Kogga escrita por Marcos Gomes de Assis


Capítulo 1
Capítulo 1




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O sol está escaldante. O suor escorre no rosto bronzeado do jovem de cabelo cacheado, volumoso e negro como a escuridão, enquanto cavalga em seu cavalo alazão dourado. Ele vestia um manto cinza com ornamentos brancos, que cobria apenas a região do tronco e suas costas e a calça era de um tom escuro de vinho, cuja a barra dela cobria até metade de sua panturrilha, e calçava sandálias de couro, cujo o cano cobria seu tornozelo. O jovem também usava uma faixa amarrada em sua testa, da mesma de seu manto, chegando a cobrir as suas sobrancelhas, além de um par de brincos feitos de ametista e pulseiras de couro. Em sua calça, ele usava um cinto de couro, onde estava acoplada uma bainha de couro; nela, uma espada de cabo negro e o pomo tinha um formato de uma cabeça de tigre rugindo, na cor prateada. Pendurada em uma alça de couro, o jovem tinha uma pequena bolsa de couro, onde guardava sua comida e água.

Além dele, havia também uma pessoa em seu colo que estava totalmente coberta por um grande manto cinza. Essa pessoa não esboçava nenhuma reação durante a vigem, parecendo está adormecida ou morta. O jovem estava cansado, por conta da viagem. Estava cavalgando há dias e só havia parado para se alimentar e alimentar o seu alazão e o calor que fazia naquele deserto colaborava para aumentar ainda mais a fadiga.

A alguns metros dali ele avista um desfiladeiro e cavalga em direção a ele. Demorou um bom tempo para que chegasse até o final do desfiladeiro. Ao final dele, o jovem se deparou com uma enorme ponte de pedra que dava acesso a uma floresta. O jovem, ao ver esse cenário, deu um leve sorriso e murmurou:

— Finalmente. A Terra Perdida.

Então, ele tratou de atravessar aquela enorme ponte a trote, galopando com o seu alazão. Por fim, ele atravessou a ponte e entrou na floresta, e logo percebeu que ela possuía muitas árvores frutíferas, além de ser um local bem refrescante para aliviar o calor do deserto que havia atravessado. Ali, ele avistou um pequeno riacho e resolveu parar por ali perto e deixar seu cavalo se refrescar, juntamente com o corpo que ele transportava consigo, enquanto subia em uma das árvores para pegar algumas frutas. Após se reabastecer e abastecer seu cavalo, o jovem, imediatamente tratou de colocar o indivíduo coberto pelo manto cinza em cima do cavalo, e logo em seguida, subir em cima dele e continuar a cavalgada.

Depois de um certo tempo de cavalgada, ele encontra o fim da floresta e para a sua surpresa, ele avista a alguns metros, algo que se assemelhava a um grande templo; seus olhos cor de mel começaram a brilhar de excitação, a ansiedade aumentava e seu coração batia freneticamente e imediatamente, ele galopa a trote até o templo. A medida que ele se aproximava da torre, o sentimento de dever cumprido era exalado através de um largo sorriso em seu rosto, enquanto o templo mostrava seu verdadeiro tamanho.

Por fim, ele estava diante daquele monumento sussurrou:

— O Templo da Consagração.

O templo era imenso e apresentava um estilo gótico: havia leveza e harmonia em seus traços, apresentavam muitas aberturas para o exterior; estas que eram preenchidas por vitrais em tons de azul e violeta; havia também um grande número de torres elevadas e pontiagudas. Na fachada do templo, haviam dois grandes portais, um do lado esquerdo e outro, no lado direito, cujo o único acesso direto para eles, era subindo grandes escadas; na parte central, grandes janelas.

Sem pensar duas vezes, ele sobe a escada que dá acesso ao portal direito e entra no templo. Ao entrar no templo, o jovem notou que as paredes eram ocupadas por estátuas enormes de criaturas que ele jamais havia visto; haviam sete estátuas. Virando sua cabeça para a esquerda, ele notou que havia um altar que ficava próximo às janelas da fachada; e mais à frente, o outro portal do templo. O altar estava bem conservado. Era um enorme bloco de pedra com diversas gravuras nas laterais, que não eram do conhecimento do rapaz. Por fim, o jovem coloca o corpo que estava coberto pelo manto, em cima do altar e, logo em seguida, remove o manto. Era uma garota.

A garota aparentava ter a mesma faixa etária do jovem que a trouxe para o templo. Sua pele era levemente mais clara que a do rapaz, tinha cabelo liso e negro. Seu rosto era delicado, formado por um pequeno nariz e lábios finos. Sua única peça de roupa era um roupão branco que cobria até o tornozelo. Seus pés estavam descalços e seus olhos estavam fechados. Estava morta,

Quando o corpo da garota foi colocado no altar, uma voz sinistra e espectral ecoou dentro do templo, dizendo:

— O que veio procurar aqui, meu jovem?

O jovem olhou para todos os lados, a fim de encontrar outro indivíduo. Ninguém

— Quem está aí? – Indagou o rapaz, em voz alta – Responda!

— Sou o Guardião desse templo. – Respondeu a voz

— Onde você está? Apareça!

— Sou apenas uma entidade que protege esse templo. Não sou visível para os olhos humanos. Agora me responda, o que veio procurar aqui?

