Vestida para Matar escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! 

Esta é mais uma fic que teve origem a partir de uma one-shot.

"Vestida para matar" faz parte da coletânea "Tudo e todas as coisas", daqui do Nyah!

Resolvi aproveitar o embalo do fim de "Antes que você se case" (vou publicar o epílogo daqui a pouco!) e transformá-la logo em short-fic. O principal acréscimo que ela receberá será um epílogo, que não fez parte da one.

Para o enredo, eu tive a ideia de criar um thriller, sabe?
Uma narrativa com uma atmosfera de suspense, intriga, crime, mistério e espionagem...

Mas eu nunca escrevi um thriller na vida!

E acho que vou continuar sem escrever, pois tenho a ligeira impressão (ops... certeza!) de que esta fic é uma comédia romântica.

Depois vocês me dizem como vocês a classificariam, ok?

Espero que gostem!

Para quem quiser ler a one-shot, o link para a coletânea está no meu perfil.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769163/chapter/1

 

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Vestida para Matar

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Pronto! Agora sim você está parecendo uma assassina sexy e perigosa, Katniss.

Minha irmã termina de esfumar minhas pálpebras com a sombra num tom escuro e vira a cadeira giratória em que estou sentada para que eu possa me olhar no grande espelho do quarto de hotel.

Você acha que eu preciso usar uma peruca, Prim?

Com um cabelo maravilhoso desses, usar uma peruca seria um crime!

Nós duas rimos com o trocadilho da frase da minha irmã com a palavra "crime".

Eu me levanto e admiro a maquiagem que Primrose fez, destacando meus olhos cinzentos. Jogo sobre os ombros os cabelos escuros que emolduram meu rosto.

Depois, avalio minha silhueta, envolta no vestido preto, com um decote generoso e uma fenda nada recatada, que avança por minha coxa esquerda.

Alguns centímetros acima da abertura lateral, está um coldre discreto e o revólver, que ficam bem ocultos, mesmo sob o tecido leve. Primrose insiste que ambos são acessórios indispensáveis pra mim na manhã de hoje.

Você acha que eu posso ser capturada como cúmplice? – questiona Prim, esforçando-se para assumir um ar grave, ao qual é impossível dar crédito, em face do seu rosto angelical.

— Nenhuma das pistas levará até você – sussurro, ensaiando a voz sensual que a roupa que estou vestindo me inspira a usar.

Então, será o crime perfeito! – rebate ela, em tom brincalhão.

Primrose empunha o secador de cabelos como uma arma virada para cima e eu apoio minhas costas atrás das dela, simulando uma pistola com minhas mãos unidas à frente do meu peito.

Fazemos várias poses, caras e bocas para o espelho e caímos na risada.

Depois eu fico séria, pensando no que vou encarar daqui a algumas horas.

Nervosa? – questiona Prim.

Sempre fico...

Mas não é só isso, eu sei.

Você me conhece tão bem! É verdade, não é apenas isso... Ainda tenho que pensar em como vou matar o Marvel, a minha próxima vítima. Meu prazo fatal é até novembro, acredita?

Prazo fatal. Literalmente! Que tal... pisoteado por saltos agulha? – Prim aponta para os calçados em meus pés.

E estragar sandálias caríssimas? Nem na ficção!

Matar alguém nunca se torna mais fácil. Na verdade, fica mais difícil a cada vez que é necessário inventar um novo método assassino. Haja criatividade!

Estou arquitetando formas de como dar cabo de Marvel durante algum tempo, mas nenhuma das minhas maquinações parece a ideal.

Às vezes, é melhor adotar o caminho mais simples. Já pensou em um tiro nele?

Não, isso é o básico do básico, além de ser barulhento e de fazer sujeira. Dessa vez, quero um assassinato de mãos limpas.

Usar uma arma branca também não é uma opção, por esse último motivo... Que tal empurrá-lo de um penhasco?

Considero essa possibilidade por um momento, enquanto fecho minha maleta, certificando-me de que tudo o que preciso está dentro dela.

A ideia é tentadora, já que adoro uma bela paisagem de fundo, mas eu já usei um artifício parecido como esse antes. A última vitima foi jogada de cima de um navio, você sabe... E, devido ao sucesso da escolha, não posso lançar mão de nada nesse estilo mais uma vez. Quero evitar ser repetitiva.

