Kogga escrita por Marcos Gomes de Assis


Capítulo 2
Capítulo 2




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Kogga, após se despedir de Aalani, montou seu alazão e saiu imediatamente do templo, pela mesma passagem por onde havia entrado. Quando saiu, ergueu o pomo da sua espada, cujo formato era de uma cabeça de tigre rugindo e olhos cor de safira, para o sul. Os olhos de safira começaram a brilhar e um feixe de luz apontou para a direção em que Kogga havia apontado, onde era possível avistar grandes penhascos.

— Tudo indica que devo ir em direção aqueles penhascos – pensou Kogga, logo em seguida, embainhando sua espada.

Então, Kogga começou a galopar a trote em direção aos penhascos. Enquanto galopava, não parava de pensar com o que ele iria se deparar, que tipo de criatura ele iria enfrentar. Perguntas como “ Que tamanho eles têm? ”, “ Será que são criaturas mágicas? “, “ E se forem, que tipo de poder eles possuem? “, passavam pela sua mente. Em sua infância, ele ouvia diversas histórias sobre criaturas mágicas, monstros com formas de animais e gigantes devoradores de gente. Todas elas contadas pelo seu pai. E como qualquer criança, sempre gostava de ouvi-las, pois sempre gostava de imaginar as aparências de cada um desses seres. E em todas essas histórias sempre havia um herói, onde ele era o escolhido para acabar com esses seres, travando batalhas épicas e no final, o bem sempre vencia. Sempre havia um final feliz. No entanto, a situação atual é real, com consequências reais. Jamais esqueceria aquelas palavras do espectro: “ Se por acaso você falhar, saiba que o preço é a morte “.

Kogga agora está a poucos metros dos penhascos. Mas, no momento em que ele chega perto, repentinamente, seu cavalo ergue suas patas dianteiras e relincha. O impulso de erguer as patas repentinamente faz com que Kogga caia de costas para o chão. Ele fica atônito com o que acabara de acontecer.

— O que aconteceu, Rodan? – Disse Kogga, enquanto se aproximava do animal.

Rodan começou a se distanciar dos penhascos, como se algo perigoso estivesse por ali. Kogga não compreendia o que estava acontecendo, até que ele notou algo estranho: uma mancha negra, que parecia uma sombra, apareceu no chão há alguns metros de distância. Em seguida, algo começou a se materializar a partir daquela mancha, até que, finalmente, apareceu uma criatura diante deles.

A criatura era uma sombra de chifres, com a parte superior, do pescoço até o tronco, semelhante a de um homem, e na parte inferior tinha patas de bode; seus olhos eram dois círculos brancos e luminosos. De repente, mais quatro manchas apareceram e mais quatro criaturas se materializaram delas; todas com a mesma aparência da primeira criatura.

Kogga, por fim, compreendeu o que levou seu cavalo a agir daquele jeito e sem pensar duas vezes, desembainhou sua espada. Na mesma hora, as criaturas avançaram para cima dele, todas de uma vez. Com muita rapidez e bom reflexo, Kogga conseguiu desviar dos ataques e, em seguida, começou a inserir golpes com a sua espada: a primeira criatura recebeu um ataque lateral na região do tronco, partindo-a em dois; a segunda tentou um ataque por trás, mas Kogga se antecipou e deu um golpe diagonal com sua espada; a terceira e a quarta avançavam em direção dele, sendo que vinham de direções opostas. Kogga foi para cima da criatura que vinha da sua direita e decepou sua cabeça, em seguida, deu outro golpe lateral na região do tronco na quarta criatura; a criatura que restava tentou um ataque aéreo, pulando em direção do Kogga, mas esse desviou do ataque e inseriu sua espada na cabeça da criatura.

Vendo que todas as criaturas foram derrotadas, Kogga embainhou sua espada, montou em Rodan e dirigiu-se em direção ao penhasco. Mas, para sua surpresa, Rodan se negou a seguir em frente e Kogga entendeu na hora o porquê.

