Vestida para Matar escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Capítulo final, com alguns acréscimos em relação à one-shot.

Espero que gostem!

❤❤



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Depois que ouço os passos de Peeta se afastando, descalço minhas sandálias e sinto o alívio nos pés por me livrar dos enormes saltos.

Vou até o banheiro do quarto de hotel e me encaro no espelho.

Lentamente, limpo toda a maquiagem do meu rosto e me desnudo do vestido. Ele já cumpriu sua missão e vai voltar para o fundo da bagagem. 

Tomo um banho demorado e visto a roupa mais confortável que tenho na mala. Chegou a hora!

Respiro fundo e me acomodo na cama, com o laptop apoiado num travesseiro sobre minhas pernas. Fito o editor de texto em branco.

Os acontecimentos de hoje me trouxeram inspiração e meu bloqueio se foi.

Disparo a escrever parágrafos atrás de parágrafos e, modéstia à parte, está saindo um capítulo dos bons.

Eu deveria agradecer ao Marvel, talvez. Ou talvez não. Isso provavelmente seria um exagero. No entanto, tudo o que aconteceu hoje com ele e por causa dele foi libertador.

Não consigo interromper o fluxo da escrita e, por isso, mal paro para almoçar. Faço a refeição que pedi ao restaurante do hotel sentada à frente da tela mesmo.

Quando meus dedos já estão doloridos, posiciono o cursor no espaço cheio de pontos de interrogação, que deixei reservado para o título.

Ali, eu digito: Operação Yellow Dandelion.

De alguma forma, a lembrança de um dente-de-leão amarelo me remete a uma sensação de leveza, de segurança, de esperança. E me remete a Peeta... e a romance.

Salvo tudo o que escrevi em todos os meios digitais ao meu alcance, com uma senha bem segura, e me preparo para descansar um pouco.

Nem bem me deito e fecho os olhos, Prim adentra o quarto com um grupo de meninas.

— Você não apareceu no almoço que marcou com suas leitoras beta

— Ai, não acredito! A manhã foi tão movimentada... Acabei dando esse furo.

— Não se preocupe! Eu trouxe todas para um lanche com você.

Elas invadem o local numa euforia sem tamanho.

— Você está com essa roupa? – reclama Prim ao checar meu vestuário. — Eu tenho certeza de que tirei da sua mala.

— E eu recoloquei.

— Isso é pior que um pijama!

— Não é pior do que aquela fantasia que vocês me induziram a vestir para a entrevista com o Caesar Flickerman.

Prim se senta na beirada da cama.

— Katniss, olha isso.

Ela me mostra em seu tablet uma dezena de vídeos com a minha performance no palco com Peeta, todos com muitas visualizações e uma enxurrada de comentários engraçados e, em boa parte, positivos. Há alguns bem ousados também.

— Ai, eu quero sumir! – lastimo.

— Nada disso. A partir de agora, você não vai se esconder mais. Você já é Katniss Jasmine Everdeen para todas essas pessoas.

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Cerca de meia hora depois que as garotas deixaram o quarto, após momentos divertidos de conversa e descontração – regados a bombas calóricas providenciadas por Annie, vindas da cafeteria –, sento-me na cama, para recomeçar a escrever. 

Não demora muito, vejo Prim sussurrando ao telefone, enquanto perambula pelo quarto.

— Peeta está vindo aqui – anuncia ela, após desligar.

— O quê?

— Ele não virá sozinho, se é essa a sua preocupação. Há uma pessoa com ele que quer muito conhecer você.

Faço o possível para ajeitar minha trança bagunçada e até tento trocar de roupa, mas, em poucos minutos, Peeta realmente vem até o nosso quarto.

A loira que eu vi na cafeteria e no auditório está com ele. Aff.

As várias canecas que usamos em nosso lanche ainda se encontram sobre a mesa.

— Quantas xícaras de café! – espanta-se Peeta ao reparar a mesa de refeições lotada de recipientes vazios. — Você já está testando sua tese para o próximo assassinato, Katniss?

— Não! Não responda, por favor! – A loira põe as mãos sobre os ouvidos antes que eu possa abrir a boca para me apresentar a ela. — Não quero spoilers do próximo livro... Eu vou dar uma volta lá fora. Vocês podem tratar de todas as questões profissionais sobre as quais precisam conversar e, depois, podem me chamar por telefone.

A loira atravessa a porta como um raio.

— Eu também já vou indo. Sou outra que não quero spoilers – despede-se Prim, mentindo com a cara mais lavada do mundo, porque ela é sempre a primeira a me implorar por detalhes de tudo o que escrevo.