Contratar um assassino? Isso você nunca fez.

É muito impessoal. E não é isso o que quero. Não para este alvo em particular.

Depois de tudo o que Marvel fez e está pretendendo fazer comigo, ele merece ficar cara a cara com a verdadeira assassina e saber exatamente quem orquestrou o destino dele. E o porquê.

Marvel está ameaçando me acusar de um crime que eu não cometi.

Muito pior do que isso. Um crime que ele praticou e do qual eu fui a vítima.

Não há nada que justifique o que ele fez, mas às vezes fico pensando que, se não fosse pelo mau caráter do Marvel, você nunca conheceria o Peeta.

E por que a menção ao Peeta especificamente? Eu conheci muita gente depois do que o Marvel fez comigo.

Você acha que eu não notei sua transformação, depois que o Peeta começou a entrar em contato com você por horas seguidas através de videoconferência? E olha que esse tipo de comunicação entre vocês é totalmente desnecessário, diga-se de passagem...

Saiba que eu trato apenas de trabalho nas chamadas para o Peeta!

Para sua completa decepção. Estou errada?

Ainda bem que você não é a detetive dos meus casos. Se não, nenhum crime seria perfeito.

Aqueles sorrisinhos bobos todas as vezes em que você encerra as ligações pra ele são prova suficiente.

Prova de quê? Posso saber?

Prova de que uma mente fria e calculista como a sua também é capaz de amar.

Ai, Prim, como você é má!

Aprendi com a melhor professora.

Malvada é você, que não vai comigo até o auditório da convenção. Ainda não entendi que compromisso é esse que você tem com a Effie, justamente na hora da...

Não tente entender! Foi uma coincidência! – Ela me corta de forma abrupta, o que é, no mínimo, suspeito. — Aqui está o restante do seu disfarce... Vai dar tudo certo! E pode deixar que eu e Effie chegaremos lá na hora exata.

Ela me estende o sobretudo verde-oliva, com a figura de um tordo bordada na manga direita. Exatamente como o de Jennifer Green, a justiceira do livro "Operação Green Mockinjay", que não tem medo algum de usar de sensualidade para obter o que quer.

Encapoto-me com a vestimenta ainda no quarto.

Prim me entrega a maleta, com aquele ar maroto que só ela tem. Respiro fundo e saio porta afora.

Não gostei muito da ideia do figurino, a princípio, mas a roupa me deixa até mais confiante.

Trilhar esse caminho é aterrorizante, mas principalmente libertador.

Se tudo der certo, esses serão os últimos instantes de K. J. Everdeen.

Quando retornar a este quarto, o que estará em evidência certamente será o meu nome: Katniss Jasmine Everdeen.

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Caminhando para o meu destino – a convenção literária de São Francisco, que está acontecendo no hotel onde estou hospedada na cidade –, não consigo me livrar da sensação de parecer uma agente secreta num daqueles filmes inspirados na série de romances de espionagem de James Bond. Sim, hoje eu sou praticamente uma Bond Girl.

A convenção é onde se reúnem durante três dias os aficionados por histórias em quadrinhos e livros de todos os estilos, desde ficção científica à chick lit. É o lugar onde anualmente os fãs acotovelam-se com os criadores de seus heróis, ou com os próprios heróis, de tantas que são as pessoas fantasiadas dos mais variados personagens literários.

O que é perfeito para executar o que planejei sem chamar muita atenção.

O hotel de luxo em que acontece o evento é o cenário ideal também – fachada espetacular, gramados verdejantes, piscinas paradisíacas e um gigantesco pavilhão, onde Effie organizou o evento, com a ajuda de Primrose.

Há pessoas de várias idades e de diversas nacionalidades por todo o canto, carregando livros e mais livros de todos os gêneros e, o que mais me favorece, inúmeros cosplayers.

Como em versões anteriores, este ano, Caesar Flickermann vai realizar alguns painéis de discussões, em que os autores serão entrevistados diante de centenas de entusiastas.

É uma experiência divertida e extasiante, na meca da cultura literária para os fãs de todo o mundo.