Para seu desagrado, as criaturas se regeneraram e, para piorar, agora possuíam espadas que também eram negras como suas portadoras. As criaturas começaram a avançar em direção deles com suas espadas. Kogga tratou de desembainhar sua espada novamente. No momento em que ele fez esse movimento, uma luz começou a emanar dos olhos de safira do pomo de sua espada. Ao presenciar essa cena, Kogga ficou sem entender o que significava aquilo.

Instintivamente, ele apontou a cabeça de tigre em direção às criaturas e o resultado foi inesperado: as criaturas foram afugentadas pela luz dos olhos de esmeralda e desapareceram da mesma maneira que haviam surgido diante dele. Assim que elas se foram, a luz parou de se manifestar e Kogga voltou a embainhar sua espada, atônito com o que acabara de ver.

O espectro havia dito a ele que o pomo o auxiliaria na procura dos sete monstros que estão espalhados naquele lugar e indicaria seus pontos vitais, mas não havia mencionado em momento algum, sobre essas criaturas das sombras e que o pomo poderia afugentá-las também. O que mais o espectro não havia contado? Será mesmo que essa terra é habitada somente por esses monstros? Será que tem outras criaturas, além dessas?

Por um instante, seus pensamentos foram tomados por muitas outras dúvidas, mas logo voltou a focar em sua missão e, concluiu que, as respostas para essas perguntas apareceriam no decorrer de sua tarefa e que o foco era trazer a Aalani de volta, custe o que custar.

Kogga, por fim, estava diante do penhasco e logo notou que, dali em diante ele teria que ir sem a companhia de Rodan.

— Voltarei logo, garoto. – disse o jovem, enquanto acariciava seu cavalo.

Após despedir-se de Rodan, Kogga começou sua escalada naquele penhasco. Para sua sorte, o penhasco não era muito íngreme e ele pôde escalar sem muitas dificuldades. Quando finamente chegou ao topo do penhasco, Kogga viu que não havia nada, nenhum sinal de monstro ou qualquer criatura. “Será que estou no lugar certo?”, pensou o jovem. Ele então, decidiu caminhar ao sul.

De repente, o chão começa a tremer, uns bandos de pássaros começam a voar freneticamente para longe do local e o coração do Kogga começa a bater numa frequência maior, a medida em que os tremores vão se tornando mais fortes... até que, do oeste, por trás de uma rocha gigante, surge algo que os olhos do Kogga jamais presenciaram: um monstro gigante, com cerca de 21 metros, a parte superior era de um homem corpulento com cabelos castanhos e compridos, com um par de chifres de bode na sua cabeça, enquanto os membros inferiores eram patas de bode.

Jamais imaginava que estaria diante de uma criatura daquela proporção. Kogga já havia enfrentado muitos animais perigosos, sem medo algum. No entanto, para seu azar, a criatura que estava diante dele era algo fora de sua realidade, de todos os animais que ele já enfrentou. Sua respiração começou a ficar pesada, ao passo em que seu rosto começava a empalidecer. No momento em que desembainhou sua espada, suas mãos estavam trêmulas; estava muito nervoso.

Ao avistar aquele pequeno garoto diante dele, franzino e trêmulo, foi se aproximando do garoto, enquanto esse começava a andar de costas, tentando tomar distância.

— Humano? Aqui? – disse a criatura em um tom de voz gutural.

Kogga não esperava por essa: a criatura estava se comunicado com ele!

— Você deve ser uma das criaturas que assolam essas terras – disse Kogga, em posição de guarda com a sua espada.

— E o que um humano faz aqui neste lugar?

— Vim de muito longe para acabar com os sete monstros que assolam esse lugar!

O monstro pareceu se divertir com aquela resposta, com um largo sorriso formado por dentes amarelados e pontiagudos.

— Então veremos do que você é capaz – disse o monstro, enquanto produzia uma energia de cor púrpura na sua mão direita. A energia foi tomando forma até que, por fim, se materializou em uma clava cujo o cabo era de madeira, reforçada com placas de metal e em sua cabeça, vários tachões negros.

O monstro avançou para cima do jovem, fazendo um ataque vertical com a sua clava. Kogga esquivou do ataque, dando uma cambalhota. Em seguida, começou a correr o mais longe possível do monstro. “Preciso saber onde fica o ponto franco desse monstro”, pensou Kogga.