— Escutei rumores de que esse templo é capaz de realizar um desejo. Gostaria de fazer um.

— A julgar pelo fato de você colocar a garota em cima do Altar da Adoração e pelo estado dela, seu desejo é que ela volte a viver. Estou certo?

Os olhos do garoto arregalaram ao ouvir aquelas palavras.

— Sim. Pode fazer isso?

Houve um breve silêncio. Então o Guardião disse:

— Por que você quer trazê-la de volta a vida? O que essa garota tem de tão especial?

Aquelas perguntas pegaram o rapaz de surpresa.

— Eu... err...

— O que você vai ganhar com isso?

Por fim, o jovem conseguiu se recompor e respondeu:

— Ela é a princesa da aldeia que eu moro. Seu nome é Aalani.

— Certo. E por que você quer trazê-la de volta a vida?

— Quando o pai dela era o líder da nossa aldeia, o meu pai era o seu braço direito e um grande guerreiro. Nessa época, a princesa e eu éramos crianças e sempre fomos próximos um do outro. Pouco tempo antes da princesa morrer, nossa aldeia sofreu um ataque de uma tribo rival. Nossa aldeia ganhou a batalha, mas muitos dos nossos morreram. Inclusive nossos pais. Depois da morte de seu pai, a princesa ficou muito abalada e doente, incapaz de liderar a aldeia. Então, a nossa aldeia passou a ser liderada pelo meu tio, que não era muito adepto ao estilo de liderança do pai dela e invejava o meu. Descobri que o ataque havia sido planejado pelo meu tio, mas nada pude fazer; ele tinha os soldados a favor dele. Dias depois, a princesa não recebeu nenhum tratamento para acabar com a doença e morreu. Não queria que ela se fosse. Não era justo que aquilo tivesse acontecido, ela não merecia! – Lágrimas começaram a escorrer em seu rosto. Então continuou – Então, decidi que iria trazê-la para cá e devolver a sua vida,

Houve um breve silêncio. Por fim, o espectro disse:

— Agora entendo. E o que pretende fazer, quando conseguir realizar seu desejo?

— Voltar para a aldeia e fazer com que a princesa seja a nossa líder, assim como o pai dela foi.

— E como pretende fazer isso?

O jovem respirou bem fundo e respondeu friamente:

— Matando o meu tio e todos aqueles que participaram dessa traição.

— E como irá fazer isso? Você mesmo disse que o seu tio tem todos os soldados a favor dele.

— Tenho amizades com outras aldeias, graças ao meu pai. Ele era um homem muito querido pelas aldeias vizinhas. Assim que elas souberem da traição do meu tio, agirão de imediato para derrubá-lo.

Agora o silêncio foi mais longo. Então, o espectro disse:

— Muito bem. Antes de conceder o seu desejo, quero te fazer uma pergunta. Você faz ideia do por que esse lugar, ou melhor, essa terra é esquecida pela humanidade?

O jovem estranhou aquela indagação do espectro. Por fim, respondeu:

— Não

— O ser humano é o ser mais cruel da face da Terra. Ele é quem mata, trai, rouba e destrói. É capaz de tudo isso para alcançar seus mais profundos desejos, não importando quem esteja no seu caminho, inclusive de quem é do mesmo sangue. Por isso, esse lugar é afastado e esquecido pela humanidade.

— E por que está me dizendo isso?

— Apenas para te deixar a par dos fatos.

Impaciente, o jovem disse:

— E o meu desejo?

— Vou conceder ele a você. Mas em troca, você deverá fazer algo para mim.

— Achei que meu desejo seria realizado de imediato. – Disse o jovem, surpreso.

— Tudo na vida tem o seu preço, meu jovem. Eis a minha condição: nessa terra, há sete monstros. Cada um, tem o seu habitat, de acordo com sua característica física e comportamento. Quero que você os encontre e mate esses sete monstros. Se por acaso você falhar, saiba que o preço é a morte.

O rapaz respirou profundamente e respondeu:

— Eu aceito.

— Muito bem. Agora que estamos de acordo, quero que você erga o pomo de sua espada.

O jovem desembainhou sua espada e fez o que o espectro pediu. A lâmina da espada estava em bom estado; era de dois gumes. Quando ele a ergueu, uma luz esverdeada iluminou os olhos do pomo da sua espada, cujo o formato era a cabeça de um tigre rugindo. Os olhos ganharam uma cor esverdeada.

— Te darei um pouco do meu poder para auxiliá-lo na sua missão. – Disse o espectro - Esse poder te ajudará a localizar os monstros e seus pontos vitais; basta você apontar o seu pomo para uma direção e ele indicará se esta é a direção correta ou não; para achar os pontos vitais, basta apontar para o monstro e ele indicará o local. Quando você matar um monstro, sairá uma esfera de energia. Capture-a, usando o seu pomo.

O jovem estava impressionado com o poder que acabara de adquirir, não parava de encarar a cabeça do tigre, que agora, tinha olhos de esmeralda.

— Agora vá. Cumpra o seu trato e serás recompensado. – Concluiu o espectro.

O rapaz embainhou sua espada e se aproximou do altar, onde a garota se encontrava.

— Princesa, eu dou a minha palavra. Vou trazer a sua vida de volta, eu juro – o jovem beija os pés descalços da garota – ou eu não me chamo Kogga!


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