder de fazer ela e o detetive finalmente se entenderem.

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?
Não esqueçam de comentar ta bem?
Feliz por voltar
Bjos
TinaS



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