Assim que ela sai, Peeta pergunta:

— Então, se você não quer provar sua teoria, o que significa essa dezena de canecas de café vazias?

— Um grupo de leitoras beta almoçaria comigo no restaurante do hotel, mas eu perdi a hora e Prim as trouxe para um lanche aqui no quarto mesmo. Elas se sentiram ainda mais especiais e eu não tive que colocar a cara pra fora. Só saio desse quarto rumo ao aeroporto!

— Qual o motivo disso? Os seus vídeos viralizaram, seus livros estão esgotados aqui nas lojas da convenção literária e tenho certeza de que em um monte de livrarias pelo país. Já há até uma fila nas lojas virtuais para a pré-venda do próximo lançamento. Você é um sucesso absoluto!

— Não posso acreditar que isso esteja acontecendo!

— E não é só isso. Eu preciso revelar algo muito importante a você.

O modo com que ele me encara após proferir essas palavras me deixa um pouco desnorteada.

— Pode falar – digo, antes que a frase "Pode se declarar pra mim" saia da minha boca.

— Quem acabou de sair daqui com toda aquela pressa foi a Cressida Dormer, produtora de cinema. Ela veio aqui apenas para conhecer você pessoalmente, já que, antes e depois da sessão de autógrafos, estava tudo meio confuso.

— Estava mesmo.

— Pois bem. Cressida veio trazer a proposta de que seus livros virem filmes.

A notícia é algo inesperado e eu dou um salto até Peeta.

— Por que não me disse isso antes?

— Ela acabou de pedir minha opinião a respeito... Nós nos conhecemos há pouco tempo e estamos conversando bastante desde então.

Imagino que o que Peeta me disse durante nossa encenação sobre estar encrencado tenha algo a ver com Cressida.

— Ah, é? Conversando bastante? – indago, agora um pouco desolada. — E pensar que obriguei você a subir ao palco e o deixei em maus lençóis com sua pretendente.

— O quê? Não...

— Ficou tudo bem entre vocês, então? Que ótimo...

— O que será que puseram nessa sua bebida, Katniss? Que conclusões são essas?

— Você me pediu pra parar a cena no palco, pois ficaria encrencado. E disse isso enquanto olhava preocupado na direção dela. Achei que ela estaria com ciúme, já que pode haver algo mais entre vocês.

— Entre mim e Cressida? Não mesmo! Ela apenas será a produtora dos futuros filmes. Se você aceitar, é claro.

— Então, por que você disse que estaria encrencado?

— Eu não estaria encrencado. Eu estou. Por sua causa. Eu ouvi nitidamente a voz de Cressida, quando ela disse na plateia: "Eles são perfeitos para os papeis de protagonistas".

— Pare de falar bobagens! – Dou risada.

— Eu juro que é verdade.

Seu semblante está tão contrito, que minha única opção é acreditar nele.

Decido, então, que a moça loira não é um obstáculo para o que necessito fazer. Abrir meu coração.

— Peeta...

— Oi? – Ele soa cauteloso.

— Sabe, quando estávamos ao telefone... no finalzinho da ligação?

— Ah, aquilo que eu falei. Você pode ignorar e fingir que não aconteceu? Não queria chatear você.

— Mas você precisa saber de um fato. Naquela hora, houve um pequeno acidente na cafeteria... Um garoto derrubou café no meu bloco de notas.

— Oh, não! O pior desastre para um escritor!

— Exatamente. Então, você ouviu a bronca que dei no menino, não era com você... Por acaso, você escutou o que eu disse depois?

— Não. A última coisa que ouvi foram seus impropérios... O que mais você disse? Pra mim, e não para o pobre garoto desastrado.

Puxo o ar, já um pouco trêmula.

— Bem, eu estava pensando em dizer que, se você quer que eu escreva um suspense romântico, vou precisar de um pouco mais de ajuda com o livro do que de costume.

— Claro. Que tipo de ajuda você precisa? – O tom dele ainda é alerta. — Brainstorming de métodos de assassinato, como você disse?

— Não. Eu posso resolver isso muito bem. Mas talvez precise de uma pequena ajuda para pesquisar a parte romântica do livro.

— Certo – confirma Peeta, depois de um tempo. — Quer dizer... é para isso que nós editores servimos, não é? Para ajudar com o que os escritores precisam.

Eu estou prestes a concordar. É mais fácil continuar me escondendo atrás de um tom alegre e desinteressado. Não posso arriscar estragar a relação profissional que tenho com Peeta.

