Olhar Preto e Branco escrita por ShiroiChou


Capítulo 6
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Olá, capítulo novinho.
Desculpa a demora, eu estava estudando para o ENEM, mas agora o capítulo veio o/

Boa leitura!



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As tentativas falhas já estava irritando a loira, por mais que tentasse, aquele buraco não queria ser fechado de forma alguma, tanto que ele trocava de lugar constantemente.

— Ah! Que tipo de gracinha é essa?

O chicote balançava de um lado para o outro, agarrando canos diferentes na tentativa de impedir a água de sair.

Em certos momentos, a voz de uma mulher rindo podia ser ouvida. Buracos não davam risada, embora Lucy não duvidasse se mais nada depois de ver um desaparecendo diante de seus olhos.

Nenhum barulho foi ouvido, além da risada. Por mais que estivesse com medo, não desistiu de completar sua missão, queria e iria sair daquela cidade. Unindo toda essa determinação, focou sua atenção no som da água escorrendo.

Quando chegou ali, a água batia na sua canela. Em pouco tempo ela já alcançava sua cintura. Movimentar-se já estava sendo uma tarefa bem difícil, a única solução viável foi começar a nadar de um lado para o outro.

— Senhorita, está tudo bem por aí? — perguntou o Prefeito na entrada do buraco.

— Por enquanto sim, mas o buraco fica mudando de cano.

— Mudando de cano? O buraco? Tem certeza?

— Absoluta. Acho que esse buraco é mágico.

— Ah! Então foi ai que eu lancei o buraco — coçou o queixo, envergonhado.

— O senhor lançou um buraco?

— Sim, eu usei um lançador de buraco esses dias, meu objetivo era abrir a tampa de uma geléia. A tampa não abriu, eu deveria saber que o buraco foi para outro lugar, pois o lançador estava com defeito.

— O senhor sabe como tirar ele daqui?

— Quando comprei, o garoto da loja disse que seria a tampa do buraco cairia perto de algum lugar...

— Certo, vou procurar por aqui.

Olhando ao redor, a loira decidiu ativar seu Star Dress de Aquarius e submergiu na água. O escuro atrapalhava sua visão, por sorte a lanterna que Virgo lhe deu funcionava debaixo da água.

Procurar a tampa de um cano já era uma tarefa difícil, no escuro e na água a dificuldade duplicava, mas não deu-se por vencida. Vasculhou cada canto em busca de algo diferente do chão. Debaixo de canos, nos cantinhos da parede e só então se tocou que os canos eram de plástico, a tampa com certeza flutuava na água.

Xingando-se internamente, Lucy subiu para a superfície e olhou ao redor, logo encontrando um círculo de plástico, flutuando solitário na água. Sentiu-se idiota por não ter pensando nessa alternativa antes.

No exato momento em que aproximou a tampa do buraco, ele deixou de existir e a água parou de sair.

— Resolvido! — comemorou animada.

— Oh! Isso é uma maravilha, muito obrigado — agradeceu o prefeito.

— Fico feliz em ajudar. Agora a distribuição de água pode ser feita sem problemas.

— Com certeza. As casas já estão recebendo água, de acordo com o mapa de distribuição — disse, jogando uma corda para a loira subir.

— Bem... Não querendo ser chata, mas agora eu posso voltar para Magnólia? Minha amiga já deve estar preocupada com meu sumiço...

— Claro que pode. Você nos ajudou, nada mais justo do que eu abrir uma das entradas para você sair, aliás ela já está aberta — apontou para um portal no meio da sala.

— Oh! Muito obrigada, senhor prefeito.

— Eu quem agradeço. Agora vá logo, antes que seus amigos sintam sua falta.

— Sim — sorriu animada, desfazendo seus Star Dress. — Espero ver o senhor novamente, foi um prazer conhecê-lo — despediu-se, entrando no portal.

— Não se preocupe, jovem maga. Nós nos veremos novamente, muito antes do que você espera — sorriu macabro.

—— // ——

Mirajane olhava para os lados, desesperada por um sinal da maga loira. Separou-se dela por poucos minutos e, quando deu-se conta, ela já não estava em lugar nenhum.

Procurou em cada ruazinha, perguntou para cada comerciante e nada. Lucy tinha simplesmente evaporado, bem diante dos olhos de todos.

— Onde você se meteu, Lucy?

— Com licença, a senhora está procurando aquela maga dos espíritos? — perguntou um garotinho moreno.

— Sim. Você a viu, pequeno? — perguntou carinhosa.

— Eu vi a maga loira entrando naquele beco — apontou com o dedinho. — Ela parecia procurar algo.

— Oh! Muito obrigada, você é uma amor.