O jovem apontou seu pomo em direção do monstro. Os olhos de esmeralda começaram a brilhar e um feixe de luz que saía deles, estava apontado em direção ao peito da criatura, onde era possível ver um símbolo que Kogga não conhecia: três círculos espirais formando um triângulo. Quando ele parou de apontar o pomo, o símbolo desapareceu de imediato.

— Agora eu já sei de onde você tirou essa ideia de derrotar a mim e os outros Guardiões! – disse o monstro – Pelo visto, você já conheceu o Shaitaan. (Nt.: lê-se Shetán).

— Quem? – perguntou Kogga, atônito.

— Não importa. Não vale a pena contar a você, já que estará morto! – disse o monstro, avançando com mais um ataque vertical com sua clave e Kogga desviando, novamente, do ataque e correndo para tomar distância.

O monstro, então, dá um salto e com as duas mãos na clava, direciona um ataque mais violento no Kogga, e esse, por um triz, esquiva desse ataque e tenta tomar distância, mas o monstro não o deixa fazer isso, lançando ataques, tanto com a sua arma, quanto na base do “pisão”, como se estivesse matando uma formiga. Kogga estava se sentindo encurralado, não estava mais conseguindo tomar distância daquele bicho, muito menos tinha tempo para pensar em uma estratégia para derrubá-lo; estava ocupado demais, tentando desviar dos ataques.

Então, os ataques começaram a diminuir aos poucos e Kogga começou a perceber isso. O monstro estava se cansando, a medida que ele tentava acertar um golpe em Kogga. Por fim, o pequeno jovem conseguiu tomar distância e o monstro não tentou mais avançar, estava cansado. Era a hora perfeita do Kogga começar um ataque, mas este também estava cansado; se esforçara muito para esquivar dos ataques. “Como posso fazer para derrubá-lo?”, pensou Kogga, “Ele é enorme!”.

Foi então que ele olhou para as pernas de bode e veio uma luz em sua mente.

— É isso! – murmurou Kogga, arquitetando o plano.

Quando finalmente elaborou o plano, Kogga segurou firme a sua espada com a mão direita, e com a mão esquerda gesticulou, chamando o monstro para o combate. Sem pensar duas vezes, a criatura voltara a avançar em sua direção com a clava. No momento do ataque, Kogga esquivou, passando por entre as pernas do bicho; em seguida, segurando a espada com as duas mãos, desferiu um golpe lateral na região do tendão da perna direita; o que ele não esperava era arrancar a pata da perna com o golpe. Quando se deu conta, viu que a lâmina emitia aquela energia na cor esmeralda, como havia acontecido, quando ele foi atacado pelas criaturas das sombras. O monstro, por sua vez, guinchou muito alto, tamanha a dor que sentira no momento, largando a clava e caindo de joelhos; em seguida, apoiou suas mãos no chão, fechadas.

Sem perder tempo, Kogga dirigiu-se em direção a mão direita do monstro; quando se aproximou, pulou em cima da mão e desferiu um golpe lateral, no antebraço, cortando-o na hora. Os guinchos de dor só aumentaram e o monstro ficou de costas, contorcendo-se de dor.

Kogga, por sua vez, foi em direção da criatura e escalou nela até chegar na região do peito e quando conseguiu, ele ergueu a espada, com a lâmina voltada para baixo e emanando aquela energia; o símbolo que vira antes voltara a aparecer. Por fim, ele cravou a espada naquele local e os guinchos pararam imediatamente.

O corpo do monstro começou a ficar escuro, como uma sombra; quando o corpo se tornou completa escuridão, algo parecido como cordões, sendo da mesma cor, surgiram e foram em direção a Kogga, penetrando em seu corpo. O jovem sentiu uma dor, como se tivesse sido perfurado. Por fim, quando os “cordões” penetraram por completo nele, o mesmo viu tudo a sua volta estava escurecendo.

E assim, Kogga caiu no chão, como se tivesse sido golpeado.


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