Hillary está demorando pra acordar. Isso não é normal. Percebo pelos olhares dos médicos.

Júnior foi em casa e trouxe roupas pra mim mas nem o banho foi capaz de me animar.

Tive que fazer coisas extremamente chatas mas que eram necessárias... como ligar para o pai dela.

Ele está a quilômetros de distância mas precisava saber, e o processo de contar pra ele o que houve foi pior do que ter que ficar lembrando de toda cena que presenciei.

Sem falar no amigo dela que encontrei lá fora. Já os tinha visto juntos e a princípio o achei bastante estranho mas me comovi com sua preocupação...

O mandei ir para casa e disse que daria informações.

No fundo do meu peito me condoeu saber que apenas um amigo veio saber dela, pensava que minha filha tinha bons parceiros na escola mas...

Uma dúvida surge. E é bem estranha por sinal.

Provavelmente Hillary não havia contado pra ninguém que iria fazer aquilo... suicidas – e essa palavra corta meu coração ao ser usada para se referir ao meu maior tesouro – não costumam avisar o que farão. Dão pistas. Mas não se expõe... pelo menos a maioria...

Então, como ele sabia o que ela havia feito? Como sabia que ela estava aqui?

Como seria possível que ele soubesse disso, e eu não?