— De nada, moça bonita — sorriu corado, antes de se afastar.

Correndo em direção ao beco, Mira olhou e encontrou apenas uma parede de tijolos. Um beco sem saída.

— Um garotinho tão doce não pode ter mentido, algo de estranho está acontecendo.

Analisando o local, a maga viu uma sacola caída no chão, com vários papéis coloridos, os mesmo que ela e Lucy tinham comprando minutos antes. O medo de algo ter acontecido com a loira, fez com que Mira arregalasse os olhos. 

No beco não havia mais nenhum vestígio da loira, mas isso não fez com que a albina desistisse. Sabia que algo estava estranho, Lucy nunca sumia assim de repente. Decidida em achar a maga, Mira tomou a iniciativa de voltar para a guilda e pedir ajuda. Quanto mais pessoas soubessem de seu sumiço, mais ajuda teria para procurá-la.

Não estava muito longe da guilda, mesmo assim demoraria um pouco para chegar. Correu com todas as suas forças, torcendo para que nada de ruim tivesse acontecido à sua amiga. Quanto mais corria, mais longe parecia estar, mas não desanimou e continuou até quando suas pernas começaram a doer.

Suspirou aliviada quando viu os portões da guilda. Reuniu todas as suas forças e empurrou sem fazer cerimônia, assustando quem estava dentro.

— Mira! Aconteceu algo, minha filha? — perguntou o Mestre, preocupado.

— Mestre... A Lucy sumiu.

— O QUÊ? — Gray derrubou uma das decorações que segurava.

O gelo estraçalhou-se no chão, contrastando com silêncio do lugar. Ninguém queria acreditar no que tinha escutado, ninguém sumiu no meio das compras. Sumia?

— Mira, você tem certeza?

— Sim. Um garotinho disse que viu ela entrando num beco, eu fui até lá, mas só encontrei essa sacola abandonada — levantou o braço. — É uma das sacolas que ela estava segurando... Eu sou uma péssima amiga, deixei ela sumir — deixou as lágrimas banharem seu rosto.

— Calma, Mira. Nós vamos encontrar a Luce — Natsu a consolou.

— Aye! Não é difícil achar alguém tão grande quanto a Lucy estranha — Happy tentou fazê-la rir.

— Concordo, Happy — Natsu acompanhou o amigo.

— Obrigada, meninos — Mira sorriu, um pouco mais calma.

— Mestre... — Gray começou a falar.

— Eu sei. Mandarei algumas equipes de busca, vá para casa e fique por lá.

— Mas eu...

— Sem discussão. Uma pessoa desaparecida já é o bastante, não quero que você desapareça também. Agora vá para casa, antes que eu te prenda na guilda — ameaçou.

— Ok...

Gray saiu da guilda e não pensou duas vezes, saiu da guilda em disparado para a estação. Não passaria em casa, não via necessidade nisso. Seu único objetivo era salvar sua amada e acabar com todos os mistérios que o cercavam.

Na estação, perguntou quando sairia o próximo trem para Luzmia e, para sua surpresa, a moça disse que essa cidade não existia e que nenhum trem iria para lá. Sua única alternativa era dormir e esperar que, por sorte, conseguisse entrar novamente na cidade. Não conseguiria sair mesmo que quisesse, a magia de Samantha o impedia afinal.

Respirando fundo, deu meio volta e começou a caminhar para casa. Estava com pressa, mesmo assim decidiu se acalmar. Não tomaria decisões precipitadas, esperaria o tempo certo de salvar a loira, assim teria mais chances de sucesso.

A casa estava do mesmo jeito que deixou, nada de envelopes estranhos e misteriosos. O moreno subiu a escada e entrou no seu quarto, jogando-se na cama se enrolando na coberta. Tentou dormir, sem sucesso.

Mudou de posição, revirou-se na cama, deitou no tapete, mas todas as tentativas foram inúteis. Não era nem hora do almoço, por isso a falta de sono. As vezes não conseguia dormir nem de noite, quem dirá de dia.

A única alternativa foi ficar deitado de olhos fechados, esperando o sono chegar.

O tempo foi passando e ele permaneceu ali, deitado e pensando no que faria quando chegasse em Luzmia. O plano era fingir que não sabia de nada, desse jeito poderia coletar informações e, quem sabe, encontrar Lucy mais facilmente.

Gray queria ter continuado deitado, em busca de seu objetivo, mas um barulho no lado de fora de sua casa quebrou sua linha de raciocínio. O moreno tentou ignorar, mas o barulho era insistente. Demorou para perceber que o som, na verdade, eram batidas em sua porta.

Levantando da cama, quase se arrastando, Gray desceu a escada e abriu a porta sem muita vontade.