Mas, então, faço uma pausa.

Ao contrário dos meus textos, a vida, com raras exceções, não pode ser revisada depois, se eu não acertar logo de cara. E quero acertar isso mais do que qualquer outra coisa.

— Não é só isso. Há outra coisa. Um detalhe importante. Eu quero saber se estamos na mesma página...

— Espero que sim. Nós trabalhamos juntos, como editor e escritora. – Peeta abaixa os olhos.

— Não foi para o meu editor que fiz a proposta de me ajudar com a parte romântica.

As sobrancelhas dele fazem um movimento engraçado, quando ergue o rosto para mim, com uma expressão animada.

— Que bom, porque não foi seu editor que concordou em ajudá-la com o romance do seu livro.

Fico imóvel por um momento.

— Então, isso vai funcionar mais como um encontro e menos como um brainstorming do que quer que seja?

— Me desculpe se eu não fui claro: por mim, isso já é um encontro.

Uma torrente de felicidade toma conta de mim, porém não posso resistir em provocar Peeta apenas um pouquinho.

— Não deveria ser: "desculpe-me", em vez de "me desculpe"? Afinal, não se inicia uma frase com pronome oblíquo átono.

— Muito bem, Katniss. Você conseguiu revidar à altura minhas chatices gramaticais.

— Eu adoro suas chatices gramaticais!

— Mas é bom que seus textos estejam impecáveis, pois eu vou pegar no seu pé.

— Saiba que meu bloqueio criativo sumiu. Consegui escrever alguns capítulos minimamente satisfatórios em uma velocidade incrível. Isso é sinônimo de muito trabalho pra você.

— E aí? Já sabe qual será o destino do P. I. T. A?

— O P. I. T. A vai se envolver romanticamente com uma morena fatal, como você sugeriu. O que acha de ser como a cena que fizemos no palco?

— Sem a parte do assassinato, né? Isso seria fundamental.

— Essa seria uma reviravolta e tanto no enredo.

— Eu adoro essas reviravoltas na ficção e... Na vida real também.

Assentindo levemente, estendo minha mão até a dele, entrelaçando nossos dedos.

— Posso ler o que você escreveu? – Peeta solicita, após checar que meu notebook está aberto sobre a cama.

Logo me vêm à mente as imagens de momentos que sempre sonhei viver com o loiro. Escrever e revisar meus textos em seus braços é um deles.

— Sim, pode ler.

— A não ser que você queira um café antes. Em doses normais. Nada letais.

— De jeito nenhum quero um café agora.

— Achei que não dispensasse uma xícara por nada nesse mundo.

— Minhas prioridades mudaram repentinamente.

Ele se aproxima e acaricia meu rosto. Olho para a pele ruborizada de Peeta, sua boca, seus cabelos claros. Preciso me lembrar de como se respira.

Essa é uma tarefa muito difícil, quando anseio para conhecer o gosto que sua boca tem, ou a forma perfeita como sei que se encaixará na minha.

Nossos lábios quase roçam um no outro. Ele toma uma de minhas mãos, colocando-a sobre seu peito.

Seu coração tamborila descompassado. Enquanto isso, ele sorri. Um sorriso tão lindo, tão sincero, que se estende até seus olhos.

Eu ainda tenho a mão sob a dele, sobre seu coração, quando nossas bocas se encontram, num beijo pra valer.

O primeiro toque de seus lábios se move através de mim como se eu inspirasse uma lufada de ar puro. Eu provo vento e nuvens. Sua língua encontra a minha e sinto como se pudesse flutuar. 

Meu corpo inteiro treme com a impetuosidade dele e eu não posso deixar de pensar: então, é  sobre isso que leio nos livros

Eu não seria capaz de descrever algo assim antes, pois não havia vivenciado nada parecido.

Num segundo, estamos no meio do quarto, no segundo seguinte, ele está me agarrando contra a parede. Seus braços envolvem meu quadril, erguendo meu corpo do chão.

Seu beijo, seu cheiro e seu toque me dão as sensações mais incríveis que já tive.

Quando sua boca deixa a minha, ofego, olhando para seu rosto. Peeta me encara com uma intensidade que faz meu peito se apertar.

— Primeira lição prática de uma cena de amor.

— Uau. Por que não me sugeriu escrever sobre romances antes?

Ele solta um meio sorriso travesso.

— Katniss... – Peeta fala contra minha pele ao me colocar novamente no chão. — Eu queria fazer isso desde o primeiro momento em que vi você.