Ajeito a maleta em minha mão, ainda um pouco desconfortável, e sequer preciso procurar as indicações para onde devo seguir, apesar da multidão e das tantas atividades acontecendo simultaneamente.

É lá, na entrevista com Caesar Flickerman, que darei um fim a K. J. Everdeen, o que marcará o início de uma nova fase em minha vida.

Aonde você pensa que vai? – A voz grossa do segurança se sobressai ao burburinho das pessoas ziguezagueando pelo pavilhão.

Estou a caminho do auditório 12, para o painel com o Caesar Flickerman.

Como assim você está a caminho de lá?

Quer mesmo saber? É simples! Estou indo pra lá andando... Colocando um pé à frente do outro alternadamente.

Muito engraçadinha. Estou perguntando, porque não estou vendo sua credencial.

Mas é preciso de credencial para entrar?

Deixe-me adivinhar. Seu cosplay é... Jennifer Green, do livro "Operação Green Mockingjay". E você adoraria assistir ao painel que acontecerá daqui a pouco. Mas você não pode entrar. Não por aqui.

Você não está me entendendo. Eu tenho que entrar. Eu preciso estar lá dentro antes de começar.

A organizadora do evento é a Dona Effie Trinket. E ela não autorizou a entrada de ninguém sem credencial por aqui. Ela disse que nem se esse tal de K. J. Everdeen aparecesse sem credencial eu deveria deixá-lo entrar.

K. J. Everdeen é ela.

Não. Não é a Dona Effie, não.

Eu quis dizer que K. J. Everdeen é uma mulher.

E é exatamente por precisar fazer comentários como esse que estou aqui. Na sua frente! É o que eu gostaria de jogar na cara dele, mas não posso.

Se algum dos presentes descobrir minha verdadeira identidade antes da hora, as coisas podem fugir ao meu controle.

Ah, K. J. Everdeen é uma mulher? Pois nem ela entra sem credencial.

Você não sabe a besteira que está fazendo, seu grandalhão!

Por quê? Você tem uma arma escondida na sua maleta misteriosa? Vou precisar revistá-la, Jennifer Green do Paraguai?

Que desaforo! Espere só até eu falar com a Dona Effie.

Detesto quando algo sai fora do meu planejamento. Agora essa. Tudo o que eu não preciso é ficar ainda mais apreensiva.

Busco Effie nos meus contatos telefônicos e ela logo atende.

— Alô? Katniss, querida!

Effie, querida, você pode me explicar o motivo de um brutamonte impedir minha entrada no auditório 12?

— Você está com sua credencial?

Não.

— É esse o motivo.

Onde eu encontro essa credencial? Você não me deu nenhuma!

— Ela chegará em suas mãos.

Mas... – Tento argumentar, porém ela já encerrou a ligação. — Mas como?

Desligo o telefone com uma considerável petulância, que desmorona ante o olhar jocoso do segurança.

Nada feito, hein? Hasta la vista, baby.

Dou as costas para esse ser desprezível e, infelizmente para mim, muito competente na execução das ordens dadas a ele.

Novamente de cabeça erguida, decido que é um bom momento para tomar um café. Algo de que não abro mão por nada nesse mundo.

Isso é tudo o que me lembro agora que estou dividida entre odiar Effie e me sentir culpada por odiar Effie.

Até que esse dilema interno é suplantado pela visão mais surpreendente que eu poderia ter.

Surpreendente, no pior sentido da palavra.

Diante de mim, está o enorme cartaz com o anúncio da presença de Marvel Quaid em um dos painéis de hoje, junto a uma foto recente dele.

A não ser pela professora Paylor e por Prim, ninguém sabe o que realmente aconteceu entre mim e Marvel, ou como ele me usou. Por isso, não culpo Effie por trazê-lo à convenção.

Embora eu esteja muito confusa e atordoada com a presença dele aqui, talvez seja um bom sinal.

Talvez seja o momento de resolver isso de uma vez por todas e dar um fim definitivo à tortura psicológica a que ele vem me submetendo. 



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Notas finais do capítulo

Oi!

Essa capa linda, em que a Katniss está mesmo vestida para matar, é mais uma das artes da Belrapunzel.

Deixem seus comentários, por favor, para eu saber o que estão achando...

Espero que gostem da continuação!

Beijos!

Isabela.



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