— Gray, finalmente você abriu a porta.

— Lucy! — arregalou os olhos, dando passagem para a loira entrar. — Onde você estava? Pensamos que tivesse sido sequestrada.

— E eu fui, acho... Eu entrei em uma rua, fui para Luzmia, ajudei o prefeito de lá, passei por um portal para cá, mas fui parar na Floresta de Magnólia. Sua casa foi o lugar mais perto que encontrei, tem alguém me seguindo — despejou todas as informações, uma atrás da outra.

— Calma, respira — Gray a guiou até o sofá. — Vou buscar um copo de água para você, fica aqui.

— Sim — respirou aliviada, olhando ao redor. Não acreditava que pudesse se meter em tanta confusão apenas por sair de casa para comprar decorações.

Gray voltou instantes depois com a água, a qual ela agradeceu e bebeu em dois goles. Ainda estava muito assustada, queria apenas ir para casa dormir e fingir que nada aconteceu.

— Está melhor?

— Sim, obrigada.

— Quem estava te seguindo?

— Eu não sei. Assim que sai do portal, um grupo de cinco pessoas encapuzadas começou a me seguir. Não tive tempo de reagir, apenas corri o mais rápido que pude e... — pulou no lugar ao ouvir batidas na porta. — São eles — arregalou os olhos.

— Vou ver quem é.

— NÃO! Não abra a porta, por favor. Eles podem ser perigosos, não sabemos se são magos...

— Espera... Você não é a Lucy, ela nunca fugiria de uma luta, muito pelo contrário, a Lucy que eu conheço daria tudo de si.

— Hum! Que inteligente, achei que te pegaria novamente nesse truque — Samantha sorriu misteriosa, revelando sua forma original. — Tentou tirar a magia de você?

— Não importa. Como sabe do paradeiro da minha amiga?

— Eu quem faço as perguntas, mocinho.

— Estamos na minha casa.

— Oh! Muito esperto, mas não vai me intimidar — sorriu novamente, encontrando nos ombros do moreno. — Eu avisei para ficar longe de Luzmia, mas infelizmente será um pouco difícil, afinal você quer salvar sua namoradinha.

— O que você fez com ela?

— Eu? Absolutamente nada, mas meu superior tem ótimos planos para ela. Digamos que ela combina perfeitamente com a imagem de “esposa ideal” que ele tem — deu de ombros.

— Como? — perguntou já nervoso.

— Luzmia é uma cidade difícil de entrar, apenas quem tem permissão entra. As vezes espalham informações reais que logo são esquecidas, por isso quase ninguém nos acha. Sua namoradinha acabou encontrando uma entrada, por acaso...

— Que confiança você passa? Uma hora parece estar tentando me ajudar, em outra quer me atrapalhar.

— Eu apenas dou avisos, meu caro. Guiei você por Luzmia e impedi que ficasse preso, mas não cheguei a tempo para impedir que aquela loira caísse na armadilha.

— Onde está Lucy?

— Em Corbila, uma prisão tão misteriosa quanto Luzmia.

— ...

— Não acredita? Azar o seu. O aviso está dado, espero não vê-lo novamente — despediu-se e sumiu.

— Isso é muito estranho, algo é mentira, mas não sei o que é — murmurou, andando em círculos e mexendo no cabelos 

— GRAY! ABRA ESSA PORTA, AGORA! — gritou Erza, do lado de fora.

— Droga... — subiu a escada rapidamente, não queria ser encontrado. — Preciso fugir...

As batidas na porta ficaram cada vez mais altas, mas Gray ignorou e pulou a janela de seu quarto, tomando cuidado para não ser visto.

O barulho da sua porta caindo, de novo, pôde ser ouvido. Claro que Erza não teria paciência de ficar esperando, era óbvio que, uma hora ou outra, a porta iria ao chão. Suas chances de escapar beiravam a zero, porém não desistiria antes de ao menos tentar.

Correu pelas ruas, sempre mudando a direção para que fosse mais difícil localizá-lo. Desviou de pessoas, pulou sobre bancadas e quase caiu em cima de um banco. Não estava sendo seguido, ou achava que não, mas continuou seu caminho para algum lugar, sem perder o foco.

— GRAY, VOLTA AQUI — o grito de Erza foi ouvido de longe.

— Desculpa, Erza. Não vai dar... — sussurrou, entrando em um beco.

Uma pedrinha no meio do caminho o fez tropeçar, levando-o ao chão. Xingando-se mentalmente, levantou-se do chão e olhou ao redor. Não estava mais em Magnólia, as casas em preto e branco eram inconfundíveis.

Finalmente tinha voltando para Luzmia.


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Notas finais do capítulo

Até o/



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