— Peeta, embora eu não me envergonhe de ter me vestido daquele jeito mais cedo, aquela não sou eu. Eu sou assim. – Estico minha camiseta desbotada, com a estampa do Harry Potter.

— Mas eu não me referi a como você estava vestida mais cedo, mas à primeira vez em que vi você, na tela do computador, numa chamada de vídeo. Agora que estou voltando a trabalhar na mesma cidade em que você mora, espero vê-la mais vezes... Ao vivo.

Eu me afasto um pouco, chocada.

— Sério?

— Sério... para as duas afirmações. – Ele ri baixinho. — Por que você acha que eu comecei a jogar indiretas sobre romance em seus romances?

— Eu apenas pensei que você estivesse realmente interessado em livros românticos.

Peeta sorri e beija a ponta do meu nariz.

— Não, estou apenas realmente interessado em um romance... com você

Quanto mais eu tento esconder o sorriso, maior ele fica.

— E se eu quiser mesmo escrever livros românticos?

— Eu posso ajudar, como editor e, principalmente, assim...

Muito lentamente, Peeta desliza as mãos pelos meus braços. Ele toca o pingente de tordo que está pousado logo acima da curvatura dos meus seios e me olha nos olhos. Sem titubear, segura meu rosto e se aproxima até que nossas bocas mal se tocam. Sua respiração se move em sopros quentes sobre a minha boca. E, depois, ele me beija. 

Eu posso sentir tudo – o aroma mentolado de seu hálito, a pressão de seu peito contra o meu, os músculos de suas costas se contraindo sob meus dedos ávidos por tocá-lo, o tecido de sua calça jeans e o raspar metálico da fivela do cinto contra o meu estômago.

Sua boca faz uma trilha delicada até minhas pálpebras. Seus dedos dançam na minha mandíbula. Ele pressiona os lábios na ponta do meu nariz e depois recupera minha boca. Eu vou embora. Tão longe que eu não tenho mais ideia do tempo que se passa enquanto ficamos assim.

— Se a gente continuar desse jeito, é muito provável que sua irmã nos flagre numa cena quente – diz Peeta e tenho que concordar com ele.

— Sem spoilers para Prim.

Enrosco seu pescoço com meus braços e ele repousa seu queixo em meu ombro, embalando-me por alguns segundos, até que eu o pego pela mão.

— Vem aqui... Vou mostrar o que consegui escrever hoje.

Nós dois nos acomodamos no colchão, recostados na cabeceira da cama. Ligo o notebook e o apoio sobre o travesseiro para que fique acessível a Peeta. Permaneço ali, lado a lado com ele. 

Enquanto seus olhos não desgrudam das palavras que escrevi, os meus não conseguem se desviar da visão de seu perfil. Observo seu rosto concentrado, seu sorriso após ler alguns trechos engraçados, seus cílios claros e longos, pelos quais adquiro logo uma fixação... E seus lábios, que acabaram de me beijar e despertaram em mim sensações maravilhosas. Em breve, tentarei transformá-las em palavras. Tarefa difícil.

Alguns minutos se passam e Peeta completa a leitura do capítulo. Sei disso, porque ele posiciona o cursor na última linha escrita.

Peeta não diz nada imediatamente, mas me dá um sorriso franco.

— Bom... Muito bom. Terminamos por aqui. 

Eu estremeço. 

— Terminamos? – indago, girando para ficar de frente para ele.

— O texto. Só o texto – sussurra ele.

Ele empurra o notebook para o meio da cama e se vira completamente para mim.

— O P.I.T.A. tem que ser o cara, se quiser conquistar essa morena fatal... E o nome dela? Agente Everlark? Esse é um nome bem sugestivo – brinca Peeta. 

— Não fui nem um pouco sutil na escolha do sobrenome da protagonista, né?

— Eu adoraria ver a agente Everlark em ação – afirma ele. 

— Digo o mesmo sobre o P.I.T.A. – balbucio em réplica. — E isso não vai demorar nada pra acontecer. 

— No texto?

— Também.

Peeta sorri de lado e eu só quero que ele me envolva em seus braços e demore o tempo que quiser.

Então, ele ergue uma das mãos e retira o cabelo que está nos meus olhos. As pontas dos seus dedos acariciam suavemente meu rosto, passando da minha bochecha para a parte de trás do meu pescoço. 

A palma da sua mão pressiona a minha pele e o polegar traça suavemente meu maxilar. 

Meu coração bate descompassado. Quero mais. Mais disso. Mais dele.

