Tom escrita por themuggleriddle


Capítulo 2
dúvida




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Tom começou a duvidar. Se a sua mente conseguia fazê-lo ver a silhueta de pessoas em sombras inocentes ou mantê-lo acordado por dias apenas por puro medo, talvez ela conseguisse inventar um delírio tão exagerado quanto a história que contava sobre Merope.

As pessoas de Little Hangleton se dividiam entre aqueles que achavam que ele era louco e aqueles que achavam que ele estava tentando ser esperto. Para o segundo grupo, os seus relatos sobre Merope (ingenuidade demais, ele pensava, ter deixado isso escapar de sua boca na frente de outras pessoas que não seus pais) não passavam de uma justificativa para uma decisão errada: ele havia ido até Gaunt, ficado entediado e agora usava bruxaria como explicação para o que havia acontecido. Por meses Tom não via alguém fora do grupo de pessoas que circulavam pela casa, mas os sussurros sobre a sua insanidade ou falsa alegação de insanidade sempre conseguiam achar um jeito de se esgueirarem até os seus ouvidos.

Os médicos alternavam entre opiniões. Alguns diziam que seja lá o que havia levado o seu avô, também corria nas suas veias (fraqueza da mente, um deles explicou, para o desgosto do Sr. Ridde) e era isso que fazia com que ele acreditasse tanto nos cenários fantasiosos que o assustavam tanto. Outros usavam da mesma teoria dos habitantes de Little Hangleton: ele havia tomado uma decisão ruim, algo típico de jovens abastados a beira de iniciarem a vida adulta, e agora a sua mente tentava justificar aquilo de tudo que é jeito fantástico (“Bruxaria não existe, Sr. Riddle. Poções mágicas são coisas de livros”) ou não (“Não acredito que seja possível uma mulher forçar o senhor a fazer qualquer coisa que não queira, Sr. Riddle”).

Assim, ele começou a duvidar. Se todos à sua volta diziam que aquilo era apenas uma fantasia voluntária ou algo nascendo no seu inconsciente, quem era ele para dizer que tudo era verdade? Não havia nenhuma prova física do que acontecera e tudo indicava ser impossível alguém do tamanho de Merope Gaunt forçar alguém como ele a fazer qualquer coisa (sempre falavam isso e Tom sempre sentia a garganta apertar enquanto se lembrava das mãos de Merope em si). E o que começou como dúvidas relacionadas a esse evento em específico, acabou se estendendo para várias outras coisas: ele havia mesmo conseguido entrar numa universidade por conta própria ou seu pai havia interferido? Ele realmente havia sido um bom aluno em Eton ou aquele era apenas o jeito dele de ver aqueles anos no colégio? Ele amava seus amigos de verdade ou era apenas uma necessidade de ter gente por perto? Seu avô havia lhe contado sobre como seu pai aprendera russo quase que por conta própria ou aquilo era apenas uma lembrança fabricada? O Tom Riddle do qual se lembrava era real ou apenas uma fantasia de sua mente tentando lhe convencer de que ele não era uma pessoa horrível?

 No fim, Tom não sabia o que era pior: ter medo ou duvidar.


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