Fechando os olhos, exalo e me inclino em direção a Peeta até minha testa descansar contra a sua. Como se ele estivesse esperando por isso, seus braços deslizam pelas laterais do meu corpo e me puxam para mais perto dele.

O clima ao nosso redor está frio por causa do ar condicionado ligado, mas, no espaço que criamos juntos, a temperatura aumenta muito. 

Uma expiração involuntária faz meu tronco vibrar. 

— Está tudo bem? – Peeta questiona.

Incapaz de falar, eu assinto e cubro seus lábios com os meus. Tudo está mais do que bem. Está perfeito. Tão perfeito que nem notamos quando Prim entra no quarto.

— Aham! – Minha irmã pigarreia em alto volume. — A conversa está boa, não é? Nesse ritmo, o livro vai ser editado rapidinho... Ou não.

Eu e Peeta relutantemente nos separamos do beijo, rindo dela.

— Acabei de revisar o capítulo, Prim. Estou aqui a trabalho! – Peeta faz graça.

Seguro o rosto dele na altura das bochechas e deixo um selinho rápido em seus lábios adoravelmente avermelhados. O sorriso mais lindo e apaixonante se forma logo depois.

— Ai, que fofinhos! Eu só interrompi vocês, porque também estou a trabalho e preciso trocar de roupa pra encontrar a Effie... e vocês sabem como ela é em relação a atrasos! – Primrose explica e logo corre para sua mala, com o intuito de escolher as peças que vai vestir.

— Quer dar um passeio pelo hotel? – Peeta me convida. 

Ele olha para o relógio e me puxa pela mão para fora do quarto antes mesmo de eu responder. Peeta me guia até o belo terraço do hotel, de frente para o mar.

O sol está se pondo no horizonte. Nós nos aproximamos do parapeito e ele me abraça por trás, enquanto contemplamos o espetáculo da natureza.

Então, eu me viro para ele e Peeta pressiona os lábios nos meus. A forma como toma minha boca para si se torna mais intensa a cada segundo. A mão dele sustenta minha cabeça, emaranhando-se em meus cabelos.

É como o beijo na sacada do livro "Romeu e Julieta".

Com a respiração entrecortada, eu me esquivo um pouco para trás, por um espaço suficiente apenas para fitar seus olhos.

Sua expressão é divertida e ele tem um sorriso no olhar. Ah, o sorriso no olhar que eu tanto amo!

Levo minha cabeça até seu peito e a descanso ali, enquanto envolvo seu tronco com meus braços, sentindo a maciez do algodão de sua camisa contra minha pele.

— Lição número dois de romance. Beijos ao pôr do sol. Você pode descrever o céu, em seu tom mais bonito, alaranjado, e como o fim de tarde traz uma brisa fria, convidativa para um abraço.

— Não quero abandonar essas lições nem tão cedo. Acho que vou escrever muitos suspenses românticos.

Meu peito sobe e desce com força, enquanto tento controlar o ritmo dos meus batimentos cardíacos, mas é uma missão quase impossível.

Deveria ser motivo de preocupação para mim, mas não é.

Afinal, não existe mocinho e bandido nesse enredo. Eu sou uma escritora premiada e ele é um editor muito competente. 

Duas pessoas se escondendo atrás de suas palavras, mas que podem se revelar através delas... Literalmente.

Acho que somos capazes de criar o epílogo perfeito para a nossa história. Com muito romance.

— Ora, ora, mais uma encenação de uma parte do livro? – Ouço o modo espalhafatoso de falar de Caesar Flickerman atrás de nós.

— Não, meu caro, isso é a vida real! – Peeta responde a ele e, no final, pergunta pra mim: — Verdadeiro ou falso?

— Verdadeiro – respondo, com um sorriso largo, por causa da euforia em excesso.

E, de repente, já estamos vivendo o nosso felizes para sempre

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Notas finais do capítulo

Olá!

Agradeço a todos os que acompanharam a fic até aqui.

Preciso fazer um agradecimento especial à Bel pela capa, que muito contribuiu para que a minha comédia romântica ficasse disfarçada de thriller.

E também à Belisa Mellark, por ter me ajudado com ideias e orientações sobre o funcionamento do mundo editorial.

❤❤

Enfim, espero que tenham curtido a fic e as homenagens às obras literárias e autores... Foi um prazer escrevê-la e vai ser uma alegria maior ainda saber o que acharam dela.

Por isso, não se esqueçam de deixar um feedback, por favor!

Espero um dia conseguir escrever um epílogo... Por isso, já me despeço aqui, da fic e da plataforma, se isso não acontecer.

Beijos,

Isabela 



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